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IMUNOLOGIA B R U N A C A V A L C A N T E - M E D I C I N A V E T E R I N Á R I A / U D F Histórico: 2000 AC – Egito – Registros históricos de graves epidemias; Crenças – espíritos, demônios ou influências místicas; Velho testamento – livros históricos que relatam a ocorrência de pestes (lepra); OBS: Como não havia conhecimento das causas das doenças (dos antígenos) nem do sistema imune, as relacionavam com castigo por terem cometido pecados, ou seja, era vontade divina. Quando ocorria a cura da doença, acreditavam-se que os pecados haviam sido perdoados. Tucides – Atenas, 430 AC – foi o primeiro estudioso que começou a questionar o porquê de alguns morrerem e outros se curarem da mesma doença; A importância do conceito de doença infecciosa: doença clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infeção; 1798 – Edward Jenner – considerado o pai da imunologia. Constatou que as pessoas que trabalhavam com bovinos não contraiam a varíola grave, que causava morte. Contraiam uma varíola mais branda, que não causava grandes problemas. Constatou então que existiam dois agentes infecciosos: a varíola bovina (branda) e a humana (grave). Inoculando o vírus da varíola bovina em humanos, eles desenvolviam anticorpos contra os dois tipos de varíola. Com isso, se contraíssem o antígeno da varíola humana, não desenvolviam a doença, pois estavam imunes. Era um tipo de vacina. 200 anos após esse experimento, conseguiu-se a erradicação da varíola; 1880 – Louis Pasteur – Vacinas Atenuadas: Anti-cólera e Anti-rábica. Inoculando um vírus atenuado (enfraquecido, velho ou morto) o organismo não contrai a doença e desenvolve anticorpos; 1890 – Estudos sobre os anticorpos; 1895 – Descobriu-se que a fagocitose é muito aumentada pela imunização; 1899 – Descobriu-se que a lise das células pelos anticorpos requer a cooperação de fatores séricos denominados Complemento. O Sistema Imune É uma organização de células e moléculas com funções especializadas na defesa contra as infeções. Substâncias reconhecidas como estranhas ao organismo: Endógena: éndon «dentro» + génos «geração; nascimento» (que tem origem e se desenvolve no interior) Exógena: éxo-, «para fora» +génos, «origem» (que se forma, cresce ou desenvolve exteriormente ou para fora) Existem dois tipos de imunidade: Natural ou Inata: Já nasce com o indivíduo e permanece por toda a vida. É composta por barreiras físico, químico ou biológicas (pele, mucosa, pH, flora bacteriana), por fatores solúveis (sistema complemento – promovem a lise das bactérias, proteínas que provocam essa lise- por citocinas (que são proteínas e hormônios, produzidos pelo sistema imune e surgem com o aparecimento de antígenos) e por células (neutrófilos, macrófagos, natural killers). Adaptativa ou Específica: Depende do aparecimento de um antígeno – vírus, bactéria, parasitas, entre outros. Precisa de um estímulo de um agente patogênico, para desencadear uma resposta. Confere imunidade específica contra a reinfeção por um mesmo microrganismo. Parte dessa resposta envolve a indução de anticorpos (imunoglobulinas). Os anticorpos presentes no indivíduo refletem diretamente as infeções as quais ele foi exposto. Na imunidade natural, não é necessária a exposição prévia a um microrganismo, como ocorre na adaptativa, onde os anticorpos só são produzidos após a infeção. Estes anticorpos são específicos para o microrganismo infectante. Tanto a imunidade inata como as respostas adaptativas dependem da atividade dos leucócitos. Sistema Complemento: O sistema complemento é composto por proteínas da membrana plasmática e solúveis no sangue, que participam das defesas inatas e adquiridas ao opsonizar os patógenos e induzir uma série apropriada de respostas inflamatórias que auxiliam no combate à infecção. Características Fundamentais das Respostas Imunes: Especificidade: as respostas imunes são específicas para antígenos distintos; Diversidade: distintas especificidades antigênicas; Memória: capacidade de indução de memória