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Farmacologi� Farmacologia dos anestésicos gerais e locais * Os anestésicos locais saem da periferia em direção ao SNC = via aferente (sensorial). * Nas anestesias locais ocorre primeiramente um bloqueio mais rápido em fibras com pequeno diâmetro: - As fibras do tipo C respondem a calor, dor = são pequenas, amielinizadas que transmitem o impulso nervoso de maneira lenta. - As fibras do tipo A delta respondem ao tato, frio, dor = são pequenas, mielinizadas que transmitem o impulso nervoso de maneira mais rápida. Ane��és���� ge���� Con��çõ�� ge����: Os anestésicos gerais são usados para que os pacientes tenham perda da consciência e não respondam aos estímulos dolorosos durante os procedimentos cirúrgicos. Eles são administrados sistemicamente e exercem seus principais efeitos no sistema nervoso central. Mec����mo �� �ção d�� �ár�a��s ��e�té����s. * A medida que a concentração do anestésico aumenta, a mudança entre estar consciente e inconsciente ocorre com diferença muito pequena de dosagem. * Anestésico ideal = levar em conta os sistemas orgânicos e uso concomitante de fármacos. - Ação previsível. - Indução e recuperação rápida. - Poucos efeitos adversos. - Estabilidade química. - Monitoramento da concentração plasmática. - Fácil administração. - Possibilidade no controle do nível de profundidade anestésica. - Possibilidade de utilização como agente único. - Pequeno custo operacional em baixo fluxo. Rápida recuperação pós anestésica, principalmente nos anestésicos de baixa solubilidade. * Efeito desejável: - Usos = cirurgias, exames imageológicos (ex: endoscopia). ● São administrados sistemicamente para ação no sistema nervoso central. ● Baixo índice terapêutico (LD50/ED50) - Profundidade: ● Inconsciência; ● Perda de reflexo (relaxamento muscular); ● Analgesia (depende do agente); - Funções cerebrais afetadas: controle motor, atividade reflexa, respiração e regulação autonômica. * Os anestésicos gerais aumentam a expressão das vias inibitórias: - Principal neurotransmissor: gaba ● Quando o gaba é liberado ele atua em um sítio de ligação que abre canal de cloro, estimulando o aumento da hiperpolarização e a diminuição da despolarização que vai desencadear a diminuição da desencadeando diminuição: da transmissão de impulsos nervosos, do sistema de alerta, transmissão dolorosa e excitabilidade neuronal. * Os anestésicos gerais diminuem a expressão das vias excitatórias: - Possui como principal neurotransmissor o glutamato. ● Quando o glutamato se liga ao receptor NMDA (N-metil-D-Aspartato), abre-se canais de sódio e cálcio causando a despolarização, desencadeando o aumento: da transmissão de impulsos nervosos, do sistema de alerta, transmissão dolorosa e excitabilidade neuronal. ● Os anestésicos se ligam a um sítio lateral que não permite a ligação ao receptor N ● MDA e consequente abertura de canais de sódio e cálcio na ligação de glutamato, desencadeando diminuição: da transmissão de impulsos nervosos, do sistema de alerta, transmissão dolorosa e excitabilidade neuronal. ● Os anestésicos gerais também bloqueiam a abertura de canais de sódio desencadeando diminuição: da transmissão de impulsos nervosos, do sistema de alerta, transmissão dolorosa e excitabilidade neuronal. 1. Ane��és���� in���v��o��s: a) Propofol; - Características: ● Substituiu amplamente o tiopental; ● Possui início de ação rápida (aproximadamente 30 segundos); ● Possui rápida taxa de distribuição = tempo de meia vida de 2 a 4 minutos; ● A administração pode ser in bolus e contínua sem uso de inalatórios; ● É rapidamente metabolizado a conjugados inativos e quinóis, portanto oferece rápida recuperação e baixa ressaca (procedimentos rápidos). - Agem em canais de NA+, receptor de GABA. - Efeitos colaterais: ● Possui efeito cardiovascular depressor que pode causar hipotensão e bradicardia (vasodilatação e inibição de barorreceptores); ● Dor na injeção = pouca êmese e náusea; ● Fenômenos excitatórios = como fasciculações