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Processo do Trabalho - caderno

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Direito Processual do Trabalho 
Fernanda Kraychete
Processo do Trabalho
Juliane Facó
Provas: 23/03 e 18/05
PRINCÍPIOS, PECULIARIDADES E TÉCNICAS DE PROCEDIMENTO:
Princípios gerais:
Formam o tronco comum do Direito Processual – unidade, coerência e harmonia do sistema – NCPC e Normas Fundamentais – Direito Processual Fundamental Constitucional. 
Embora Processo do Trabalho seja algo específico, por causa dos sujeitos envolvidos, existe um tronco comum que dá unidade ao sistema processual brasileiro. O CPC de 2015 tenta harmonizar e integrar os sistemas processuais, formando um sistema único, apesar de ter peculiaridades de cada ramo. São regras de interpretação, de orientação para os jurisdicionados. 
a) Constitucionais: 1. Devido processo legal (art. 5°, LIV); 2. Ampla defesa e contraditório (art. 5°, LV); 3. Juiz e promotor natural (art. 5°, XXXVIII e LIII); 4. Controle judicial ou acesso à justiça (art. 5°, XXXV); 5. Isonomia (art. 5°, caput); 6. Segurança jurídica (art. 5°, XXXVI); 7. Publicidade (art. 93, IX); 8. Motivação das decisões judiciais (art. 93, IX); 9. Duplo grau de jurisdição; 10. Proibição de prova ilícita; 11. Celeridade e duração razoável do processo (art. 5°, LXXVIII). Sequência lógica de regras que formam o devido processo legal trabalhista. 
b) Gerais do processo: 1. Instrumentalidade; 2. Imediatidade do juiz; 3. Identidade física do juiz - (aquele juiz que conduziu e colheu a prova oral é aquele mais capaz de proferir uma melhor sentença) (súm. 136 do TST – cancelada – antes a identidade física do juiz não se aplicava ao processo do trabalho); 4. Imparcialidade do juiz; 5. Igualdade de tratamento das partes; 6. Boa-fé ou Lealdade processual.
Peculiaridades:
Dizem respeito a determinado ramo do processo – adequadas às especificidades do direito material instrumentalizado através do processo, por conta dos sujeitos envolvidos. 
Técnicas: estão relacionadas ao procedimento e revestem caráter funcional – adequar o processo em movimento aos princípios que o informam. Como os procedimentos ocorrerão na prática. 
Normas fundamentais – CPC/15
Direito Processual Fundamental Constitucional – tentativa de concretizar normas fundamentais que decorrem diretamente da CF. Antes do CPC/15, a jurisprudência do TST era muito defensiva, o que mudou muito com as regras do novo CPC. 
Art. 1o CPC/2015 - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
As normas fundamentais são uma unidade e integridade das normas – método de interpretação. O CPC deixa claro que existe um direito processual constitucional, concretizando os princípios, valores e regras da Constituição Federal. As normas fundamentais, portanto, são um conjunto de princípios e regras que estrutura o modelo de processo civil brasileiro e serve de norte para compreensão de todas as demais normas jurídicas, intitulando o capítulo I do Código de Processo Civil. Traz coerência e base ao sistema, que é formado por microssistemas. 
Pilares do novo sistema de processo civil brasileiro: (i) negócio jurídico processual (autorregramento da vontade): art. 190 – aplicação controversa no processo do trabalho - Reforma trabalhista; (ii) sistema de precedentes judiciais – arts. 926/928. 
Modelo de processo comparticipativo/cooperativo: diminui o “superpoder” do juiz e o antagonismo entre as partes, aumentando a boa-fé e ética processual. Assim, o CPC dá o poder às partes, mas também traz penalidades para as arbitrariedades e má-fé, como a multa por litigância de má-fé. Ao mesmo tempo em que diversos vícios passaram a ser sanáveis, a litigância de má-fé é muito mais sancionada. 
