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Apostila Imunologia-pdf

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IMUNOLOGIA 
B R U N A C A V A L C A N T E - M E D I C I N A V E T E R I N Á R I A / U D F 
 
Histórico: 
 
 2000 AC – Egito – Registros históricos de graves epidemias; 
 Crenças – espíritos, demônios ou influências místicas; 
 Velho testamento – livros históricos que relatam a ocorrência de pestes 
(lepra); 
OBS: Como não havia conhecimento das causas das doenças (dos antígenos) 
nem do sistema imune, as relacionavam com castigo por terem cometido 
pecados, ou seja, era vontade divina. Quando ocorria a cura da doença, 
acreditavam-se que os pecados haviam sido perdoados. 
 
 Tucides – Atenas, 430 AC – foi o primeiro estudioso que começou a 
questionar o porquê de alguns morrerem e outros se curarem da mesma 
doença; 
 A importância do conceito de doença infecciosa: doença clinicamente 
manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infeção; 
 1798 – Edward Jenner – considerado o pai da imunologia. Constatou que as 
pessoas que trabalhavam com bovinos não contraiam a varíola grave, que 
causava morte. 
Contraiam uma varíola mais branda, que não causava grandes problemas. 
Constatou então que existiam dois agentes infecciosos: a varíola bovina (branda) 
e a humana (grave). 
Inoculando o vírus da varíola bovina em humanos, eles desenvolviam anticorpos 
contra os dois tipos de varíola. Com isso, se contraíssem o antígeno da varíola 
humana, não desenvolviam a doença, pois estavam imunes. Era um tipo de 
vacina. 200 anos após esse experimento, conseguiu-se a erradicação da 
varíola; 
 1880 – Louis Pasteur – Vacinas Atenuadas: Anti-cólera e Anti-rábica. 
Inoculando um vírus atenuado (enfraquecido, velho ou morto) o organismo não 
contrai a doença e desenvolve anticorpos; 
 1890 – Estudos sobre os anticorpos; 
 1895 – Descobriu-se que a fagocitose é muito aumentada pela imunização; 
 1899 – Descobriu-se que a lise das células pelos anticorpos requer a 
cooperação de fatores séricos denominados Complemento. 
 
 
 
 
O Sistema Imune 
 
 É uma organização de células e moléculas com funções especializadas na 
defesa contra as infeções. 
 
Substâncias reconhecidas como estranhas ao organismo: 
 
 Endógena: éndon «dentro» + génos «geração; nascimento» (que tem 
origem e se desenvolve no interior) 
 Exógena: éxo-, «para fora» +génos, «origem» (que se forma, cresce ou 
desenvolve exteriormente ou para fora) 
 
Existem dois tipos de imunidade: 
 
 Natural ou Inata: 
Já nasce com o indivíduo e permanece por toda a vida. É composta por barreiras 
físico, químico ou biológicas (pele, mucosa, pH, flora bacteriana), por fatores 
solúveis (sistema complemento – promovem a lise das bactérias, proteínas que 
provocam essa lise- por citocinas (que são proteínas e hormônios, produzidos 
pelo sistema imune e surgem com o aparecimento de antígenos) e por células 
(neutrófilos, macrófagos, natural killers). 
 
 Adaptativa ou Específica: 
Depende do aparecimento de um antígeno – vírus, bactéria, parasitas, entre 
outros. Precisa de um estímulo de um agente patogênico, para desencadear 
uma resposta. Confere imunidade específica contra a reinfeção por um mesmo 
microrganismo. Parte dessa resposta envolve a indução de anticorpos 
(imunoglobulinas). Os anticorpos presentes no indivíduo refletem diretamente as 
infeções as quais ele foi exposto. 
 
 Na imunidade natural, não é necessária a exposição prévia a um 
microrganismo, como ocorre na adaptativa, onde os anticorpos só são 
produzidos após a infeção. Estes anticorpos são específicos para o 
microrganismo infectante. Tanto a imunidade inata como as respostas 
adaptativas dependem da atividade dos leucócitos. 
 