musculares, movimentos espontâneos, bocejos e soluções; ● Depressão cardiovascular e respiratória. - Síndrome da infusão por propofol (1/300): ● Quando for administrado em doses elevadas por período prolongado pode desencadear: grave acidose metabólica, necrose da muscular esquelética, hepatomegalia, hipercalemia, falência renal, arritmia e colapso cardiovascular. b) Etomidato; - Características: ● Possui ampla margem entre a dose anestésica e a dose necessária para produzir depressão cardiovascular. ● É mais rapidamente metabolizado e portanto mais propenso a causar efeito de ressaca prolongado. ● Promove menor hipotensão = ideal para pacientes com doença coronariana, disfunção cardíaca, pois traz poucos efeitos hemodinâmicos. - Possui ação em canais de Na+, receptor de GABAa. - Efeitos colaterais: ● Promove movimentos de contração involuntária durante a indução da anestesia; ● Náusea ou êmese; ● Dor no local da injeção; ● Depressão cardiorespiratória; c) Midazolam (sedativo - Indutor de anestesia); - Características: ● É um benzodiazepínico, sedativo utilizado em pré operatórios e em exames imageológicos /(ex: endoscopia) ● Apresenta início e término de ação mais lentos. ● Causa amnésia anterógrada = Incapacidade de se lembrar de eventos por um período de tempo. ● Aumenta o tempo de ressaca (por esse motivo é substituído pelo propofol). ● Forma depósitos de gorduras; ● Possui menor índice de depressão cardiorespiratória. - Atua em receptores de GABAa. - Superdosagens: ● Antagonista = flumazenil. d) Quetamina (Cetamina) - Características: ● Para pequenos procedimentos funciona como uma alternativa na ausência de outros anestésicos. ● Possui início de ação lento: 1-2 min. ● Produzem estado de anestesia dissociativa = na qual existe perda sensorial acentuada. ● Produzem estado de profunda analgesia = amnésia, sem perda completa da consciência. ● A pressão sanguínea e a frequência cardíaca geralmente aumentam, e a respiração não é afetada em doses efetivas do anestésico. - Atua em bloqueadores de receptor NMDA; - Efeitos colaterais: ● Efeitos dissociativos = sedação, amnésia e imobilidade. ● Alucinações e delírios = droga de abuso. ● Movimentos involuntários. ● Taquicardia = aumento da PA. ● Aumento da pressão intracraniana. e) Tiopental (↓ uso); - Características: ● Possui rápida velocidade de indução =causa inconsciência em aproximadamente 20 segundos, que perdura por 5-10 minutos. ● Ocorre acúmulo levando a recuperação lenta. ● Possui alta lipossolubilidade, o que permite que ultrapasse a barreira hematoencefálica, sem nenhum atraso perceptível. ● É amplamente substituível pelo propofol. ● Causa dor no local da injeção. ● Possui risco de precipitar a porfirina em pacientes suscetíveis. - Efeitos adversos: ● Depressão cardiovascular e respiratória. 2. Ane��és���� in����óri��: * Os anestésicos inalatórios são mais comumentemente utilizados para a manutenção da anestesia. * Na indução da anestesia geral onde ocorre inconsciência é preciso controlar os batimentos cardíacos e a ventilação: Pressão arterial, débito cardíaco e PCO2. * Coeficientes de partição: - Coeficiente de partição = sangue-gás ● Quanto maior = Mais ele se solubiliza no sangue (fica muito no sangue não vai para SNC vai para tecidos: rins,coração). Ocorre indução e recuperação lenta. ● Quanto menor = Menos ele se solubiliza no sangue (fica pouco no sangue e vai para o SNC) Ocorre indução e recuperação rápida. - Coeficiente de partição = óleo -gás. ● Quanto maior = Se solubiliza mais no tecido adiposo e vai menos para o SNC. Ocorre indução e recuperação lenta. ● Quanto menor = Se solubiliza menos no tecido adiposo e vai mais para o SNC. Ocorre indução e recuperação rápida. a) Isoflurano, desflurano, sevoflurano, enflurano. - Clorofórmio, éter, enflurano, foram substituídos por Isoflurano, desflurano, sevoflurano. - Mecanismo de ação = atuam em canais de Na+, receptor GABAa e canais de K+. - Isoflurano: ● É o anestésico volátil, mais comumentemente utilizado.