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Aula 03 - Interceptação telefônica (Lei 9296-96)

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Livro Eletrônico
Aula 03
Direito Processual Penal p/ PC-CE (Inspetor) Com videoaulas - 2019.2
Renan Araujo, Time Renan Araujo
	
	
	
	 	 	 1	
42	
	
	
INTERCEPTAÇÃO	DAS	COMUNICAÇÕES	TELEFÔNICAS	(LEI	9.296/96)	
	
1	 LEI	DE	INTERCEPTAÇÃO	DAS	COMUNICAÇÕES	TELEFÔNICAS	..................................	2	
1.1	 Finalidade	e	natureza	.............................................................................................................	2	
1.2	 Requisitos	...............................................................................................................................	5	
1.3	 Legitimados	a	requerer	a	medida	..........................................................................................	6	
1.4	 Prazo	e	prorrogação	...............................................................................................................	7	
1.5	 Condução	dos	procedimentos	................................................................................................	8	
1.6	 Inutilização	do	material	irrelevante	.......................................................................................	8	
1.7	 Degravação	e	perícia	..............................................................................................................	9	
1.8	 Tipo	penal	específico	..............................................................................................................	9	
2	 DISPOSITIVOS	LEGAIS	IMPORTANTES	.....................................................................	9	
3	 JURISPRUDÊNCIA	CORRELATA	.............................................................................	11	
4	 LISTA	DE	EXERCÍCIOS	...........................................................................................	12	
5	 EXERCÍCIOS	COMENTADOS	..................................................................................	22	
6	 GABARITO	...........................................................................................................	41	
	
	
Olá,	meus	amigos!		
Hoje	vamos	estudar	a	Lei	de	Interceptação	das	Comunicações	Telefônicas	(Lei	9.296/96).	
Trata-se	de	uma	lei	pequena,	com	poucos	artigos,	mas	que	possui	algumas	polêmicas	sobre	
as	quais	o	STF	e	o	STJ	já	se	manifestaram	e	que	podem	cair	na	prova!		
	
Bons	estudos!	
Prof.	Renan	Araujo	
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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	 	 	 2	
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1 LEI	DE	INTERCEPTAÇÃO	DAS	COMUNICAÇÕES	TELEFÔNICAS	
1.1 FINALIDADE	E	NATUREZA	
A	primeira	coisa	que	temos	que	ter	em	mente	quando	iniciamos	o	estudo	desta	lei	é	que	ela	
tem	por	finalidade	regulamentar	um	dispositivo	da	Constituição	Federal	que	é	um	dos	pilares	de	
um	Estado	verdadeiramente	Democrático	de	Direito:	O	direito	à	privacidade.	
Vejamos	o	que	diz	o	artigo	5º,	XII	da	CRFB/88:	
Art.	5º	(...)	
XII	-	é	inviolável	o	sigilo	da	correspondência	e	das	comunicações	telegráficas,	de	dados	e	das	comunicações	
telefônicas,	salvo,	no	último	caso,	por	ordem	judicial,	nas	hipóteses	e	na	forma	que	a	lei	estabelecer	para	fins	
de	investigação	criminal	ou	instrução	processual	penal;	(Vide	Lei	nº	9.296,	de	1996)	
	
Por	sua	vez,	o	art.	1º	da	Lei	9.296/96	estabelece	que:	
Art.	 1º	 A	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas,	 de	 qualquer	 natureza,	 para	 prova	 em	 investigação	
criminal	 e	 em	 instrução	 processual	 penal,	 observará	 o	 disposto	 nesta	 Lei	 e	 dependerá	 de	 ordem	 do	 juiz	
competente	da	ação	principal,	sob	segredo	de	justiça.	
Parágrafo	único.	O	disposto	nesta	 Lei	 aplica-se	à	 interceptação	do	 fluxo	de	 comunicações	em	sistemas	de	
informática	e	telemática.	
 
No	entanto,	o	que	seria	“interceptação	de	comunicações	telefônicas”?	Esse	termo	significa	
a	 captação	 de	 conversas	 realizadas	 por	 meio	 telefônico,	 entre	 TERCEIROS,	 e	 ocorre	 quando	
NENHUM	DOS	INTERLOCUTORES	TEM	CIÊNCIA	DA	GRAVAÇÃO	DA	CONVERSA.1	
	
Não	podemos	confundir	“interceptação	de	comunicações	telefônicas”	 com	escuta	telefônica	e	
gravação	telefônica.	A	primeira	é	medida	de	exceção,	mas	autorizada	em	alguns	casos.	As	duas	
últimas	seguem	regramentos	distintos.	
Quanto	 à	ESCUTA	 TELEFÔNICA,	 é	 a	modalidade	 na	 qual	 um	 dos	 interlocutores	 tem	 ciência	 da	
gravação,	 que	 é	 feita	 por	 TERCEIRA	 PESSOA.	 À	 semelhança	 da	 interceptação	 telefônica,	 só	 é	
admitida	mediante	autorização	judicial.	
																																																			
1	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Leis	Penais	e	Processuais	Penais	comentadas.	8.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Ed.	Forense,	2014,	p.	478/479	
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Já	a	GRAVAÇÃO	TELEFÔNICA	é	a	modalidade	na	qual	um	dos	interlocutores	realiza	a	gravação	da	
conversa,	 ou	 seja,	 não	 há	 a	 participação	 de	 terceiros.2	 É	 considerada	 prova	 LÍCITA	 (STJ:	 RHC	
19136/MG	2007,	Rel.	Min.	Félix	Fischer).	
	
	
Não	se	deve	confundir,	ainda,	interceptação	das	comunicações	telefônicas	com	quebra	de	sigilo	de	
dados	telefônicos.	A	interceptação	das	comunicações	telefônicas	tem	por	finalidade	obter	acesso	
ao	conteúdo	das	comunicações	telefônicas,	ao	teor	das	conversas.	
A	quebra	de	sigilo	de	dados	telefônicos	tem	por	finalidade,	apenas,	obter	informações	a	respeito	
das	referidas	chamadas	(duração	da	chamada,	terminal	de	partida	e	destino,	horário	da	ligação,	
etc.).	
⇒ Mas	 os	 requisitos	 para	 a	 quebra	 de	 sigilo	 de	 dados	 telefônicos	 são	 os	 mesmos	 da	
interceptação	telefônica?	Não,	pois	é	possível	que	seja	determinada	a	quebra	de	tal	sigilo	sempre	
que	 houver	 justa	 causa,	 ou	 seja,	 indicativos	 razoáveis	 de	 que	 os	 dados	 poderão	 auxiliar	 na	
investigação	 ou	 na	 instrução	 processual.	 Além	 disso,	 a	 Doutrina	 majoritária	 entende	 que	
Comissões	Parlamentares	de	Inquéritos,	o	próprio	MP	e	a	autoridade	policial	poderão	ter	acesso	
a	estes	dados	sem	necessidade	de	autorização	judicial,	já	que	estes	dados,	a	despeito	de	protegidos	
constitucionalmente,	 não	 possuem	 a	 mesma	 proteção	 conferida	 ao	 conteúdo	 das	 conversas	
telefônicas.	
	
Muito	 se	 questiona,	 ainda,	 a	 respeito	 das	 chamadas	 INTERCEPTAÇÕES	AMBIENTAIS	 (Que	
incluem	a	interceptação	ambiental	stricto	sensu,	a	gravação	ambiental	e	a	escuta	ambiental).	
Primeiramente,	temos	que	saber	o	que	é	uma	“comunicação	ambiental”.	Uma	comunicação	
ambiental	é	aquela	realizada	pessoalmente,	e	não	através	de	qualquer	aparelho	de	transmissão.		
Assim,	 uma	 gravação	 ambiental,	 por	 exemplo,	 seria	 uma	 gravação	 feita	 por	 um	 dos	
interlocutores	da	conversa,	sem	o	conhecimento	do	outro.	
Os	 Tribunais	 Superiores	 aplicam	 as	 mesmas	 regras	 da	 interceptação	 telefônica	 às	
interceptações	ambientais.	Vejamos:	
	
	
(...)	A	gravação	ambiental	meramente	clandestina,	realizada	por	um	dos	interlocutores,	não	se	confunde	com	
a	 interceptação,	objeto	 cláusula	 constitucional	de	 reserva	de	 jurisdição.	2.	 É	 lícita	a	prova	 consistente	em	
																																																			
2	Também	chamada	de	captação	direta.	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Leis	Penais	e	Processuais	Penais	comentadas.	Op.	cit.,	p.	
480	
	
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gravação	de	conversa	telefônica	realizada	por	um	dos	interlocutores,	sem	conhecimento	do	outro,	se	não	há	
causa	legal	específica	de	sigilo	nem	de	reserva	da	conversação.	Precedentes.	3.	Agravo	regimental	desprovido.	
(AI	 560223	 AgR,	 Relator(a):	 Min.	 JOAQUIM	 BARBOSA,	 Segunda	 Turma,	 julgado	 em	 12/04/2011,	 DJe-079	
DIVULG	28-04-2011	PUBLIC	29-04-2011	EMENT	VOL-02511-01	PP-00097	LEXSTF	v.	33,	n.	388,	2011,	p.	35-40)	
	
	
CUIDADO:	 O	 STF	 já	 decidiu	 (HC	 81154/SP)	 que	 interceptações	 telefônicas	 realizadas	
antes	da	vigência	da	Lei	são	PROVAS	ILÍCITAS,	e	geram	a	nulidade	do	processo,se	foram	
a	única	prova	sobre	a	qual	se	fundamentou	a	sentença	condenatória.	
	
É	bom	lembrar	que	a	interceptação	de	comunicação	telefônica	é	medida	excepcional,	por	
representar	enorme	invasão	na	esfera	de	privacidade	das	pessoas,	de	forma	que	todo	processo	em	
que	haja	 esse	 tipo	de	prova	deverá	 tramitar	 em	SEGREDO	DE	 JUSTIÇA.	Os	 Tribunais,	 contudo,	
entendem	 que	 é	 possível	 a	 divulgação	 das	 conversas	 em	 alguns	 casos,	 notadamente	 quando	
houver	“justa	causa”	(Que	ninguém	sabe	precisar	exatamente	o	que	é).	
O	art.	1º	da	Lei	 fala,	ainda,	em	“Juiz	Competente”.	Juiz	competente	seria	aquele	que	teria	
atribuição	para,	em	tese,	processar	e	julgar	a	ação	penal	futura	ou	em	curso.	
Mas	e	se	 for	autorizada	por	 Juiz	 incompetente?	Neste	caso,	 teremos	uma	prova	 ilícita	e,	
portanto,	não	poderá	ser	utilizada	no	processo.	
	
	
CUIDADO	MASTER!	 O	 STF	 entende	 que	 se	 a	 incompetência	 do	 Juízo	 que	 decretou	 a	 medida	
somente	foi	reconhecida	em	razão	de	fatos	cujo	conhecimento	é	posterior	à	decisão	judicial,	aplica-
se	 a	 TEORIA	 DO	 JUÍZO	 APARENTE,	 ou	 seja,	 o	 Juízo	 que	 decretou	 a	 medida	 não	 era,	 de	 fato,	
competente,	mas	considerando-se	apenas	os	fatos	conhecidos	à	época	da	decisão,	ele	era	o	Juízo	
aparentemente	competente.3	
	
	
																																																			
3	 (...)	 7.	 Quanto	 à	 celeuma	 acerca	 da	 determinação	 da	 quebra	 de	 sigilo	 pelo	 Juízo	 Federal	 de	 Itaperuna/RJ,	 que	 foi	
posteriormente	 declarado	 incompetente	 em	 razão	 de	 ter	 sido	 identificada	 atuação	 de	 organização	 criminosa	 (art.	 1º	 da	
Resolução	Conjunta	n.	5/2006	do	TRF	da	2ª	Região),	há	de	se	aplicar	a	teoria	do	juízo	aparente	(STF,	HC	81.260/ES,	Tribunal	
Pleno,	rel.	Min.	Sepúlveda	Pertence,	DJ	de	19.4.2002).	8.	Ordem	denegada,	cassando	a	liminar	deferida.	
(HC	 110496,	 Relator(a):	 	Min.	 GILMAR	MENDES,	 Segunda	 Turma,	 julgado	 em	 09/04/2013,	 PROCESSO	 ELETRÔNICO	DJe-238	
DIVULG	03-12-2013	PUBLIC	04-12-2013)			
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1.2 REQUISITOS	
O	art.	2º	da	Lei	estabelece	algumas	restrições	à	autorização	de	interceptações	telefônicas.	
Vejamos:	
Art.	2°	Não	será	admitida	a	interceptação	de	comunicações	telefônicas	quando	ocorrer	qualquer	das	seguintes	
hipóteses:	
I	-	não	houver	indícios	razoáveis	da	autoria	ou	participação	em	infração	penal;	
II	-	a	prova	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis;	
III	-	o	fato	investigado	constituir	infração	penal	punida,	no	máximo,	com	pena	de	detenção.	
Parágrafo	 único.	 Em	 qualquer	 hipótese	 deve	 ser	 descrita	 com	 clareza	 a	 situação	 objeto	 da	 investigação,	
inclusive	 com	 a	 indicação	 e	 qualificação	 dos	 investigados,	 salvo	 impossibilidade	 manifesta,	 devidamente	
justificada.	
	