imunológica; Discriminação entre o próprio o não próprio: tolerância aos self- antígenos, reconhecem antígenos estranhos e não os próprios do organismo. Atuação do Sistema Imune Como a imunidade inata reconhece os microrganismos? As células do SI vão expressar uma variedade de Padrões de Receptores de Reconhecimento (PRRs) em suas membranas e cytosol. PRRs vão reconhecer os padrões de PAMPs e DAMPs para induzir a resposta inflamatória Padrões Moleculares Associados a Microrganismos (PAMPs)- são padrões de moléculas reconhecidas pelas células do sistema imune inata como sinal de invasão por um grupo de agentes patogênicos. Padrões Moleculares Associados a Danos (DAMPs)- são substâncias endógenas produzidas ou liberadas por células mortas ou danificadas causadas por infecções. Antígenos (Ags)- toda substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos Receptores tipo Toll: Receptores do tipo Toll -TLR: toll-like receptors- (TLRs) São uma família de proteínas transmembrânicas de tipo I que formam uma parte do sistema imunológico inato, sua função, é o reconhecimento do patógeno e a estimulação da resposta imunológica contra agentes patológicos. TLRs são exemplos de PRRs que são expressos em uma variedade de células do Sistema imune, são os responsáveis do reconhecimento de várias vias de padrões de reconhecimento de patógenos. Existem 13 diferentes tipos de TLRs (TLR1-TLR13) Células do Sistema Imune A maturação (desenvolvimento) das células do sangue possui duas origens: Progenitora Mielóide e Progenitora Linfóide. Ambas se originam de células indiferenciadas. 1. Linhagem Mielóide: Se originam da medula óssea – megacariócitos (plaquetas), eritróide (hemácias), basófilos, eosinófilo e neutrófilos (que compõem os granulócitos); macrófagos e células dendríticas (que compõem os monócitos ou agranulócitos). 2. Linhagem Linfóide: Se originam do Timo – Linfócitos T; ou da medula óssea – Linfócitos B e NK. Basófilos: Representa menos de 1% dos leucócitos, possuem em sua estrutura inúmeros grânulos, que, em situações de inflamação ou alergia, por exemplo, liberam heparina e histamina para combater o problema Eosinófilos: Diminuem a resposta inflamatória; liberam histamina (mediador químico); morte de parasitas. Neutrófilos: São os mais comumente encontrados, correspondem a 95% dos fagócitos circulantes. Natural Killers (NK): Citotoxidade celular; exocitose de grânulos citotóxicos; produção de citocinas. Se localizam no sangue, baço e no útero de fêmeas grávidas. Macrófagos: São células apresentadores de antígenos, mononucleares. Responsáveis pela produção de citocinas, pela lise dos antígenos fagocitados. Possuem os mesmos grânulos que os neutrófilos. Os macrófagos se originam dos monócitos, encontrados no sangue periférico (não há macrófagos no sangue periférico, só monócitos). Nos ossos os macrófagos são chamados de osteoclastos; nos pulmões de macrófago alveolar; no fígado de células de Kupfer; no tecido conjuntivo de histiócitos; e no cérebro de micróglia. Mastócitos: Liberação de grânulos ricos em heparina (ação anticoagulante), histamina e outros glicosaminiglicanos, os mastócitos são células intimamente ligadas em processos como a asma, alergia e inflamação. Células Dendríticas: são responsáveis por capturar o microrganismo invasor e apresentar antígenos, que ficam disponíveis em sua superfície, para os linfócitos T, dando início à resposta imune contra o agente infeccioso, combatendo a doença. Linfócito B: ou célula B é um tipo de linfócito que constitui o sistema imunológico.Ele tem um importante papel na imunidade humoral e é um essencial componente do Sistema imune adaptativo. A principal função das células B é a produção de anticorpos contra antígenos. Linfócito T: Ou células T, são células do sistema imunológico e também um grupo de glóbulos brancos (leucócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos (antígenos). Seu papel principal é como imunidade específica e imunidade celular, induzindo a apoptose (autodestruição) de células invadidas por