A CLT pós reforma trabalhista traz artigos de punição em relação à litigância de má-fé (arts. 793-A a 793-D). 
a) Princípio da cooperação: Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Premissas interpretativas: primazia do julgamento do mérito e máximo aproveitamento do ato processual.
b) Princípio do contraditório dinâmico (prévio e efetivo) – art. 10: à luz da CPC/73, já que não havia nenhuma norma que falasse expressamente do contraditório, se interpretava que seria apenas o direito de ouvir e ser ouvido. O CPC/15 trouxe o contraditório como o direito de influenciar na decisão judicial, direito de que a decisão judicial será proferida com base nas questões discutidas no processo. Portanto, há uma garantia de influência e não surpresa da decisão. 
É o direito da parte de participação na construção do provimento. 
Passa a ser um dever-ônus do juiz: há a necessidade de provocar, de ofício, o debate sobre quaisquer questões determinantes para a resolução da demanda. O juiz não deve agir sem ouvir as partes, mas algumas matérias pode agir de ofício. 
Se o juiz decide com base em questões não debatidas há uma decisão surpresa, ferindo o contraditório, o princípio da cooperação e o princípio da proteção da confiança.
Três artigos trazem claramente o contraditório dinâmico no CPC: 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício
Em 2016, o TST formulou a instrução normativa n. 39/2016 que regulou as normas do CPC/15 as quais o TST, em primeira análise, entendia aplicável e não aplicável ao processo do trabalho, traçando os principais artigos que haveria aplicação para dar um mínimo de orientação. 
Na instrução normativa n. 39/2016 o TST admitiu (art. 4º da IN) o contraditório dinâmico no processo do trabalho, especialmente os arts. 9 e 10 do CPC/15. 
Por outro lado, o art. 4º, §1º e §2º também trouxe a definição de decisão surpresa: “§1º a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes”.
 §2º “a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário”.
Acaba esvaziando o contraditório dinâmico e efetivo porque chancela a decisão surpresa. 
c) Princípio da boa-fé processual
Art. 5º. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
- destinatários: sujeitos processuais, inclusive o juiz. O comportamento não cooperativo pode ser considerado comportamento de má-fé, que terá consequências. 
 - função hermenêutica: as decisões judiciais e as postulações devem ser interpretadas de acordo com a boa fé (art. 322, §2˚ e 489, §3˚ ). O juiz e as partes devem se comportar de acordo com a boa-fé e as decisões devem ser interpretadas de acordo com a boa-fé. 
- função de impedir o formalismo exacerbado – formalismo democrático – possibilidade de sanar vícios. A presunção é de boa-fé. O CPC de 2015 mudou a lógica. Antes disso, o TST entendia que era possível sanar o vício em relação à custa, mas não aceitavam que fosse sanado com relação ao depósito recursal. O TST demorou um ano (2017) para aceitar a questão do depósito recursal. Antes vigorava o entendimento que a parte estava agindo de má-fé, que esse comportamento de pagar o depósito recursal a menor para poder atrasar o processo. 
A possibilidade de sanar vícios parte da concepção que o processo não é do advogado e do juiz, mas da parte.Então, alguns erros do advogado não pode ser penalizar a parte por não conhecimento de um recurso.
- proibição de venire contra factum proprium. Se você adota um comportamento legítimo que gera na parte contrária uma expectativa e, no futuro, age de forma oposta, quebrando a expectativa e prejudicando a parte. 
- outros exemplos: equívoco no preenchimento de guias; deficiência do traslado em sede de AI; proibição de o juiz modificar o ônus da prova em fase processual inadequada.
d) Princípio da primazia da decisão de mérito: 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
A decisão de mérito passou a ser um direito da parte, primeiro é preciso tentar resolver aquele litígio com mérito. 
- Art. 76, CPC – possibilidade de sanar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação – súmula 383 do TST acolheu essa possibilidade, o que não era possível antes do NCPC. 
- Art. 139, IX – o juiz tem o dever de determinar o suprimento dos pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; esses vícios processuais são vícios que corrompem a admissibilidade do recurso/ação, e o juiz tem o dever de dar prazo para sanar o vício, para poder decidir com resolução do mérito. 
- Art. 317 – antes de proferir decisão sem resolução do mérito, o órgão jurisdicional deve conceder a parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
- Art. 321 – antes de indeferir a petição inicial, o juiz deve mandar que a parte autora a emende ou a complete; 
- Art. 1029, §3˚ - vício não grave -art. 896, § 11 da CLT. O tribunal superior poderá desconsiderar vício considerado não grave ou mandar sanar. Todos os juízes e tribunais devem estar atentos à resolução integral do mérito. 