Assim,	 presente	 qualquer	 das	 situações	 acima	 narradas,	 não	 se	 poderá	 admitir	 a	
interceptação	telefônica.	A	contrario	sensu,	podemos	dizer	que	as	condições	para	a	autorização	de	
interceptações	telefônicas	são	as	seguintes	(CUMULATIVAS):	
⇒ Haver	indícios	razoáveis	de	autoria	ou	participação	em	infração	penal	
⇒ A	prova	não	puder	ser	feita	por	outros	meios	
⇒ O	fato	investigado	deve	ser	punido	com	pena	de	reclusão	
⇒ A	 situação	objeto	da	 investigação	deve	 ser	descrita	 com	clareza,	 com	a	qualificação	dos	
suspeitos,	SALVO	SE	ISSO	FOR	IMPOSSÍVEL	
	
Também	não	se	admite	a	chamada	“autorização	genérica”,	ou	“carta	branca”.	Assim,	não	é	
possível,	por	exemplo,	que	o	Judiciário	autorize	a	interceptação	telefônica	de	todos	os	moradores	
de	uma	favela,	pois	há	suspeitas	de	que	alguém	esteja	praticando	tráfico	de	entorpecentes.	Ora,	
essa	 autorização	 é	 genérica	 demais,	 não	 especifica	 exatamente	 qual	 é	 o	 fato,	 quem	 são	 os	
suspeitos,	etc.	
	
	
Embora	 as	 interceptações	 telefônicas	 só	 possam	 ser	 autorizadas	 nestes	 casos	 expressamente	
previstos,	o	STF	admite	que	a	prova	obtida	através	de	uma	interceptação	lícita	(que	obedeceu	
aos	 requisitos	 legais)	 possa	 ser	 utilizada	 como	 “prova	 emprestada”	 em	 outros	 processos	
criminais	ou	até	mesmo	procedimentos	administrativos	disciplinares	 instaurados	em	 face	dos	
mesmos	investigados	OU	DE	OUTROS.	Vejamos	a	seguinte	decisão	do	STF:	
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(...)	 1.	Não	é	 ilícita	 a	 prova	obtida	mediante	 interceptação	 telefônica	 autorizada	por	 Juízo	 competente.	O	
posterior	reconhecimento	da	incompetência	do	Juízo	que	deferiu	a	diligência	não	implica,	necessariamente,	
a	invalidação	da	prova	legalmente	produzida.	A	não	ser	que	“o	motivo	da	incompetência	declarada	[fosse]	
contemporâneo	da	decisão	judicial	de	que	se	cuida”	(HC	81.260,	da	relatoria	do	ministro	Sepúlveda	Pertence).	
2.	 Não	 há	 por	 que	 impedir	 que	 o	 resultado	 das	 diligências	 encetadas	 por	 autoridade	 judiciária	 até	 então	
competente	seja	utilizado	para	auxiliar	nas	apurações	que	se	destinam	a	cumprir	um	poder-dever	que	decola	
diretamente	da	Constituição	Federal	(incisos	XXXIX,	LIII	e	LIV	do	art.	5º,	inciso	I	do	art.	129	e	art.	144	da	CF).	
Isso,	é	claro,	com	as	ressalvas	da	jurisprudência	do	STF	quanto	aos	limites	da	chamada	prova	emprestada	3.	
Os	 elementos	 informativos	 de	 uma	 investigação	 criminal,	 ou	 as	 provas	 colhidas	 no	 bojo	 de	 instrução	
processual	penal,	desde	que	obtidos	mediante	interceptação	telefônica	devidamente	autorizada	por	Juízo	
competente,	 admitem	 compartilhamento	 para	 fins	 de	 instruir	 procedimento	 criminal	 ou	 mesmo	
procedimento	 administrativo	 disciplinar	 contra	 os	 investigados.	 Possibilidade	 jurisprudencial	 que	 foi	
ampliada,	na	Segunda	Questão	de	Ordem	no	Inquérito	2.424	(da	relatoria	do	ministro	Cezar	Peluso),	para	
também	autorizar	o	uso	dessas	mesmas	informações	contra	outros	agentes.	4.	Habeas	corpus	denegado.	
(HC	102293,	Relator(a):	Min.	AYRES	BRITTO,	Segunda	Turma,	julgado	em	24/05/2011,	ACÓRDÃO	ELETRÔNICO	
DJe-239	DIVULG	16-12-2011	PUBLIC	19-12-2011)	
	
1.3 LEGITIMADOS	A	REQUERER	A	MEDIDA	
Mas,	quem	pode	requerer	a	autorização	para	realização	de	interceptação	telefônica?	A	lei	
nos	diz,	em	seu	art.	3º:	
Art.	 3°	 A	 interceptação	 das	 comunicações	 telefônicas	 poderá	 ser	 determinada	 pelo	 juiz,	 de	 ofício	 ou	 a	
requerimento:	
I	-	da	autoridade	policial,	na	investigação	criminal;	
II	-	do	representante	do	Ministério	Público,	na	investigação	criminal	e	na	instrução	processual	penal.	
	
Assim,	temos	três	hipóteses:	
⇒ De	ofício,	pelo	Juiz	(Sem	pedido	de	ninguém)	
⇒ A	requerimento	da	autoridade	policial,	durante	a	investigação	criminal	
⇒ A	requerimento	do	MP,	durante	a	investigação	ou	durante	a	instrução	processual	
penal	
	
Mas,	 e	no	 caso	de	 crimes	de	ação	penal	privada?	 A	Doutrina	entende	que	a	vítima	 tem	
legitimidade	para	requerer	autorização	para	realização	de	interceptação	telefônica.	
O	 art.	 4º	 determina,	 ainda,	 que	 o	 pedido	 deverá	 cumprir	 determinadas	 formalidades	
(simples):	
Art.	4°	O	pedido	de	interceptação	de	comunicação	telefônica	conterá	a	demonstração	de	que	a	sua	realização	
é	necessária	à	apuração	de	infração	penal,	com	indicação	dos	meios	a	serem	empregados.	
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	 	 	 7	
42	
§	1°	Excepcionalmente,	o	juiz	poderá	admitir	que	o	pedido	seja	formulado	verbalmente,	desde	que	estejam	
presentes	os	pressupostos	que	autorizem	a	interceptação,	caso	em	que	a	concessão	será	condicionada	à	sua	
redução	a	termo.	
§	2°	O	juiz,	no	prazo	máximo	de	vinte	e	quatro	horas,	decidirá	sobre	o	pedido.	
	
1.4 PRAZO	E	PRORROGAÇÃO	
O	art.	5º,	por	sua	vez,	estabelece	que	a	decisão	(que	deferir	ou	indeferir	o	pedido)	deverá	ser	
fundamentada	(em	respeito	ao	art.	93,	IX	da	Constituição	Federal):Art.	 5°	 A	 decisão	 será	 fundamentada,	 sob	 pena	 de	 nulidade,	 indicando	 também	 a	 forma	 de	 execução	 da	
diligência,	que	não	poderá	exceder	o	prazo	de	quinze	dias,	renovável	por	igual	tempo	uma	vez	comprovada	a	
indispensabilidade	do	meio	de	prova.	
	
A	 parte	 final	 do	 artigo	 trouxe	 muitas	 polêmicas.	 Poderia	 ou	 não	 a	 interceptação	 ser	
renovada	mais	de	uma	vez?	A	redação	legal	é	clara	ao	dizer	apenas	uma	vez.	No	entanto,	o	STF	
firmou	entendimento	no	sentido	contrário,	adotando	a	tese	de	que	é	possível	a	renovação	por	
sucessivas	vezes,	desde	que	isso	se	mostre	indispensável	às	investigações.	Vejamos:	
	
(...)	 2.	 A	 renovação	 da	 medida	 ou	 a	 prorrogação	 do	 prazo	 das	 interceptações	 telefônicas	 pressupõem	 a	
complexidade	dos	fatos	sob	investigação	e	o	número	de	pessoas	envolvidas,	por	isso	que	nesses	casos	maior	
é	a	necessidade	da	quebra	do	sigilo	telefônico,	com	vista	à	apuração	da	verdade	que	interessa	ao	processo	
penal,	sendo,	a	fortiori,	“lícita	a	prorrogação	do	prazo	legal	de	autorização	para	interceptação	telefônica,	ainda	
que	de	modo	sucessivo,	quando	o	fato	seja	complexo	e	exija	investigação	diferenciada	e	contínua”	(Inq.	Nº	
2424/RJ,	relator	Ministro	Cezar	Peluso,	Dje	de	25.03.2010).	3(...)	
(HC	106225,	Relator(a):	Min.	MARCO	AURÉLIO,	Relator(a)	p/	Acórdão:	Min.	LUIZ	FUX,	Primeira	Turma,	julgado	
em	07/02/2012,	PROCESSO	ELETRÔNICO	DJe-059	DIVULG	21-03-2012	PUBLIC	22-03-2012)	
	
	
Vejam	que	o	STF,	portanto,	contraria	o	que	está	expressamente	previsto	na	Lei.	
	
CUIDADO!	O	 termo	 inicial	 para	 contagem	 do	 prazo	 de	 15	 dias	 é	 a	 data	 em	 que	 se	 efetiva	 a	
diligência,	e	não	a	data	da	decisão	judicial:	STJ,	HC	135771:		
“(...)	2.	Em	relação	às	interceptações	telefônicas,	o	prazo	de	15	(quinze)	dias,	previsto	na	Lei	nº	9.296⁄96,	é	
contado	a	partir	da	efetivação	da	medida	constritiva,	ou	seja,	do	dia	em	que	se	iniciou	a	escuta	telefônica	e	
não	da	data	da	decisão	judicial.	(...)”	
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1.5 CONDUÇÃO	DOS	PROCEDIMENTOS	
Quem	 conduz	 o	 procedimento	 para	 a	 realização	 da	 interceptação	 é	 a	 autoridade	 policial,	
dando	ciência	de	tudo	ao	MP,	nos	termos	do	art.	6º:	
Art.	6°	Deferido	o	pedido,	a	autoridade	policial	conduzirá	os	procedimentos	de	interceptação,	dando	ciência	
ao	Ministério	Público,	que	poderá	acompanhar	a	sua	realização.	
Art.	7°	Para	os	procedimentos	de	interceptação	de	que	trata	esta	Lei,	a	autoridade	policial	poderá	requisitar	
serviços	e	técnicos	especializados	às	concessionárias	de	serviço	público.	
	
Após	 a	 realização	 dos	 trabalhos,	 a	 autoridade	 policial	 encaminhará	 o	 resultado	 ao	 Juiz,	
acompanhado	de	 resumo	das	operações	 realizadas.	Neste	momento	o	 Juiz	determinará	que	os	
documentos	 relativos	 à	 interceptação	 sejam	 autuados	 em	 apartado,	 apensados	 aos	 autos	
principais,	tramitando	em	segredo	de	justiça.	Após,	dará	ciência	ao	MP:	
§	 2°	 Cumprida	 a	 diligência,	 a	 autoridade	 policial	 encaminhará	 o	 resultado	 da	 interceptação	 ao	 juiz,	
acompanhado	de	auto	circunstanciado,	que	deverá	conter	o	resumo	das	operações	realizadas.	
§	3°	Recebidos	esses	elementos,	o	juiz	determinará	a	providência	do	art.	8°	,	ciente	o	Ministério	Público.	
(...)	
Art.	 8°	 A	 interceptação	 de	 comunicação	 telefônica,	 de	 qualquer	 natureza,	 ocorrerá	 em	 autos	 apartados,	
apensados	aos	autos	do	 inquérito	policial	 ou	do	processo	 criminal,	 preservando-se	o	 sigilo	das	diligências,	
gravações	e	transcrições	respectivas.	
	
1.6 INUTILIZAÇÃO	DO	MATERIAL	IRRELEVANTE	
É	claro	que	durante	este	procedimento	muitas	das	gravações	obtidas	serão	completamente	
inúteis	 às	 investigações,	motivo	pelo	qual	 deverão	 ser	descartadas,	mediante	 requerimento	da	
parte	interessada	ou	do	MP,	naquilo	que	se	chama	de	“incidente	de	inutilização”:	
Art.	 9°	A	 gravação	que	 não	 interessar	 à	 prova	 será	 inutilizada	por	 decisão	 judicial,	 durante	 o	 inquérito,	 a	
instrução	processual	ou	após	esta,	em	virtude	de	requerimento	do	Ministério	Público	ou	da	parte	interessada.	
Parágrafo	único.	O	incidente	de	inutilização	será	assistido	pelo	Ministério	Público,	sendo	facultada	a	presença	
do	acusado	ou	de	seu	representante	legal.	
	
