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Aula 17 - Nexo de Causalidade

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Nexo de Causalidade
DIREITO PENAL
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Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
NEXO DE CAUSALIDADE
TIPOS DE CAUSAS
Causas relativamente independentes
Causas relativamente independentes, também denominadas concausas, 
porque são causas conjuntas que levam a um resultado. As causas relativa-
mente independentes podem ser: 
• Causa preexistente relativamente independente (anterior);
A regra geral da concausa é que o agente responde pelo resultado.
Exemplo de causa preexistente relativamente independente: a hemofilia.
A pretende matar B. A esfaqueia B e B sangra. B morre em virtude da facada 
somada à hemofilia que ele já tem. Se não fosse hemofílico, não morreria. 
Somente a hemofilia não o mataria. A facada não o mataria. A soma da facada 
da facada resultou na morte. 
A conduta do agente é causa? Pela teoria da equivalência dos antecedentes 
causais, aplicando o processo hipotético de eliminação de Thyrén, se do mundo 
dos fatos for retirada a facada, o agente B não morre. Logo, a facada é causa e 
o agente A responderá pelo resultado. 
Há doutrinadores que consideram que na causa relativamente independente 
ocorre o desdobramento da conduta. A causa relativamente independente é 
outra causa que, somada à do agente, chega a um resultado. 
Com relação ao desdobramento natural da conduta, esta é parte do nexo 
causal, a consequência da sua conduta.
Doutrinariamente de forma mais moderna, ou seja, no entendimento mais 
moderno para que o agente responda pelo resultado, a hemofilia necessita estar 
no seu dolo, o agente precisa saber dessa hemofilia. 
• Causa concomitante relativamente independente (ao mesmo tempo);
A causa relativamente independente concomitante à conduta do agente que 
quando somada leva a um resultado. 
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• Causa superveniente relativamente independente.
Essa é a exceção à regra geral. Na concausa superveniente relativamente 
independente, a conduta de A leva à causa B e chega ao resultado.
Se do mundo dos fatos for retirada a conduta de A, a causa B também sairá 
do mundo dos fatos, porque ela é uma consequência e o resultado igualmente 
desaparece. 
Logo, a conduta de A é causa. Em regra, responde pelo resultado.
Com relação à causa B, esta pode ser de duas espécies: “não por si só” pro-
voca o resultado e “por si só” provoca o resultado. 
A espécie “não por si só” provoca o resultado segue a regra geral, ou seja, A 
responderá pelo resultado. A espécie “por si só” provoca o resultado constitui-se 
numa exceção: A não responde pelo resultado. 
Exemplos:
1) A deu um tiro em B e B é colocado numa ambulância para ser conduzido 
ao hospital. B acaba morrendo porque a ambulância demorou para chegar ao 
hospital.
Essa demora da ambulância por si só causou o resultado ou foi não por si só? 
Não por si só. Foi somada à conduta do agente: os tiros + a demora. O agente 
responde pelo resultado.
A vítima sofre facadas com dolo de matar e é conduzida ao hospital, onde 
morre em decorrência de uma infecção. Essa infecção é uma concausa super-
veniente relativamente independente, pois o agente só sofreu a infecção porque 
levou as facadas, é uma decorrência. Se as facadas forem retiradas do mundo 
dos fatos, não ocorre a infecção nem a morte. 
A infecção causou, sozinha, a morte? Não, logo o agente responde pelo resul-
tado. Também no caso de um erro médico, o agente responde pelo resultado.
2) O agente A dispara tiros em B, que é colocado numa ambulância a qual, 
no trajeto para o hospital, sofre um acidente, e B vem a falecer em decorrência. 
Nesse caso, a morte ocorreu devido ao acidente. O acidente causou, por si só, 
a morte. A conduta do agente A é causa porque, se os tiros forem retirados do 
mundo dos fatos, B não entraria na ambulância e não sofreria o acidente. Nesse 
caso, não se aplica a regra geral, aplica-se o artigo 13, § 1º, do Código Penal:
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Art. 13, § 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a im-
putação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou.
3) O agente A deu muitos socos em B, que foi levado ao hospital. No meio do 
caminho ,a ambulância sofre um acidente e B morre em decorrência do acidente. 
Os socos são causa, mas uma causa superveniente relativamente independente 
que, por si só, causou o resultado. O agente A responderá pelos fatos já pratica-
dos (socos, lesão leve ou grave).
4) O agente A dá facadas em B, que é conduzido ao hospital e morre em 
decorrência de um incêndio no local. Nesse caso, B só chegou ao hospital 
porque levou as facadas, portanto a conduta do agente é causa. A causa super-
veniente relativamente independente é o incêndio que, por si só, causou o resul-
tado (morte). O agente A responderá pelos atos já praticados. 
2 – TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA (VON KRIES OU VON BAR)
Art. 13, § 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a im-
putação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou.
Prevalece na doutrina que, em relação ao artigo 13, § 1º, não se aplica a 
teoria da equivalência dos antecedentes causais ou da conditio sine qua non. No 
artigo 13, caput, a causalidade é simples e no § 1º há uma exceção ao caput, 
uma causalidade adequada. 