vírus, bactérias intracelulares, danificadas ou cancerígenas. Se diferenciam de acordo com sua função em: citotóxicas (CD8), auxiliares (CD4), natural killer (NKT), memória (CD45), reguladoras (FOXP3) ou gama-delta (γδ). Amadurecem no timo, por isso se chamam linfócitos T. OBS: Os linfócitos B possuem anticorpos ligados à sua membrana. Na presença do antígeno correspondente, o linfócito B libera o anticorpo (receptor antigênico) que se liga ao antígeno. Cada receptor antigênico liga-se a diferentes antígenos e cada célula possui uma única especificidade antigênica. O receptor antigênico do linfócito B é um anticorpo ligado a membrana da célula. O receptor antigênico do linfócito T é uma molécula Tipos de Respostas Imunes Adaptativas 1- Resposta Imune Humoral: Mediada por moléculas do sangue, responsável pelo reconhecimento específico de antígenos. Estas moléculas são chamadas de anticorpos, mediadas por linfócitos B (anticorpos contra antígenos extracelulares). 2- Resposta Imune Celular: Mediada por linfócitos T (anticorpos contra microrganismos intracelulares). A célula T citotóxica provoca a lise da célula infectada. OBS: Os anticorpos sempre iniciam seus efeitos biológicos pela ligação com antígenos. Esses antígenos podem ser bactérias extra-celulares (resposta https://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%B3bulos_brancos https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgeno https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade_espec%C3%ADfica https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade_celular https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoptose https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Timo humoral), micróbios intracelulares em um macrófago (resposta celular), vírus intracelular replicando-se no interior de uma célula infectada (resposta celular). Mecanismos dos Anticorpos 1- Neutralizam o antígeno (se ligam a estes antígenos impedindo sua entrada na célula). São fagocitados por macrófagos. 2- Opsonização – aumentam a fagocitose destes antígenos ligados a anticorpos. 3- Ativação do complemento – aumenta a fagocitose de antígenos ligados a proteínas do complemento e anticorpos. Fases das Respostas Imunitárias Específicas: Fase Cognitiva: Reconhece o antígeno e se multiplica (proliferação) - apresentação do antígeno; 1- Fase de Ativação: Ocorre a diferenciação, a ativação e autoestimulação de sua multiplicação; 2- Fase Efetora: Eliminação das bactérias. Resposta imune nas infecções PENETRAÇÃO DO MICRORGANISMO ESTABELECIMENTO DA INFECÇÃO INDUÇÃO DA RESPOSTA ADAPTATIVA RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA A resposta imune adaptativa é necessária para a proteção efetiva do hospedeiro contra os microrganismos patogênicos (bactérias, fungos, vírus, etc.). A resposta imune inata contra os patógenos auxilia o início da resposta imune adaptativa, pois o contato com estes patógenos leva a produção de citocinas e a ativação de células apresentadoras de antígenos, como a dendrítica. Nos órgãos linfoides, estas células fazem a apresentação do antígeno aos linfócitos T virgens, que se diferenciam em células T efetoras, onde deixam o linfonodo e ELIMINAÇÃO DO AGENTE PATOLÓGICO E CRIAÇÃO DA MEMÓRIA IMUNOLOGICA se encaminham ao sítio da infecção (imunidade celular), ou participam da ativação de linfócitos B no próprio linfonodo (imunidade humoral). A função da resposta imune adaptativa é eliminar o agente infeccioso e fornecer ao hospedeiro um estado de imunidade protetora contra a reinfecção pelo mesmo patógeno. Efeito citopático– produzido por vírus. Modifica a morfologia da célula, fazendo com que pareçam células gigantes (enormes) multinucleadas. Fatores antibacterianos inatos– lisozima, leucina, plaquinas, transferina e lactoferrina (ambas proteínas ligadoras de ferro), espermina, espermidina, complemento, radicais livres, interferon, colectina e pentraxina (ambas proteínas ligadas a carboidratos – lecitinas). Imunidade mediada por células- NK, células T (ativam