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1.7 DEGRAVAÇÃO	E	PERÍCIA	
Até	mesmo	em	razão	da	existência	de	muito	material	 irrelevante	para	as	 investigações,	os	
Tribunais	Superiores	 firmaram	entendimento	no	sentido	de	que	não	é	necessária	a	 transcrição	
(degravação)	 de	 todo	 o	 conteúdo	 interceptado,	 mas	 apenas	 daquelas	 partes	 que	 sejam	
importantes	à	investigação.4	
Embora	não	seja	necessária	a	transcrição	integral	do	áudio	captado,	é	necessário	que	seja	
disponibilizado	à	defesa	o	conteúdo	integral	do	áudio	(através	de	CDs,	etc.).5	
Mas,	professor,	me	surgiu	uma	dúvida:	é	necessária	a	realização	de	perícia	para	analisar	se	
o	material	(conversas)	é	verdadeiro	ou	montagem?	Em	regra,	não,	mas	nada	impede	que	alguém,	
desconfiando	da	veracidade	da	prova,	requeira	a	realização	de	perícia.	Este	é	o	entendimento	do	
STJ.6	
	
1.8 TIPO	PENAL	ESPECÍFICO	
A	Lei,	lá	no	final,	ainda	nos	traz	um	tipo	penal,	que	é	o	de	realizar	interceptação	telefônica,	
de	 informática	ou	telemática,	ou	quebrar	segredo	de	 Justiça,	SEM	AUTORIZAÇÃO	JUDICIAL	OU	
COM	OBJETIVOS	NÃO	AUTORIZADOS	EM	LEI:	
Art.	10.	Constitui	crime	realizar	interceptação	de	comunicações	telefônicas,	de	informática	ou	telemática,	ou	
quebrar	segredo	da	Justiça,	sem	autorização	judicial	ou	com	objetivos	não	autorizados	em	lei.	
Pena:	reclusão,	de	dois	a	quatro	anos,	e	multa.	
	
Vejam	que	 a	 parte	 grifada	 é	 o	 que	 se	 chama	de	 elemento	 normativo	 do	 tipo	 penal,	 pois	
estabelece	uma	situação	que,	se	presente,	torna	a	conduta	prevista	anteriormente	em	legal.	Assim,	
se	há	autorização	judicial,	a	quebra	de	segredo	de	Justiça,	por	exemplo,	será	um	indiferente	penal.	
Esse	crime	é	de	AÇÃO	PENAL	PÚBLICA	INCONDICIONADA,	vez	que	a	lei	nada	fala	a	respeito	
do	tipo	de	ação	penal.	
	
2 DISPOSITIVOS	LEGAIS	IMPORTANTES	
	
																																																			
4	(HC	245.108/SP,	Rel.	Ministra	MARIA	THEREZA	DE	ASSIS	MOURA,	SEXTA	TURMA,	julgado	em	22/04/2014,	DJe	02/05/2014)	
5	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Leis	Penais	e	Processuais	Penais	comentadas.	Op.	cit.,	p.	491	
6	(HC	245.108/SP,	Rel.	Ministra	MARIA	THEREZA	DE	ASSIS	MOURA,	SEXTA	TURMA,	julgado	em	22/04/2014,	DJe	02/05/2014)	
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LEI	9.296/96	
Ä	Arts.	1º	a	10	do	CPP	–	Regulamentam	a	interceptação	das	comunicações	telefônicas:	
Art.	 1º	 A	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas,	 de	 qualquer	 natureza,	 para	 prova	 em	 investigação	
criminal	 e	 em	 instrução	 processual	 penal,	 observará	 o	 disposto	 nesta	 Lei	 e	 dependerá	 de	 ordem	 do	 juiz	
competente	da	ação	principal,	sob	segredo	de	justiça.	
Parágrafo	único.	O	disposto	nesta	 Lei	 aplica-se	à	 interceptação	do	 fluxo	de	 comunicações	em	sistemas	de	
informática	e	telemática.	
Art.	 2°	 Não	 será	 admitida	 a	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas	 quando	 ocorrer	 qualquer	 das	
seguintes	hipóteses:	
I	-	não	houver	indícios	razoáveis	da	autoria	ou	participação	em	infração	penal;	
II	-	a	prova	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis;	
III	-	o	fato	investigado	constituir	infração	penal	punida,	no	máximo,	com	pena	de	detenção.	
Parágrafo	 único.	 Em	 qualquer	 hipótese	 deve	 ser	 descrita	 com	 clareza	 a	 situação	 objeto	 da	 investigação,	
inclusive	 com	 a	 indicação	 e	 qualificação	 dos	 investigados,	 salvo	 impossibilidade	 manifesta,	 devidamente	
justificada.	
Art.	 3°	 A	 interceptação	 das	 comunicaçõestelefônicas	 poderá	 ser	 determinada	 pelo	 juiz,	 de	 ofício	 ou	 a	
requerimento:	
I	-	da	autoridade	policial,	na	investigação	criminal;	
II	-	do	representante	do	Ministério	Público,	na	investigação	criminal	e	na	instrução	processual	penal.	
Art.	4°	O	pedido	de	interceptação	de	comunicação	telefônica	conterá	a	demonstração	de	que	a	sua	realização	
é	necessária	à	apuração	de	infração	penal,	com	indicação	dos	meios	a	serem	empregados.	
§	1°	Excepcionalmente,	o	juiz	poderá	admitir	que	o	pedido	seja	formulado	verbalmente,	desde	que	estejam	
presentes	os	pressupostos	que	autorizem	a	interceptação,	caso	em	que	a	concessão	será	condicionada	à	sua	
redução	a	termo.	
§	2°	O	juiz,	no	prazo	máximo	de	vinte	e	quatro	horas,	decidirá	sobre	o	pedido.	
Art.	 5°	 A	 decisão	 será	 fundamentada,	 sob	 pena	 de	 nulidade,	 indicando	 também	 a	 forma	 de	 execução	 da	
diligência,	que	não	poderá	exceder	o	prazo	de	quinze	dias,	renovável	por	igual	tempo	uma	vez	comprovada	
a	indispensabilidade	do	meio	de	prova.	
Art.	6°	Deferido	o	pedido,	a	autoridade	policial	conduzirá	os	procedimentos	de	interceptação,	dando	ciência	
ao	Ministério	Público,	que	poderá	acompanhar	a	sua	realização.	
§	1°	No	caso	de	a	diligência	possibilitar	a	gravação	da	comunicação	 interceptada,	será	determinada	a	sua	
transcrição.	
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§	 2°	 Cumprida	 a	 diligência,	 a	 autoridade	 policial	 encaminhará	 o	 resultado	 da	 interceptação	 ao	 juiz,	
acompanhado	de	auto	circunstanciado,	que	deverá	conter	o	resumo	das	operações	realizadas.	
§	3°	Recebidos	esses	elementos,	o	juiz	determinará	a	providência	do	art.	8°	,	ciente	o	Ministério	Público.	
Art.	7°	Para	os	procedimentos	de	interceptação	de	que	trata	esta	Lei,	a	autoridade	policial	poderá	requisitar	
serviços	e	técnicos	especializados	às	concessionárias	de	serviço	público.	
Art.	 8°	 A	 interceptação	 de	 comunicação	 telefônica,	 de	 qualquer	 natureza,	 ocorrerá	 em	 autos	 apartados,	
apensados	aos	autos	do	 inquérito	policial	 ou	do	processo	 criminal,	 preservando-se	o	 sigilo	das	diligências,	
gravações	e	transcrições	respectivas.	
Parágrafo	único.	A	apensação	somente	poderá	ser	realizada	imediatamente	antes	do	relatório	da	autoridade,	
quando	se	tratar	de	inquérito	policial	(Código	de	Processo	Penal,	art.10,	§	1°)	ou	na	conclusão	do	processo	ao	
juiz	para	o	despacho	decorrente	do	disposto	nos	arts.	407,	502	ou	538	do	Código	de	Processo	Penal.	
Art.	 9°	A	 gravação	que	 não	 interessar	 à	 prova	 será	 inutilizada	por	 decisão	 judicial,	 durante	 o	 inquérito,	 a	
instrução	processual	ou	após	esta,	em	virtude	de	requerimento	do	Ministério	Público	ou	da	parte	interessada.	
Parágrafo	único.	O	incidente	de	inutilização	será	assistido	pelo	Ministério	Público,	sendo	facultada	a	presença	
do	acusado	ou	de	seu	representante	legal.	
Art.	10.	Constitui	crime	realizar	interceptação	de	comunicações	telefônicas,	de	informática	ou	telemática,	ou	
quebrar	segredo	da	Justiça,	sem	autorização	judicial	ou	com	objetivos	não	autorizados	em	lei.	
Pena:	reclusão,	de	dois	a	quatro	anos,	e	multa.	
	
3 JURISPRUDÊNCIA	CORRELATA	
	
Ä	STJ	 -	HC	161.053/SP:	O	 STJ	 entendeu	que	a	posterior	 autorização	de	um	dos	 locutores	não	
convalida	a	interceptação	realizada	ilegalmente:	
“(...)	1.	A	interceptação	telefônica	é	a	captação	de	conversa	feita	por	um	terceiro,	sem	o	conhecimento	dos	
interlocutores,	que	depende	de	ordem	judicial,	nos	termos	do	inciso	XII	do	artigo	5º	da	Constituição	Federal.	
2.	A	escuta	é	a	captação	de	conversa	telefônica	feita	por	um	terceiro,	com	o	conhecimento	de	apenas	um	dos	
interlocutores,	 ao	 passo	 que	 a	 gravação	 telefônica	 é	 feita	 por	 um	 dos	 interlocutores	 do	 diálogo,	 sem	 o	
consentimento	ou	a	ciência	do	outro.	
3.	Na	hipótese,	embora	as	gravações	tenham	sido	implementadas	pelo	esposo	da	cliente	do	paciente	com	a	
intenção	de	provar	a	sua	inocência,	é	certo	que	não	obteve	a	indispensável	prévia	autorização	judicial,	razão	
pela	qual	se	tem	como	configurada	a	interceptação	de	comunicação	telefônica	ilegal.	
4.	O	fato	da	esposa	do	autor	das	interceptações	-	que	era	uma	interlocutora	dos	diálogos	gravados	de	forma	
clandestina	-	ter	consentido	posteriormente	com	a	divulgação	dos	seus	conteúdos	não	tem	o	condão	de	
legitimar	o	ato,	pois	no	momento	da	gravação	não	tinha	ciência	do	artifício	que	foi	implementado	pelo	seu	
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marido,	 não	 se	 podendo	 afirmar,	 portanto,	 que,	 caso	 soubesse,	 manteria	 tais	 conversas	 com	 o	 seu	
advogado	pelo	telefone	interceptado.	
(...)	
(HC	161.053/SP,	Rel.	Ministro	JORGE	MUSSI,	QUINTA	TURMA,	julgado	em	27/11/2012,	DJe	03/12/2012)	
	
Ä	STJ	-	EDcl	no	MS	13.099/DF	-	Se	a	decisão	que	determinou	a	interceptação	foi	 legal,	a	prova	
produzida	na	diligência	pode	ser	utilizada	para	instruir	PAD,	ainda	que	em	relação	a	fatos	diversos	
ou	outras	pessoas.	Esse	foi	o	entendimento	firmado	pelo	STF	(Inq.	2424)	e	pelo	STJ:		
“(...)	3.	É	de	ser	reconhecida	a	legalidade	da	utilização	da	interceptação	telefônica	produzida	na	ação	penal	
nos	 autos	 do	 processo	 administrativo	 disciplinar,	 ainda	 que	 instaurado	 (a)	 para	 apuração	 de	 ilícitos	
administrativos	diversos	dos	delitos	objeto	do	processo	criminal;	e	(b)	contra	a	mesma	ou	as	mesmas	pessoas	
em	relação	às	quais	a	prova	foi	colhida,	ou	contra	outros	servidores	cujo	suposto	ilícito	tenha	vindo	à	tona	em	
face	da	interceptação	telefônica.	
4.	Embargos	de	declaração	rejeitados.”	
(EDcl	 no	 MS	 13.099/DF,	 Rel.	 Ministra	 LAURITA	 VAZ,	 TERCEIRA	 SEÇÃO,	 julgado	 em	 25/04/2012,	 DJe	
09/05/2012)	
	
Ä	STF	-	HC	96156-	O	STF	decidiu	que	se	houve	criação	interna	de	terminal	para	efetuar	desvios	de	
chamada	 (desvio	 duplo),	 esse	 terminal	 criado,	 ainda	 que	 não	 expressamente	 abrangido	 pela	
decisão,	é	alcançado	pela	interceptação	telefônica:	
“(...)	O	 terminal	 telefônico	criado	 internamente	por	operadora	de	 telefonia,	com	o	simples	 fim	de	efetuar	
desvio	de	chamadas	de	um	terminal	objeto	de	 interceptação	 judicial,	é	alcançado	pela	medida	constritiva	
incidente	sobre	este	último.	Ordem	denegada.	(HC	96156,	STF)	
	
