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Aula 04 - Prisão em flagrante - Prisão preventiva - Prisão temporária

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Livro Eletrônico
Aula 04
Direito Processual Penal p/ PC-CE (Inspetor) Com videoaulas - 2019.2
Renan Araujo, Time Renan Araujo
	
	
	
	
	
	 	
	
	 1	
10	
	
PRISÃO	(PARTE	I)	
	
1	 PRISÕES	CAUTELARES	..............................................................................................	2	
1.1	 Conceito	...................................................................................................................................	2	
1.2	 Espécies	....................................................................................................................................	4	
1.2.1	 Prisão	em	flagrante	......................................................................................................................................................	4	
1.2.2	 Prisão	preventiva	.......................................................................................................................................................	16	
1.2.3	 Prisão	temporária	......................................................................................................................................................	22	
2	 DISPOSITIVOS	LEGAIS	IMPORTANTES	.....................................................................	27	
3	 SÚMULAS	PERTINENTES	........................................................................................	31	
3.1	 Súmulas	do	STF	......................................................................................................................	31	
3.2	 Súmulas	do	STJ	.......................................................................................................................	31	
4	 LISTA	DE	EXERCÍCIOS	.............................................................................................	32	
5	 EXERCÍCIOS	COMENTADOS	....................................................................................	55	
6	 GABARITO	.............................................................................................................	98	
	
	
	
Olá,	meu	povo!	 	
	
Hoje	vamos	estudar	a	PRISÃO.	Vamos	ver	as	modalidades	de	prisão	CAUTELAR	(Em	flagrante,	
preventiva	e	temporária).	
	
Bons	estudos!	
Prof.	Renan	Araujo	
	
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 04
Direito Processual Penal p/ PC-CE (Inspetor) Com videoaulas - 2019.2
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	 2	
10	
1 PRISÕES	CAUTELARES	
1.1 CONCEITO	
Quando	falamos	em	“prisão”,	no	bojo	do	Direito	Processual	Penal,	só	podemos	estar	diante	de	
duas	espécies	de	medidas	privativas	de	liberdade:	
Prisão	pena	–	É	uma	punição	que	decorre	da	aplicação	da	lei	penal	através	de	uma	sentença	
penal	condenatória	irrecorrível	(imodificável);	
Prisão	não-pena	–	Trata-se	não	de	uma	punição	(pois	ainda	não	há	condenação	irrecorrível),	
mas	de	uma	medida	de	NATUREZA	CAUTELAR	(cautela	=	cuidado,	a	fim	de	se	evitar	um	prejuízo),	
cuja	finalidade	pode	ser	garantir	o	regular	desenvolvimento	da	instrução	processual,	a	aplicação	da	
lei	penal	ou,	nos	casos	expressamente	previstos	em	lei,	evitar	a	prática	de	novas	infrações	penais.	
A	modalidade	de	prisão	que	nos	interessa,	e	que	vamos	estudar,	é	a	prisão	“não	pena”,	que	é	
a	prisão	cuja	finalidade	não	é	punir	o	acusado	(pois	ele	ainda	não	pode	ser	considerado	culpado,	eis	
que	o	processo	ainda	está	tramitando,	lembram-se?).	
Quando	 alguém	 comete	 uma	 infração	 penal,	 surge	 para	 o	 Estado	 o	 dever	 de	 punir	 (jus	
puniendi).	Entretanto,	o	Estado	não	pode	aplicar	a	pena,	como	diríamos,	“à	moda	Bangu”,	ou	seja,	
de	 qualquer	 forma.	 Existe	 um	 procedimento	 que	 deve	 ser	 seguido	 pelo	 Estado	 previamente	 à	
aplicação	da	Lei	Penal.	Este	procedimento	a	ser	adotado	pelo	Estado	se	chama	“Processo	Criminal”.	
O	processo	criminal	tem	como	finalidade	garantir	que	o	Estado	aplique	a	Lei	penal	de	maneira	
correta,	 no	momento	 correto,	 em	 face	 da	 pessoa	 correta.	 Ou	 seja,	 para	 que	 o	 Estado	 não	 faça	
besteira!	
Tem	coisa	mais	irritante	que	ouvir	os	“penalistas”	das	emissoras	de	TV	aberta	cobrando	a	prisão	
de	alguém	que	cometeu	recentemente	um	crime?	Eu	conheço	poucas	coisas	tão	irritantes	quanto	
isto!	Frases	como	“Mas	e	fulano,	não	está	preso	por	quê?”,	“Como	é	que	pode,	faz	uma	coisa	dessas	
e	não	vai	preso...”.	
Esses	pseudointelectuais	não	sabem	que	existe	um	procedimento	prévio	que	o	Estado	deve	
adotar	para	que	depois	possa	punir	uma	pessoa.	A	prisão,	antes	desse	momento	(trânsito	em	julgado	
da	sentença	condenatória)	é	MEDIDA	EXCEPCIONALÍSSIMA	(Com	as	alterações	da	Lei	12.403/11,	se	
tornou	ainda	mais	excepcional).	
Se	 alguém	 pratica	 um	 crime,	 deve	 responder	 a	 um	 processo	 criminal,	 no	 qual	 lhe	 seja	
assegurada	ampla	defesa,	contraditório	e	todos	os	demais	direitos	fundamentais,	para	que,	ao	final,	
o	Estado	possa	dizer:	“É,	realmente	foi	fulano	quem	praticou	o	crime,	em	tais	circunstâncias,	por	tais	
motivos	e,	por	isso,	lhe	será	aplicada	tal	pena”.	Essa	é	a	finalidade.	
Mas	 então	 porque	 existem	 prisões	 que	 não	 são	 forma	 de	 punição?	 Aí	 é	 que	 está.	 Em	
determinados	casos,	a	liberdade	do	suposto	infrator	pode	ser	prejudicial	à	instrução	criminal	ou	à	
aplicação	 da	 lei	 penal.	 Imagine	 que	 há	 indícios	 fortes	 de	 que	 o	 indivíduo	 pretenda	 sair	 do	 país	
ilegalmente,	 ou,	 ainda,	 que	 ele	 esteja	 coagindo	 testemunhas	 a	 não	 deporem	 contra	 ele.	Nestes	
casos,	 a	 aplicação	 futura	 da	 lei	 penal	 e	 a	 instrução	 criminal,	 respectivamente,	 podem	 ser	
prejudicadas	se	esse	acusado	não	permanecer	preso	até	que	o	perigo	cesse.	
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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Direito Processual Penal p/ PC-CE (Inspetor) Com videoaulas - 2019.2
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10	
Portanto,	a	prisão	“não	pena”	(prisão	cautelar)	tem	por	finalidade	evitar	algum	prejuízo,	não	
podendo	ser	aplicada	como	forma	de	punir	o	acusado,	pois	essa	não	é	sua	finalidade.	Para	punir	o	
acusado,	primeiro	o	Estado	deve	realizar	todo	o	processo	criminal.	
Atualmente,	com	as	reformas	introduzidas	pela	Lei	12.403/11,	criaram-se	algumas	espécies	de	
medidas	cautelares	DIVERSAS	DA	PRISÃO.	Como	assim,	professor?	Ora,	em	alguns	casos,	o	perigo	
que	existe	pode	ser	evitado	mediante	a	aplicação	de	alguma	medida	diferente	da	prisão.	
EXEMPLO:	 Imaginem	 que	 um	 camarada,	 estilo	 “Pit	 boy”,	 esteja	 sendo	 acusado	 de	
espancar	uma	pessoa	em	razão	de	uma	briga	em	boate.	Durante	o	processo,	pode	ser	que	
haja	receio	de	que	esse	camarada	volte	a	praticar	esta	infração	penal.	Desta	maneira,	é	
possível	que	esse	dano	(prática	de	novas	infrações	semelhantes)	seja	evitado	mediante	
a	aplicação	de	uma	medida	cautelar	diversa	da	prisão,	que	é	a	proibição	de	frequentar	
determinados	lugares,	nos	termos	do	art.	319,	II	do	CPP:	
Art.	319.	São	medidas	cautelares	diversas	da	prisão:	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
(...)	
II	-	proibição	de	acesso	ou	frequência	a	determinados	lugares	quando,	por	circunstâncias	relacionadas	ao	
fato,	deva	o	indiciado	ou	acusado	permanecer	distante	desses	locais	para	evitar	o	risco	de	novas	infrações;	
(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Veja,	assim,	que	não	necessariamente	será	decretada	a	prisão	cautelar	de	alguém	em	razão	do	
perigo	de	algum	dano,	pois	pode	ser	que	seja	possível	evitar	o	dano	sacrificando	menos	a	liberdade	
do	acusado	ou	indiciado.	
Essa	breve	introdução	é	necessária	para	que	vocês	se	situem	bem	dentro	da	matéria	que	vamos	
estudar.	
Agora	que	vocês	já	sabem	que	existem	prisões	cuja	finalidade	é	punir	e	prisões	cuja	finalidade	
é	cautelar,	e	não	punitiva,	vamos	nos	ater	às	medidas	cautelares	(dentre	elas,	a	prisão).	
O	nosso	sistema	processual	penal	pátrio	estabelece	três	modalidades	de	prisão	cautelar	(ou	
prisão	provisória,	pois	não	é	definitiva):	
a)	Prisão	em	flagrante	
b)	Prisão	preventiva	
c)	Prisão	temporária	
	
As	duas	primeiras	espécies	estão	regulamentadas	no	CPP.	A	última	(prisão	temporária)	está	
prevista	e	regulamentada	na	Lei	7.960/89.	
Vamos	estudar,	agora,	cada	uma	destas	espéciesde	prisão	e,	ao	final,	analisarmos	as	medidas	
cautelares	diversas	da	prisão.	
	
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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1.2 ESPÉCIES	
1.2.1 Prisão	em	flagrante	
1.2.1.1 Natureza	
A	prisão	em	 flagrante	 é	uma	modalidade	de	prisão	 cautelar	que	 tem	como	 fundamento	a	
prática	de	um	fato	com	aparência	de	fato	típico.	Assim,	quando	a	autoridade	realiza	a	prisão	em	
flagrante	 do	 suspeito,	 não	 deve	 verificar	 se	 ele	 praticou	 o	 fato	 em	 legítima	 defesa,	 estado	 de	
necessidade,	etc.		
Possui	natureza	administrativa,	pois	não	depende	de	autorização	judicial1	para	sua	realização,	
e	 só	 pode	 ser	 realizada	 nas	 hipóteses	 previstas	 em	 Lei,	 que	 tratam	 dos	 momentos	 em	 que	 se	
considera	a	situação	de	flagrância.	
O	art.	301	do	CPP	diz:	
Art.	301.	Qualquer	do	povo	poderá	e	as	autoridades	policiais	e	seus	agentes	deverão	prender	quem	quer	que	
seja	encontrado	em	flagrante	delito.	
	
Vejam	 que	 qualquer	 de	 nós	 pode	 prender	 uma	 pessoa	 que	 esteja	 praticando	 um	 fato	
criminoso.	Porém,	a	autoridade	policial	não	PODE,	ela	DEVE	efetuar	a	prisão	de	quem	quer	que	seja	
encontrado	em	situação	de	flagrante	delito.	
Mas	quem	se	considera	em	flagrante	delito?	O	art.	302	do	CPP	nos	traz	a	resposta:	
Art.	302.	Considera-se	em	flagrante	delito	quem:	
I	-	está	cometendo	a	infração	penal;	
II	-	acaba	de	cometê-la;	
III	 -	 é	 perseguido,	 logo	após,	 pela	 autoridade,	 pelo	 ofendido	ou	por	 qualquer	 pessoa,	 em	 situação	que	 faça	
presumir	ser	autor	da	infração;	
IV	-	é	encontrado,	logo	depois,	com	instrumentos,	armas,	objetos	ou	papéis	que	façam	presumir	ser	ele	autor	da	
infração.	
	