 Sistema Complemento: 
O sistema complemento é composto por proteínas da membrana plasmática e 
solúveis no sangue, que participam das defesas inatas e adquiridas ao opsonizar 
os patógenos e induzir uma série apropriada de respostas inflamatórias que 
auxiliam no combate à infecção. 
 
 
Características Fundamentais das Respostas Imunes: 
 
 Especificidade: as respostas imunes são específicas para antígenos 
distintos; 
 Diversidade: distintas especificidades antigênicas; 
 Memória: capacidade de indução de memória imunológica; 
 Discriminação entre o próprio o não próprio: tolerância aos self-
antígenos, reconhecem antígenos estranhos e não os próprios do organismo. 
 
 
 
Atuação do Sistema Imune 
 
Como a imunidade inata reconhece os microrganismos? 
 
 As células do SI vão expressar uma variedade de Padrões de Receptores 
de Reconhecimento (PRRs) em suas membranas e cytosol. 
PRRs vão reconhecer os padrões de PAMPs e DAMPs para induzir a 
resposta inflamatória 
 Padrões Moleculares Associados a Microrganismos (PAMPs)- são 
padrões de moléculas reconhecidas pelas células do sistema imune inata 
como sinal de invasão por um grupo de agentes patogênicos. 
 Padrões Moleculares Associados a Danos (DAMPs)- são substâncias 
endógenas produzidas ou liberadas por células mortas ou danificadas 
causadas por infecções. 
 Antígenos (Ags)- toda substância estranha ao organismo que desencadeia 
a produção de anticorpos 
 
Receptores tipo Toll: 
 
 Receptores do tipo Toll -TLR: toll-like receptors- (TLRs) 
São uma família de proteínas transmembrânicas de tipo I que formam uma 
parte do sistema imunológico inato, sua função, é o reconhecimento do 
patógeno e a estimulação da resposta imunológica contra agentes 
patológicos. TLRs são exemplos de PRRs que são expressos em uma 
variedade de células do Sistema imune, são os responsáveis do 
reconhecimento de várias vias de padrões de reconhecimento de patógenos. 
Existem 13 diferentes tipos de TLRs (TLR1-TLR13) 
 
 
 
 
Células do Sistema Imune 
 
A maturação (desenvolvimento) das células do sangue possui duas origens: 
Progenitora Mielóide e Progenitora Linfóide. Ambas se originam de células 
indiferenciadas. 
 
 
 
 
1. Linhagem Mielóide: 
Se originam da medula óssea – megacariócitos (plaquetas), eritróide (hemácias), 
basófilos, eosinófilo e neutrófilos (que compõem os granulócitos); macrófagos e 
células dendríticas (que compõem os monócitos ou agranulócitos). 
 
2. Linhagem Linfóide: 
Se originam do Timo – Linfócitos T; ou da medula óssea – Linfócitos B e NK. 
 
 
 