Ä	STJ	-	HC	43.234/SP	–	O	STJ	decidiu	que	é	possível	realizar	interceptação	telefônica	mesmo	antes	
da	instauração	do	IP:	
“(...)	 I.	 A	 interceptação	 telefônica	 para	 fins	 de	 investigação	 criminal	 pode	 se	 efetivar	 antes	 mesmo	 da	
instauração	do	inquérito	policial,	pois	nada	impede	que	as	investigações	precedam	esse	procedimento.	“A	
providência	 pode	 ser	 determinada	 para	 a	 investigação	 criminal	 (até	 antes,	 portanto,	 de	 formalmente	
instaurado	o	inquérito)	e	para	a	instrução	criminal,	depois	de	instaurada	a	ação	penal.”	(...)	
(HC	43.234/SP,	Rel.	Ministro	GILSON	DIPP,	QUINTA	TURMA,	julgado	em	03/11/2005,	DJ	21/11/2005,	p.	265)	
	
4 LISTA	DE	EXERCÍCIOS	
	
01. (VUNESP	–	2018	–	PC-BA	-	ESCRIVÃO)	
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A	interceptação	telefônica	(prevista	na	Lei	no	9.296/96)	será	considerada	ilegal	quando	
(A)	determinada	de	ofício	pela	Autoridade	Judiciária.	
(B)	o	fato	investigado	for	punido	com	pena	de	reclusão	de	até	dois	anos.	
(C)	 para	 executá-la,	 a	 Autoridade	 Policial	 requisitar	 serviços	 e	 técnicos	 especializados	 às	
concessionárias	de	serviço	público.	
(D)	a	interceptação	de	comunicação	telefônica	ocorrer	em	autos	apartados.	
(E)	a	prova	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
	
02. (VUNESP	–	2013	–	TJ-RJ	–	JUIZ)	
Relativamente	 à	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas,	 assinale	 a	 alternativa	 correta	 de	
acordo	com	a	Lei	n.º	9.296/96.	
a)	Não	poderá	exceder	o	prazo	de	cinco	dias,	renovável	por	igual	tempouma	vez	comprovada	a	
indispensabilidade	do	meio	de	prova.	
b)	A	autoridade	policial,	na	investigação	criminal,	poderá	verbalmente	solicitar	sua	realização	ao	
juiz.	
c)	O	juiz	não	poderá	determinar	de	ofício	sua	realização.	
d)	 Poderá	 ser	 realizada	 durante	 a	 investigação	 criminal	 e	 em	 instrução	 processual	 penal	 de	
qualquer	crime,	mas	nunca	de	contravenções.	
	
03. (VUNESP	–	2014	–	TJ-PA	–	JUIZ)	
No	que	concerne	à	interceptação	telefônica,	regulada	pela	Lei	n.º	9.296/96,	
a)	 é	 admitida	 para	 investigação	 de	 infrações	 penais	 punidas	 com	 reclusão	 ou	 detenção,	 sendo	
vedada	para	aquelas	que	admitem	apenas	prisão	simples	e	multa.	
b)	a	representação	pela	sua	decretação	deve	ser	feita	por	escrito,	não	se	admitindo	a	forma	oral.	
c)	 os	 trechos	 de	 conversas	 interceptadas	 que	 não	 interessarem	 à	 prova	 do	 crime	 deverão	 ser	
imediatamente	destruídas	pela	autoridade	policial	
d)	 não	 pode	 ser	 prorrogada	 por	 mais	 de	 um	 período	 de	 15	 (quinze)	 dias,	 de	 acordo	 com	
jurisprudência	atual	e	dominante	dos	tribunais	superiores.	
e)	só	será	admitida	se	a	prova	não	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
	
04. (FGV	-	2015	-	OAB	-	XVIII	EXAME	DE	ORDEM)	
Determinada	autoridade	policial	recebeu	informações	de	vizinhos	de	Lucas	dando	conta	de	que	ele	
possuía	arma	de	fogo	calibre	.38	em	sua	casa,	razão	pela	qual	resolveu	indiciá-	lo	pela	prática	de	
crime	de	posse	de	arma	de	fogo	de	uso	permitido,	infração	de	médio	potencial	ofensivo,	punida	
com	pena	de	detenção	de	01	a	03	anos	e	multa.	No	curso	das	investigações,	requereu	ao	Judiciário	
interceptação	telefônica	da	linha	do	aparelho	celular	de	Lucas	para	melhor	investigar	a	prática	do	
crime	mencionado,	tendo	sido	o	pedido	deferido.	
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De	acordo	com	a	situação	narrada,	a	prova	oriunda	da	interceptação	deve	ser	considerada	
A)	ilícita,	pois	somente	o	Ministério	Público	tem	legitimidade	para	representar	pela	medida.	
B)	válida,	desde	que	tenha	sido	deferida	por	ordem	do	juiz	competente	para	ação	principal.	
C)	ilícita,	pois	o	crime	investigado	é	punido	com	detenção.	
D)	 ilícita,	 assim	 como	 as	 dela	 derivadas,	 ainda	 que	 estas	 pudessem	 ser	 obtidas	 por	 fonte	
independente	da	primeira.	
	
05. (FGV	-	2015	-	TJ-BA	-	ANALISTA	JUDICIÁRIO	-	DIREITO)	
Durante	a	 instrução	de	 caso	penal	 versando	 sobre	 crime	doloso	 contra	a	 vida,	em	desfavor	de	
Bruno,	além	da	prova	oral	e	pericial,	foram	juntados	aos	autos,	por	meio	de	compartilhamento	de	
provas	judicialmente	autorizado,	áudios	e	transcrições	de	interceptação	telefônica	implementada	
em	processo	distinto,	que	investigava	tráfico	de	drogas,	e	que	indiciavam	a	conduta	criminosa	do	
réu.	 A	 decisão	 interlocutória	 de	 pronúncia	 foi	 fundamentada	 nos	 indícios	 oriundos	 dessa	
interceptação	telefônica,	deferida	por	 Juiz	de	Direito	diverso	daquele	competente	para	o	crime	
doloso	contra	a	vida.	Nessa	situação,	a	decisão	de	pronúncia:	
(A)	deve	ser	anulada	por	usar	elementos	de	prova	coligidos	fora	da	instrução	processual	própria;	
(B)	 pode	 ser	 fundamentada	 em	 indícios	 de	 autoria	 surgidos,	 de	 forma	 fortuita,	 durante	 a	
investigação	de	outros	crimes;	
(C)	deve	ser	anulada	pela	violação	do	princípio	da	imediação	processual	penal;	
(D)	pode	ser	fundamentada	em	indícios	de	autoria	surgidos	durante	investigação	de	outros	crimes,	
se	corroborada	pela	prova	plena	do	processo	principal;	
(E)	deve	ser	anulada	pela	violação	do	princípio	da	identidade	física	do	juiz	na	colheita	da	prova	da	
interceptação.	
	
06. (FGV	-	2013	-	TJ-AM	–	JUIZ)	
A	interceptação	de	comunicações	telefônicas	observará	o	disposto	na	Lei	n.	9.296/96.	
A	esse	respeito,	assinale	a	afirmativa	incorreta.	
a)	 A	 interceptação	 dependerá	 de	 ordem	 do	 Juiz	 competente	 da	 ação	 principal,	 podendo	 ser	
determinada	de	ofício,	ou	a	requerimento	da	autoridade	policial	ou	do	representante	do	Ministério	
Público	
b)	A	interceptação	deve	concretizar-se	em	segredo	de	justiça,	podendo	ser	determinada	durante	
as	investigações	ou	durante	o	processo	penal.	
c)	Não	será	permitida	a	interceptação	para	se	apurar	crime	apenado	com	detenção.	
d)	Quando	for	possível	ser	a	prova	feita	por	outros	meios	disponíveis,	a	interceptação	não	pode	ser	
deferida	
e)	Segundo	a	 jurisprudência	majoritária	dos	Tribunais	Superiores,	o	prazo	da	 interceptação	não	
poderá	exceder	de	15	dias,	sendo	permitida	uma	única	renovação	por	igual	prazo.	
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07. (FGV	–	2014	–	DPE-RJ	–	TÉCNICO	SUPERIOR	JURÍDICO)	
Após	demonstrar	a	inviabilidade	de	outros	meios	de	prova	em	investigação	criminal	sobre	tráfico	
de	drogas,	Delegado	de	Polícia	Civil	obteve,	com	parecer	positivo	do	Ministério	Público,	no	período	
compreendido	entre	outubro	e	dezembro	de	2013,	o	deferimento	e	a	prorrogação	sucessiva	de	
interceptações	telefônicas	contra	desviante	conhecido	como	“Fabio	Aspira”,	decorrente	de	juízo	
positivo	 do	 Magistrado	 competente.	 No	 curso	 da	 investigação,	 foram	 captados	 diálogos	
incriminadores	de	um	terceiro	agente,	 identificado	como	“Paulão	B.	Vulcão”,	em	conversa	com	
“Fabio	Aspira”,	sem	que	seu	terminal	telefônico	fosse	interceptado.	Posteriormente,	em	atividade	
de	 jornalismo	 investigativo,	 determinado	 repórter	 consegue	 gravar	 conversa	 com	 “Paulão	 B.	
Vulcão”,	na	qual	este	admite	ser	o	líder	da	facção	criminosa	“Movimento	Estratégico	Independente	
de	 Entorpecentes	 Rústicos”,	 o	 que	 é	 posteriormente	 usado	 na	 persecução	 penal	 contra	 os	
desviantes.	Por	fim,	quando	finalizada	a	investigação,	constata-se	que	“Fabio	Aspira”	ocupa	cargo,	
por	 aprovação	 em	 concurso	público,	 de	Guarda	Municipal,	 há	 seis	 anos.	 A	 prova	 angariada	no	
Inquérito	 Policial,	 incluindo	 a	 interceptação	 telefônica,	 é,	 posteriormente,	 utilizada	 pela	
Administração	Pública	Municipal,	em	Procedimento	Administrativo	Disciplinar	(PAD).	
À	luz	da	hipótese	formulada	e	dos	conceitos	e	limites	legais,	é	correto	afirmar	que:	
a)	dados	obtidos	em	interceptação	telefônica,	 judicialmente	autorizada	para	produção	de	prova	
em	investigação	criminal,	podem	ser	usados	em	Procedimento	Administrativo	Disciplinar,	contra	a	
mesma	ou	as	mesmas	pessoas	em	relação	às	quais	foram	colhidos,	ou	contra	outros	servidores	
cujos	supostos	ilícitos	teriam	despontado	à	colheita	dessa	prova.	
b)	o	 terminal	 telefônico	criado	 internamente	por	operadora	de	telefonia,	com	o	 fim	de	efetuar	
desvio	de	chamadas	de	um	terminal	objeto	de	interceptação	judicial	(chamado	de	“desvio	duplo”),	
não	 é	 alcançado	 pela	 medida	 constritiva	 incidente	 sobre	 este	 último,	 contaminando	 a	 prova	
produzida.	
c)	a	interceptação	realizada	na	linha	telefônica	do	corréu	“Fabio	Aspira”,	que	captou	diálogo	com	
“Paulão	B.	Vulcão”,	mediante	autorização	judicial,	constitui	prova	ilícita	em	relação	a	este	último,	
não	podendo	ser	utilizada	para	subsidiar	ação	penal,	pois	dependeria	de	ordem	judicial	específica.	
d)	não	é	lícita	a	prorrogação	do	prazo	legal	de	autorização	para	interceptação	telefônica,	ainda	que	
de	modo	sucessivo	(períodos	sucessivos	de	quinze	dias),	mesmo	quando	o	fato	seja	complexo	e,	
como	tal,	exija	investigação	diferenciada	e	contínua.	
e)	para	ser	utilizada	como	prova	judicial	válida,	a	gravação	de	conversa	presencial	entre	uma	pessoa	
e	seu	interlocutor	depende	de	autorização	judicial	prévia,	enquadrando-se	nas	mesmas	regras	da	
interceptação	telefônica.	
	
08. (FCC	–	2008	–	MPE-PE	–	PROMOTOR	DE	JUSTIÇA)	
A	interceptação	telefônica,	nos	termos	da	lei,	será	admitida	
a)	mesmo	que	a	prova	possa	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
b)	quando	houver	indícios	razoáveis	de	autoria	ou	participação	em	infração	penal.	
c)	em	infração	penal	punida	com	qualquer	tipo	de	pena.	
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d)	a	pedido	de	qualquer	pessoa	que	tenha	interesse	no	fato	a	ser	investigado.	
e)	pelo	prazo	máximo	de	trinta	dias,	prorrogável	por	mais	trinta.	
	
09. (CESPE	–	2017	–	TRF1	–	ANALISTA	JUDICIÁRIO	–	ÁREA	JUDICIÁRIA)	
Com	 relação	 às	 questões	 e	 aos	 processos	 incidentes,	 à	 interceptação	 telefônica	 e	 à	 prisão	
temporária,	julgue	o	item	subsequente.	
A	interceptação	de	comunicações	telefônicas	é	admitida	quando	há	indícios	razoáveis	de	autoria	
ou	 participação	 em	 infração	 penal	 e	 não	 poderá	 exceder	 o	 prazo	 máximo	 de	 quinze	 dias,	
prorrogável	uma	única	vez	pelo	mesmo	período.	
	