1.2.1.2 Espécies	
A	Doutrina	distingue	as	situações	do	art.	302	do	CPP	em:	
1)	 Flagrante	 próprio	 (art.	 302,	 I	 e	 II	 do	 CPP)	 –	 Será	 considerado	 flagrante	 próprio,	 ou	
propriamente	dito,	a	situação	do	indivíduo	que	está	cometendo	o	fato	criminoso	(inciso	I)	ou	que	
acaba	de	cometer	este	fato	(inciso	II).	Nesse	último	caso,	é	necessário	que	entendamos	a	expressão	
“acaba	de	cometer”,	como	a	situação	daquele	que	está	“com	a	boca	na	botija”,	ou	seja,	acabou	de	
																																																			
1	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Curso	de	Direito	Processual	Penal.	10º	edição.	Ed.	Juspodivm.	Salvador,	2015,	p.	
831	
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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Direito Processual Penal p/ PC-CE (Inspetor) Com videoaulas - 2019.2
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cometer	 o	 crime	 e	 é	 surpreendido	 no	 cenário	 do	 fato.2	 Também	 chamado	 de	 flagrante	 real,	
verdadeiro	ou	propriamente	dito.	
2)	 Flagrante	 impróprio	 (art.	 302,	 III	 do	 CPP)	 –	 Aqui,	 embora	 o	 agente	 não	 tenha	 sido	
encontrado	pelas	autoridades	no	local	do	fato,	é	necessário	que	haja	uma	perseguição,	uma	busca	
pelo	 indivíduo,	ao	 final	da	qual,	ele	acaba	preso.	 Imaginem	que	a	polícia	 recebe	a	notícia	de	um	
homicídio.	Desloca-se	até	o	local	e	imediatamente	começa	a	vascular	o	bairro	e	acaba	por	encontrar	
aquele	 que	 seria	 o	 infrator.	 Nesse	 caso,	 temos	 o	 flagrante	 impróprio.3	 Também	 chamado	 de	
imperfeito,	irreal	ou	“quase	flagrante”.	
3)	 Flagrante	 presumido	 (art.	 302,	 IV	 do	 CPP)	 –	No	 flagrante	 presumido	 temos	 as	mesmas	
características	do	flagrante	impróprio,	com	a	diferença	que	a	Doutrina	não	exige	que	tenha	havida	
qualquer	perseguição	ao	suposto	infrator,	desde	que	ele	seja	surpreendido,	logo	depois	do	crime,	
com	 objetos	 (armas,	 papéis,	 etc.)	 que	 façam	 presumir	 que	 ele	 foi	 o	 autor	 do	 delito.	 Também	
chamado	de	flagrante	ficto	ou	assimilado.4	
As	expressões	“acaba	de	cometê-la”,	“logo	após”,	“logo	depois”	são	expressões	cujo	significado	
é	dado	pela	Doutrina,	mas	há	alguma	divergência	entre	os	Doutrinadores.	Entretanto,	a	maioria	
entende	que	a	sequência	temporal	é:	
Acaba	de	cometer	o	crime	 	Logo	após	 	Logo	depois	
	
O	 art.	 303	 traz	 uma	 regrinha	meio	 desnecessária,	 pois	 diz	 que	 nas	 infrações	 permanentes	
considera-se	em	flagrante	enquanto	não	cessar	a	permanência.	Ora,	mas	isso	é	óbvio!	Se	durante	
a	 permanência	 o	 crime	 está	 se	 consumando,	 é	 óbvio	 que	 durante	 a	 permanência	 o	 agente	 se	
encontra	em	flagrante.	
Importante	 destacar	 que	 se	 o	 infrator,	 sendo	 perseguido,	 passar	 ao	 território	 de	 outro	
município	 ou	 comarca,	 o	 executor	 “poderá	 efetuar-lhe	 a	 prisão	 no	 lugar	 onde	 o	 alcançar,	
apresentando-o	imediatamente	à	autoridade	local,	que,	depois	de	lavrado,	se	for	o	caso,	o	auto	de	
flagrante,	providenciará	para	a	remoção	do	preso”,	conforme	art.	290	do	CPP:	
	
1.2.1.3 Sujeitos	da	prisão	em	flagrante	
A	prisão	em	flagrante	possui	um	sujeito	ativo	e	um	sujeito	passivo.	O	sujeito	ativo	da	prisão	em	
flagrante	é	quem	efetua	a	prisão,	e	o	sujeito	passivo	é	a	pessoa	que	é	presa.	
Quanto	ao	sujeito	ativo,	vimos	que	ele	pode	ser	facultativo	ou	obrigatório.	Qualquer	pessoa	
do	povo	pode	efetuar	uma	prisão	em	flagrante,	logo,	nesse	caso	temos	um	sujeito	ativo	facultativo	
(PODE).	Entretanto,	a	autoridade	policial	e	seus	agentes	DEVEM	realizar	a	prisão	em	flagrante,	por	
																																																			
2	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	832	
3	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Manual	de	processo	penal	e	execução	penal.	12.º	edição.	Ed.	Forense.	Rio	de	Janeiro,	2015,	p.	537	
4	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	832	
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	 6	
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isso	aqui	temos	o	que	se	chama	de	sujeito	ativo	obrigatório	(DEVE).	Isso	faz	com	que	tenhamos,	no	
primeiro	caso,	um	flagrante	facultativo,	e	no	segundo	caso	um	flagrante	obrigatório.5	
Quanto	ao	sujeito	passivo,	via	de	regra	toda	pessoa	pode	ser	sujeito	passivo	de	uma	prisão	em	
flagrante.	No	entanto,	existem	algumas	regrinhas	especiais,	que	eu	vou	mostrar	para	vocês	num	
quadro	que	facilita	a	compreensão	e	fixação:	
	
PRISÃO	EM	FLAGRANTE	X	SITUAÇÕES	ESPECIAIS	
HIPÓTESE	 SITUAÇÃO	
MENORES	DE	18	ANOS	 Menores	de	12	anos	(crianças)	não	podem	sofrer	privação	da	
liberdade,	 devendo	 ser	 encaminhadas	 ao	 Conselho	 Tutelar.	
Maiores	de	12	e	menores	de	18	anos	(adolescentes)	podem	
ser	apreendidos,	mas	não	presos	(arts.	101,	105	e	171	do	ECA).	
PRESIDENTE	 DA	
REPÚBLICA	
Não	está	sujeito	à	prisão	em	flagrante,	pois	só	pode	ser	preso	
pela	prática	de	crime	comum	após	sentença	condenatória,	nos	
termos	do	art.	86,	§	3°	da	Constituição.	
JUÍZES	 E	 MEMBROS	 DO	
MP	
Só	 podem	 ser	 presos	 em	 flagrante	 pela	 prática	 de	 crime	
INAFIANÇÁVEL.	
PARLAMENTARES	 DO	
CONGRESSO	NACIONAL	
Só	podem	ser	presos	em	 flagrante	de	crime	 INAFIANÇÁVEL	
(art.	 53,	 §	 2°	 da	 CF/88).	 Aplica-se	 o	mesmo	 aos	 Deputados	
Estaduais	e	Distritais	(art.	27,	§	1°	da	CF).	
DIPLOMATAS	
ESTRANGEIROS	 E	 CHEFES	
DE	 ESTADOS	
ESTRANGEIROS	
Não	podem	ser	presos	em	flagrante	(art.	1°,	I	do	CPP).	
INFRATOR	 QUE	
ESPONTANEAMENTE	 SE	
APRESENTA	
Não	 pode	 ser	 preso	 em	 flagrante,	 pois	 a	 sua	 apresentação	
espontânea	 à	 autoridade	 impede	 a	 caracterização	 do	
flagrante	(nos	termos	do	art.	304	do	CPP).	
AUTOR	 DE	 INFRAÇÃO	 DE	
MENOR	 POTENCIAL	
OFENSIVO	(JECRIM)	
Em	 regra,	 não	 está	 sujeito	 à	 determinação	 de	 prisão	 em	
flagrante.	 No	 entanto,	 o	 art.	 69,	 §	 único	 da	 Lei	 9.099/95	
estabelece	 que	 se	 aquele	 que	 pratica	 infração	 de	 menor	
potencial	ofensivo	(IMPO)	se	recusar	à	comparecer	ao	Juizado	
ou	se	negar	a	assumir	compromisso	de	comparecer	ao	Juizado	
após	a	 lavratura	do	Termo	Circunstanciado	 (TC),	poderá	 ser	
decretada	sua	prisão	em	flagrante.		
																																																			
5	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	833	
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	 7	
10	
PESSOA	 FLAGRADA	 NA	
POSSE	DE	ENTORPECENTE	
PARA	USO	PRÓPRIO	(ART.	
28	DA	LEI	DE	DROGAS)	
Não	cabe	a	decretação	de	sua	prisão	em	flagrante	(art.	48,	§	
2°	da	Lei	11.343/06),	comprometendo-se	o	infrator,	OU	NÃO,	
a	comparecer	ao	Juizado.	CUIDADO	COM	ISSO!	
	
Meus	caros,	vocês	devem	ter	em	mente	que	quando	digo	que	não	cabe	prisão	em	flagrante	
nesses	casos,	estou	me	referindo	à	prisão	em	flagrante	como	modalidade	de	prisão	cautelar,	aquela	
que	 é	 decretada	 pela	 autoridade	 policial.	 Isso	 não	 impede,	 entretanto,	 que	 qualquer	 destas	
pessoas,	sendo	surpreendida	em	situação	de	flagrante,	seja	conduzida	à	Delegacia	para	o	registro	
do	 ocorrido	 e,	 posteriormente,	 seja	 liberada.	 O	 que	 não	 se	 permite	 é	 que,	 após	 a	 condução	 e	
apresentação	à	autoridade	policial,	a	autoridade	policial	proceda	à	lavratura	do	auto	de	prisão	em	
flagrante6.	
Assim,	a	prisão	em	flagrante	possui	04	etapas7:	
⇒ Captura	(1º	etapa)	
⇒ Condução	coercitiva	(2º	etapa)	
⇒ Lavratura	do	APF	(3º	etapa)	
⇒ Recolhimento	ao	cárcere	(4º	etapa)	
	
Quando	 se	 diz	 que	 “não	 se	 imporá	 prisão	 em	 flagrante”	 para	 determinados	 agentes,	 pela	
função	 que	 exercem	 ou	 pela	 natureza	 do	 crime	 praticado,	 se	 está	 a	 dizer	 que	 não	 é	 cabível	 a	
lavratura	do	APF	e	recolhimento	ao	cárcere.	Todavia,	nada	impede	a	captura	e	condução	coercitiva	
até	a	autoridade	policial,	a	fim	de	que	esta	analise	as	circunstâncias	da	prisão.	
Esta	 condução	 de	 quem	 se	 encontra	 em	 situação	 de	 flagrante	 é	 chamada	 de	 PRISÃO-
CONDUÇÃO	pela	maioria	da	Doutrina.	A	prisão	em	flagrante,	propriamente,	é	a	que	está	prevista	no	
art.	304	e	seu	§	1°	do	CPP:	
Art.	304.	Apresentado	o	preso	 à	autoridade	 competente,	ouvirá	esta	o	 condutor	e	 colherá,	desde	 logo,	 sua	
assinatura,	entregando	a	este	cópia	do	termo	e	recibo	de	entrega	do	preso.	Em	seguida,	procederá	à	oitiva	das	
testemunhas	que	o	acompanharem	e	ao	interrogatório	do	acusado	sobre	a	imputação	que	lhe	é	feita,	colhendo,	
após	cada	oitiva	suas	respectivas	assinaturas,	lavrando,	a	autoridade,	afinal,	o	auto.	(Redação	dada	pela	Lei	
nº	11.113,	de	2005)	
§	 1o	 Resultando	 das	 respostas	 fundada	 a	 suspeita	 contra	 o	 conduzido,	a	 autoridade	mandará	 recolhê-lo	 à	
prisão,	exceto	no	caso	de	livrar-se	solto	ou	de	prestar	fiança,	e	prosseguirá	nos	atos	do	inquérito	ou	processo,	
se	para	isso	for	competente;	se	não	o	for,	enviará	os	autos	à	autoridade	que	o	seja.	
																																																			
6	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	839	
7	Alguns	citam,	ainda,	a	comunicação	da	prisão	ao	Juiz	e	a	realização	de	audiência	de	custódia.	Tecnicamente,	a	primeira	não	é	
fase	da	prisão	em	flagrante,	mas	obrigação	da	autoridade	policial	como	desdobramento	da	lavratura	do	APF,	e	a	segunda	é	mero	
ato	para	se	apurar	a	legalidade	da	prisão,	o	respeito	às	garantias	do	preso,	etc.	
	
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Vejam	que	o	art.	304	fala	em	“apresentado	o	preso”,	o	que	nos	leva	a	crer	que	aquele	que	se	
apresenta	espontaneamente	não	pode	ser	preso	em	flagrante	pela	autoridade	policial,	devendo,	se	
for	o	caso,	ser	requerida	a	decretação	de	sua	prisão	preventiva.8	
Nos	 crimes	habituais,	 permanentes	 e	 continuados,	 por	 serem	crimes	que	 se	prolongam	no	
tempo,	alguns	probleminhas	surgiram,	tendo	a	Doutrina	e	Jurisprudência	se	firmado	nesse	sentido:	
PRISÃO	EM	FLAGRANTE	X	DETERMINADOS	DELITOS	
NATUREZA	DO	
DELITO	
SITUAÇÃO	
CRIMES	
HABITUAIS	
Não	cabe	prisão	em	flagrante,	pois	o	crime	não	se	consuma	em	apenas	
um	ato,	exigindo-se	uma	sequência	de	atos	isolados	para	que	o	fato	seja	
típico9	(maioria	da	Doutrina	e	da	Jurisprudência).	Parte	minoritária,	no	
entanto,	entende	possível,	se	quando	a	autoridade	policial	surpreender	
o	 infrator	 praticando	 um	 dos	 atos,	 já	 se	 tenha	 prova	 inequívoca	 da	
realização	dos	outros	atos	 necessários	à	 caracterização	do	 fato	 típico	
(Minoritário).	 Há	 decisões	 jurisprudenciais	 nesse	 último	 sentido	
(possível,	desde	que	haja	prova	da	habitualidade).	
CRIME	
PERMANENTE	
O	 flagrante	 pode	 ser	 realizado	 em	 qualquer	 momento	 durante	 a	
execução	do	crime,	logo	após	ou	logo	depois.	
CRIME	
CONTINUADO	
Por	se	tratar	de	um	conjunto	de	crimes	que	são	tratados	como	um	só	
para	 efeito	 de	 aplicação	 da	 pena,	 pode	 haver	 flagrante	 quando	 da	
ocorrência	de	qualquer	dos	delitos.	
	