 Basófilos: Representa menos de 1% dos leucócitos, possuem em sua 
estrutura inúmeros grânulos, que, em situações de inflamação ou alergia, por 
exemplo, liberam heparina e histamina para combater o problema 
 Eosinófilos: Diminuem a resposta inflamatória; liberam histamina (mediador 
 químico); morte de parasitas. 
 Neutrófilos: São os mais comumente encontrados, correspondem a 95% 
dos fagócitos circulantes. 
 Natural Killers (NK): Citotoxidade celular; exocitose de grânulos citotóxicos; 
produção de citocinas. Se localizam no sangue, baço e no útero de fêmeas 
grávidas. 
 Macrófagos: São células apresentadores de antígenos, mononucleares. 
Responsáveis pela produção de citocinas, pela lise dos antígenos 
fagocitados. Possuem os mesmos grânulos que os neutrófilos. Os 
macrófagos se originam dos monócitos, encontrados no sangue periférico 
(não há macrófagos no sangue periférico, só monócitos). Nos ossos os 
macrófagos são chamados de osteoclastos; nos pulmões de macrófago 
alveolar; no fígado de células de Kupfer; no tecido conjuntivo de histiócitos; e 
no cérebro de micróglia. 
 Mastócitos: Liberação de grânulos ricos em heparina (ação anticoagulante), 
histamina e outros glicosaminiglicanos, os mastócitos são células 
intimamente ligadas em processos como a asma, alergia e inflamação. 
 Células Dendríticas: são responsáveis por capturar o microrganismo 
invasor e apresentar antígenos, que ficam disponíveis em sua superfície, 
para os linfócitos T, dando início à resposta imune contra o agente infeccioso, 
combatendo a doença. 
 Linfócito B: ou célula B é um tipo de linfócito que constitui o sistema 
imunológico.Ele tem um importante papel na imunidade humoral e é um 
essencial componente do Sistema imune adaptativo. A principal função das 
células B é a produção de anticorpos contra antígenos. 
 Linfócito T: Ou células T, são células do sistema imunológico e também um 
grupo de glóbulos brancos (leucócitos) responsáveis pela defesa do 
organismo contra agentes desconhecidos (antígenos). Seu papel principal é 
como imunidade específica e imunidade celular, induzindo a apoptose 
(autodestruição) de células invadidas por vírus, bactérias intracelulares, 
danificadas ou cancerígenas. Se diferenciam de acordo com sua função em: 
citotóxicas (CD8), auxiliares (CD4), natural killer (NKT), memória (CD45), 
reguladoras (FOXP3) ou gama-delta (γδ). Amadurecem no timo, por isso se 
chamam linfócitos T. 
 
OBS: Os linfócitos B possuem anticorpos ligados à sua membrana. Na presença 
do antígeno correspondente, o linfócito B libera o anticorpo (receptor antigênico) 
que se liga ao antígeno. Cada receptor antigênico liga-se a diferentes antígenos 
e cada célula possui uma única especificidade antigênica. O receptor antigênico 
do linfócito B é um anticorpo ligado a membrana da célula. O receptor antigênico 
do linfócito T é uma molécula 
 
 
 
Tipos de Respostas Imunes Adaptativas 
 
1- Resposta Imune Humoral: 
Mediada por moléculas do sangue, responsável pelo reconhecimento específico 
de antígenos. Estas moléculas são chamadas de anticorpos, mediadas por 
linfócitos B (anticorpos contra antígenos extracelulares). 
2- Resposta Imune Celular: 
Mediada por linfócitos T (anticorpos contra microrganismos intracelulares). A 
célula T citotóxica provoca a lise da célula infectada. 
 
OBS: Os anticorpos sempre iniciam seus efeitos biológicos pela ligação com 
antígenos. Esses antígenos podem ser bactérias extra-celulares (resposta 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%B3bulos_brancos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgeno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade_espec%C3%ADfica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade_celular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoptose
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Timo
humoral), micróbios intracelulares em um macrófago (resposta celular), vírus 
intracelular replicando-se no interior de uma célula infectada (resposta celular). 
 
 
 
 Mecanismos dos Anticorpos 
 
1- Neutralizam o antígeno (se ligam a estes antígenos impedindo sua 
entrada na célula). São fagocitados por macrófagos. 
2- Opsonização – aumentam a fagocitose destes antígenos ligados a 
anticorpos. 
3- Ativação do complemento – aumenta a fagocitose de antígenos 
ligados a proteínas do complemento e anticorpos. 
 
Fases das Respostas Imunitárias Específicas: 
 
 Fase Cognitiva: Reconhece o antígeno e se multiplica (proliferação) -
apresentação do antígeno; 
1- Fase de Ativação: Ocorre a diferenciação, a ativação e autoestimulação de 
sua multiplicação; 
2- Fase Efetora: Eliminação das bactérias. 
 
Resposta imune nas infecções 
 
PENETRAÇÃO DO MICRORGANISMO ESTABELECIMENTO DA INFECÇÃO 
 
INDUÇÃO DA RESPOSTA ADAPTATIVA 
 
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA 
 
 
 
 
A resposta imune adaptativa é necessária para a proteção efetiva do hospedeiro 
contra os microrganismos patogênicos (bactérias, fungos, vírus, etc.). 
 