10. (CESPE	–	2017	–	DPU	–	DEFENSOR	PÚBLICO	FEDERAL)	
Situação	hipotética:	Arnaldo,	empresário,	gravou,	com	seu	telefone	celular,	uma	ligação	recebida	
de	 fiscal	 ligado	 a	 uma	 autarquia	 a	 respeito	 da	 liberação	 de	 empreendimento	 da	 sociedade	
empresária	 da	 qual	 Arnaldo	 era	 sócio.	 Na	 conversa	 gravada,	 o	 fiscal	 exigiu	 para	 si	 vantagem	
financeira	 como	 condição	 para	 a	 liberação	 do	 empreendimento.	 Assertiva:	 Nessa	 situação,	 de	
acordo	com	o	STF,	o	referido	meio	de	prova	é	ilícito	por	violar	o	direito	à	privacidade,	não	servindo,	
portanto,	para	embasar	ação	penal	contra	o	fiscal.		
	
11. (CESPE	–	2013	–	POLÍCIA	FEDERAL	–	DELEGADO	DE	POLÍCIA)	
Fábio,	delegado,	tendo	recebido	denúncia	anônima	na	qual	seus	subordinados	eram	acusados	de	
participar	 de	 esquema	 criminoso	 relacionado	 ao	 tráfico	 ilícito	 de	 substâncias	 entorpecentes,	
instaurou,	de	imediato,	inquérito	policial	e	requereu	a	interceptação	das	comunicações	telefônicas	
dos	 envolvidos,	 que,	 devidamente	 autorizada	 pela	 justiça	 estadual,	 foi	 executada	 pela	 polícia	
militar.	
No	decorrer	das	investigações,	conduzidas	a	partir	da	interceptação	das	comunicações	telefônicas,	
verificou-se	 que	 os	 indiciados	 contavam	 com	 a	 ajuda	 de	 integrantes	 das	 Forças	 Armadas	 para	
praticar	os	delitos,	utilizando	aviões	da	Aeronáutica	para	o	envio	da	substância	entorpecente	para	
o	exterior.	
O	inquérito	passou	a	tramitar	na	justiça	federal,	que	prorrogou,	por	diversas	vezes,	o	período	de	
interceptação.	Com	a	denúncia	na	justiça	federal,	as	informações	colhidas	na	intercepção	foram	
reproduzidas	 em	CD-ROM,	 tendo	 sido	 apenas	 as	 conversas	 diretamente	 relacionadas	 aos	 fatos	
investigados	transcritas	nos	autos.	
Acerca	dessa	situação	hipotética	e	do	procedimento	relativo	às	interceptações	telefônicas,	julgue	
os	itens	a	seguir:	
Autorizadas	por	juízo	absolutamente	incompetente,	as	interceptações	telefônicas	conduzidas	pela	
autoridade	policial	são	ilegais,	por	violação	ao	princípio	constitucional	do	devido	processo	legal.		
	
12. (CESPE	–	2013	–	POLÍCIA	FEDERAL	–	DELEGADO	DE	POLÍCIA)	
Fábio,	delegado,	tendo	recebido	denúncia	anônima	na	qual	seus	subordinados	eram	acusados	de	
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participar	 de	 esquema	 criminoso	 relacionado	 ao	 tráfico	 ilícito	 de	 substâncias	 entorpecentes,	
instaurou,	de	imediato,	inquérito	policial	e	requereu	a	interceptação	das	comunicações	telefônicas	
dos	 envolvidos,	 que,	 devidamente	 autorizada	 pela	 justiça	 estadual,	 foi	 executada	 pela	 polícia	
militar.	
No	decorrer	das	investigações,	conduzidas	a	partir	da	interceptação	das	comunicações	telefônicas,	
verificou-se	 que	 os	 indiciados	 contavam	 com	 a	 ajuda	 de	 integrantes	 das	 Forças	 Armadas	 para	
praticar	os	delitos,	utilizando	aviões	da	Aeronáutica	para	o	envio	da	substância	entorpecente	para	
o	exterior.	
O	inquérito	passou	a	tramitar	na	justiça	federal,	que	prorrogou,	por	diversas	vezes,	o	período	de	
interceptação.	Com	a	denúncia	na	justiça	federal,	as	informações	colhidas	na	intercepção	foram	
reproduzidas	 em	CD-ROM,	 tendo	 sido	 apenas	 as	 conversas	 diretamente	 relacionadas	 aos	 fatos	
investigados	transcritas	nos	autos.	
Acerca	dessa	situação	hipotética	e	do	procedimento	relativo	às	interceptações	telefônicas,	julgue	
os	itens	a	seguir:	
Na	situação	considerada,	ainda	que	o	CD-ROM	com	o	conteúdo	das	conversas	telefônicas	tenha	
sido	 juntado	 aos	 autos	 da	 ação	 penal,	 houve	 violação	 aos	 princípios	 constitucionais	 do	
contraditório	e	da	ampla	defesa,	dada	a	ausência	de	transcrição	integral	do	conteúdo	interceptado.		
	
13. (CESPE	–	2013	–	PGDF	–	PROCURADOR)	
De	 acordo	 com	 a	 Lei	 n.º	 9.296/1996,	 a	 intercepção	 das	 comunicações	 telefônicas	 poderá	 ser	
determinada	 a	 requerimento	 da	 autoridade	 policial,	 na	 fase	 de	 investigação	 criminal,	 ou	 a	
requerimento	do	MP,	somente	na	fase	de	instrução	criminal.	
	
14. (CESPE	–	2013	–	POLÍCIA	FEDERAL	–	DELEGADO)	
Apesar	de	a	lei	prever	o	prazo	máximo	de	quinze	dias	para	a	interceptação	telefônica,	renovável	
por	mais	quinze,	não	há	qualquer	restrição	ao	número	de	prorrogações,	desde	que	haja	decisão	
fundamentando	a	dilatação	do	período.	
	
15. (CESPE	–	2013	–	POLÍCIA	FEDERAL	–	DELEGADO)	
Segundo	o	entendimento	do	STF,	é	permitido,	em	caráter	excepcional,	à	polícia	militar,	mediante	
autorização	 judicial	 e	 sob	 supervisão	 do	 MP,	 executar	 interceptações	 telefônicas,	 sobretudo	
quando	houver	suspeita	de	envolvimento	de	autoridades	policiais	civis	nos	delitos	 investigados,	
não	sendo	a	execução	dessa	medida	exclusiva	da	autoridade	policial,	visto	que	são	autorizados,	por	
lei,	o	emprego	de	serviços	e	a	atuação	de	 técnicos	das	concessionárias	de	 serviços	públicos	de	
telefonia	nas	interceptações.	
	
16. (CESPE	–	2013	–	PC-BA	–	DELEGADO)	
Um	 delegado	 de	 polícia,	 tendo	 recebido	 denúncia	 anônima	 de	 que	 Mílton	 estaria	 abusando	
sexualmente	de	sua	própria	filha,	requereu,	antes	mesmo	de	colher	provas	acerca	da	informação	
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recebida,	 a	 juiz	 da	 vara	 criminal	 competente	 a	 interceptação	 das	 comunicações	 telefônicas	 de	
Mílton	pelo	prazo	de	quinze	dias,	sucessivamente	prorrogado	durante	os	quarenta	e	cinco	dias	de	
investigação.	
Kátia,	 ex-mulher	 de	 Mílton,	 contratou	 o	 advogado	 Caio	 para	 acompanhar	 o	 inquérito	 policial	
instaurado.	Mílton,	então,	ainda	no	curso	da	investigação,	resolveu	interceptar,	diretamente	e	sem	
o	conhecimento	de	Caio	e	Kátia,	as	ligações	telefônicas	entre	eles,	tendo	tomado	conhecimento,	
devido	às	interceptações,	de	que	o	advogado	cometera	o	crime	de	tráfico	de	influência.	Em	razão	
disso,	Mílton	procurou	Kátia	e	solicitou	que	ela	concordasse	com	a	divulgação	do	conteúdo	das	
gravações	telefônicas,	ao	que	Kátia	anuiu	expressamente.	Mílton,	então,	apresentou	ao	delegado	
o	conteúdo	das	gravações,	que	foram	utilizadas	para	subsidiar	ação	penal	iniciada	pelo	MP	contra	
Caio,	pela	prática	do	crime	de	tráfico	de	influência.	
Com	 base	 nessa	 situação	 hipotética,	 julgue	 os	 itens	 seguintes,	 a	 respeito	 das	 interceptações	
telefônicas.	
A	interceptação	telefônica	solicitada	pelo	delegado	de	polícia	e	autorizada	judicialmente	é	nula,	
haja	vista	ter	sido	sucessivamente	prorrogada	pelo	magistrado	por	prazo	superior	a	trinta	dias,	o	
que	contraria	a	previsão	legal	de	que	o	prazo	da	interceptação	telefônica	não	pode	exceder	quinze	
dias,	renovável	uma	vez	por	igual	período.	
	
17. (CESPE	–	2013	–	PC-BA	–	DELEGADO)	
Um	 delegado	 de	 polícia,	 tendo	 recebido	 denúncia	 anônima	 de	 que	 Mílton	 estaria	 abusando	
sexualmente	de	sua	própria	filha,	requereu,	antes	mesmo	de	colher	provas	acerca	da	informação	
recebida,	 a	 juiz	 da	 vara	 criminal	 competente	 a	 interceptação	 das	 comunicações	 telefônicas	 de	
Mílton	pelo	prazo	de	quinze	dias,	sucessivamente	prorrogado	durante	os	quarenta	e	cinco	dias	de	
investigação.	
Kátia,	 ex-mulher	 de	 Mílton,	 contratou	 o	 advogado	 Caio	 para	 acompanhar	 o	 inquéritopolicial	
instaurado.	Mílton,	então,	ainda	no	curso	da	investigação,	resolveu	interceptar,	diretamente	e	sem	
o	conhecimento	de	Caio	e	Kátia,	as	ligações	telefônicas	entre	eles,	tendo	tomado	conhecimento,	
devido	às	interceptações,	de	que	o	advogado	cometera	o	crime	de	tráfico	de	influência.	Em	razão	
disso,	Mílton	procurou	Kátia	e	solicitou	que	ela	concordasse	com	a	divulgação	do	conteúdo	das	
gravações	telefônicas,	ao	que	Kátia	anuiu	expressamente.	Mílton,	então,	apresentou	ao	delegado	
o	conteúdo	das	gravações,	que	foram	utilizadas	para	subsidiar	ação	penal	iniciada	pelo	MP	contra	
Caio,	pela	prática	do	crime	de	tráfico	de	influência.	
Com	 base	 nessa	 situação	 hipotética,	 julgue	 os	 itens	 seguintes,	 a	 respeito	 das	 interceptações	
telefônicas.	
O	fato	de	Kátia	––	que	era	interlocutora	dos	diálogos	gravados	––	ter	consentido	posteriormente	
com	a	divulgação	do	conteúdo	das	gravações	não	legitima	o	ato	nem	justifica	sua	utilização	como	
prova.	
	
18. (CESPE	–	2013	–	PC-BA	–	DELEGADO)	
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Um	 delegado	 de	 polícia,	 tendo	 recebido	 denúncia	 anônima	 de	 que	 Mílton	 estaria	 abusando	
sexualmente	de	sua	própria	filha,	requereu,	antes	mesmo	de	colher	provas	acerca	da	informação	
recebida,	 a	 juiz	 da	 vara	 criminal	 competente	 a	 interceptação	 das	 comunicações	 telefônicas	 de	
Mílton	pelo	prazo	de	quinze	dias,	sucessivamente	prorrogado	durante	os	quarenta	e	cinco	dias	de	
investigação.	
Kátia,	 ex-mulher	 de	 Mílton,	 contratou	 o	 advogado	 Caio	 para	 acompanhar	 o	 inquérito	 policial	
instaurado.	Mílton,	então,	ainda	no	curso	da	investigação,	resolveu	interceptar,	diretamente	e	sem	
o	conhecimento	de	Caio	e	Kátia,	as	ligações	telefônicas	entre	eles,	tendo	tomado	conhecimento,	
devido	às	interceptações,	de	que	o	advogado	cometera	o	crime	de	tráfico	de	influência.	Em	razão	
disso,	Mílton	procurou	Kátia	e	solicitou	que	ela	concordasse	com	a	divulgação	do	conteúdo	das	
gravações	telefônicas,	ao	que	Kátia	anuiu	expressamente.	Mílton,	então,	apresentou	ao	delegado	
o	conteúdo	das	gravações,	que	foram	utilizadas	para	subsidiar	ação	penal	iniciada	pelo	MP	contra	
Caio,	pela	prática	do	crime	de	tráfico	de	influência.	
Com	 base	 nessa	 situação	 hipotética,	 julgue	 os	 itens	 seguintes,	 a	 respeito	 das	 interceptações	
telefônicas.	
A	 interceptação	 telefônica	 realizada	 por	 Mílton	 é	 ilegal,	 porquanto	 desprovida	 da	 necessária	
autorização	judicial.	
	