1.2.1.4 Modalidades	especiais	de	flagrante	
• Flagrante	esperado	–	A	autoridade	policial	toma	conhecimento	de	que	será	praticada	
uma	infração	penal	e	se	desloca	para	o	local	onde	o	crime	acontecerá.	Iniciados	os	atos	
executórios,	ou	até	mesmo	havendo	a	consumação,	a	autoridade	procede	à	prisão	em	
flagrante.	TRATA-SE	DE	MODALIDADE	VÁLIDA	DE	PRISÃO	EM	FLAGRANTE10.	
• Flagrante	provocado	ou	preparado	–	Aqui	a	autoridade	instiga	o	infrator	a	cometer	o	
crime,	criando	a	situação	para	que	ele	cometa	o	delito	e	seja	preso	em	flagrante.	É	o	
famoso	“a	ocasião	faz	o	ladrão”.	NÃO	é	VÁLIDA,	pois	quem	efetuou	a	prisão	criou	uma	
																																																			
8	Nesse	mesmo	sentido,	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	837.	Em	sentido	parcialmente	contrário,	NUCCI,	
para	quem	não	se	pode	estabelecer	regras	rígidas	no	sentido	da	impossibilidade	da	decretação	da	prisão	em	flagrante	neste	caso.	
Para	o	autor,	 seria	possível	a	 realização	da	prisão	em	 flagrante,	a	depender	do	caso.	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Op.	Cit.,	p.	
546/547	
9	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	838.	No	mesmo	sentido,	NUCCI.	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Op.	Cit.,	
p.	542	
10	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Op.	Cit.,	p.	541.	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	833	
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situação	que	torna	impossível	a	consumação	do	delito,	tratando-se,	portanto,	de	crime	
impossível.	 O	 STF	 possui	 a	 súmula	 n°	 145	 a	 respeito	 do	 tema.11	 A	 Doutrina	 e	 a	
Jurisprudência,	no	entanto,	vêm	admitindo	a	validade	de	flagrante	preparado	quando	o	
agente	provocador	 instiga	 o	 infrator	 a	 praticar	 um	 crime	 apenas	para	prendê-lo	 por	
crime	diverso.	Exemplo:	Imagine	o	policial	que	sobe	o	morro	para	prender	um	vendedor	
de	drogas.	Ele	pede	a	droga	e	o	traficante	o	fornece.	Nesse	o	momento	o	policial	efetua	
a	 prisão,	mas	 não	 pela	 venda	 de	 droga,	 que	 seria	 crime	 impossível,	mas	 pelo	 crime	
anterior	a	este,	que	é	o	crime	de	“ter	consigo	para	venda”	substância	entorpecente.	
Nesse	caso,	o	flagrante	preparado	vem	sendo	admitido,	pois	não	há	hipótese	de	crime	
impossível,	eis	que	o	crime	já	havia	ocorrido,	sendo	a	preparação	e	 instigação	meros	
meios	para	que	o	crime	consumado	fosse	descoberto;	
• Flagrante	 forjado	 –	 Aqui	 o	 fato	 típico	 não	 ocorreu,	 sendo	 simulado	 pela	 autoridade	
policial	 para	 incriminar	 falsamente	 alguém.	 É	 ABSOLUTAMENTE	 ILEGAL12.	 Se	 quem	
realiza	esse	flagrante	é	autoridade,	trata-se	de	crime	de	abuso	de	autoridade.	Se	quem	
pratica	é	pessoa	comum,	poderemos	estar	diante	do	crime	de	denunciação	caluniosa.	
Sabemos	que	coisas	como	estas	não	existem	no	Brasil,	mas	já	ouvi	dizer	que	na	Finlândia	
isto	é	muito	comum...	
	
	
Não	 confundam	 estas	 hipóteses	 de	 flagrante	 com	 o	 chamado	 FLAGRANTE	 DIFERIDO	 (OU	
RETARDADO13).	Nessa	modalidade	a	autoridade	policial	retarda	a	realização	da	prisão	em	flagrante,	
a	 fim	de,	permanecendo	“à	 surdina”,	obter	maiores	 informações	e	 capturar	mais	 integrantes	do	
bando.	Trata-se	de	tática	da	polícia.	Está	previsto	expressamente	na	ação	controlada	de	que	trata	o	
art.	8°	da	Lei	12.850/13	(Lei	de	organização	criminosa),	bem	como	no	art.	53,	§	2°	da	Lei	11.343/06	
(Lei	de	Drogas).	
	
	
OAuto	de	Prisão	em	Flagrante	–	APF	geralmente	é	lavrado	pela	autoridade	policial	do	local	em	
que	ocorreu	a	prisão,	ou,	se	não	houver	neste	local,	a	autoridade	do	local	mais	próximo,	pois	é	a	ela	
que	o	preso	deve	ser	apresentado	(art.	308	do	CPP).	No	entanto,	nada	impede	que	um	Juiz	possa	
lavrar	o	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	nos	crimes	cometidos	em	sua	presença.	Nos	termos	do	art.	307	
do	CPP:	
																																																			
11	“NÃO	HÁ	CRIME,	QUANDO	A	PREPARAÇÃO	DO	FLAGRANTE	PELA	POLÍCIA	TORNA	IMPOSSÍVEL	A	SUA	CONSUMAÇÃO.”	
12	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	836	
13	Também	chamado	de	flagrante	postergado,	estratégico	ou	ação	controlada.	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	
Cit.	p.	835	
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Art.	307.	Quando	o	fato	for	praticado	em	presença	da	autoridade,	ou	contra	esta,	no	exercício	de	suas	funções,	
constarão	do	auto	a	narração	deste	fato,	a	voz	de	prisão,	as	declarações	que	fizer	o	preso	e	os	depoimentos	das	
testemunhas,	sendo	tudo	assinado	pela	autoridade,	pelo	preso	e	pelas	testemunhas	e	remetido	imediatamente	
ao	juiz	a	quem	couber	tomar	conhecimento	do	fato	delituoso,	se	não	o	for	a	autoridade	que	houver	presidido	
o	auto.	
	
Percebam,	meus	amigos,	que	se	um	Juiz	determinar	a	prisão	em	flagrante	de	alguém,	poderá	
ele	mesmo	lavrar	o	Auto	de	Prisão	em	Flagrante,	remetendo	ao	Juiz	competente	para	apreciar	o	
fato.	Além	disso,	a	lei	permite	que	o	mesmo	Juiz	que	lavrou	o	APF	possa	apreciar	o	fato!	Cuidado	
com	isso!	
Mas	 e	 se	 houver	 alguma	 ilegalidade	 no	 Auto	 de	 Prisão	 em	 Flagrante?	 Sendo	 o	 Juiz	 que	
apreciará	o	caso,	a	mesma	pessoa	quem	elaborou	o	APF,	como	fazer?	Nesse	caso,	nada	impede	
que	o	preso	ou	seu	procurador	impetrem	Habeas	Corpus,	de	forma	a	garantir	a	liberdade	do	preso.	
Não	caberia	pedido	de	relaxamento	de	prisão,	pois	se	o	Juiz	entendesse	ilegal	sua	conduta	não	teria	
lavrado	o	Auto.	
	
1.2.1.5 Procedimento	da	lavratura	do	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	
Após	ser	apresentado	o	preso	em	flagrante	delito	à	autoridade	policial,	esta	deverá	adotar	o	
seguinte	procedimento:	
⇒ Ouvir	o	condutor	
⇒ Ouvir	as	testemunhas	
⇒ Ouvir	a	vítima,	se	for	possível	
⇒ Ouvir	o	preso	(Interrogatório)	
	
Essa	é	a	redação	do	art.	304	do	CPP:	
Art.	 304.	 Apresentado	o	 preso	 à	 autoridade	 competente,	 ouvirá	 esta	 o	 condutor	 e	 colherá,	 desde	 logo,	 sua	
assinatura,	entregando	a	este	cópia	do	termo	e	recibo	de	entrega	do	preso.	Em	seguida,	procederá	à	oitiva	das	
testemunhas	que	o	acompanharem	e	ao	interrogatório	do	acusado	sobre	a	imputação	que	lhe	é	feita,	colhendo,	
após	cada	oitiva	suas	respectivas	assinaturas,	lavrando,	a	autoridade,	afinal,	o	auto.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	
11.113,	de	2005)	
	
Importante	destacar	que	a	primeira	providência	a	ser	adotada	é	ouvir	o	condutor,	colhendo,	
desde	 logo,	 sua	 assinatura,	 entregando-lhe	 cópia	 do	 termo	 e	 recibo	 de	 entrega	 do	 preso.	 Isto	
porque,	na	grande	maioria	das	vezes,	o	condutor	é	um	policial	militar,	que	não	pode	perder	tempo	
aguardando	toda	a	lavratura	do	APF,	pois	necessita	voltar	ao	trabalho.	
	
Mas,	 e	 se	 não	 houver	 autoridade	 policial	 no	 local	 da	 prisão?	Neste	 caso,	 o	 preso	 deverá	 ser	
apresentado	logo	à	autoridade	do	lugar	mais	próximo,	conforme	art.	308	do	CPP.	
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E	se	não	houver	testemunhas	do	fato?	Nesse	caso,	não	está	impossibilitada	a	prisão	em	flagrante,	
mas	deverão	assinar	 com	o	condutor,	duas	pessoas	que	 tenham	presenciado	a	apresentação	do	
preso	(e	não	sua	prisão!).	Nos	termos	do	§	2°	do	art.	304	do	CPP:	
§	2o	A	falta	de	testemunhas	da	infração	não	impedirá	o	auto	de	prisão	em	flagrante;	mas,	nesse	caso,	com	o	
condutor,	 deverão	assiná-lo	pelo	menos	duas	pessoas	que	hajam	 testemunhado	a	apresentação	do	preso	à	
autoridade.	
	
Após	ouvir	estas	pessoas,	a	autoridade	policial,	se	entender	que	há	fundada	suspeita	contra	o	
infrator,	decretará	sua	prisão	em	flagrante	(lavrando	o	APF),	nos	termos	do	art.	304,	§	1°	do	CPP:	
§	1o	Resultando	das	respostas	fundada	a	suspeita	contra	o	conduzido,	a	autoridade	mandará	recolhê-lo	à	prisão,	
exceto	no	caso	de	livrar-se	solto	ou	de	prestar	fiança,	e	prosseguirá	nos	atos	do	inquérito	ou	processo,	se	para	
isso	for	competente;	se	não	o	for,	enviará	os	autos	à	autoridade	que	o	seja.	
	