macrófagos), lisozima, complemento, opsonização (C3b), anticorpos. OBS: Exotoxinas e endotoxinas são liberadas por bactérias. As exotoxinas são proteínas termolábeis, são toxinas potentes produzidas e liberadas pelas bactérias no meio externo. As endotoxinas são lipopolissacarídeos termoestáveis, que são liberados com a morte da bactéria e lise de sua membrana, estimulando a liberação de IL1 e INF (citocinas). Mecanismos efetores da imunidade inata: Os agentes infecciosos ativam respostas inflamatórias agudas Fagocitose- Resposta imunológica usado para remover patógenos e restos celulares. Inflamação- Resposta imunológica frente a qualquer processo que cause lesão celular ou tecidual. Alterando o calibre e fluxo vascular, aumentando a permeabilidade vascular e migração de leucócitos. Respostas imunes inata e adaptativa: Contra vírus – As principais células são os linfócitos T CD8 e a principal citocina é o interferon gamma. Contra vermes– Os eosinófilos são os mais importantes na resposta contra helmintos e protozoários. Os agentes infecciosos podem causar doenças recorrentes ou persistentes, evitando os mecanismos de defesa do hospedeiro, ou usando-os para sua própria replicação (se apoderando das células de defesa, se multiplicando dentro delas). Existem várias formas de evasão ou subversão da resposta imune: variação antigênica (sorotipos diferentes, mutações), latência (período em que não há replicação, ficando o patógeno sem expressar os peptídeos que indicariam sua presença, não podendo ser eliminado), resistência aos mecanismos efetores imunes e supressão da resposta imune. Mecanismos pelos quais a bactéria intracelular pode escapar da destruição celular: Algumas bactérias desenvolveram mecanismos especiais para resistir a destruição pelos fagócitos, como os macrófagos, usando-os como hospedeiros primários: resistência a enzimas lisossomais (escapando do vacúolo para o citoplasma, onde se replicam); e o impedimento da fusão do fagolisossomo (cápsula). Imunidade viral são: parasitos celulares obrigatórios. Possuem três padrões de infecção: 1- Infecção aguda- Ocorre a doença, termina e não retorna. Ex: gripe. 2- Infecção reincidente- Ocorre a doença, cessam os sintomas, mas ela retorna. Não tem cura. Ex: herpes labial. 3- Infecção persistente- A infecção aguda evolui para crônica e persiste por toda a vida. Resposta humoral: É mediada por moléculas de anticorpo, secretadas por células plasmáticas (plasmócitos). A ativação da célula B pode ser diretamente por um antígeno (timo independentes) ou ao apresentar o antígeno para o linfócito T (antígenos que dependam das respostas dos linfócitos T – timo dependentes), que libera citocinas que ativam o linfócito B, que se diferenciam em plasmócitos e produzem os anticorpos que promovem a neutralização, o psonização e a ativação do complemento. Nos adultos, a resposta timo independente é muito eficiente, mas em crianças não. Por isso que se usam vacinas que induzem a resposta timo dependente a produzir anticorpos contra o patógeno e desenvolver memória imunológica. Imunoglobulinas As moléculas de imunoglobulinas (Igs) são formadas por cadeias leves (peso molecular menor) e cadeias pesadas(peso molecular maior), unidas por ligações de sulfetos. Além disso possuem regiões variáveis (onde os aminoácidos formadores variam) e regiões constantes (sempre os mesmos aminoácidos). A região constante é formada por duas cadeias pesadas, a variável é formada por uma cadeia pesada e uma leve. A região das ligações de sulfetos é suscetível a ação de enzimas proteolíticas, podendo ser quebrada. Essa região é chamada de dobradiça, dá maleabilidade a molécula. É a responsável pela forma tridimensional da Ig, sendo formada por cerca de 110 aminoácidos. É uma molécula divalente, onde suas duas porções superiores (dois sítios de ação) podem identificar dois antígenos diferentes. Correspondem as regiões variáveis. A região variável é chamada de Fab, e a constante é chamada de FC e outras células do sistema imune possuem receptores para FC. A Igs possuem