A resposta imune inata contra os patógenos auxilia o início da resposta imune 
adaptativa, pois o contato com estes patógenos leva a produção de citocinas e 
a ativação de células apresentadoras de antígenos, como a dendrítica. Nos 
órgãos linfoides, estas células fazem a apresentação do antígeno aos linfócitos 
T virgens, que se diferenciam em células T efetoras, onde deixam o linfonodo e 
ELIMINAÇÃO DO AGENTE PATOLÓGICO E CRIAÇÃO DA MEMÓRIA IMUNOLOGICA 
se encaminham ao sítio da infecção (imunidade celular), ou participam da 
ativação de linfócitos B no próprio linfonodo (imunidade humoral). 
 
A função da resposta imune adaptativa é eliminar o agente infeccioso e fornecer 
ao hospedeiro um estado de imunidade protetora contra a reinfecção pelo 
mesmo patógeno. 
Efeito citopático– produzido por vírus. 
Modifica a morfologia da célula, fazendo com que pareçam células gigantes 
(enormes) multinucleadas. 
Fatores antibacterianos inatos– lisozima, leucina, plaquinas, transferina e 
lactoferrina (ambas proteínas ligadoras de ferro), espermina, espermidina, 
complemento, radicais livres, interferon, colectina e pentraxina (ambas proteínas 
ligadas a carboidratos – lecitinas). 
Imunidade mediada por células- NK, células T (ativam macrófagos), lisozima, 
complemento, opsonização (C3b), anticorpos. 
OBS: Exotoxinas e endotoxinas são liberadas por bactérias. 
As exotoxinas são proteínas termolábeis, são toxinas potentes produzidas e 
liberadas pelas bactérias no meio externo. 
As endotoxinas são lipopolissacarídeos termoestáveis, que são liberados com a 
morte da bactéria e lise de sua membrana, estimulando a liberação de IL1 e INF 
(citocinas). 
 
Mecanismos efetores da imunidade inata: 
 
Os agentes infecciosos ativam respostas inflamatórias agudas 
 
 Fagocitose- Resposta imunológica usado para remover patógenos e restos 
celulares. 
 
 Inflamação- Resposta imunológica frente a qualquer processo que cause 
lesão celular ou tecidual. Alterando o calibre e fluxo vascular, aumentando a 
permeabilidade vascular e migração de leucócitos. 
 
 
Respostas imunes inata e adaptativa: 
 
Contra vírus – As principais células são os linfócitos T CD8 e a principal citocina 
é o interferon gamma. 
 
Contra vermes– Os eosinófilos são os mais importantes na resposta contra 
helmintos e protozoários. Os agentes infecciosos podem causar doenças 
recorrentes ou persistentes, evitando os mecanismos de defesa do hospedeiro, 
ou usando-os para sua própria replicação (se apoderando das células de defesa, 
se multiplicando dentro delas). 
 
Existem várias formas de evasão ou subversão da resposta imune: variação 
antigênica (sorotipos diferentes, mutações), latência (período em que não há 
replicação, ficando o patógeno sem expressar os peptídeos que indicariam sua 
presença, não podendo ser eliminado), resistência aos mecanismos efetores 
imunes e supressão da resposta imune. 
 
Mecanismos pelos quais a bactéria intracelular pode escapar da destruição 
celular: 
 
Algumas bactérias desenvolveram mecanismos especiais para resistir a 
destruição pelos fagócitos, como os macrófagos, usando-os como hospedeiros 
primários: resistência a enzimas lisossomais (escapando do vacúolo para o 
citoplasma, onde se replicam); e o impedimento da fusão do fagolisossomo 
(cápsula). 
 
Imunidade viral são: parasitos celulares obrigatórios. 
 