● Não é consideravelmente metabolizado e não possui ação pró-convulsiva. ● Pode causar hipotensão e é potente vasodilatador coronário. Isso pode exacerbar a isquemia cardíaca no caso de pacientes com doença coronariana. ● Indução = metabolizados e eliminados pelos pulmões, partículas lipossolúveis. ● Farmacocinética: ➔ Coeficiente de partição sangue-gás (1,4) / Coeficiente sangue-cérebro (2,6); Coeficiente gordura-cérebro (45). Indução e recuperação mais rápida. ➔ Metabolismo = mais de 99% eliminado pelo pulmão / 0,20% metabolizado - citocromo P450 / Não forma metabólito que possam ser tóxicos. ● Efeitos colaterais: ➔ Sistema cardiovascular = diminui a pressão arterial, causa vasodilatação periférica/ taquicardia e hipertensão transitória. ➔ Sistema respiratório = diminui a ventilação (superficial) / aumenta PCO2 (cuidado com a PO2). ➔ Sistema nervoso central = aumenta a pressão intracraniana. - Desflurano: ● É quimicamente semelhante ao isoflurano, porém sua menor solubilidade no sangue e na gordura significa que a titulação da profundidade da anestesia e a recuperação são mais rápidas, assim, vem sendo cada vez mais utilizado como anestésico para cirurgia de rotina. ● Não é consideravelmente metabolizado. ● Em concentrações utilizadas para a indução da anestesia (cerca de 10%), causa certa irritação no trato respiratório, o que pode causar tosse e broncoespasmo. ● Útil para uso em pequenas cirurgias. ● O rápido aumento na profundidade da anestesia pode estar associado a aumento da atividade simpática, o que não é desejável ao paciente com doença cardíaca isquêmica. - Sevoflurano: ● Assemelha-se ao desflurano, porém é mais potente e não causa o mesmo nível de irritação respiratória. ● É parcialmente metabolizado e são produzidos níveis detectáveis de flúor, embora não pareçam ser suficientes para causar toxicidade. - Enflurano ● Apresenta velocidade moderada de indução, mas é muito pouco utilizado nos dias atuais. ● Pode causar convulsões, ou durante a indução ou após a recuperação da anestesia, especialmente em pacientes que sofrem de epilepsia. - Halotano ● Potente e não irritante. ● Pode causar hipotensão e arritmias, cerca de 30% são metabolizados. ● Pode ser útil quando se deseja recuperação lenta, caso contrário, causa ressaca (alta solubilidade); ● Foi um importante fármaco para o desenvolvimento dos anestésicos voláteis inalatórios, porém seu uso declinou em favor do isoflurano, devido ao potencial de acúmulo de metabólitos tóxicos. ● Apresenta efeito relaxante pronunciado sobre o útero, o que pode causar sangramento pós-parto e limita sua utilização para propósitos obstétricos. ● Risco de lesão hepática se usado repetidamente em indivíduos suscetíveis. b) Óxido nitroso (EUA); - Uso em procedimentos odontológicos, partos e como adjuvante de outros anestésicos. - Características: ● Indução rápida: ↓coeficiente de partição sangue:gás ● Ação de início rápido por causa de seu baixo coeficiente sangue-gás. ● Deve ser administrado com O2. ● Analgésico potente; ● Em baixas doses não promove inconsciência; ● Não promove anestesia cirúrgica; - Efeitos colaterais: ● Confusão mental; ● Hipóxia transitória; ● Anemia e leucopenia (uso prolongado); Ane��és���� lo���� * Aspectos químicos: - As moléculas consistem em uma parte aromática unida por uma ligação éster e amida a uma cadeia lateral básica. - São bases fracas, com valores de pKa entre 8 e 9. De modo que são, principalmente, mas não completamente, ionizadas em pH fisiológico. ● Isso é importante em relação à sua capacidade em penetrar a bainha nervosa e a membrana do axônio; - No tecido inflamado = pH ligeiramente mais baixo, predomina ainda mais a forma ionizada (o sítio de ligação no receptor é interno). - A presença da ligação éster e amida nas moléculas de anestésico local é importante em razão de sua suscetibilidade à hidrólise metabólica. ● Os compostos que possuem o éster são rapidamente inativados no plasma e nos tecidos (principalmente no fígado) por esterases inespecíficas. ● As amidas são mais estáveis e apresentam meias vidas plasmáticas mais longas. * Mecanismo de ação: - A atividade dos anestésicos locais é fortemente dependente do pH. ● Aumentando em pH extracelular alcalino. ● Reduzindo em pH extracelular ácido. - Atuam inibindo a função de canais de Na+ ● Ocorre bloqueio dos canais de Na+ = bloqueio da despolarização (impedem a geração e condução dos impulsos nervosos da periferia para o SNC e a partir dele) - Bloqueiam a condução mais rapidamente em neurofibras de pequeno diâmetro do que em fibras de diâmetros maiores. 