Direto do concurso
1. (2014/CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA). A res-
peito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes con-
sumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue o item seguinte.
Considere que Alfredo, logo depois de ter ingerido veneno com a intenção de 
suicidar-se, tenha sido alvejado por disparos de arma de fogo desferidos por 
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Paulo, que desejava matá-lo. Considere, ainda, que Alfredo tenha morrido 
em razão da ingestão do veneno. Nessa situação, o resultado morte não 
pode ser imputado a Paulo.
Comentário
Em primeiro o veneno, a seguir o disparo e a morte. Há uma causa absolutamente 
independente que é preexistente. 
2. (2011/CESPE/TJ-PB/JUIZ). A respeito da relação de causalidade, assinale a 
opção correta.
Considere que Márcia, com intenção homicida, apunhale as costas de Sueli, 
a qual, conduzida imediatamente ao hospital, faleça em consequência de 
infecção hospitalar, durante o tratamento dos ferimentos provocados com o 
punhal. Nesse caso, Márcia responderá por tentativa de homicídio.
Comentário
Em primeiro facada e em segundo infecção hospitalar seguida de morte. A 
infecção surgiu devido a facada, logo a infecção é uma concausa superveniente 
relativamente independente. A infecção, por si só, não mataria. 
3. (2011/FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) 
João, com a intenção de matar, golpeou José com uma faca, ferindo-o. Em 
condições normais, o ferimento teria configurado apenas lesão corporal leve. 
No entanto, por ser a vítima diabética, a lesão se agravou e esta veio a fale-
cer em razão do ocorrido. Nesse caso, João responderá por:
a. homicídio doloso.
b. tentativa de homicídio.
c. lesões corporais graves.
d. lesões corporais leves.
e. homicídio culposo.
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Comentário
A causa é relativa. A conduta de João, com intenção de matar, ao golpear com 
uma faca, e a diabetes preexistente levaram ao resultado.
4. (2009/CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Em uma festividade na-
talina que ocorria em determinado restaurante, o garçom, ao estourar um 
champanhe, afastou-se do dever de cuidado objetivo a todos imposto e le-
sionou levemente o olho de uma cliente,embora não tivesse a intenção de 
machucá-la. Levada ao hospital para tratar a lesão, a moça sofreu um aci-
dente automobilístico no trajeto, vindo a falecer em consequência exclusiva 
dos ferimentos provocados pelo infortúnio de trânsito.
Com referência a essa situação hipotética e ao instituto do nexo causal no 
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
a. O garçom deverá responder pelo delito de homicídio culposo;
b. O garçom poderá responder apenas pelo delito de lesão corporal culposa;
c. O garçom não deverá responder por nenhum delito;
d. Em regra, o CP adotou a teoria da causalidade adequada para identificar 
o nexo causal entre a conduta e o resultado;
e. Segundo a teoria da imputação objetiva, o garçom, por ter criado um risco 
absolutamente proibido pela sociedade, deveria responder pelo delito de 
homicídio doloso.
Comentário
A morte foi causada pelo acidente, mas a vítima foi parar na ambulância 
porque sofreu uma lesão anterior. Trata-se de uma concausa relativamente 
independente superveniente que, por si só, causou resultado. Vai responder 
pelo artigo 13, § 1º, do Código Penal. 
d) Em regra, o CP adotou a teoria da causalidade simples. 
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NEXO DE CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS
Nos crimes omissivos, há omissão e resultado. A omissão é um não fazer. 
Retirada a omissão do mundo dos fatos, sem colocar nenhuma ação, o resultado 
continua aparecendo. Não há nexo entre omissão e resultado, logo o próprio 
Código acaba criando esse nexo, que é denominado de nexo normativo. É um 
nexo criado pela norma, é a lei criando um nexo. 
No mundo dos fatos, só a conduta leva ao resultado. Nos crimes omissivos, 
o nexo é chamado de nexo causal normativo. Ou a lei cria um tipo penal, omis-
são própria (por exemplo, artigo 135 do CP) ou a lei cria um garante, omissão 
imprópria.
Nos crimes omissivos impróprios (crime comissivo por omissão), dá-se o caso 
do garante. A lei cria o garante, o dever específico de evitar o resultado: alguém 
que se omite, responde pelo resultado. 
A conduta não criou o resultado, daí ser um crime comissivo por omissão: a 
omissão permitiu que o resultado acontecesse. 
CP
Art. 13, § 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem (...) 
Os requisitos para o agente responder pelos resultados na omissão impró-
pria, na figura de garante, é que ele PODIA AGIR e DEVIA AGIR . 
Os pressupostos dos crimes comissivos por omissão:
a) dever jurídico específico;
b) evitabilidade do resultado;
c) possibilidade de o agente agir;
d) Produção do resultado. 
Deveres específicos:
a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) Com seu comportamento anterior, criou o risco de ocorrência do resultado. 
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GABARITO
1. C
2. E
3. a
4. b
��������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França.

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