Possuem três padrões de infecção: 
 
1- Infecção aguda- Ocorre a doença, termina e não retorna. Ex: gripe. 
2- Infecção reincidente- Ocorre a doença, cessam os sintomas, mas ela 
retorna. Não tem cura. Ex: herpes labial. 
3- Infecção persistente- A infecção aguda evolui para crônica e persiste 
por toda a vida. 
 
Resposta humoral: 
 
É mediada por moléculas de anticorpo, secretadas por células plasmáticas 
(plasmócitos). A ativação da célula B pode ser diretamente por um antígeno (timo 
independentes) ou ao apresentar o antígeno para o linfócito T (antígenos que 
dependam das respostas dos linfócitos T – timo dependentes), que libera 
citocinas que ativam o linfócito B, que se diferenciam em plasmócitos e 
produzem os anticorpos que promovem a neutralização, o psonização e a 
ativação do complemento. Nos adultos, a resposta timo independente é muito 
eficiente, mas em crianças não. Por isso que se usam vacinas que induzem a 
resposta timo dependente a produzir anticorpos contra o patógeno e desenvolver 
memória imunológica. 
 
Imunoglobulinas 
 
As moléculas de imunoglobulinas (Igs) são formadas por cadeias leves (peso 
molecular menor) e cadeias pesadas(peso molecular maior), unidas por ligações 
de sulfetos. Além disso possuem regiões variáveis (onde os aminoácidos 
formadores variam) e regiões constantes (sempre os mesmos aminoácidos). A 
região constante é formada por duas cadeias pesadas, a variável é formada por 
uma cadeia pesada e uma leve. A região das ligações de sulfetos é suscetível a 
ação de enzimas proteolíticas, podendo ser quebrada. Essa região é chamada 
de dobradiça, dá maleabilidade a molécula. É a responsável pela forma 
tridimensional da Ig, sendo formada por cerca de 110 aminoácidos. É uma 
molécula divalente, onde suas duas porções superiores (dois sítios de ação) 
podem identificar dois antígenos diferentes. Correspondem as regiões variáveis. 
A região variável é chamada de Fab, e a constante é chamada de FC e outras 
células do sistema imune possuem receptores para FC. A Igs possuem subtipos: 
IgA, IgM, IgE, IgD e IgG. 
A IgA pode formar dímeros ou trímeros. A IgM pode formar pentâmeros. As 
demais só formam monômeros. Esses polímeros são formados após o 
desligamento das Igs dos linfócitos B. Essas moléculas se unem e formam os 
polímeros. 
 
 IgG- Corresponde a 80% das Igs, sendo o mais abundante dos anticorpos 
produzidos pelas respostas imunes secundárias, além de ser a única que 
consegue ultrapassar a barreira placentária. 
 
 IgM- Corresponde a 10%, sendo a mais abundante produzida pelas 
respostas imunes primárias (inflamações agudas). 
 
 IgD- Também corresponde a 10% das Igs, mas ainda não se sabe ao certo 
qual sua função. 
 
 IgA- Corresponde de 10 a 15%, e é a mais importante na defesa das 
mucosas (saliva, lágrima, muco intestinal, leite, etc.). Está relacionada a 
imunidade local. 
 
 IgE- Corresponde a apenas 0,2%, mas é muito potente e é de extrema 
importância nas respostas alérgicas. 
 
Em exames sorológicos, se detectar a presença de IgM, significa que está, ou 
esteve a pouco tempo, com a doença correspondente ao IgM específico 
detectado no exame. Se a imunoglobulina encontrada no exame for uma IgG, 
significa que já teve, mesmo que há muitos anos, contato com o antígeno 
correspondente a esta IgG, estando imunizado contra ele. 
OBS: A resposta inata possui diversidade limitada e não possui memória. 
A adaptativa/adquirida possui diversidade muito ampla e possui memória. 
 