Foram criadas uma rede de normas que concretizam o art. 4º do CPC, há um microssistema forte de saneamento dos vícios. 
OBs. Para o TST, a ausência de preparo é vício insanável. Então, não é aplicável o art. 1.007, §4º do CPC. Não é entendimento vinculante, pois se dá por meio de IN, mas é uma orientação que, em regra, vem sendo aplicado. 
Aplicação supletiva subsidiária do CPC/15:
Art. 15 do CPC/2015 x art. 769 da CLT. 
Art. 15.  Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
- Aplicação supletiva x subsidiária
Art. 769 da CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Desde a criação da CLT, há o entendimento de que há lacunas que precisavam ser sanadas por outro instrumento processual. Veio o art. 15 do CPC e trouxe a diferença entre o conceito de supletivo e subsidiário, que o art. 769 somente aplica o conceito de subsidiário. 
Supletivo é quando a lacuna é parcial, ou seja, existe norma, mas ela precisa ser adicionada. Ex. rol da CLT sobre impedimento e suspeição precisa ser completado ao do CPC, pois o regramento não é completo. 
Subsidiário é a ausência total de norma que regule aquela matéria, precisando importar um diploma completo para aquele tema. Ex. Na CLT não há regramento sobre tutela provisória, precisando utilizar o regramento do CPC, de forma subsidiária. 
Havia uma discussão sobre a aplicação do art. 15, pois a CLT apenas utiliza a expressão de subsidiária, e alguns autores entendiam que somente poderia ser aplicado o CPC se houvesse lacuna total da matéria. Mas isso não é verdade, pois a CLT não trazia a distinção técnica entre supletivo e subsidiário. 
Além disso, o art. Da CLT diz que as normas processuais civis só podem ser aplicadas se não houver incompatibilidade com as normas trabalhistas, o que não foi previsto no CPC, gerando discussão doutrinária sobre a suposta incompatibilidade. O TST, na IN 39, determinou que esses artigos são harmônicos, de modo que as normas devem ser integradas. 
Art. 1°, IN 39. Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei no 13.105, de 17.03.2015.
Peculiaridades do Processo do Trabalho:
1. Conciliabilidade obrigatória:
Momentos obrigatórios para proposta judicial de conciliação: abertura da audiência/após as razões finais. 
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. É uma norma impositiva, uma obrigação do juiz. 
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de Conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
O CPC tem um estímulo para que as partes, de modo consensual, cheguem ao fim do litígio. No processo do Trabalho, não há apenas o estímulo, há um dever, uma obrigação judicial, o juiz tem a obrigação de perguntar as partes se elas querem fazer um acordo. A consequência da não observância da proposta (o juiz não propuser), a sentença será nula. 
Há dois momentos que o juiz precisa propor/repropor a conciliação, no momento em que aberta da audiência, e no momento das razões finais (terminada a instrução), quando a parte já tem uma chance maior sobre as suas chances de êxito, já vendo seus riscos, existindo uma chance maior de alcançar essa autocomposição. 
Finalidade: satisfação mais célere do crédito trabalhista (natureza alimentar).
Novo CPC – estímulo a solução consensual do conflito (conciliação, mediação e arbitragem) – art. 3˚, §§ 2˚ e 3˚; audiência de conciliação antes do oferecimento da defesa – art. 334
Não há possibilidade do autor dizer que não quer conciliar no processo do trabalho, como acontece na justiça comum. Na justiça do trabalho, 
- Princípio do autorregramento da vontade no processo. Ainda não é visto com muito bons olhos pela Justiça do Trabalho. 
2. Poder normativo:
Existe no processo do trabalho o dissídio coletivo, quando a categoria não consegue chegar a um consenso sobre a convenção/acordo coletivo, isso vai ao judiciário, que será julgado pelo tribunal, que vai decidir e ditar regras que regerão a iniciativa privada. 
O poder normativo é o poder dado ao tribunal trabalhista de criar normas jurídicas, através da sentença normativa, para as categorias de empregados e empregadores que participaram do dissídio coletivo.