Lavrado	o	auto	de	prisão	em	flagrante	pelo	Escrivão	(ou	por	quem	lhe	faça	as	vezes,	nos	termos	
do	art.	305	do	CPP14),	serão	os	autos	serão	remetidos	à	autoridade	competente,	caso	não	seja	a	que	
lavrou	o	auto.	
O	art.	306	do	CPP	e	seu	§	1°	tratam	da	comunicação	acerca	da	prisão	do	apresentado:	
Art.	306.	A	prisão	de	qualquer	pessoa	e	o	 local	onde	se	encontre	 serão	comunicados	 imediatamente	ao	 juiz	
competente,	ao	Ministério	Público	e	à	família	do	preso	ou	à	pessoa	por	ele	indicada.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	
12.403,	de	2011).	
§	1o	Em	até	24	(vinte	e	quatro)	horas	após	a	realização	da	prisão,	será	encaminhado	ao	juiz	competente	o	auto	
de	prisão	em	flagrante	e,	caso	o	autuado	não	informe	o	nome	de	seu	advogado,	cópia	integral	para	a	Defensoria	
Pública.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Perceba-se	 que	 a	 prisão	 e	 o	 local	 em	 que	 se	 encontre	 o	 preso	 deverão	 ser	 comunicados	
IMEDIATAMENTE:	
⇒ Ao	Juiz	competente	
⇒ Ao	MP	
⇒ À	família	do	preso	ou	pessoa	por	ele	indicada	
	
Ou	seja,	a	comunicação	da	prisão	e	o	local	em	que	o	preso	se	encontre	é	IMEDIATA,	e	não	em	
24h.	
Em	24h,	aí	sim,	a	autoridade	policial	deverá	encaminhar	o	APF	ao	Juiz.	Vejam	que	se	o	preso	
não	constituir	nenhum	advogado,	cópia	do	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	será	encaminhada	também	
																																																			
14	Art.	 305.	 	Na	 falta	 ou	no	 impedimento	do	 escrivão,	qualquer	pessoa	designada	pela	 autoridade	 lavrará	o	 auto,	 depois	 de	
prestado	o	compromisso	legal.	
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à	Defensoria	Pública,	para	que	realize	a	defesa,	facultando-se	sempre	ao	preso	o	direito	de	constituir	
advogado	de	sua	confiança.	
No	mesmo	prazo	de	24	horas	o	preso	deve	receber	a	“nota	de	culpa”,	que	é	o	documento	
mediante	o	qual	a	autoridade	dá	ciência	ao	preso	dos	motivos	de	sua	prisão,	o	nome	do	condutor	e	
os	das	testemunhas,	conforme	previsão	do	art.	306,	§	2°	do	CPP.	
E	se	o	preso	se	recusar	a	assinar	o	APF?	Nesse	caso,	entende	a	Doutrina	que	se	pode	suprir	a	
assinatura	do	preso	pela	assinatura	de	duas	testemunhas,	nos	termos	do	art.	304,	§	3°	do	CPP:	
§	3o	Quando	o	acusado	se	recusar	a	assinar,	não	souber	ou	não	puder	fazê-lo,	o	auto	de	prisão	em	flagrante	
será	assinado	por	duas	testemunhas,	que	tenham	ouvido	sua	leitura	na	presença	deste.	(Redação	dada	pela	Lei	
nº	11.113,	de	2005)	
	
	
Além	 disso,	 o	 §4º	 do	 art.	 304	 traz	 a	 exigência	 de	 que	 no	 APF	 conste	 expressamente	 a	
informação	acerca	da	existência	de	filhos,	respectivas	idades	e	se	possuem	alguma	deficiência	e	o	
nome	e	o	contato	de	eventual	responsável	pelos	cuidados	dos	filhos,	indicado	pela	pessoa	presa.	Tal	
exigência	foi	introduzida	no	CPP	pela	Lei	13.257/16.	
O	art.	309	fala	em	“livrar-se	solto”.	Vejamos:	
Art.	309.	Se	o	réu	se	livrar	solto,	deverá	ser	posto	em	liberdade,	depois	de	lavrado	o	auto	de	prisão	em	flagrante.	
	
⇒ O	que	seria	o	“livrar-se	solto”?	Essa	é	uma	expressão	utilizada	para	definir	os	casos	em	que	
o	infrator	poderia	ser	colocado	em	liberdade	sem	nenhuma	exigência.	Aplicava-se	aos	crimes	aos	
quais	não	se	previa	pena	privativa	de	liberdade	e	aos	crimes	cuja	pena	não	ultrapassasse	três	meses.	
Atualmente	a	Doutrina	entende	que	não	existe	mais	hipótese	de	“livrar-sesolto”,	pois	esta	
previsão	estava	contida	na	redação	antiga	do	art.	321.	A	nova	redação	do	art.	321	nada	fala	sobre	o	
PROCEDIMENTOS	APÓS	A	
LAVRATURA	DO	APF
IMEDIATAMENTE
Comunicação	da	prisão e	
local	onde	o	preso	se	
encontre
Ao	Juiz
Ao	MP
À	família	do	preso	ou	
pessoa	por	ele	indicada
EM	24h
Enviar	cópia	do	APF	ao	Juiz	
competente
Enviar	cópia	do	APF à	DP,	
caso	não	tenha	advogado
Entregar	ao	preso	a	nota	
de	culpa
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“livrar-se	solto”.	Hoje,	tendo	o	réu	sido	preso	em	flagrante,	independentemente	da	infração	penal,	
caberá	ao	Juiz	agir	de	acordo	com	o	art.	310	do	CPP.15	
E	 quando	 o	 Juiz	 receber	 o	 Auto	 de	 Prisão	 em	 Flagrante,	 o	 que	 deve	 fazer?	 Ao	 Juiz	 são	
facultadas	três	hipóteses:	
⇒ Relaxar	a	prisão	ilegal	
⇒ Converter	a	prisão	em	prisão	preventiva,	desde	que	presentes	os	 requisitos	para	 tal,	bem	
como	se	mostrarem	inadequadas	ou	insuficientes	as	outras	medidas	cautelares	
⇒ Conceder	a	liberdade	provisória,	com	ou	sem	fiança,	a	depender	do	caso	
	
Isto	é	o	que	consta	da	nova	redação	do	art.	310	do	CPP,	trazida	pela	Lei	12.403/11:	
Art.	310.	Ao	receber	o	auto	de	prisão	em	flagrante,	o	juiz	deverá	fundamentadamente:	(Redação	dada	pela	Lei	
nº	12.403,	de	2011).	
I	-	relaxar	a	prisão	ilegal;	ou	(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
II	-	converter	a	prisão	em	flagrante	em	preventiva,	quando	presentes	os	requisitos	constantes	do	art.	312	deste	
Código,	e	se	revelarem	inadequadas	ou	insuficientes	as	medidas	cautelares	diversas	da	prisão;	ou	(Incluído	pela	
Lei	nº	12.403,	de	2011).	
III	-	conceder	liberdade	provisória,	com	ou	sem	fiança.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Assim,	a	reforma	promovida	pela	Lei	12.403/11	aboliu	a	possibilidade	de	manutenção	da	prisão	
em	flagrante.	Quando	o	Juiz	receber	o	APF,	deverá	relaxar	a	prisão,	se	esta	for	ilegal.	Em	sendo	legal	
a	 prisão,	 o	 Juiz	 deverá	 decretar	 a	 prisão	 preventiva,	 caso	 presentes	 os	 requisitos	 ou,	 caso	 não	
estejam	presentes	os	 requisitos	da	preventiva,	 conceder	 a	 liberdade	provisória,	 podendo,	 se	 for	
necessário,	aplicar	medidas	cautelares	diversas	da	prisão.	
Assim:	
																																																			
15	Sobre	o	tema,	importante	destacar	que	a	impossibilidade	de	prisão	em	flagrante	no	que	toca	às	infrações	de	menor	potencial	
ofensivo	não	se	confunde	com	o	“livrar-se	solto”.	A	uma,	porque	os	pressupostos	são	diversos;	A	duas,	porque	o	livrar-se	solto	era	
aplicado	num	contexto	de	impossibilidade	de	manutenção	da	prisão	em	flagrante	(que	atualmente	já	não	é	cabível	mesmo,	já	que	
deve	ser	convertida	em	preventiva),	enquanto	a	regra	dos	Juizados	impede	a	lavratura	do	auto	de	prisão	em	flagrante,	cumpridos	
os	requisitos.	
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Qualquer	das	decisões	tomadas	pelo	Juiz	deve	ser	fundamentada,	conforme	preconiza	o	artigo	
citado.	Aliás,	trata-se	de	uma	norma	que	busca	respeitar	o	texto	Constitucional,	que	assim	determina	
em	seu	art.	93,	IX.16	
A	ilegalidade	da	prisão	em	flagrante	implica	o	relaxamento	da	prisão	E	NÃO	A	CONCESSÃO	DE	
LIBERDADE	 PROVISÓRIA,	 CUIDADO	 COM	 ISSO!	 Além	 disso,	 a	 ilegalidade	 da	 prisão	 pode	 ser	
intrínseca	 (quando	 não	 era	 caso	 de	 prisão	 em	 flagrante)	 ou	 extrínseca	 (era	 caso	 de	 prisão	 em	
flagrante,	mas	houve	alguma	ilegalidade	no	procedimento.	Ex:	Não	foi	fornecida	ao	preso	a	nota	de	
culpa).	
Alguns	Doutrinadores	 chegam	a	 afirmar	que	 a	prisão	em	 flagrante	 como	espécie	de	prisão	
provisória	 deixou	 de	 existir,	 afirmando	 que	 teria	 natureza	 meramente	 pré-cautelar.	 Outros	
entendem	que	continua	existindo,	só	que	está	limitada	ao	momento	em	que	o	Juiz	toma	ciência	do	
APF,	momento	no	qual	ele	deve	adotar	uma	das	providências	citadas.	
De	qualquer	forma,	a	prisão	em	flagrante	existe	e	sua	natureza,	a	meu	ver,	continua	sendo	
cautelar.	 Entretanto,	 ela	 é	 cautelar	 precária,	 pois	 é	medida	 excepcional	 e	 não	 determinada	 por	
autoridade	 judiciária,	mas	 autoridade	 administrativa17.	 Temos	que	 aguardar	 para	 saber	 como	os	
Tribunais	irão	se	manifestar	acerca	dessas	alterações.	
	
																																																			
16	Art.	93	(...)	
IX	todos	os	julgamentos	dos	órgãos	do	Poder	Judiciário	serão	públicos,	e	fundamentadas	todas	as	decisões,	sob	pena	de	nulidade,	
podendo	a	lei	limitar	a	presença,	em	determinados	atos,	às	próprias	partes	e	a	seus	advogados,	ou	somente	a	estes,	em	casos	nos	
quais	a	preservação	do	direito	à	intimidade	do	interessado	no	sigilo	não	prejudique	o	interesse	público	à	informação;	(Redação	
dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	45,	de	2004)	
17	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	831	
DECISÕES	DO	JUIZ	
AO	RECEBER	O	APF
Prisão	ilegal Relaxa	a	prisão	em	flagrante
Prisão	legal
Estão	presentes	os	requisitos	
para	a	decretação	da	prisão	
preventiva
Decreta	a	prisão	
preventiva
Não	estão	presentes	os	
requisitos	para	a	decretação	
da	preventiva
Concede	 liberdade	
provisória
Pode	aplicar	medida	
cautelar	diversa	da	
prisão
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1.2.1.6 Audiência	de	custódia	
A	 audiência	 de	 custódia	 nada	mais	 é	 que	 uma	 audiência	 realizada	 logo	 após	 a	 prisão	 em	
flagrante,	de	maneira	a	permitir	que	haja	um	contato	direto	entre	o	 Juiz	e	o	preso,	devendo	ser	
acompanhada	por	um	defensor	(advogado	constituído,	defensor	público,	etc.)	e	pelo	MP.	
A	finalidade	da	audiência	de	custódia	é:	
• Verificar	a	legalidade	da	prisão	
• Verificar	eventual	ocorrência	de	excessos	(maus-tratos,	tortura,	etc.)	
	
Mas	porque	a	audiência	de	custódia	seria	necessária?	Não	bastaria	que	o	Juiz	analisasse	o	
Auto	de	Prisão	em	Flagrante	para	decidir?	Em	tese,	sim.	De	fato,	poderia	o	Juiz	decidir	o	que	fazer	
(decretar	 a	 preventiva,	 conceder	 liberdade	 provisória,	 etc.)	mesmo	 sem	o	 contato	 direto	 com	o	
preso.	Contudo,	esse	contato	direto	permite	uma	visão	mais	ampla	do	ocorrido,	com	a	possibilidade	
de	que	o	Juiz	formule,	ele	próprio,	as	perguntas	pertinentes	ao	preso,	etc.	Trata-se,	portanto,	de	
conceder	mais	subsídios	ao	Juiz,	a	fim	de	que	sua	decisão	seja	a	mais	correta	possível.	
⇒ A	 audiência	 de	 custódia	 tem	 previsão	 legal?	 A	 audiência	 de	 custódia	 não	 está	
regulamentada	expressamente	na	legislação	brasileira18,	mas	sua	necessidade	pode	ser	extraída	
do	Pacto	de	San	José	da	Costa	Rica,	que	prevê,	em	seu	art.	7º,	item	5,	que	“toda	pessoa	detida	ou	
retida	deve	ser	conduzida,	sem	demora,	à	presença	de	um	juiz	ou	outra	autoridade	autorizada	pela	
lei	a	exercer	funções	judiciais”.19	
O	termo	“sem	demora”	não	tem	interpretação	unânime,	mas	prevalece	o	entendimento	no	
sentido	de	que	o	ideal	seria	a	realização	dentro	de	24h,	contados	da	prisão.	
Mas,	 se	 não	 há	 regulamentação	 legislativa,	 como	 proceder?	 O	 CNJ	 regulamentou	
administrativamente	a	questão,	estabelecendo,	com	base	no	Pacto	de	San	José	da	Costa	Rica,	a	
obrigatoriedade	 de	 realização	 da	 audiência	 de	 custódia,	 no	 prazo	 de	 até	 24h,	 contados	 da	
comunicação	do	flagrante.20	
Na	audiência	o	 Juiz	deve,	como	 já	dito,	avaliar	a	 legalidade	da	prisão	e	eventual	prática	de	
excessos,	 bem	 como	 se	 inteirar	 melhor	 do	 ocorrido,	 abstendo-se	 de	 realizar	 perguntas	 com	 a	
finalidade	de	produção	probatória	(este	não	é	o	momento	para	tal).	Após,	o	MP	e	a	defesa	terão	o	
direito	de	formular	perguntas.21	
																																																			
18	Há	projeto	de	Lei	nesse	sentido,	ainda	não	aprovado	(PLS	554/2011).	
19												Art.	7º	(...)	5.					Toda	pessoa	detida	ou	retida	deve	ser	conduzida,	sem	demora,	à	presença	de	um	juizou	outra	autoridade	
autorizada	pela	lei	a	exercer	funções	judiciais	e	tem	direito	a	ser	julgada	dentro	de	um	prazo	razoável	ou	a	ser	posta	em	liberdade,	
sem	prejuízo	de	que	prossiga	o	processo.		Sua	liberdade	pode	ser	condicionada	a	garantias	que	assegurem	o	seu	comparecimento	
em	juízo.	
20	RESOLUÇÃO	N°	 213/2015	 do	 CNJ	 -	Art.	 1º	 Determinar	 que	 toda	 pessoa	 presa	 em	 flagrante	 delito,	 independentemente	 da	
motivação	ou	natureza	do	ato,	seja	obrigatoriamente	apresentada,	em	até	24	horas	da	comunicação	do	flagrante,	à	autoridade	
judicial	competente,	e	ouvida	sobre	as	circunstâncias	em	que	se	realizou	sua	prisão	ou	apreensão.	
		