Mudanças de classe de imunoglobulina: 
 
A primeira Ig que aparece é a IgM (10% do total no sangue). A célula vai trocando 
essas Igs de superfície de acordo com a necessidade. Há formação de uma alça, 
na formação da Ig, e ocorre a mudança para IgA, IgD, etc. A indução desta 
mudança é feita por citocinas. Cada citocina induz a formação de um tipo de Ig 
(transcrição): IL 4 – IgG1, IgE. IL 5 – IgA. IGF β - IgG 2a, IgA. IFN-gamma –
IgG 3, IgG 2a. 
Quando ocorre estímulo para produção de linfócitos B, ocorre maior produção 
de IgD (que é a segunda Ig a surgir). Cada isotipo de Ig tem funções 
especializadas e distribuição exclusiva: Epitélio – IgA. Placenta – IgG 1, 2, 3 e 
4. Extravasculares – IgG 1, 2, 3 e 4 e IgA. 
IgA é transportada pelas mucosas (epitélio) e esse transporte é medido pelo 
receptor pdi-ig (proteína transportadora especializada). 
IgG – por todo organismo; IgM – circulação; 
IgA – superfícies mucosas; 
IgE – superfícies epiteliais (alergias e infecções por helmintos). 
 
MHC 
Complexo Principal de Histocompactibilidade. 
 
É uma região genômica altamente polimórfica, uma família de genes encontrada 
na maioria dos vertebrados, cujos produtos são expressos na superfície de 
várias células. 
 
Propriedades biológicas do MHC: 
 
 Rejeição aos enxertos; 
 Relação com as doenças; 
 Regulação da resposta imune 
 Apresentação de antígenos 
 
Os linfócitos T interagem somente com células que carregam o antígeno 
associado ao MHC, e não com os antígenos solúveis (livres). Os padrões de 
associação do antígeno das moléculas de classe I ou de classe II, determinam 
os tipos de linfócitos que serão estimulados pelas diferentes formas de 
antígenos. Os genes do MHC controlam as respostas imunes a antígenos 
proteicos. 
 
OBS: Toda célula nucleada, e as fagocitárias, expressam uma glicoproteína em 
sua superfície, que é sintetizada pelo DNA. Nos animais essa proteína recebe o 
nome SLA -A (suínos), DLA-A (cão), BoLA-A (bovinos), ELA -A (eqüinos). O gene 
B sintetiza o HLA-B, o gene C sintetiza o HLA-C, etc... Cada gene ocupa um 
locus, que é sua localização no cromossomo. Os genes A, B, E e C são os MHC 
de classe I. O gene D (que possui 3 locus diferentes – DP, DQ e DR) é o gene 
MHC de classe II. 
 
 Classe I- Receptores para antígenos endógenos; 
o Toda célula nucleada possui receptores MHC classe I. 
 
 Classe II- Receptores para antígenos exógenos em células apresentadoras 
de antígenos. 
o As apresentadoras de antígenos possuem MHC de classe II e de 
classe I (pois são nucleadas). 
o Cães, gatos suínos e equinos expressam moléculas de MHC classe II 
em linfócitos T em repouso. 
o Nas outras espécies, os linfócitos T só apresentam MHC de classe II 
quando ativados. 
o Já os linfócitos B podem, eventualmente, serem apresentadores de 
antígenos para os linfócitos T. Quando agem dessa forma, 
apresentam MHC de classe II, também. 
 
A apresentação de antígenos exógenos (fagocitados) é via MHC de classe II, 
interagindo com linfócitos TCD4. Células nucleadas que estejam sendo 
parasitadas por antígenos, interagem com o TCD8, que libera os grânulos que 
lisam estas células. Ex: É como acontece com organismos portadores do vírus 
HIV, pois ficam com pouquíssimas TCD4. 
 
As células apresentadoras de antígenos possuem os MHC de classe II 
internamente. Ao fagocitar o antígeno, esse receptor MHC de classe II se liga 
aos fragmentos deste antígeno e chega à superfície para fazer a apresentação 
deste antígeno. 
 