subtipos: IgA, IgM, IgE, IgD e IgG. A IgA pode formar dímeros ou trímeros. A IgM pode formar pentâmeros. As demais só formam monômeros. Esses polímeros são formados após o desligamento das Igs dos linfócitos B. Essas moléculas se unem e formam os polímeros. IgG- Corresponde a 80% das Igs, sendo o mais abundante dos anticorpos produzidos pelas respostas imunes secundárias, além de ser a única que consegue ultrapassar a barreira placentária. IgM- Corresponde a 10%, sendo a mais abundante produzida pelas respostas imunes primárias (inflamações agudas). IgD- Também corresponde a 10% das Igs, mas ainda não se sabe ao certo qual sua função. IgA- Corresponde de 10 a 15%, e é a mais importante na defesa das mucosas (saliva, lágrima, muco intestinal, leite, etc.). Está relacionada a imunidade local. IgE- Corresponde a apenas 0,2%, mas é muito potente e é de extrema importância nas respostas alérgicas. Em exames sorológicos, se detectar a presença de IgM, significa que está, ou esteve a pouco tempo, com a doença correspondente ao IgM específico detectado no exame. Se a imunoglobulina encontrada no exame for uma IgG, significa que já teve, mesmo que há muitos anos, contato com o antígeno correspondente a esta IgG, estando imunizado contra ele. OBS: A resposta inata possui diversidade limitada e não possui memória. A adaptativa/adquirida possui diversidade muito ampla e possui memória. Mudanças de classe de imunoglobulina: A primeira Ig que aparece é a IgM (10% do total no sangue). A célula vai trocando essas Igs de superfície de acordo com a necessidade. Há formação de uma alça, na formação da Ig, e ocorre a mudança para IgA, IgD, etc. A indução desta mudança é feita por citocinas. Cada citocina induz a formação de um tipo de Ig (transcrição): IL 4 – IgG1, IgE. IL 5 – IgA. IGF β - IgG 2a, IgA. IFN-gamma – IgG 3, IgG 2a. Quando ocorre estímulo para produção de linfócitos B, ocorre maior produção de IgD (que é a segunda Ig a surgir). Cada isotipo de Ig tem funções especializadas e distribuição exclusiva: Epitélio – IgA. Placenta – IgG 1, 2, 3 e 4. Extravasculares – IgG 1, 2, 3 e 4 e IgA. IgA é transportada pelas mucosas (epitélio) e esse transporte é medido pelo receptor pdi-ig (proteína transportadora especializada). IgG – por todo organismo; IgM – circulação; IgA – superfícies mucosas; IgE – superfícies epiteliais (alergias e infecções por helmintos). MHC Complexo Principal de Histocompactibilidade. É uma região genômica altamente polimórfica, uma família de genes encontrada na maioria dos vertebrados, cujos produtos são expressos na superfície de várias células. Propriedades biológicas do MHC: Rejeição aos enxertos; Relação com as doenças; Regulação da resposta imune Apresentação de antígenos Os linfócitos T interagem somente com células que carregam o antígeno associado ao MHC, e não com os antígenos solúveis (livres). Os padrões de associação do antígeno das moléculas de classe I ou de classe II, determinam os tipos de linfócitos que serão estimulados pelas diferentes formas de antígenos. Os genes do MHC controlam as respostas imunes a antígenos proteicos. OBS: Toda célula nucleada, e as fagocitárias, expressam uma glicoproteína em sua superfície, que é sintetizada pelo DNA. Nos animais essa proteína recebe o nome SLA -A (suínos), DLA-A (cão), BoLA-A (bovinos), ELA -A (eqüinos). O gene B sintetiza o HLA-B, o gene C sintetiza o HLA-C, etc... Cada gene ocupa um locus, que é sua localização no cromossomo. Os genes A, B, E e C são os MHC de classe I. O gene D (que possui 3 locus diferentes – DP, DQ e DR) é o gene MHC de classe II. Classe I- Receptores para antígenos endógenos; o Toda célula nucleada possui receptores MHC classe I. Classe II- Receptores para antígenos exógenos em células apresentadoras de antígenos. o As apresentadoras de antígenos possuem MHC de classe II e de classe I (pois são nucleadas). o Cães, gatos suínos e equinos expressam moléculas de MHC classe II em linfócitos T em repouso. o Nas outras espécies, os linfócitos T só apresentam MHC de classe II quando