21	Art.	8º	Na	audiência	de	custódia,	a	autoridade	judicial	entrevistará	a	pessoa	presa	em	flagrante,	devendo:	
I	-	esclarecer	o	que	é	a	audiência	de	custódia,	ressaltando	as	questões	a	serem	analisadas	pela	autoridade	judicial;	
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E,	ao	final	da	audiência	de	custódia,	o	que	o	Juiz	deverá	fazer?	O	Juiz	deverá:	
§ Determinar	o	relaxamento	da	prisão	em	flagrante,	no	caso	de	se	tratar	de	prisão	ilegal.	
§ Conceder	a	liberdade	provisória	(sem	ou	com	aplicação	de	medida	cautelar	diversa	da	prisão)	
§ Decretação	de	prisão	preventiva	
§ Determinar	 a	 adoção	 de	 outras	medidas	 necessárias	 à	 preservação	 de	 direitos	 da	 pessoa	
presa	(caso	estejam	sendo	violados)	
	
Importante	ressaltar,	ainda,	que	a	regulamentação	do	CNJ	prevê	que	a	audiência	de	custódia	
também	será	assegurada	às	pessoas	presas	em	virtude	de	cumprimento	de	mandados	de	prisão	
cautelar	ou	definitiva,	aplicando-se,	no	que	couber,	os	procedimentos	previstos	na	Resolução	(art.	
13	da	Resolução).	
	
1.2.2 Prisão	preventiva	
1.2.2.1 Natureza	
A	prisão	preventiva	é	o	que	se	pode	chamar	de	prisão	cautelar	por	excelência,	pois	é	aquela	
que	é	determinada	pelo	Juiz	no	bojo	do	processo	criminal	ou	da	investigação	policial,	de	forma	a	
garantir	que	seja	evitado	algum	prejuízo.	
A	prisão	preventiva	continua	descrita	no	art.	311	do	CPP,	com	a	seguinte	redação:	
Art.	311.	Em	qualquer	fase	da	investigação	policial	ou	do	processo	penal,	caberá	a	prisão	preventiva	decretada	
pelo	juiz,	de	ofício,	se	no	curso	da	ação	penal,	ou	a	requerimento	do	Ministério	Público,	do	querelante	ou	do	
assistente,	ou	por	representação	da	autoridade	policial.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
																																																			
II	-	assegurar	que	a	pessoa	presa	não	esteja	algemada,	salvo	em	casos	de	resistência	e	de	fundado	receio	de	fuga	ou	de	perigo	à	
integridade	física	própria	ou	alheia,	devendo	a	excepcionalidade	ser	justificada	por	escrito;	
III	-	dar	ciência	sobre	seu	direito	de	permanecer	em	silêncio;	
IV	-	questionar	se	lhe	foi	dada	ciência	e	efetiva	oportunidade	de	exercício	dos	direitos	constitucionais	inerentes	à	sua	condição,	
particularmente	o	direito	de	consultar-se	com	advogado	ou	defensor	público,	o	de	ser	atendido	por	médico	e	o	de	comunicar-se	
com	seus	familiares;	
V	-	indagar	sobre	as	circunstâncias	de	sua	prisão	ou	apreensão;	
VI	-	perguntar	sobre	o	tratamento	recebido	em	todos	os	locais	por	onde	passou	antes	da	apresentação	à	audiência,	questionando	
sobre	a	ocorrência	de	tortura	e	maus	tratos	e	adotando	as	providências	cabíveis;	
VII	-	verificar	se	houve	a	realização	de	exame	de	corpo	de	delito,	determinando	sua	realização	nos	casos	em	que:	
a)	não	tiver	sido	realizado;	
b)	os	registros	se	mostrarem	insuficientes;	
c)	a	alegação	de	tortura	e	maus	tratos	referir-se	a	momento	posterior	ao	exame	realizado;	
d)	o	exame	tiver	sido	realizado	na	presença	de	agente	policial,	observando-se	a	Recomendação	CNJ	49/2014	quanto	à	formulação	
de	quesitos	ao	perito;	
VIII	-	abster-se	de	formular	perguntas	com	finalidade	de	produzir	prova	para	a	investigação	ou	ação	penal	relativas	aos	fatos	objeto	
do	auto	de	prisão	em	flagrante;	
IX	-	adotar	as	providências	a	seu	cargo	para	sanar	possíveis	irregularidades;	
X	-	averiguar,	por	perguntas	e	visualmente,	hipóteses	de	gravidez,	existência	de	filhos	ou	dependentes	sob	cuidados	da	pessoa	
presa	em	flagrante	delito,	histórico	de	doença	grave,	incluídos	os	transtornos	mentais	e	a	dependência	química,	para	analisar	o	
cabimento	de	encaminhamento	assistencial	e	da	concessão	da	liberdade	provisória,	sem	ou	com	a	imposição	de	medida	cautelar.	
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Como	vocês	podem	ver,	a	prisão	preventiva	pode	ser	decretada	durante	a	investigação	policial	
ou	 durante	 o	 processo	 criminal.	 Além	 disso,	 pode	 ser	 decretada	 pelo	 Juiz,	 de	 ofício,	 ou	 a	
requerimento	do	MP,	do	querelante	ou	do	assistente	da	acusação,	ou	ainda	mediante	representação	
da	autoridade	policial.	
A	 alteração	 promovida	 pela	 Lei	 12.403/11	 incluiu	 o	 assistente	 da	 acusação	 no	 rol	 dos	
legitimados	para	requerer	a	decretação	da	prisão	preventiva	do	indiciado	ou	acusado	(conforme	
o	momento	em	que	se	pede	a	prisão).	Além	disso,	retirou	do	Juiz	o	poder	de	decretar,	de	ofício,	a	
prisão	preventiva	durante	a	Investigação	Policial	(A	decretação	da	preventiva,	de	ofício,	só	pode	
ser	realizada	durante	o	processo	penal,	conforme	a	nova	regulamentação).	
	
1.2.2.2 Cabimento:	pressupostos	e	requisitos	
Quais	os	pressupostos	para	a	decretação	da	preventiva?	Os	pressupostos	para	a	decretação	
da	preventiva	são	dois22:	
• Prova	da	materialidade	do	delito	(existência	do	crime)	
• Indícios	suficientes	de	autoria	
	
Estes	pressupostos	formam	o	que	se	chama	de	fumus	comissi	delicti.	
Contudo,	não	basta	o	fumus	comissi	delicti	para	que	a	preventiva	seja	decretada.	É	necessário,	
ainda,	o	periculum	libertatis23.	A	prisão	preventiva	será	decretada	em	que	situações?	Quais	são	as	
situações	 em	 que	 se	 entende	 existir	 o	 periculum	 libertatis?	 As	 situações	 que	 autorizam	 a	
decretação	da	prisão	preventiva	estão	elencadas	no	art.	312	do	CPP,	nas	quais	há	receio	concreto	
de	que	a	liberdade	do	indivíduo	possa	prejudicar	o	processo,	a	aplicação	da	lei	penal,	etc.,	trazendo	
algum	prejuízo	(periculum	in	libertatis).	Nos	termos	do	art.	312	do	CPP:	
Art.	312.	A	prisão	preventiva	poderá	ser	decretada	como	garantia	da	ordem	pública,	da	ordem	econômica,	por	
conveniência	 da	 instrução	 criminal,	 ou	 para	assegurar	 a	 aplicação	 da	 lei	 penal,	 quando	 houver	 prova	 da	
existência	do	crime	e	indício	suficiente	de	autoria.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Vamos	lá:	
⇒ Garantia	da	ordem	pública	–	Muito	criticada	por	boa	parte	da	Doutrina,	em	razão	de	seu	alto	
grau	de	abstração	(qualquer	coisa	pode	ser	considerada	como	garantia	da	ordem	pública),	o	
que	violaria	inúmeros	direitos	fundamentais	do	réu.	No	entanto,	continua	em	vigor	e	é	válida,	
para	 a	maior	 parte	 da	 Doutrina	 e	 para	 os	 Tribunais	 Superiores.	 A	 perturbação	 da	 ordem	
pública	pode	ser	conceituada	como	o	abalo	provocado	na	sociedade	em	razão	da	prática	de	
um	delito	de	consequências	graves.	Assim,	a	prisão	preventiva	se	justificaria	para	restabelecer	
a	tranquilidade	social,	a	sensação	de	paz	em	um	determinado	local	(um	bairro,	uma	cidade,	
																																																			
22	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	850	
23	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	849	
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um	estado,	ou	até	mesmo	no	país	inteiro).	A	jurisprudência,	contudo,	vem	entendendo	que	é	
possível	o	reconhecimento	da	“ameaça	à	ordem	pública”	quando	haja	alta	probabilidade	de	
que	o	agente	volte	a	delinquir2425	
⇒ Garantia	da	Ordem	Econômica	–	Esta	hipótese	é	direcionada	aos	crimes	do	colarinho	branco,	
àquelas	hipóteses	em	que	o	agente	pratica	delitos	contrainstituições	financeiras	e	entidades	
públicas,	 causando	 sérios	 prejuízos	 financeiros.	 Atualmente,	 com	 a	 possibilidade	 de	
decretação	 de	 medida	 cautelar	 de	 suspensão	 do	 exercício	 de	 função	 pública,	 este	
fundamento	 (que	 já	 era	 pouco	 utilizado),	 perdeu	 ainda	 mais	 sua	 razão,	 eis	 que	 se	 o	
fundamento	for	a	proximidade	do	 indivíduo	com	a	função	pública,	na	maioria	dos	casos	o	
afastamento	da	função	irá	bastar	para	que	a	ordem	econômica	não	sofra	prejuízos;	
⇒ Conveniência	da	 Instrução	Criminal	–	Tem	a	 finalidade	de	evitar	que	o	 indivíduo	ameace	
testemunhas,	tente	destruir	provas,	etc.	Em	resumo,	busca	evitar	que	a	instrução	do	processo	
seja	prejudicada	em	razão	da	liberdade	do	réu;	
⇒ Segurança	na	aplicação	da	Lei	penal	–	Busca	evitar	que	o	indivíduo	fuja,	de	forma	a	se	furtar	
à	aplicação	da	pena	que	possivelmente	lhe	será	imposta.	Assim,	quando	houver	indícios	de	
que	o	indivíduo	pretende	fugir,	estará	presente	esta	hipótese	autorizadora.	
	
Entretanto,	 a	este	art.	 312	 foi	 acrescentado	um	§	único,	que	estabelece	outra	hipótese	 de	
decretação	da	prisão	preventiva,	que	é	o	descumprimento	de	alguma	das	obrigações	impostas	pelo	
Juiz	como	medida	cautelar	diversa	da	prisão:	
Parágrafo	único.	A	prisão	preventiva	também	poderá	ser	decretada	em	caso	de	descumprimento	de	qualquer	
das	obrigações	impostas	por	força	de	outras	medidas	cautelares	(art.	282,	§	4o).	(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	
2011).	
	
O	 art.	 313	 limita	 as	 hipóteses	 em	 que	 a	 preventiva	 pode	 ser	 decretada,	mesmo	 diante	 da	
presença	de	seus	requisitos:	
Art.	313.	Nos	termos	do	art.	312	deste	Código,	será	admitida	a	decretação	da	prisão	preventiva:	(Redação	dada	
pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
I	-	nos	crimes	dolosos	punidos	com	pena	privativa	de	liberdade	máxima	superior	a	4	(quatro)	anos;	(Redação	
dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
																																																			
24	A	probabilidade	“concreta”	de	que	o	agente	volte	a	delinquir	deve	estar	fundamentada	na	existência	de	fatos	concretos	que	
assim	indiquem	(existência	de	diversos	processos	ou	inquéritos	contra	o	réu,	condenações	anteriores,	etc.),	ou	seja,	que	indiquem	
a	dedicação	ao	crime.	
25	Conforme	o	STJ,	a	prática	anterior	de	ATOS	 INFRACIONAIS	é	apta	a	 justificar	a	prisão	preventiva	para	a	garantia	da	ordem	
pública.	
	