Vacinas 
 
Características para que seja eficaz: 
 
 Segura- Não pode induzir a doença ou causar a morte; 
 Protetora- Deve proteger contra a doença, expondo o indivíduo ao patógeno 
induzindo a formação de anticorpos); 
 Oferecer proteção sustentada- Deve durar vários anos; 
 Induzir anticorpos neutralizantes- Alguns patógenos infectam células que 
não podem ser substituídas (Ex: neurônios). Os anticorpos neutralizantes são 
essenciais para prevenir a infecção destas células; 
 Induzir células T protetoras- Alguns patógenos (intracelulares) são 
atacados mais eficazmente com respostas mediadas por células; 
 Considerações práticas- Baixo custo por dose; Estabilidade biológica; 
Facilidade de administração; poucos efeitos colaterais. 
 
Papel do Sistema Imune na eficácia da vacina: 
 
O sistema imune, bem como o organismo como um todo, desempenha um papel 
muito importante no processo de vacinação, pois diversos fatores podem 
interferir na eficácia da vacina: 
 Natureza da vacina; 
 Via de administração da vacina; 
 Idade do animal; 
 Estado nutricional do animal (animal desnutrido, com verme, não deve ser 
vacinado); 
 Gestação; 
 Presença de anticorpos maternos; 
 Infecções concorrentes; 
 Uso concomitante de outros medicamentos (corticosteróides promovem 
imunossupressão; antibióticos matam a bactéria da vacina). 
 
A imunidade pode ser passiva ou ativa: 
 
 Imunidade passiva natural: 
É a que o organismo possuí desde o nascimento. 
 Imunidade passiva artificial: 
É quando os anticorpos são inoculamos no organismo, (Ex. soro). 
 Imunidade ativa natural: 
Imunidade produzida em contato com o antígeno. 
 Imunidade ativa artificial: 
É a vacina, que pode ser de diversos tipos; por organismos vivos, inativos, 
modificados, produtos recombinantes, DNA vacinal (do antígeno). 
 
A passiva induz uma imunidade bem rápida, mas a resposta é mais baixa (curta). 
A ativa demora um pouco mais para produz ir uma resposta, mas tem a 
durabilidade muito maior. 
Vacina recombinante: 
 
 Produzem um vírusrecombinante com porções de duas doenças e o 
inoculam em uma bactéria, que irá produzir esse vírus. Ex: vírus da varíola 
recombinante. 
 
DNA Vacinal: 
 
 É uma técnica recente. Seleciona-se o DNA de interesse, purifica-o em uma 
bactéria e usa-o como vacina. Acredita-se que haja a possibilidade dela ativar 
oncogenes e produzir tumores, pois o DNA entra na célula e pode entrar em 
contato com seu DNA, ativando os oncogenes. Ainda precisa de mais 
estudos. 
 
Os vírus vivos (atenuados ou em bactérias vivas), induzem por si mesmos a 
resposta imune. Os vírus mortos precisam ser aplicados com adjuvantes, que 
auxiliam a produção da resposta imune (fosfato de alumínio, hidróxido de 
alumínio, alume, frações de bactérias, adjuvante completo de Freund – não deve 
ser usado em animais de produção). 
 
Reações das vacinas: 
 
 Erros- 
o Erro na fabricação (contaminação); 
o Erro na administração 
o Toxicidade anormal, 
o Virulência residual– causam imunossupressão, doença clínica e morte 
fetal. 
 
 Toxicidade “Normal”- 
o Febre, mal estar, inflamação, dor. Podem ocorrer normalmente após 
a administração da vacina. 
 
 Resposta inapropriada- 
o Hipersensibilidade tipo I (local ou anafilática), tipo II, tipo IV (formação de 
granuloma); reações neurológicas (neurite, encefalite); reações estranhas ao 
corpo (fibrossarcoma). 
 
Falhas na vacinação: 
 
 Podem ser causadas por administração incorreta: 
Uso de via errada (vacinas contra bactérias entéricas precisam ser administradas 
por via oral); morte de bactérias vivas (por falta de refrigeração); administração 
em animais passivamente protegidos (em amamentação– recebem anticorpos 
através do leite materno). 
 