ativados. o Já os linfócitos B podem, eventualmente, serem apresentadores de antígenos para os linfócitos T. Quando agem dessa forma, apresentam MHC de classe II, também. A apresentação de antígenos exógenos (fagocitados) é via MHC de classe II, interagindo com linfócitos TCD4. Células nucleadas que estejam sendo parasitadas por antígenos, interagem com o TCD8, que libera os grânulos que lisam estas células. Ex: É como acontece com organismos portadores do vírus HIV, pois ficam com pouquíssimas TCD4. As células apresentadoras de antígenos possuem os MHC de classe II internamente. Ao fagocitar o antígeno, esse receptor MHC de classe II se liga aos fragmentos deste antígeno e chega à superfície para fazer a apresentação deste antígeno. Vacinas Características para que seja eficaz: Segura- Não pode induzir a doença ou causar a morte; Protetora- Deve proteger contra a doença, expondo o indivíduo ao patógeno induzindo a formação de anticorpos); Oferecer proteção sustentada- Deve durar vários anos; Induzir anticorpos neutralizantes- Alguns patógenos infectam células que não podem ser substituídas (Ex: neurônios). Os anticorpos neutralizantes são essenciais para prevenir a infecção destas células; Induzir células T protetoras- Alguns patógenos (intracelulares) são atacados mais eficazmente com respostas mediadas por células; Considerações práticas- Baixo custo por dose; Estabilidade biológica; Facilidade de administração; poucos efeitos colaterais. Papel do Sistema Imune na eficácia da vacina: O sistema imune, bem como o organismo como um todo, desempenha um papel muito importante no processo de vacinação, pois diversos fatores podem interferir na eficácia da vacina: Natureza da vacina; Via de administração da vacina; Idade do animal; Estado nutricional do animal (animal desnutrido, com verme, não deve ser vacinado); Gestação; Presença de anticorpos maternos; Infecções concorrentes; Uso concomitante de outros medicamentos (corticosteróides promovem imunossupressão; antibióticos matam a bactéria da vacina). A imunidade pode ser passiva ou ativa: Imunidade passiva natural: É a que o organismo possuí desde o nascimento. Imunidade passiva artificial: É quando os anticorpos são inoculamos no organismo, (Ex. soro). Imunidade ativa natural: Imunidade produzida em contato com o antígeno. Imunidade ativa artificial: É a vacina, que pode ser de diversos tipos; por organismos vivos, inativos, modificados, produtos recombinantes, DNA vacinal (do antígeno). A passiva induz uma imunidade bem rápida, mas a resposta é mais baixa (curta). A ativa demora um pouco mais para produz ir uma resposta, mas tem a durabilidade muito maior. Vacina recombinante: Produzem um vírusrecombinante com porções de duas doenças e o inoculam em uma bactéria, que irá produzir esse vírus. Ex: vírus da varíola recombinante. DNA Vacinal: É uma técnica recente. Seleciona-se o DNA de interesse, purifica-o em uma bactéria e usa-o como vacina. Acredita-se que haja a possibilidade dela ativar oncogenes e produzir tumores, pois o DNA entra na célula e pode entrar em contato com seu DNA, ativando os oncogenes. Ainda precisa de mais estudos. Os vírus vivos (atenuados ou em bactérias vivas), induzem por si mesmos a resposta imune. Os vírus mortos precisam ser aplicados com adjuvantes, que auxiliam a produção da resposta imune (fosfato de alumínio, hidróxido de alumínio, alume, frações de bactérias, adjuvante completo de Freund – não deve ser usado em animais de produção). Reações das vacinas: Erros- o Erro na fabricação (contaminação); o Erro na administração o Toxicidade anormal, o Virulência residual– causam imunossupressão, doença clínica e morte fetal. Toxicidade “Normal”- o Febre, mal estar, inflamação, dor. Podem ocorrer normalmente após a administração da vacina. Resposta inapropriada- o Hipersensibilidade tipo I (local ou anafilática), tipo II, tipo IV (formação de granuloma); reações neurológicas (neurite, encefalite); reações estranhas ao corpo (fibrossarcoma). Falhas na vacinação: Podem ser causadas por administração