	
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II	-	se	tiver	sido	condenado	por	outro	crime	doloso,	em	sentença	transitada	em	julgado,	ressalvado	o	disposto	
no	inciso	I	do	caput	do	art.	64	do	Decreto-Lei	no	2.848,	de	7	de	dezembro	de	1940	-	Código	Penal;	(Redação	dada	
pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
III	-	se	o	crime	envolver	violência	doméstica	e	familiar	contra	a	mulher,	criança,	adolescente,	idoso,	enfermo	ou	
pessoa	com	deficiência,	para	garantir	a	execução	das	medidas	protetivas	de	urgência;	(Redação	dada	pela	Lei	
nº	12.403,	de	2011).	
	
Esta	alteração	foi	realmente	substancial,	pois	se	passou	a	adotar	o	critério	de	gravidade	do	
crime	para	verificação	da	possibilidade	de	decretação	da	preventiva	(gravidade	aferida,	a	princípio,	
com	 base	 na	 pena	 cominada).	 Além	 disso,	 o	 inciso	 III	 ampliou	 o	 rol	 das	 vítimas	 de	 violência	
doméstica,	 de	 forma	 a	 abarcar	 outras	 pessoas	 vulneráveis	 (crianças,	 idosos,	 pessoas	 com	
deficiências,	etc.).	
O	inciso	I	estabelece	a	impossibilidade	de	decretação	da	preventiva	nos	crimes	culposos26	e	
nos	crimes	dolosos	cuja	pena	máxima	seja	igual	ou	inferior	a	quatro	anos.	Veja,	portanto,	que	o	
crime	de	furto	simples,	por	exemplo,	não	admite	mais	a	decretação	da	prisão	preventiva,	pois	a	pena	
máxima	cominada	para	este	crime	é	de	quatro	anos.	Contudo,	em	relação	a	esta	última	hipótese,	há	
exceção,	prevista	no	inciso	II.	
O	inciso	II	trata	do	reincidente	em	crime	doloso.	Mas	o	que	seria	a	“ressalva	do	art.	64,	I	do	
CP”?	 Essa	 ressalva	 diz	 respeito	 à	 hipótese	 na	 qual	 a	 sentença	 condenatória	 anterior	 não	 gera	
reincidência,	em	razão	de	ter	sido	extinta	a	punibilidade	da	primeira	pena	há	mais	de	cinco	anos.	
Assim,	 se	 o	 indivíduo	 foi	 condenado	 por	 crime	 doloso	 e	 cumpriu	 pena,	 tendo	 sido	 extinta	 sua	
punibilidade	em	2002,	tendo	cometido,	em	2012,	novo	crime	doloso,	não	haverá	reincidência	apta	
a	justificar	a	decretação	da	preventiva.	
Portanto,	não	basta	que	estejam	presentes	os	requisitos	do	art.	312	do	CPP,	pois	é	necessário	
que	estejam	presentes,	ainda,	as	hipóteses	do	art.	313	do	CPP,	que	se	referem	ao	crime	em	si	(art.	
313	I	e	III	do	CPP)	e	ao	indivíduo	(art.	313,	II	do	CPP).	
O	§	único	do	art.	313,	em	outra	inovação,	permite	a	decretação	da	preventiva	quando	houver	
dúvida	sobre	a	identidade	civil	da	pessoa:	
Parágrafo	único.	Também	será	admitida	a	prisão	preventiva	quando	houver	dúvida	sobre	a	identidade	civil	da	
pessoa	ou	quando	 esta	 não	 fornecer	 elementos	 suficientes	 para	 esclarecê-la,	 devendo	o	 preso	 ser	 colocado	
imediatamente	 em	 liberdade	 após	 a	 identificação,	 salvo	 se	 outra	 hipótese	 recomendar	 a	 manutenção	 da	
medida.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Parte	da	Doutrina	irá	entender,	com	razão,	que	a	determinação	da	preventiva,	nesta	hipótese,	
viola	o	princípio	da	não-auto-incriminação,	pois	o	réu	não	tem	a	obrigação	de	produzir	prova	contra	
si	mesmo	nem	de	fornecer	quaisquer	dados.	
																																																			
26	 Parte	da	Doutrina	 sustenta	que	poderá	 ser	decretada	a	preventiva	em	crime	 culposo	na	hipótese	de	haver	dúvida	 sobre	a	
identidade	civil	do	 infrator.	Outra	parcela	entende	que	mesmo	nesse	caso	somente	se	admite	a	prisão	se	o	crime	 for	doloso.	
TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	853	
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A	questão	mais	apimentada	que	se	coloca	é:	O	descumprimento	da	medida	cautelar	diversa	da	
prisão	gera	a	possibilidade	da	decretação	da	preventiva	 (art.	312,	§	único)	em	qualquer	caso	ou	
somente	 naqueles	 em	 que	 o	 Juiz	 poderia	 ter	 decretado	 a	 preventiva	 (art.	 313	 do	 CPP)?	 Duas	
correntes	existem:	
v Havendo	 o	 descumprimento	 da	 medida	 cautelar	 diversa	 da	 prisão,	 pode	 se	 decretar	 a	
preventiva,	 em	 qualquer	 caso	 –	 Fundamenta-se	 na	 necessidade	 de	 conferir	 às	 medidas	
cautelares	diversas	da	prisão	certa	credibilidade	perante	a	sociedade	e	perante	o	infrator.27	
v Havendo	descumprimento	da	medida	cautelar,	só	poderá	ser	decretada	a	preventiva	se	o	
Juiz	poderia	decretá-la	antes	(se	estiver	presente	uma	das	hipóteses	do	art.	313	do	CPP)	–	
Esta	corrente	entende	que	se	o	Juiz	não	está	autorizado	a	decretar	a	prisão	preventiva	antes,	
não	poderá	estar	autorizado	a	decretá-la	depois.	
	
	
O	art.	314	do	CPP	traz	uma	vedação	expressa	à	possibilidade	de	decretação	da	preventiva:	
Quando	o	agente	praticar	o	fato	acobertado	por	alguma	excludente	de	ilicitude.	Vejamos:	
Art.	314.	A	prisão	preventiva	em	nenhum	caso	será	decretada	se	o	 juiz	verificar	pelas	provas	constantes	dos	
autos	ter	o	agente	praticado	o	fato	nas	condições	previstas	nos	incisos	I,	II	e	III	do	caput	do	art.	23	do	Decreto-
Lei	no	2.848,	de	7	de	dezembro	de	1940	-	Código	Penal.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
Para	quem	não	se	lembra,	as	excludentes	de	ilicitudes	são	situações	nas	quais	o	agente	está	
autorizado	a	praticar	o	fato	típico,	não	praticando,	entretanto,	fato	ilícito.	
EXEMPLO:	Se	alguém	começa	a	desferir	tiros	em	minha	direção	e	eu	revido,	vindo	a	matá-
lo,	não	pratico	crime	de	homicídio,	pois	agi	em	 legítima	defesa.	Porém,	mesmo	assim	
responderei	a	um	processo	criminal,	ao	final	do	qual	serei	absolvido.	Em	casos	como	este,	
o	CPP	proíbe	a	decretação	da	prisão	preventiva.	
	
O	art.	315	trata	da	necessidade	de	 fundamentação	das	decisões.	Como	 já	disse	a	vocês,	aprópria	 Constituição,	 em	 seu	 art.	 93,	 IX,	 exige	 que	 todas	 as	 decisões	 do	 Poder	 Judiciário	 sejam	
fundamentadas.	Essa	exigência	existe	para	que	as	decisões	possam	ser	controladas,	de	forma	a	ser	
avaliado	o	 fundamento	que	embasa	a	decisão	 judicial.	Além	disso,	a	 fundamentação	é	essencial	
para	permitir	a	ampla	defesa,	já	que	o	prejudicado	pela	decisão	deve	saber	exatamente	os	motivos	
																																																			
27	Nesse	sentido,	GUILHERME	NUCCI.	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Op.	Cit.,	p.	567/568	
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que	levaram	o	Juiz	a	tomá-la,	a	fim	de	que	possa	atacá-la	em	seu	recurso.	Nos	termos	do	art.	315	do	
CPP:	
Art.	315.	A	decisão	que	decretar,	substituir	ou	denegar	a	prisão	preventiva	será	sempre	motivada.	 (Redação	
dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
	
A	prisão	preventiva,	conforme	sua	natureza	cautelar,	não	é	uma	punição,	mas	uma	medida	que	
visa	a	garantir	alguma	coisa	(instrução	criminal,	aplicação	da	lei	penal,	ordem	pública,	etc.).	Assim,	
é	 possível	 que	 as	 circunstâncias	 que	 autorizam	 sua	 decretação	MUDEM	 ao	 longo	 do	 tempo,	
passando	 a	 existir,	 ou	 deixando	 de	 existir.	 Caso	 isso	 ocorra,	 deverá	 o	magistrado	 decretá-la	 ou	
revogá-la,	no	caso	de	surgirem	as	razões	ou	deixarem	de	existir	as	 razões,	 respectivamente.	Nos	
termos	do	art.	316	do	CPP:	
Art.	316.	O	juiz	poderá	revogar	a	prisão	preventiva	se,	no	correr	do	processo,	verificar	a	falta	de	motivo	para	
que	subsista,	bem	como	de	novo	decretá-la,	se	sobrevierem	razões	que	a	justifiquem.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	
5.349,	de	3.11.1967)	
 
CUIDADO!	 A	 apresentação	 espontânea	 do	 acusado	NÃO	 IMPEDE	A	DECRETAÇÃO	DA	
PRISÃO	PREVENTIVA,	apenas	a	prisão	em	flagrante.	
	
	
PRISÃO	PREVENTIVA
Pressupostos
Prova	da	materialidade
Indícios	suficientes	de	autoria
Requisitos	
(fundamentos)
Garantia	da	ordem	pública
Garantia	da	ordem	econômica
Conveniência	da	instrução	criminal
Assegurar	a	aplicação	da	lei	penal
Descumprimento	 de	outras	medidas	cautelares	
Cabimento
Crimes	dolosos punidos	com	pena	privativa	de	liberdade	máxima	superior	a	4	
(quatro)	anos
Reincidente em	crime	doloso
Se	o	crime	envolver	violência	doméstica	e	familiar	contra	a	mulher,	criança,	
adolescente,	 idoso,	enfermo	ou	pessoa	com	deficiência,	para	garantir	a	
execução	das	medidas	protetivas	de	urgência
Quando	houver	dúvida	sobre	a	identidade	civil da	pessoa	ou	quando	esta	não	
fornecer	elementos	suficientes	para	esclarecê-la
Vedação Se	o	agente	tiver	agido	amparado	por	excludente	de	ilicitude
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1.2.3 Prisão	temporária	
1.2.3.1 Natureza,	prazo	e	requisitos	
A	 prisão	 temporária	 é	 uma	modalidade	 de	 prisão	 cautelar	 que	 não	 se	 encontra	 no	 CPP,	
estando	regulamentada	na	Lei	7.960/89.	Esta	Lei	não	sofreu	alteração	pela	Lei	12.403/11.	
A	prisão	temporária	é	uma	espécie	bem	peculiar	de	prisão	cautelar,	pois	possui	prazo	certo	e	
só	 pode	 ser	 determinada	DURANTE	A	 INVESTIGAÇÃO	 POLICIAL.	 Assim,	após	 o	 recebimento	 da	
denúncia	ou	queixa,	não	poderá	ser	decretada	NEM	MANTIDA	a	prisão	temporária.		
Além	disso,	a	prisão	temporária	só	pode	ser	decretada	nas	hipóteses	de	crimes	previstos	no	
art.	1°,	III	da	Lei	7.960/89,	a	saber:	
Art.	1°	Caberá	prisão	temporária:	
I	-	quando	imprescindível	para	as	investigações	do	inquérito	policial;	
II	-	quando	o	indicado	não	tiver	residência	fixa	ou	não	fornecer	elementos	necessários	ao	esclarecimento	de	sua	
identidade;	
III	-	quando	houver	fundadas	razões,	de	acordo	com	qualquer	prova	admitida	na	legislação	penal,	de	autoria	ou	
participação	do	indiciado	nos	seguintes	crimes:	
a)	homicídio	doloso	(art.	121,	caput,	e	seu	§	2°);	
b)	seqüestro	ou	cárcere	privado	(art.	148,	caput,	e	seus	§§	1°	e	2°);	
c)	roubo	(art.	157,	caput,	e	seus	§§	1°,	2°	e	3°);	
d)	extorsão	(art.	158,	caput,	e	seus	§§	1°	e	2°);	
e)	extorsão	mediante	seqüestro	(art.	159,	caput,	e	seus	§§	1°,	2°	e	3°);	
f)	estupro	(art.	213,	caput,	e	sua	combinação	com	o	art.	223,	caput,	e	parágrafo	único)28;	
g)	atentado	violento	ao	pudor	(art.	214,	caput,	e	sua	combinação	com	o	art.	223,	caput,	e	parágrafo	único);	
h)	rapto	violento	(art.	219,	e	sua	combinação	com	o	art.	223	caput,	e	parágrafo	único)29;	
i)	epidemia	com	resultado	de	morte	(art.	267,	§	1°);	
j)	 envenenamento	de	água	potável	ou	 substância	alimentícia	ou	medicinal	qualificado	pela	morte	 (art.	 270,	
caput,	combinado	com	art.	285);	
																																																			