 Podem ser causadas em administração correta, mas com outros 
problemas: 
O animal pode não responder a vacina – pode estar imunossuprimido; pode 
ter sido administrada antes da imunização passiva; por variação biológica (cada 
indivíduo responde de um jeito); a vacina pode ser inadequada. 
Mesmo que o animal seja respondedor – a vacina pode ter sido dada 
tardiamente (o animal já estava infectado); a cepa ou o organismo errado estava 
sendo utilizado; antígenos não protetores utilizados (não produzindo anticorpos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALGUNS TERMOS IMUNOLÓGICOS 
 
 Anticorpos: 
São glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, sua principal função 
é garantir a defesa do organismo. São produzidas por Linfócito B. 
 Antigenos: 
Toda substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de 
anticorpos. Geralmente, é uma proteína ou um polissacarídeo. 
 Antígenos timo dependentes: 
Dependem do linfócito T para estimular a resposta imune. 
 Antígenos timo independentes: 
Podem ser imunogênicos (gerar resposta imune) sem a participação dos 
linfócitos T. 
 CD- Cluster Designation Number: 
Clube de Designação, ou grupo de designação (GD). 
 Citocinas: 
Proteínas secretadas por células, que afetam o comportamento das células 
vizinhas portadoras de receptores adequados. Os sinais são produzidos por 
células do sistema imune, como os linfócitos, macrófagos, monócitos e 
leucócitos, os quais "combatem" partículas estranhas que adentram no nosso 
organismo. 
 Epítopo ou determinante antigênico: 
É o sítio de ligação, o local no antígeno que é reconhecido pelo anticorpo. Podem 
ser conformacionais ou descontínuos, contínuos ou lineares. 
 Fase de Latência: 
É o período que leva para que o antígeno inoculado pela primeira vez apresente 
uma resposta de anticorpos do organismo. Em uma segunda 
inoculação, essa resposta é quase imediata, graças as células de memória, que 
reconhecem o antígeno e apresentam seus anticorpos. Isso ocorre porque, ao 
ser inoculado pela primeira vez, o organismo precisa identificar o antígeno e 
desenvolver anticorpos para combatê-lo, o que leva algum tempo. 
 Haptenos: 
São moléculas que podem reagir com o anticorpo, mas não são capazes de, por 
si mesmas, induzir uma resposta imune adaptativa. Os haptenos devem ser 
quimicamente unidos a portadores proteicos para poderem evocar respostas em 
anticorpos ou células T. Ou seja, devem estar unidos a uma proteína carreadora. 
(Os antígenos nem sempre são imunógenos, mas todo imunógeno é um 
antígeno) 
 Hematopoiese: 
É a formação das células do sangue. Todas se originam da medula óssea e se 
dividem em Precursora Mielóide e Precursora Linfóide (são duas linhagens 
diferentes). 
 Imunofenotipagem 
Marcação celular; caracterização das células sanguíneas; identificação de 
subtipos de linfócitos (receptores CD8, CD4, CD3). Através dessas moléculas 
(receptores) ocorrem as interações (reconhecimento) entre as células e os 
antígenos e as outras moléculas. 
OBS: O CD8, ou T citotóxico, é importantíssimo nas infeções virais. 
 Imunógenos: 
Moléculas capazes de, por si mesmas, gerar respostas imunes. 
 Imunoglobulinas: 
São cadeias de proteínas produzidas pelos linfócitos B que têm a função de 
reconhecer, neutralizar e marcar (opsonizar) os antígenos para que estes sejam 
eliminados, ou fagocitados pelos macrófagos. São conhecidos 5 tipos diferentes 
de imunoglobulinas, que se intercambiam dependendo da necessidade da 
reação auto-imune do momento. 
 Interleucinas: 
Proteínas produzidas principalmente por leucócitos, a maior parte está envolvida 
na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão de outras 
células. Possuí função na memória. 
 Quimiocinas: 
Grande grupo de pequenas citocinas. Controlam a migração e a residência de 
células imunes. 
 
 
APOSTILA DE IMUNOLOGIA-2021

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