1. Como os impulsos nervosos são conduzidos por fibras Aδ e C, a sensação da dor é bloqueada mais rapidamente. 2. Ocorre perda da da sensibilidade a temperatura e sensação tátil. 3. Bloqueio motor (propriocepção - mm.esquelética). * Efeitos colaterais dos anestésicos locais: - Sistema nervoso central: ● Confusão, agitação, tremores; ● Convulsão e depressão respiratória (altas doses); - Sistema cardiovascular ● Depressão miocárdica (ação sobre o músculo); ● Vasodilatação (lipotímia – desmaio por hipotensão); ● Efeito antiarrítmico (clinicamente útil) - Lidocaína ● Metemoglobinemia (forma oxidada da hemoglobina – que não se liga ao oxigênio); Principal: prilocaína - Reações alérgicas ● Dermatite, broncoconstrição, angioedema, urticária, anafilaxia (mais comuns com ésteres) - Náuseas e vômitos * Aspectos farmacocinéticos e usos terapêuticos - Os anestésicos locais variam muito na rapidez com que penetram nos tecidos, e isto afeta a taxa em que causam bloqueio nervoso quando neles injetados, a taxa de início de ação e recuperação da anestesia. Também afeta sua utilidade como anestésicos de superfície para aplicação a mucosas. a) Anestesia superficial ● Lidocaína, tetracaína, benzocaína. ● Locais = Olho, nariz, boca, árvore brônquica (procedimentos diagnósticos em pacientes acordados) ● Observações e efeitos adversos = risco de toxicidade sistêmica quando usada em áreas extensas e em concentrações elevadas. b) Anestesia infiltrativa ● Injeção direta para alcançar os ramos terminais nervosos; ● Cirurgias menores (comumente em associação com adrenalina – não em dedos da mão ou do pé – lesão isquêmica). ● A maioria dos anestésicos locais. ● Observações e efeitos adversos = ➔ Frequentemente adiciona-se epinefrina (adrenalina) e felipressina como vasoconstritores (não em dedos da mão ou dos pés, pelo risco de lesão isquêmica dos tecidos). ➔ Apropriada somente para pequenas áreas, caso contrário há risco de toxicidade sistêmica. c) Anestesia regional intravenosa ● Lidocaína e prilocaína. ● O anestésico local é injetado via intravenosa distalmente em relação ao manguito garroteando o fluxo sanguíneo, a anestesia mantém-se até que a circulação seja restaurada. ● Usada em cirurgia de membros. ● Observações e efeitos adversos = Risco de toxicidade sistêmica quando o manguito é desinsuflado prematuramente; o risco é pequeno se o manguito for mantido inflado por pelo menos 20 minutos. d) Anestesia por bloqueio nervoso ● A maioria dos anestésicos locais. ● O anestésico é injetado próximo a troncos nervosos para produzir a perda de sensibilidade periférica. ● Usada em cirurgia, odontologia, analgesia. ● Observações e efeitos adversos = ➔ É necessária menor quantidade de anestésico local do que a anestesia infiltrativa. ➔ A posição da agulha é importante. ➔ A instalação da anestesia pode ocorrer lentamente. ➔ A duração da anestesia pode ser aumentada por adição de um vasoconstritor. e) Anestesia epidural ● Lidocaína, bupivacaína, tetracaína e ropivacaína. ● O anestésico local é injetado no espaço epidural, bloqueando raízes espinais. ● Mais lento e necessita de maior quantidade de anestésico. f) Anestesia espinhal ● Lidocaína e bupivacaína. ● A agulha ultrapassa a dura mater, mas não atinge a medula (espaço subaracnóide). ● Utilizada principalmente em cirurgias das pernas, abdômen inferior (apendicite, útero, ovário, bexiga) e cesarianas.Ref��ê�c�a - Rang & Dale; 7ª ed.; 2012; Capítulo 40.
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