19. (CESPE	–	2013	–	CNJ	–	ANALISTA	JUDICIÁRIO)	
Admite-se	 que	 o	 juiz	 determine	 interceptação	 telefônica	 quando	 houver	 indícios	 razoáveis	 de	
autoria	ou	participação	em	infração	penal	punida	com	detenção	e	a	prova	não	puder	ser	feita	por	
outros	meios.	
	
20. (CESPE	–	2014	–	TJ-DF	–	TITULAR	NOTARIAL)	
Assinale	a	opção	correta	acerca	de	 interceptação	 telefônica,	 segundo	o	STF,	o	STJ	e	a	doutrina	
majoritária.	
a)	Segundo	o	entendimento	do	STF,	é	 impossível	a	prorrogação	do	prazo	de	autorização	para	a	
interceptação	telefônica	por	períodos	sucessivos.	
b)	O	juiz	competente	para	determinar	a	interceptação	é	o	competente	para	processar	e	julgar	o	
crime	de	cuja	prática	se	suspeita.	No	entanto,	a	verificação	posterior	de	que	se	trata	de	crime	para	
o	qual	o	juiz	seria	incompetente	não	deve	acarretar	a	nulidade	absoluta	da	prova	colhida.	
c)	É	válido	o	deferimento	de	interceptação	telefônica	promovido	em	razão	de	denúncia	anônima	
desacompanhada	de	outras	diligências.	
d)	É	indispensável	prévia	instauração	de	inquérito	para	a	autorização	de	interceptação	telefônica	
e)	Consoante	entendimento	predominante	nos	tribunais	superiores,	faz-se	necessária	a	transcrição	
integral	do	conteúdo	da	quebra	do	sigilo	das	comunicações	telefônicas	
	
21. (CESPE	–	2014	–	TJ-DF	–	JUIZ	–	ADAPTADA)	
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Segundo	entendimento	do	STJ,	é	 inadmissível	a	utilização	de	prova	produzida	em	feito	criminal	
diverso,	obtida	por	meio	de	interceptação	telefônica	e	relacionada	com	os	fatos	do	processo-crime,	
ainda	que	seja	oferecida	à	defesa	oportunidade	de	proceder	ao	contraditório.	
	
22. (CESPE	–	2014	–	TJ-DF	–	JUIZ	–	ADAPTADA)	
A	Lei	n.º	9.296/1996,	que	trata	da	interceptação	das	comunicações	telefônicas,	estipula	o	prazo	de	
quinze	 dias	 para	 a	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas,	 renovável	 uma	 vez	 por	 igual	
período,	vedadas,	de	acordo	com	o	entendimento	jurisprudencial	do	STF	e	do	STJ,	as	prorrogações	
por	período	superior	a	esse	prazo.	
	
23. (CESPE	–	2014	–	TJ-DF	–	JUIZ	–	ADAPTADA)	
O	contraditório	 das	 provas	 obtidas	 por	meio	de	 interceptação	 telefônica	 é	 postergado	para	os	
autos	da	ação	penal	deflagrada,	quando	as	partes	terão	acesso	ao	seu	conteúdo	e,	diante	desses	
elementos,	poderão	impugnar	e	contraditar	as	provas	obtidas	por	meio	da	medida	cautelar.	
	
24. (CESPE	–	2014	–	MPE-AC	–	PROMOTOR	DE	JUSTIÇA	–	ADAPTADA)	
De	 acordo	 com	 a	 lei	 que	 rege	 as	 interceptações	 telefônicas,	 a	 competência	 para	 deferir	 esse	
procedimento	no	curso	do	inquérito	policial	é	do	promotor	de	justiça	com	atribuição	para	atuar	na	
ação	principal.	
	
25. (CESPE	–	2014	–	MPE-AC	–	PROMOTOR	DE	JUSTIÇA	–	ADAPTADA)	
A	ação	penal	padecerá	de	nulidade	absoluta,	por	cerceamento	de	defesa,	caso	a	defesa	não	tenha	
acesso	à	integralidade	do	teor	das	escutas	telefônicas	antes	da	colheita	da	prova	oral.	
	
26. (CESPE	-	2015	-	TJDFT	-	OFICIAL	DE	JUSTIÇA)	
A	respeito	de	prova	criminal,	de	medidas	cautelares	e	de	prisão	processual,	julgue	os	itens	que	se	
seguem.	
A	 gravação	 decorrente	 de	 interceptação	 telefônica	 que	 não	 interessar	 ao	 processo	 deverá	 ser	
inutilizada	por	decisão	judicial	posterior,	necessariamente,	à	conclusão	da	instrução	processual.	
	
27. (CESPE	–	2004	–	DELEGADO	DA	POLÍCIA	FEDERAL)	
Julgue	o	item	a	seguir,	acerca	da	tentativa	de	violação	do	sigilo	do	voto,	que	é	um	crime	eleitoral	
punível	 com	 detenção	 de	 até	 dois	 anos.	
Seria	ilícita	decisão	judicial	que	autorizasse	a	interceptação	de	comunicações	telefônicas	no	curso	
de	investigação	relativa	à	prática	desse	crime.	
	
28. (CESPE	–	2004	–	DELEGADO	DA	POLÍCIA	FEDERAL)	
No	item	a	seguir,	é	apresentada	uma	situação	hipotética,	seguida	de	uma	assertiva	a	ser	julgada.	
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Hugo	 é	 um	 agente	 de	 polícia	 civil	 que	 realizou	 interceptação	 de	 comunicação	 telefônica	 sem	
autorização	judicial.	Nessa	situação,	o	ato	de	Hugo,	apesar	de	violar	direitos	fundamentais,	não	
constitui	crime	hediondo.	
	
29. (CESPE	–	2009	–	AGU	–	ADVOGADO	DA	UNIÃO)	
A	respeito	da	 interceptação	das	comunicações	 telefônicas,	 julgue	o	 item	a	seguir,	 com	base	no	
entendimento	do	STF.	
Considere	que,	após	realização	de	interceptação	telefônica	judicialmente	autorizada	para	apurar	
crime	contra	a	administração	pública	 imputado	ao	servidor	público	Mário,	a	autoridade	policial	
tenha	identificado,	na	fase	de	inquérito,	provas	de	ilícitos	administrativos	praticados	por	outros	
servidores.	Nessa	situação	hipotética,	considerando-se	que	a	interceptação	telefônica	tenha	sido	
autorizada	judicialmente	apenas	em	relação	ao	servidor	Mário,	as	provas	obtidas	contra	os	outros	
servidores	não	poderão	ser	usadas	em	procedimento	administrativo	disciplinar.	
	
30. (CESPE	–	2009	–	AGU	–	ADVOGADO	DA	UNIÃO)	
A	respeito	da	 interceptação	das	comunicações	 telefônicas,	 julgue	o	 item	a	seguir,	 com	base	no	
entendimento	do	STF.	
É	 possível	 a	 prorrogação	 do	 prazo	 de	 autorização	 para	 a	 interceptação	 telefônica,	mesmo	que	
sucessiva,	especialmente	quando	se	tratar	de	fato	complexo	que	exija	investigação	diferenciada	e	
contínua.	
	
31. (CESPE	–	2009	–	AGU	–	ADVOGADO	DA	UNIÃO)	
A	respeito	da	 interceptaçãodas	comunicações	 telefônicas,	 julgue	o	 item	a	seguir,	 com	base	no	
entendimento	do	STF.	
Uma	 vez	 realizada	 a	 interceptação	 telefônica	 de	 forma	 fundamentada,	 legal	 e	 legítima,	 as	
informações	e	provas	coletadas	dessa	diligência	podem	subsidiar	denúncia	com	base	em	crimes	
puníveis	com	pena	de	detenção,	desde	que	estes	sejam	conexos	aos	primeiros	tipos	penais	que	
justificaram	a	interceptação.	
	
32. (CESPE	–	2010	–	ABIN	–	OFICIAL	TÉCNICO	DE	INTELIGÊNCIA)	
Com	 base	 nos	 delitos	 em	 espécie,	 julgue	 o	 próximo	 item.	
Constitui	crime	realizar	 interceptação	de	comunicações,	sejam	elas	telefônicas,	 informáticas,	ou	
telemáticas,	ou,	ainda,	quebrar	segredo	da	justiça	sem	autorização	judicial	ou	com	objetivos	não	
autorizados	em	lei.	
	
33. (CESPE	–	2002	–	DPF	-	DELEGADO	DE	POLÍCIA	FEDERAL)	
No	âmbito	da	jurisdição	constitucional	das	liberdades,	a	proscrição	da	prova	ilícita	no	processo	é	
tema	recorrente,	seja	porque	o	aparelho	policial	brasileiro	ainda	se	entremostra	arbitrário,	seja	
porque	há	dificuldades,	em	certos	casos,	de	avaliar-se	a	extensão	dos	efeitos	que	a	inadmissão	da	
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prova	tida	por	 ilícita	acarreta	para	a	 investigação	e	persecução	criminal.	Na	esteira	da	doutrina	
dominante	e	das	decisões	do	Supremo	Tribunal	Federal	(STF),	julgue	o	item	abaixo,	relativo	a	esse	
assunto.	
Por	 não	 se	 tratar	 de	 hipótese	 de	 interceptação	 telefônica	 sem	 autorização	 judicial,	 a	 conversa	
informal	 mantida	 pelo	 indiciado	 com	 policiais,	 na	 delegacia,	 pode	 ser	 gravada	 por	 estes,	 e	 a	
eventual	 confissão	 de	 prática	 delituosa	 constante	 na	 gravação	 é	 tida	 por	 prova	 válida	 para	
sustentar	pedido	de	prisão	temporária	do	confesso.	
	
34. (CESPE	–	2007	–	AGU	–	PROCURADOR	FEDERAL)	
Julgue	 o	 item	 abaixo	 de	 acordo	 com	 as	 leis	 penais	 especiais.	
A	 interceptação	das	comunicações	telefônicas	somente	pode	ser	autorizada	se	outros	meios	de	
prova	 mostrarem-se	 insuficientes	 para	 a	 elucidação	 do	 fato	 criminoso	 e	 se	 existirem	 indícios	
razoáveis	de	autoria	ou	participação	em	crime	punido	com	reclusão.	Entende	o	STF,	todavia,	que,	
uma	 vez	 realizada	 a	 interceptação	 telefônica	 de	 forma	 fundamentada,	 legal	 e	 legítima,	 as	
informações	e	provas	coletadas	dessa	diligência	podem	subsidiar	denúncia	com	base	em	crimes	
puníveis	com	pena	de	detenção,	desde	que	conexos	aos	primeiros	tipos	penais	que	justificaram	a	
interceptação.	
	
5 EXERCÍCIOS	COMENTADOS	
	
01. (VUNESP	–	2018	–	PC-BA	-	ESCRIVÃO)	
A	interceptação	telefônica	(prevista	na	Lei	no	9.296/96)	será	considerada	ilegal	quando	
(A)	determinada	de	ofício	pela	Autoridade	Judiciária.	
(B)	o	fato	investigado	for	punido	com	pena	de	reclusão	de	até	dois	anos.	
(C)	 para	 executá-la,	 a	 Autoridade	 Policial	 requisitar	 serviços	 e	 técnicos	 especializados	 às	
concessionárias	de	serviço	público.	
(D)	a	interceptação	de	comunicação	telefônica	ocorrer	em	autos	apartados.	
(E)	a	prova	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
COMENTÁRIOS:	 A	 interceptação	 telefônica,	 na	 forma	 do	 2º	 da	 Lei	 9.296/96,	 só	 poderá	 ser	
decretada	quando	houver	indícios	razoáveis	da	autoria	ou	participação	em	infração	penal	punida	
com	reclusão	e	a	prova	não	puder	ser	alcançada	por	outros	meios:	
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer 
das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
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==12cf25==
	
	
	
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III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
Tal	medida	poderá	ser	decretada	pelo	Juiz,	de	ofício,	ou	por	requerimento	do	MP	ou	representação	
da	autoridade	policial	(esta	última	apenas	na	fase	de	investigação),	conforme	art.	3º	da	Lei.	
Estão	erradas,	portanto,	as	alternativas	A	e	B.	A	alternativa	E,	como	se	vê,	está	correta,	pois	haverá	
ilegalidade	caso	a	interceptação	seja	determinada	neste	caso.	
A	alternativa	C	está	errada	porque	o	art.	7º	da	Lei	expressamente	autoriza	a	autoridade	policial	a	
requisitar	serviços	e	técnicos	especializados	às	concessionárias	de	serviço	público.	
Por	 fim,	 a	 letra	D	 está	 errada	porque	 a	 interceptação	 corre,	 de	 fato,	 em	autos	 apartados,	 não	
havendo	que	se	falar	em	ilegalidade	por	conta	disso,	conforme	art.	8º	da	Lei.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	E.	
	