28	Os	delitos	de	atentado	violento	ao	pudor	e	estupro,	atualmente,	encontram-se	“unificados”	no	mesmo	tipo	penal,	o	tipo	penal	
de	ESTUPRO,	previsto	no	art.	213	do	CP.	
29	O	crime	de	rapto	foi	revogado	do	CP.	Boa	parte	da	Doutrina,	entretanto,	entende	que	o	delito	previsto	no	art.	148,	§1º,	V	do	
CP	“sucedeu”	o	delito	de	rapto	violento,	pois	tipifica	basicamente	a	mesma	conduta,	de	forma	que	este	crime	(art.	148,	§1º,	V	do	
CP	–	Sequestro	ou	cárcere	privado	com	fins	libidinosos)	estaria	contemplado	no	rol	dos	crimes	que	admitem	a	prisão	temporária.	
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l)	quadrilha	ou	bando	(art.	288),	todos	do	Código	Penal30;	
m)	genocídio	(arts.	1°,	2°	e	3°	da	Lei	n°	2.889,	de	1°	de	outubro	de	1956),	em	qualquer	de	sua	formas	típicas;	
n)	tráfico	de	drogas	(art.	12	da	Lei	n°	6.368,	de	21	de	outubro	de	1976)31;	
o)	crimes	contra	o	sistema	financeiro	(Lei	n°	7.492,	de	16	de	junho	de	1986).	
p)	crimes	previstos	na	Lei	de	Terrorismo.			(Incluído	pela	Lei	nº	13.260,	de	2016)	
 
Quanto	à	cumulação	ou	não	dos	requisitos	previstos	nos	incisos	I,	 II	e	III,	algumas	correntes	
doutrinárias	se	formaram.	As	principais	são:	
	
1)	Pode	ser	decretada	a	prisão	temporária	desde	que	presentes	quaisquer	das	hipóteses	de	
um	dos	três	incisos	–	Assim,	se	o	crime	fosse	de	homicídio	doloso,	por	exemplo,	por	si	só	estaria	
autorizada	a	decretação	da	prisão	temporária;	
2)	Pode	 ser	 decretada	 a	 prisão	 temporária	 somente	 quando	 as	 três	 condições	 estiverem	
presentes	–	Para	essa	corrente,	por	exemplo,	além	de	se	tratar	de	um	dos	crimes	previstos	no	inciso	
III,	a	prisão	deveria	ser	imprescindível	para	as	investigações	do	Inquérito	Policial	E	o	indiciado	não	
ter	residência	fixa	ou	não	fornecer	elementos	para	sua	identificação;	
3)	Há	a	necessidade	de	que,	 além	de	 se	 tratar	de	um	dos	 crimes	previstos	no	art.	 1°,	 III,	
estejam	também	presentes	os	requisitos	da	prisão	preventiva	–	Exige	que	no	caso	concreto	estejam	
presentes,	ainda,	os	requisitos	previstos	no	art.	312	do	CPP	(garantia	da	ordem	pública,	aplicação	da	
lei	penal,	conveniência	da	instrução	criminal...);	
4)	Só	é	cabível	quando	estivermos	diante	de	um	dos	crimes	do	art.	1°,	III	da	Lei	7.960/89	e	
que	esteja	presente	uma	das	duas	situações	previstas	nos	incisos	I	e	II	do	art.	1°	da	Lei	7.960/89	–	
É	a	posição	que	predomina	na	Doutrina	e	Jurisprudência.32	Exige,	apenas,	dois	requisitos:	a)	Trate-
se	de	crime	previsto	na	lista	do	inciso	III;	b)	Esteja	presente	um	dos	outros	dois	requisitos	previstos	
nos	incisos	I	e	II.	Assim,	não	bastaria,	por	exemplo,	que	o	crime	fosse	de	homicídio	doloso.	Deveria,	
ainda,	haver	a	necessidade	de	se	proceder	à	prisão	temporária	por	ser	indispensável	às	investigações	
(indiciado	está	atrapalhando	as	investigações)	ou	o	indiciado	não	ter	residência	fixa	ou	não	colaborar	
para	sua	identificação.	
	
A	 prisão	 temporária	 NÃO	 PODE	 SER	 DECRETADA	 DE	 OFÍCIO	 pelo	 Juiz	 (alguns	 poucos	
doutrinadores	entendem	que	pode),	devendo	ser	requerida	pelo	MP	ou	ser	objeto	de	representação	
da	autoridade	policial.	Neste	último	caso,	o	Juiz	deveouvir	o	MP	antes	de	decidir:	
																																																			
30	Uma	observação:	Este	delito	passou	a	se	chamar	“associação	criminosa”,	e	sofreu	algumas	alterações	nos	requisitos	para	sua	
configuração.	Contudo,	permanece	sendo	um	crime	que	admite	a	decretação	da	temporária.	
31	Tal	delito,	atualmente,	está	previsto	no	art.	33	da	Lei	11.343/06.	
32	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	864/865.	
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Art.	2°	A	prisão	temporária	será	decretada	pelo	Juiz,	em	face	da	representação	da	autoridade	policial	ou	de	
requerimento	do	Ministério	Público,	e	terá	o	prazo	de	5	(cinco)	dias,	prorrogável	por	igual	período	em	caso	de	
extrema	e	comprovada	necessidade.	
§	1°	Na	hipótese	de	representação	da	autoridade	policial,	o	Juiz,	antes	de	decidir,	ouvirá	o	Ministério	Público.	
 
Sobre	a	decretação	da	temporária,	o	quadrinho	abaixo	pode	ajudar:	
PRISÃO	TEMPORÁRIA	
Quando?	 Durante	a	investigação	policial.	Nunca	durante	o	processo!	
Quem	decreta?	 O	Juiz,	desde	que	haja	requerimento	do	MP	ou	representação	da	
autoridade	policial.	Nunca	ex	officio	(sem	requerimento).	
Por	quanto	tempo?	 05	dias,	prorrogáveis	por	mais	05	dias	(em	caso	de	extrema	e	
comprovada	necessidade).	
	
Como	vocês	viram,	a	prisão	temporária	tem	um	prazo	máximo	de	duração,	que	é	de	cinco	
dias,	prorrogáveis	por	mais	cinco,	em	caso	de	extrema	e	comprovada	necessidade.	
	
1.2.3.2 Prisão	temporária	e	crimes	hediondos	
Em	se	tratando	de	crime	hediondo	(OU	EQUIPARADO)33,	a	Lei	8.072/90	estabelece,	em	seu	
art.	2°,	§4°,	que	o	prazo	da	temporária,	nestes	casos,	será	de	30	dias,	prorrogáveis	por	mais	30	dias.	
Vejamos:	
Art.	2º	Os	crimes	hediondos,	a	prática	da	tortura,	o	tráfico	ilícito	de	entorpecentes	e	drogas	afins	e	o	terrorismo	
são	insuscetíveis	de:	
(...)	
§	4o		A	prisão	temporária,	sobre	a	qual	dispõe	a	Lei	no	7.960,	de	21	de	dezembro	de	1989,	nos	crimes	previstos	
neste	artigo,	terá	o	prazo	de	30	(trinta)	dias,	prorrogável	por	igual	período	em	caso	de	extrema	e	comprovada	
necessidade.						(Incluído	pela	Lei	nº	11.464,	de	2007)	
	
Assim:	
PRAZO	DA	PRISÃO	TEMPORÁRIA	
REGRA	 05	+	05	
CRIMES	HEDIONDOS,	TORTURA,	TRÁFICO	E	
TERRORISMO	
30	+30	
																																																			
33	A	Doutrina	majoritária	entende	que	TODOS	os	crimes	hediondos	admitem	a	prisão	temporária,	estejam	ou	não	no	rol	do	art.	1º	
da	Lei	7.960/89.	TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Op.	Cit.	p.	864	
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1.2.3.3 Procedimento	propriamente	dito	
O	Juiz	não	pode	decretar	a	temporária,	ex	officio,	mas	ele	pode	prorrogá-la	sem	que	haja	
requerimento	do	MP	ou	da	autoridade	policial?	Embora	existam	vozes	em	contrário,	predomina	o	
entendimento	 de	 que,	 da	mesma	 forma	 como	 não	 pode	 o	 Juiz	 decretá-la	 de	 ofício,	 não	 pode,	
também,	prorrogá-la	de	ofício.	
Findo	o	prazo	da	temporária,	o	preso	deverá	ser	colocado	em	liberdade,	salvo	se	o	Juiz	decretar	
sua	prisão	preventiva	(caso	estejam	presentes	os	requisitos,	é	claro):	
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em 
liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. 
	
Frise-se	 que	 o	 prolongamento	 ilegal	 da	 prisão	 temporária	 constitui	 crime	 de	 abuso	 de	
autoridade,	nos	termos	do	art.	4°,	i	da	Lei	4.898/65.	
O	 procedimento	 da	 prisão	 temporária	 é	 bem	 simples,	 e	 se	 inicia,	 como	 vimos,	 com	 a	
provocação	pelo	MP	ou	pela	autoridade	policial.	Após	este	momento,	o	Juiz	deverá	decidir	no	prazo	
de	24	horas	(§	2°	do	art.	2°),	ouvindo	o	MP	caso	tenha	sido	a	autoridade	policial	quem	representou	
pela	 prisão.	 Exige-se,	 obviamente,	 que	 essa	 decisão	 (que	 decreta	 ou	 não	 a	 prisão)	 seja	
fundamentada	pelo	Juiz.	
Antes	de	decidir,	porém,	o	Juiz	pode	(de	ofício	ou	a	requerimento	do	MP	ou	do	advogado	do	
indiciado)	determinar	que	o	preso	lhe	seja	apresentado,	submetê-lo	a	exame	de	corpo	de	delito	ou	
solicitar	informações	à	autoridade	policial	(art.	2°,	§	3°).	
PRISÃO	TEMPORÁRIA
Prazo
Regra 05	dias	+	05	dias
Hediondos	ou	
equiparados 30	dias	+	30	dias
Cabimento
Deve	ser	um	dos	crimes	do	art.	
1º,	III	da	Lei	7.960/89	ou	crime	
hediondo
Deve	estar	presente	uma	das	
seguintes	situações
Deve	ser	imprescindível	
para	as	investigações	do	
inquérito	policial
O	indiciado	não	tem	
residência	fixa	ou	não	
fornece	elementos	
necessários	ao	
esclarecimento	de	sua	
identidade
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Decretada	 a	 prisão,	 será	 expedido	 mandado	 de	 prisão,	 em	 duas	 vias,	 sendo	 uma	 delas	
destinada	ao	preso,	e	servirá	como	nota	de	culpa	(o	documento	mediante	o	qual	se	dá	ciência	ao	
preso	dos	motivos	de	sua	prisão),	art.	2°,	§	4°,	só	podendo	ser	efetuada	a	prisão	após	a	expedição	
do	mandado,	nos	termos	do	art.	2°,	§	5°	da	Lei	7.960/89.	
Depois	de	efetuada	a	prisão,	a	autoridade	policial	deverá	informar	ao	preso	os	seus	direitos,	
previstos	no	art.	5°	da	Constituição	(Direito	de	permanecer	em	silêncio,	contar	com	patrocínio	de	
advogado,	comunicar-se	com	seus	familiares,	etc.),	conforme	dispõe	o	§	6°	do	art.	2°.	
Por	 fim,	 a	 lei	 7.960/89	 determina	 que	 os	 presos	 temporários	 devam	 ficar	 separados	 dos	
demais	detentos	(art.	3°	da	Lei),	bem	como	estabelece	a	obrigatoriedade	de	que,	em	cada	comarca	
ou	seção	judiciária,	haja	um	membro	do	Poder	Judiciário	e	um	do	MP,	em	plantão,	24	horas,	para	
apreciação	dos	pedidos	de	prisão	temporária	(art.	5°	da	Lei).	
	