incorreta: Uso de via errada (vacinas contra bactérias entéricas precisam ser administradas por via oral); morte de bactérias vivas (por falta de refrigeração); administração em animais passivamente protegidos (em amamentação– recebem anticorpos através do leite materno). Podem ser causadas em administração correta, mas com outros problemas: O animal pode não responder a vacina – pode estar imunossuprimido; pode ter sido administrada antes da imunização passiva; por variação biológica (cada indivíduo responde de um jeito); a vacina pode ser inadequada. Mesmo que o animal seja respondedor – a vacina pode ter sido dada tardiamente (o animal já estava infectado); a cepa ou o organismo errado estava sendo utilizado; antígenos não protetores utilizados (não produzindo anticorpos). ALGUNS TERMOS IMUNOLÓGICOS Anticorpos: São glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, sua principal função é garantir a defesa do organismo. São produzidas por Linfócito B. Antigenos: Toda substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos. Geralmente, é uma proteína ou um polissacarídeo. Antígenos timo dependentes: Dependem do linfócito T para estimular a resposta imune. Antígenos timo independentes: Podem ser imunogênicos (gerar resposta imune) sem a participação dos linfócitos T. CD- Cluster Designation Number: Clube de Designação, ou grupo de designação (GD). Citocinas: Proteínas secretadas por células, que afetam o comportamento das células vizinhas portadoras de receptores adequados. Os sinais são produzidos por células do sistema imune, como os linfócitos, macrófagos, monócitos e leucócitos, os quais "combatem" partículas estranhas que adentram no nosso organismo. Epítopo ou determinante antigênico: É o sítio de ligação, o local no antígeno que é reconhecido pelo anticorpo. Podem ser conformacionais ou descontínuos, contínuos ou lineares. Fase de Latência: É o período que leva para que o antígeno inoculado pela primeira vez apresente uma resposta de anticorpos do organismo. Em uma segunda inoculação, essa resposta é quase imediata, graças as células de memória, que reconhecem o antígeno e apresentam seus anticorpos. Isso ocorre porque, ao ser inoculado pela primeira vez, o organismo precisa identificar o antígeno e desenvolver anticorpos para combatê-lo, o que leva algum tempo. Haptenos: São moléculas que podem reagir com o anticorpo, mas não são capazes de, por si mesmas, induzir uma resposta imune adaptativa. Os haptenos devem ser quimicamente unidos a portadores proteicos para poderem evocar respostas em anticorpos ou células T. Ou seja, devem estar unidos a uma proteína carreadora. (Os antígenos nem sempre são imunógenos, mas todo imunógeno é um antígeno) Hematopoiese: É a formação das células do sangue. Todas se originam da medula óssea e se dividem em Precursora Mielóide e Precursora Linfóide (são duas linhagens diferentes). Imunofenotipagem Marcação celular; caracterização das células sanguíneas; identificação de subtipos de linfócitos (receptores CD8, CD4, CD3). Através dessas moléculas (receptores) ocorrem as interações (reconhecimento) entre as células e os antígenos e as outras moléculas. OBS: O CD8, ou T citotóxico, é importantíssimo nas infeções virais. Imunógenos: Moléculas capazes de, por si mesmas, gerar respostas imunes. Imunoglobulinas: São cadeias de proteínas produzidas pelos linfócitos B que têm a função de reconhecer, neutralizar e marcar (opsonizar) os antígenos para que estes sejam eliminados, ou fagocitados pelos macrófagos. São conhecidos 5 tipos diferentes de imunoglobulinas, que se intercambiam dependendo da necessidade da reação auto-imune do momento. Interleucinas: Proteínas produzidas principalmente por leucócitos, a maior parte está envolvida na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão de outras células. Possuí função na memória. Quimiocinas: Grande grupo de pequenas citocinas. Controlam a migração e a residência de células imunes. APOSTILA DE IMUNOLOGIA-2021
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