02. (VUNESP	–	2013	–	TJ-RJ	–	JUIZ)	
Relativamente	à	 interceptação	de	comunicações	 telefônicas,	assinale	a	alternativa	correta	de	
acordo	com	a	Lei	n.º	9.296/96.	
a)	Não	poderá	exceder	o	prazo	de	cinco	dias,	renovável	por	igual	tempo	uma	vez	comprovada	a	
indispensabilidade	do	meio	de	prova.	
b)	A	autoridade	policial,	na	investigação	criminal,	poderá	verbalmente	solicitar	sua	realização	ao	
juiz.	
c)	O	juiz	não	poderá	determinar	de	ofício	sua	realização.	
d)	 Poderá	 ser	 realizada	 durante	 a	 investigação	 criminal	 e	 em	 instrução	 processual	 penal	 de	
qualquer	crime,	mas	nunca	de	contravenções.	
COMENTÁRIOS:		
A)	ERRADA:	O	prazo	é	de	15	dias,	renováveis	por	igual	período,	nos	termos	do	art.	5º	da	Lei.	
B)	CORRETA:	A	representação	deve	ser	formulada	por	escrito,	mas	em	casos	excepcionais	se	admite	
verbalmente	(art.	4º,	§1º	da	Lei).	
C)	ERRADA:	Item	errado,	pois	o	Juiz	pode	determinar	sua	realização	de	ofício,	nos	termos	do	art.	
3º	da	Lei.	
D)	ERRADA:	Item	errado,	pois	não	se	admite	em	relação	a	crimes	cuja	pena	seja,	no	máximo,	de	
detenção	(somente	se	admite,	portanto,	para	crimes	apenados	com	reclusão),	nos	termos	do	art.	
2º,	III	da	Lei.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	B.	
	
03. (VUNESP	–	2014	–	TJ-PA	–	JUIZ)	
No	que	concerne	à	interceptação	telefônica,	regulada	pela	Lei	n.º	9.296/96,	
a)	é	admitida	para	investigação	de	infrações	penais	punidas	com	reclusão	ou	detenção,	sendo	
vedada	para	aquelas	que	admitem	apenas	prisão	simples	e	multa.	
b)	a	representação	pela	sua	decretação	deve	ser	feita	por	escrito,	não	se	admitindo	a	forma	oral.	
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c)	os	 trechos	de	conversas	 interceptadas	que	não	 interessarem	à	prova	do	crime	deverão	ser	
imediatamente	destruídas	pela	autoridade	policial	
d)	 não	 pode	 ser	 prorrogada	 por	 mais	 de	 um	 período	 de	 15	 (quinze)	 dias,	 de	 acordo	 com	
jurisprudência	atual	e	dominante	dos	tribunais	superiores.	
e)	só	será	admitida	se	a	prova	não	puder	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
COMENTÁRIOS:	
A)	ERRADA:	Somente	é	admitida	no	caso	de	infração	penal	punida	com	reclusão,	nos	termos	do	
art.	2º,	III	da	Lei.	
B)	 ERRADA:	Nos	 termos	 do	 art.	 4º,	 §1º	 da	 Lei,	 em	 casos	 excepcionais,	 o	 Juiz	 poderá	 admitir	 o	
requerimento	formulado	verbalmente,	devendo	este	seja,	posteriormente,	reduzido	a	termo.	
C)	ERRADA:	Nos	termos	do	art.	9º	da	Lei,	a	 inutilização	de	tais	gravações	dependerá	de	decisão	
judicial.	
D)	ERRADA:	O	STF	e	o	STJ	possuem	entendimento	sólido	no	sentido	de	que	a	diligência	pode	ser	
prorrogada	por	 sucessivas	 vezes,	 desde	que	o	 fato	 seja	 complexo	 e	 ainda	haja	 necessidade	de	
realização	da	medida.	
E)	CORRETA:	A	interceptação	das	comunicações	telefônicas,	por	se	tratar	de	medida	excepcional,	
somente	poderá	ser	decretada	quando	a	prova	do	fato	não	puder	ser	obtida	por	outros	meios.	Isso,	
inclusive,	está	previsto	no	art.	2º,	II	da	Lei	9.296/96.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	E.	
	
04. (FGV	-	2015	-	OAB	-	XVIII	EXAME	DE	ORDEM)	
Determinada	autoridade	policial	recebeu	informações	de	vizinhos	de	Lucas	dando	conta	de	que	
ele	possuía	arma	de	fogo	calibre	.38	em	sua	casa,	razão	pelaqual	resolveu	indiciá-	lo	pela	prática	
de	 crime	de	posse	de	arma	de	 fogo	de	uso	permitido,	 infração	de	médio	potencial	 ofensivo,	
punida	com	pena	de	detenção	de	01	a	03	anos	e	multa.	No	curso	das	investigações,	requereu	ao	
Judiciário	interceptação	telefônica	da	linha	do	aparelho	celular	de	Lucas	para	melhor	investigar	
a	prática	do	crime	mencionado,	tendo	sido	o	pedido	deferido.	
De	acordo	com	a	situação	narrada,	a	prova	oriunda	da	interceptação	deve	ser	considerada	
A)	ilícita,	pois	somente	o	Ministério	Público	tem	legitimidade	para	representar	pela	medida.	
B)	válida,	desde	que	tenha	sido	deferida	por	ordem	do	juiz	competente	para	ação	principal.	
C)	ilícita,	pois	o	crime	investigado	é	punido	com	detenção.	
D)	 ilícita,	 assim	 como	 as	 dela	 derivadas,	 ainda	 que	 estas	 pudessem	 ser	 obtidas	 por	 fonte	
independente	da	primeira.	
COMENTÁRIOS:	Tal	prova	deverá	ser	considerada	ilícita,	pois	a	interceptação	das	comunicações	
telefônicas,	neste	caso,	não	é	permitida,	já	que	se	trata	de	crime	cuja	pena	prevista	é	a	de	detenção,	
e	não	de	reclusão,	nos	termos	do	art.	2º,	III	da	Lei	9.296/96.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	C.	
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05. (FGV	-	2015	-	TJ-BA	-	ANALISTA	JUDICIÁRIO	-	DIREITO)	
Durante	a	instrução	de	caso	penal	versando	sobre	crime	doloso	contra	a	vida,	em	desfavor	de	
Bruno,	além	da	prova	oral	e	pericial,	foram	juntados	aos	autos,	por	meio	de	compartilhamento	
de	 provas	 judicialmente	 autorizado,	 áudios	 e	 transcrições	 de	 interceptação	 telefônica	
implementada	 em	 processo	 distinto,	 que	 investigava	 tráfico	 de	 drogas,	 e	 que	 indiciavam	 a	
conduta	criminosa	do	réu.	A	decisão	interlocutória	de	pronúncia	foi	fundamentada	nos	indícios	
oriundos	 dessa	 interceptação	 telefônica,	 deferida	 por	 Juiz	 de	 Direito	 diverso	 daquele	
competente	para	o	crime	doloso	contra	a	vida.	Nessa	situação,	a	decisão	de	pronúncia:	
(A)	deve	ser	anulada	por	usar	elementos	de	prova	coligidos	fora	da	instrução	processual	própria;	
(B)	 pode	 ser	 fundamentada	 em	 indícios	 de	 autoria	 surgidos,	 de	 forma	 fortuita,	 durante	 a	
investigação	de	outros	crimes;	
(C)	deve	ser	anulada	pela	violação	do	princípio	da	imediação	processual	penal;	
(D)	 pode	 ser	 fundamentada	 em	 indícios	 de	 autoria	 surgidos	 durante	 investigação	 de	 outros	
crimes,	se	corroborada	pela	prova	plena	do	processo	principal;	
(E)	deve	ser	anulada	pela	violação	do	princípio	da	identidade	física	do	juiz	na	colheita	da	prova	
da	interceptação.	
COMENTÁRIOS:	Não	 há	 qualquer	 vedação	 à	 utilização	 de	 tais	 elementos	 de	 prova.	 Vejamos	 o	
entendimento	do	STF:	
.(...)	5.	Uma	vez	realizada	a	interceptação	telefônica	de	forma	fundamentada,	legal	e	legítima,	as	informações	e	
provas	coletas	dessa	diligência	podem	subsidiar	denúncia	com	base	em	crimes	puníveis	com	pena	de	detenção,	
desde	que	conexos	aos	primeiros	tipos	penais	que	justificaram	a	interceptação.	Do	contrário,	a	interpretação	
do	art.	2º,	III,	da	L.	9.296/96	levaria	ao	absurdo	de	concluir	pela	impossibilidade	de	interceptação	para	investigar	
crimes	apenados	com	reclusão	quando	forem	estes	conexos	com	crimes	punidos	com	detenção.	Habeas	corpus	
indeferido.	
(HC	 83515,	 Relator(a):	Min.	NELSON	 JOBIM,	 Tribunal	 Pleno,	 julgado	 em	 16/09/2004,	 DJ	 04-03-2005	 PP-00011	
EMENT	VOL-02182-03	PP-00401	RTJ	VOL-00193-02	PP-00609)		
Com	relação,	especificamente,	à	fundamentação	da	decisão	de	pronúncia,	nada	impede	que	ela	se	
fundamente	 em	 provas	 decorrentes	 de	 outro	 processo	 judicial,	 desde	 que	 tenham	 sido	
validamente	transpostas	para	o	processo	em	curso.	
O	STJ	possui	decisão	recente	sobre	o	caso:	
(...)	A	sentença	de	pronúncia	pode	ser	fundamentada	em	indícios	de	autoria	surgidos,	de	forma	fortuita,	durante	
a	investigação	de	outros	crimes	no	decorrer	de	interceptação	telefônica	determinada	por	juiz	diverso	daquele	
competente	 para	 o	 julgamento	 da	 ação	 principal.	 (...)	 Precedente	 citado:	 RHC	 32.525-AP,	 Sexta	 Turma,	 DJe	
4/9/2013.	REsp	1.355.432-SP,	Rel.	Min.	Jorge	Mussi,	Rel.	para	acórdão	Min.	Marco	Aurélio	Bellizze,	 julgado	em	
21/8/2014.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	B.	
	
06. (FGV	-	2013	-	TJ-AM	–	JUIZ)	
A	interceptação	de	comunicações	telefônicas	observará	o	disposto	na	Lei	n.	9.296/96.	
A	esse	respeito,	assinale	a	afirmativa	incorreta.	
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a)	 A	 interceptação	 dependerá	 de	 ordem	 do	 Juiz	 competente	 da	 ação	 principal,	 podendo	 ser	
determinada	 de	 ofício,	 ou	 a	 requerimento	 da	 autoridade	 policial	 ou	 do	 representante	 do	
Ministério	Público	
b)	A	interceptação	deve	concretizar-se	em	segredo	de	justiça,	podendo	ser	determinada	durante	
as	investigações	ou	durante	o	processo	penal.	
c)	Não	será	permitida	a	interceptação	para	se	apurar	crime	apenado	com	detenção.	
d)	Quando	for	possível	ser	a	prova	feita	por	outros	meios	disponíveis,	a	interceptação	não	pode	
ser	deferida	
e)	Segundo	a	jurisprudência	majoritária	dos	Tribunais	Superiores,	o	prazo	da	interceptação	não	
poderá	exceder	de	15	dias,	sendo	permitida	uma	única	renovação	por	igual	prazo.	
COMENTÁRIOS:		
A)	CORRETA:	Item	correto,	nos	termos	do	que	dispõe	o	art.	3º	da	Lei	9.296/96.	
B)	CORRETA:	Esta	é	a	previsão	do	art.	1º	da	Lei	9.296/96.	
C)	CORRETA:	Item	correto,	pois	o	art.	2º,	III	da	Lei	9.296/96	veda	a	utilização	de	tal	meio	de	prova	
quando	o	fato	investigado	constituir	infração	penal	punida,	no	máximo,	com	pena	de	detenção.	
D)	CORRETA:	A	interceptação	somente	poderá	ser	decretada	quando	absolutamente	indispensável	
às	investigações,	nos	termos	do	art.	2º,	II	da	Lei.	
E)	ERRADA:	Item	errado,	pois	os	Tribunais	superiores	firmaram	entendimento	no	sentido	de	que	é	
possível	a	prorrogação	da	medida	por	sucessivas	vezes,	desde	que	seja	necessário,	principalmente	
quando	se	trate	de	caso	complexo.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	INCORRETA	É	A	LETRA	E.	
	