1.2.3.4 Prisão	temporária	e	prazo	para	conclusão	do	inquérito	policial	
O	prazo	para	a	conclusão	do	IP,	como	regra,	é	de	10	dias,	estando	o	indiciado	preso,	e	de	30	
dias,	estando	o	indiciado	solto,	na	forma	do	art.	10	do	CPP.34	
A	prisão	temporária,	como	sabemos,	tem	prazo	de	05	dias,	prorrogáveis	por	mais	05	dias,	ou	
de	30	dias	prorrogáveis	por	mais	30	dias.	
	
Mas,	o	período	de	duração	da	prisão	temporária	é	computado	no	prazo	que	a	autoridade	policial	
possui	para	encerrar	o	IP	ou	o	período	de	duração	da	prisão	temporária	é	somado	ao	prazo	de	que	
dispõe	a	autoridade	policial?	
	
Existem	basicamente	duas	 correntes	 a	 respeito	da	 influência	da	prisão	 temporária	 sobre	o	
prazo	do	IP:	
⇒ Uma	primeira	corrente	sustenta	que	o	IP	deverá	ser	concluído	no	prazo	de	10	
dias,	por	estar	o	indiciado	preso,	na	forma	do	art.	10	do	CPP,	ou	no	prazo	de	60	dias,	que	
é	o	prazo	máximo	da	prisão	temporária	para	crimes	hediondos	ou	equiparados.	Assim,	
para	esta	primeira	corrente,	o	período	de	duração	da	prisão	temporária	é	computado	
no	prazo	para	a	conclusão	do	 IP.	Para	esta	corrente,	o	prazo	para	a	conclusão	do	 IP	
levaria	em	conta	o	período	de	duração	da	prisão	temporária.	35	
⇒ Uma	segunda	corrente	sustenta	que	o	prazo	da	prisão	temporária	é	somado	ao	
prazo	para	conclusão	do	IP.	Se	o	agente	for	solto,	o	prazo	será	de	30	dias,	se	for	preso	
preventivamente,	o	prazo	será	de	10	dias,	na	forma	do	art.	10	do	CPP	(isto,	claro,	se	
																																																			
34	Existem	diversas	exceções,	como	crimes	da	competência	da	Justiça	Federal,	crimes	da	Lei	de	Drogas,	etc.	O	aprofundamento	
deste	tema,	todavia,	não	se	dá	nesta	aula.	
35	Ver,	por	todos:	LIMA,	Renato	Brasileiro	de.	Manual	de	Processo	Penal.	3º	edição.	Ed.	Juspodivm.	Salvador,	2015,	p.	151;	BADARÓ,	
Gustavo	Henrique.	Processo	Penal.	3º	edição.	Ed.	RT.	São	Paulo,	2015,	p.	136;	NUCCI,	Guilherme	de	Souza.	Manual	de	processo	
penal	e	execução	penal.	12.º	edição.	Ed.	Forense.	Rio	de	Janeiro,	2015,	p.	122/123.	
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10	
estivermos	 falando	de	 crimes	que	 se	 inserem	na	 regra	 geral	 do	 art.	 10	do	CPP,	 pois	
existem	exceções,	como	crimes	da	lei	de	Drogas,	etc.).	Assim,	o	prazo	para	a	conclusão	
do	IP	começaria	a	fluir	ao	término	da	prisão	temporária.	36		
	
A	 Doutrina	 se	 divide	 bastante	 entre	 essas	 duas	 correntes	 de	 pensamento,	 mas	 há	 leve	
predominância	 para	 a	 primeira	 corrente,	 embora	 há	 quem	 defenda	 que	 prevalece	 a	 segunda	
corrente.	De	fato,	é	um	tema	espinhoso.	Algumas	bancas,	em	provas	mais	recentes,	têm	adotado	
a	segunda	corrente37.	
	
2 DISPOSITIVOS	LEGAIS	IMPORTANTES	
	
CÓDIGO	DE	PROCESSO	PENAL	
Ä	Arts.	301	a	310	do	CPP	–	Regulamentam	a	prisão	em	flagrante	no	CPP:	
CAPÍTULO	II	
DA	PRISÃO	EM	FLAGRANTE	
								Art.	301.		Qualquer	do	povo	poderá	e	as	autoridades	policiais	e	seus	agentes	deverão	prender	quem	quer	
que	seja	encontrado	em	flagrante	delito.	
								Art.	302.		Considera-se	em	flagrante	delito	quem:	
								I	-	está	cometendo	a	infração	penal;	
								II	-	acaba	de	cometê-la;	
								III	-	é	perseguido,	logo	após,	pela	autoridade,	pelo	ofendido	ou	por	qualquer	pessoa,	em	situação	que	faça	
presumir	ser	autor	da	infração;	
								IV	-	é	encontrado,	logo	depois,	com	instrumentos,	armas,	objetos	ou	papéis	que	façam	presumir	ser	ele	autor	
da	infração.	
								Art.	 303.	 	 Nas	 infrações	 permanentes,	 entende-se	 o	 agente	 em	 flagrante	 delito	 enquanto	 não	 cessar	 a	
permanência.	
								Art.	304.	Apresentado	o	preso	à	autoridade	competente,	ouvirá	esta	o	condutor	e	colherá,	desde	logo,	sua	
assinatura,	entregando	a	este	cópia	do	termo	e	recibo	de	entrega	do	preso.	Em	seguida,	procederá	à	oitiva	das	
testemunhas	que	o	acompanharem	e	ao	interrogatório	do	acusado	sobre	a	imputação	que	lhe	é	feita,	colhendo,	
após	cada	oitiva	suas	respectivas	assinaturas,	lavrando,	a	autoridade,	afinal,	o	auto.								(Redação	dada	pela	Lei	
nº	11.113,	de	2005)	
																																																			
36	Nesse	sentido,	ver,	por	todos:	PACELLI,	Eugênio.	Curso	de	processo	penal.	16º	edição.	Ed.	Atlas.	São	Paulo,	2012.,	p.	540/541;	
TÁVORA,	Nestor.	ALENCAR,	Rosmar	Rodrigues.	Curso	de	Direito	Processual	Penal.	10º	edição.	Ed.	Juspodivm.	Salvador,	2015,	p.	
866/867.	
37	O	CESPE,	por	exemplo,	vem	adotando	a	segunda	corrente.	
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								§	1o		Resultando	das	respostas	fundada	a	suspeita	contra	o	conduzido,	a	autoridade	mandará	recolhê-lo	à	
prisão,	exceto	no	caso	de	livrar-se	solto	ou	de	prestar	fiança,	e	prosseguirá	nos	atos	do	inquérito	ou	processo,	se	
para	isso	for	competente;	se	não	o	for,	enviará	os	autos	à	autoridade	que	o	seja.	
								§	2o		A	falta	de	testemunhas	da	infração	não	impedirá	o	auto	de	prisão	em	flagrante;	mas,	nesse	caso,	com	
o	condutor,	deverão	assiná-lo	pelo	menos	duas	pessoas	que	hajam	testemunhado	a	apresentação	do	preso	à	
autoridade.	
								§	3o	Quando	o	acusado	se	recusar	a	assinar,	não	souber	ou	não	puder	fazê-lo,	o	auto	de	prisão	em	flagrante	
será	assinado	por	duas	testemunhas,	que	tenham	ouvido	sua	leitura	na	presença	deste.										(Redação	dada	pela	
Lei	nº	11.113,	de	2005)	
									§	4o		Da	lavratura	do	auto	de	prisão	em	flagrante	deverá	constar	a	informação	sobre	a	existência	de	filhos,	
respectivas	idades	e	se	possuem	alguma	deficiência	e	o	nome	e	o	contato	de	eventual	responsável	pelos	cuidados	
dos	filhos,	indicado	pela	pessoa	presa.											(Incluído	pela	Lei	nº	13.257,	de	2016)	
								Art.	305.		Na	falta	ou	no	impedimento	do	escrivão,	qualquer	pessoa	designada	pela	autoridade	lavrará	o	
auto,	depois	de	prestado	o	compromisso	legal.	
								Art.	306.		A	prisão	de	qualquer	pessoa	e	o	local	onde	se	encontre	serão	comunicados	imediatamente	ao	juiz	
competente,	ao	Ministério	Público	e	à	família	do	preso	ou	à	pessoa	por	ele	indicada.											(Redação	dada	pela	
Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								§	1o		Em	até	24	(vinte	e	quatro)	horas	após	a	realização	da	prisão,	será	encaminhado	ao	juiz	competente	o	
auto	de	prisão	em	 flagrante	e,	 caso	o	autuado	não	 informe	o	nome	de	 seu	advogado,	 cópia	 integral	para	a	
Defensoria	Pública.												(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								§	2o		No	mesmo	prazo,	será	entregue	ao	preso,	mediante	recibo,	a	nota	de	culpa,	assinada	pela	autoridade,	
com	o	motivo	da	prisão,	o	nome	do	condutor	e	os	das	testemunhas.									(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	
2011).	
								Art.	307.	 	Quando	o	 fato	 for	praticado	em	presença	da	autoridade,	ou	contra	esta,	no	exercício	de	suas	
funções,	 constarão	 do	 auto	 a	 narração	 deste	 fato,	 a	 voz	 de	 prisão,	 as	 declarações	 que	 fizer	 o	 preso	 e	 os	
depoimentos	das	testemunhas,	sendo	tudo	assinado	pela	autoridade,	pelo	preso	e	pelas	testemunhas	e	remetido	
imediatamente	ao	 juiz	a	quem	couber	 tomar	conhecimento	do	 fato	delituoso,	se	não	o	 for	a	autoridade	que	
houver	presidido	o	auto.	
								Art.	308.		Não	havendo	autoridade	no	lugar	em	que	se	tiver	efetuado	a	prisão,	o	preso	será	logo	apresentado	
à	do	lugar	mais	próximo.	
								Art.	309.	 	Se	o	réu	se	 livrar	solto,	deverá	ser	posto	em	liberdade,	depois	de	 lavrado	o	auto	de	prisão	em	
flagrante.	
								Art.	310.		Ao	receber	o	auto	de	prisão	em	flagrante,	o	juiz	deverá	fundamentadamente:											(Redação	dada	
pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								I	-	relaxar	a	prisão	ilegal;	ou											(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								II	-	converter	a	prisão	em	flagrante	em	preventiva,	quando	presentes	os	requisitos	constantes	do	art.	312	
deste	 Código,	 e	 se	 revelarem	 inadequadas	 ou	 insuficientes	 as	 medidas	 cautelares	 diversas	 da	 prisão;	 ou														
(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								III	-	conceder	liberdade	provisória,	com	ou	sem	fiança.											(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
								Parágrafo	único.	 	 Se	o	 juiz	verificar,	pelo	auto	de	prisão	em	flagrante,	que	o	agente	praticou	o	 fato	nas	
condições	constantes	dos	incisos	I	a	III	do	caput	do	art.	23	do	Decreto-Lei	no	2.848,	de	7	de	dezembro	de	1940	-	
Código	 Penal,	 poderá,	 fundamentadamente,	 conceder	 ao	 acusado	 liberdade	 provisória,	 mediante	 termo	 de	
comparecimento	a	todos	os	atos	processuais,	sob	pena	de	revogação.											(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	
de	2011).	
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Ä	Arts.	311	a	316	do	CPP	–	Regulamentam	a	prisão	preventiva	no	CPP:	
CAPÍTULO	III	
DA	PRISÃO	PREVENTIVA	
(Redação	dada	pela	Lei	nº	5.349,	de	3.11.1967)	
Art.	311.		Em	qualquer	fase	da	investigação	policial	ou	do	processo	penal,	caberá	a	prisão	preventiva	decretada	
pelo	 juiz,	de	ofício,	se	no	curso	da	ação	penal,	ou	a	requerimento	do	Ministério	Público,	do	querelante	ou	do	
assistente,	ou	por	representação	da	autoridade	policial.										(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
Art.	312.		A	prisão	preventiva	poderá	ser	decretada	como	garantia	da	ordem	pública,	da	ordem	econômica,	por	
conveniência	 da	 instrução	 criminal,	 ou	 para	 assegurar	 a	 aplicação	 da	 lei	 penal,	 quando	 houver	 prova	 da	
existência	do	crime	e	indício	suficiente	de	autoria.										(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
Parágrafo	único.		A	prisão	preventiva	também	poderá	ser	decretada	em	caso	de	descumprimento	de	qualquer	
das	obrigações	impostas	por	força	de	outras	medidas	cautelares	(art.	282,	§	4o).									(Incluído	pela	Lei	nº	12.403,	
de	2011).	
Art.	313.		Nos	termos	do	art.	312	deste	Código,	será	admitida	a	decretação	da	prisão	preventiva:								(Redação	
dada	pela	Lei	nº	12.403,	de	2011).	
I	-	nos	crimes	dolosos	punidos	com	pena	privativa	de	liberdade	máxima	superior	a	4	(quatro)	anos;								(Redação	
dada	pela	Lei

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