07. (FGV	–	2014	–	DPE-RJ	–	TÉCNICO	SUPERIOR	JURÍDICO)	
Após	demonstrar	a	inviabilidade	de	outros	meios	de	prova	em	investigação	criminal	sobre	tráfico	
de	 drogas,	 Delegado	 de	 Polícia	 Civil	 obteve,	 com	 parecer	 positivo	 do	Ministério	 Público,	 no	
período	 compreendido	 entre	 outubro	 e	 dezembro	 de	 2013,	 o	 deferimento	 e	 a	 prorrogação	
sucessiva	 de	 interceptações	 telefônicas	 contra	 desviante	 conhecido	 como	 “Fabio	 Aspira”,	
decorrente	 de	 juízo	 positivo	 do	 Magistrado	 competente.	 No	 curso	 da	 investigação,	 foram	
captados	diálogos	incriminadores	de	um	terceiro	agente,	identificado	como	“Paulão	B.	Vulcão”,	
em	 conversa	 com	 “Fabio	 Aspira”,	 sem	 que	 seu	 terminal	 telefônico	 fosse	 interceptado.	
Posteriormente,	 em	 atividade	 de	 jornalismo	 investigativo,	 determinado	 repórter	 consegue	
gravar	 conversa	com	“Paulão	B.	Vulcão”,	na	qual	este	admite	 ser	o	 líder	da	 facção	criminosa	
“Movimento	 Estratégico	 Independente	 de	 Entorpecentes	 Rústicos”,	 o	 que	 é	 posteriormente	
usado	 na	 persecução	 penal	 contra	 os	 desviantes.	 Por	 fim,	 quando	 finalizada	 a	 investigação,	
constata-se	 que	 “Fabio	Aspira”	 ocupa	 cargo,	 por	 aprovação	 em	 concurso	 público,	 de	Guarda	
Municipal,	 há	 seis	 anos.	 A	 prova	 angariada	 no	 Inquérito	 Policial,	 incluindo	 a	 interceptação	
telefônica,	é,	posteriormente,	utilizada	pela	Administração	Pública	Municipal,	em	Procedimento	
Administrativo	Disciplinar	(PAD).	
À	luz	da	hipótese	formulada	e	dos	conceitos	e	limites	legais,	é	correto	afirmar	que:	
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a)	dados	obtidos	em	interceptação	telefônica,	judicialmente	autorizada	para	produção	de	prova	
em	investigação	criminal,	podem	ser	usadosem	Procedimento	Administrativo	Disciplinar,	contra	
a	mesma	ou	as	mesmas	pessoas	em	relação	às	quais	foram	colhidos,	ou	contra	outros	servidores	
cujos	supostos	ilícitos	teriam	despontado	à	colheita	dessa	prova.	
b)	o	terminal	telefônico	criado	internamente	por	operadora	de	telefonia,	com	o	fim	de	efetuar	
desvio	 de	 chamadas	 de	 um	 terminal	 objeto	 de	 interceptação	 judicial	 (chamado	 de	 “desvio	
duplo”),	não	é	alcançado	pela	medida	constritiva	incidente	sobre	este	último,	contaminando	a	
prova	produzida.	
c)	a	interceptação	realizada	na	linha	telefônica	do	corréu	“Fabio	Aspira”,	que	captou	diálogo	com	
“Paulão	B.	Vulcão”,	mediante	autorização	judicial,	constitui	prova	ilícita	em	relação	a	este	último,	
não	 podendo	 ser	 utilizada	 para	 subsidiar	 ação	 penal,	 pois	 dependeria	 de	 ordem	 judicial	
específica.	
d)	não	é	lícita	a	prorrogação	do	prazo	legal	de	autorização	para	interceptação	telefônica,	ainda	
que	 de	 modo	 sucessivo	 (períodos	 sucessivos	 de	 quinze	 dias),	 mesmo	 quando	 o	 fato	 seja	
complexo	e,	como	tal,	exija	investigação	diferenciada	e	contínua.	
e)	para	ser	utilizada	como	prova	 judicial	válida,	a	gravação	de	conversa	presencial	entre	uma	
pessoa	e	seu	interlocutor	depende	de	autorização	judicial	prévia,	enquadrando-se	nas	mesmas	
regras	da	interceptação	telefônica.	
COMENTÁRIOS:		
A)	CORRETA:	Este	é	o	entendimento	jurisprudencial:	
“(...)	3.	É	de	ser	reconhecida	a	legalidade	da	utilização	da	interceptação	telefônica	produzida	na	ação	penal	nos	
autos	do	processo	administrativo	disciplinar,	ainda	que	 instaurado	(a)	para	apuração	de	 ilícitos	administrativos	
diversos	dos	delitos	objeto	do	processo	criminal;	e	(b)	contra	a	mesma	ou	as	mesmas	pessoas	em	relação	às	quais	
a	prova	foi	colhida,	ou	contra	outros	servidores	cujo	suposto	ilícito	tenha	vindo	à	tona	em	face	da	interceptação	
telefônica.	
4.	Embargos	de	declaração	rejeitados.”	
(EDcl	no	MS	13.099/DF,	Rel.	Ministra	LAURITA	VAZ,	TERCEIRA	SEÇÃO,	julgado	em	25/04/2012,	DJe	09/05/2012)	
B)	ERRADA:	Este	outro	 terminal,	no	caso,	 será	abrangido	pela	medida	 judicialmente	decretada,	
segundo	o	entendimento	do	STF:	
“(...)	O	terminal	telefônico	criado	internamente	por	operadora	de	telefonia,	com	o	simples	fim	de	efetuar	desvio	
de	chamadas	de	um	terminal	objeto	de	interceptação	judicial,	é	alcançado	pela	medida	constritiva	incidente	sobre	
este	último.	Ordem	denegada.	(HC:	96156,	STF)	
C)	ERRADA:	Item	errado,	pois	uma	vez	decretada	de	forma	legal	a	medida,	as	provas	ali	produzidas	
podem	ser	utilizadas	para	subsidiar	outros	processos	criminais	(e	até	processos	administrativos),	
inclusive	contra	outras	pessoas	não	abrangidas	inicialmente	pela	medida.	
D)	ERRADA:	O	STF	e	o	STJ	possuem	entendimento	sólido	no	sentido	de	que	a	diligência	pode	ser	
prorrogada	por	 sucessivas	 vezes,	 desde	que	o	 fato	 seja	 complexo	 e	 ainda	haja	 necessidade	de	
realização	da	medida.	
E)	 ERRADA:	 Aqui	 temos	 o	 que	 se	 chama	 de	 gravação	 ambiental,	 que	 não	 se	 confunde	 com	 a	
interceptação	de	comunicação	telefônica,	sendo	legítima	mesmo	sem	ordem	judicial:	
“(...)	A	gravação	ambiental	meramente	clandestina,	realizada	por	um	dos	interlocutores,	não	se	confunde	com	a	
interceptação,	objeto	cláusula	constitucional	de	reserva	de	jurisdição.	2.	É	lícita	a	prova	consistente	em	gravação	
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de	conversa	telefônica	realizada	por	um	dos	interlocutores,	sem	conhecimento	do	outro,	se	não	há	causa	legal	
específica	de	sigilo	nem	de	reserva	da	conversação.	Precedentes.	3.	Agravo	regimental	desprovido.	
(AI	560223	AgR,	Relator(a):	Min.	JOAQUIM	BARBOSA,	Segunda	Turma,	julgado	em	12/04/2011,	DJe-079	DIVULG	
28-04-2011	PUBLIC	29-04-2011	EMENT	VOL-02511-01	PP-00097	LEXSTF	v.	33,	n.	388,	2011,	p.	35-40)	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	A.	
	
08. (FCC	–	2008	–	MPE-PE	–	PROMOTOR	DE	JUSTIÇA)	
A	interceptação	telefônica,	nos	termos	da	lei,	será	admitida	
a)	mesmo	que	a	prova	possa	ser	feita	por	outros	meios	disponíveis.	
b)	quando	houver	indícios	razoáveis	de	autoria	ou	participação	em	infração	penal.	
c)	em	infração	penal	punida	com	qualquer	tipo	de	pena.	
d)	a	pedido	de	qualquer	pessoa	que	tenha	interesse	no	fato	a	ser	investigado.	
e)	pelo	prazo	máximo	de	trinta	dias,	prorrogável	por	mais	trinta.	
COMENTÁRIOS:		
A)	ERRADA:	Exige-se	que	a	prova	não	possa	ser	obtida	por	outros	meios,	nos	termos	do	art.	2º,	II	
da	Lei	9.296/96.	
B)	CORRETA:	Esta	é	uma	das	exigências	do	art.	2º,	I	da	Lei	9.296/96.	
C)	ERRADA:	Exige-se	que	a	infração	seja	punida	com	reclusão,	nos	termos	do	art.	2º,	III	da	Lei.	
D)	ERRADA:	Somente	pode	ser	determinada	de	ofício	ou	por	representação	da	autoridade	policial	
ou	requerimento	do	MP,	nos	termos	do	art.	3º	da	Lei.	
E)	ERRADA:	O	prazo	máximo	é	de	15	dias,	renováveis	por	mais	15,	nos	termos	do	art.	5º	da	Lei.	
Lembrando	que	o	STF	relativizou	a	quantidade	de	renovações.	
Portanto,	a	ALTERNATIVA	CORRETA	É	A	LETRA	B.	
	
09. (CESPE	–	2017	–	TRF1	–	ANALISTA	JUDICIÁRIO	–	ÁREA	JUDICIÁRIA)	
Com	 relação	 às	 questões	 e	 aos	 processos	 incidentes,	 à	 interceptação	 telefônica	 e	 à	 prisão	
temporária,	julgue	o	item	subsequente.	
A	interceptação	de	comunicações	telefônicas	é	admitida	quando	há	indícios	razoáveis	de	autoria	
ou	 participação	 em	 infração	 penal	 e	 não	 poderá	 exceder	 o	 prazo	 máximo	 de	 quinze	 dias,	
prorrogável	uma	única	vez	pelo	mesmo	período.	
COMENTÁRIOS:	 Item	 errado,	 pois	 o	 STF	 possui	 entendimento	 pacífico	 no	 sentido	 de	 que	 são	
admitidas	 sucessivas	 prorrogações,	 desde	 a	 medida	 seja	 necessária,	 contrariando	 a	 própria	
literalidade	do	art.	5º	da	Lei	9.296/96,	que	admite	apenas	uma	prorrogação.	
Portanto,	a	AFIRMATIVA	ESTÁ	ERRADA.	
	
10. (CESPE	–	2017	–	DPU	–	DEFENSOR	PÚBLICO	FEDERAL)	
Situação	hipotética:	Arnaldo,	empresário,	gravou,	com	seu	telefone	celular,	uma	ligação	recebida	
de	 fiscal	 ligado	 a	 uma	 autarquia	 a	 respeito	 da	 liberação	 de	 empreendimento	 da	 sociedade	
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empresária	da	qual	Arnaldo	era	 sócio.	Na	 conversa	 gravada,	 o	 fiscal	 exigiu	para	 si	 vantagem	
financeira	como	condição	para	a	 liberação	do	empreendimento.	Assertiva:	Nessa	situação,	de	
acordo	 com	 o	 STF,	 o	 referido	meio	 de	 prova	 é	 ilícito	 por	 violar	 o	 direito	 à	 privacidade,	 não	
servindo,	portanto,	para	embasar	ação	penal	contra	o	fiscal.		
COMENTÁRIOS:	 Item	 errado,	 pois	 neste	 caso	 não	 houve	 interceptação	 telefônica,	 o	 que	
configuraria	 prova	 ilícita,	 já	 que	 realizada	 sem	autorização	 judicial.	Neste	 caso	 houve	 gravação	
telefônica,	que	é	aquela	realizada	por	um	dos	interlocutores,	sem	o	consentimento	do	outro.	Tal	
gravação	é	VÁLIDA,	de	acordo	com	o	STF,	não	se	exigindo	autorização	judicial	para	tanto,	eis	que	
não	 se	 confunde	 com	 a	 interceptação	 telefônica	 (realizada	 por	 terceira	 pessoa	 sem	 o	
consentimento	de	qualquer	dos	interlocutores).	
Portanto,	a	AFIRMATIVA	ESTÁ	ERRADA.	
	
11. (CESPE	–	2013	–	POLÍCIA	FEDERAL	–	DELEGADO	DE	POLÍCIA)	
Fábio,	delegado,	tendo	recebido	denúncia	anônima	na	qual	seus	subordinados	eram	acusados	
de	participar	de	esquema	criminoso	relacionado	ao	tráfico	ilícito	de	substâncias	entorpecentes,	
instaurou,	 de	 imediato,	 inquérito	 policial	 e	 requereu	 a	 interceptação	 das	 comunicações	
telefônicas	 dos	 envolvidos,	 que,	 devidamente	 autorizada	pela	 justiça	 estadual,	 foi	 executada	
pela	polícia	militar.	
No	 decorrer	 das	 investigações,	 conduzidas	 a	 partir	 da	 interceptação	 das	 comunicações	
telefônicas,	 verificou-se	 que	 os	 indiciados	 contavam	 com	 a	 ajuda	 de	 integrantes	 das	 Forças	
Armadas	para	praticar	os	delitos,	utilizando	aviões	da	Aeronáutica	para	o	envio	da	substância	
entorpecente	para	o	exterior.	
O	inquérito	passou	a	tramitar	na

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