A sentença normativa é, na verdade, um acórdão, pois é julgado pelo Tribunal. 
O prazo de vigência é limitado, tendo o máximo de 4 anos (art. 868, p.u., CLT). 
Limites: Constituição, lei, contrato, CCT/ACT - só pode operar em caso de vazio legislativo.
O poder normativo da justiça do trabalho não é uma peculiaridade do processo do trabalho, mas é apenas uma roupagem em relação ao dissídio coletivo. Isso porque todos os juízes, ao decidir o caso concreto, possuem o poder normativo. 
Novo Panorama com a EC 45/2004 – Art. 114, § 2º da CF. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
O dissídio coletivo e o poder normativo apenas ocorre se ambas as partes, de comum acordo, decidem levar a questão ao tribunal. Precisa haver esse consenso em transferir o poder ao Judiciário. Ex. não há convenção coletiva dos trabalhadores de lojas de shopping, mas não foi interesse das partes levar isso ao judiciário. 
3. Jus postulandi
Capacidade postulatória das partes: empregado e empregador. 
Existem dois limites ao jus postulandi. O limite subjetivo é que a capacidade postulatória das partes é para o empregado e o empregador. Não é possível, portanto que o trabalhador autônomo ou eventual tenha o jus postulandi, bem como o sindicato contra o trabalhador/empresa.Para a maioria dos Estados brasileiros não há efetivamente esse jus postulandi da parte, pois os pedidos do processo trabalhista normalmente são diversos, o que torna a causa mais complexa para alguém que não é advogado. Então, normalmente não há muito sentido que a parte fique com o jus postulandi, não sendo uma realidade do processo trabalhista brasileiro. 
Art. 791 da CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Art. 791 x Art. 133 da CF e art. 1º da Lei 8.906/94. Discutiu-se se havia a possibilidade do jus postulandi da parte após o art. 133 da CF, mas esse art. Da CLT foi recepcionado. 
O segundo limite do jus postulandi é um limite objetivo criado pelo TST, por meio da Súmula 425, restringindo o jus postulandi às varas do trabalho e tribunais regionais do trabalho. Cria uma restrição que a lei não traz, mas é uma forma de proteger as partes. 
Súmula 425. Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance – Limitação. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
4. Execução de ofício, em caso de jus postulandi
Após a Reforma trabalhista, se entendeu que a execução não pode ser iniciada de ofício, se a parte estiver com advogado. Se a parte estiver com o jus postulandi, a execução pode iniciar a execução.
Existem alguns dissídios coletivos, como o de greve de serviços essenciais, a inércia da jurisdição não se aplica nesse caso, podendo o magistrado iniciar o dissídio coletivo de ofício, sem necessidade de provocação do MP/parte. 
5. Supletividade: 
Incompletude do sistema - Art. 769 da CLT – CPC/ Art. 889 – Lei 6.830/80
Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Aplicação supletiva e subsidiária (art. 15): (i) omissão: lacuna parcial ou total; (ii) compatibilidade. 
Técnicas de procedimento: 
- Oralidade: 
A justiça do trabalho, por prezar muito pela celeridade processual, mitiga algumas formalidades, que serão pronunciadas em audiência, de forma oral. Se não for falado naquele momento, há preclusão. Há maior incentivo à oralidade do processo, com a concentração dos atos processuais na audiência. 
As postulações podem também ser feitas na via verbal, e somente é exigida a postulação por escrito para o inquérito judicial para apuração de falta grave cometida por dirigente sindical (art. 853, CLT). 
 - Concentração dos atos: a) audiência una; b) suspensão do feito apenas nas exceções dilatórias (suspeição e incompetência territorial – CLT 799 § 1º); c) irrecorribilidade das decisões interlocutórias (CLT 893 § 1º). 
As decisões interlocutórias no direito do trabalho são, em regra, irrecorríveis de imediato, e o agravo de instrumento somente tem a finalidade de destrancar recursos que foram inadmitidos. 
- Inquisitoriedade: impulso processual e direção – cabe ao juiz velar pela rápida solução do litígio sem sacrifício do contraditório (CLT 795) - princípio da cooperação. 
O juiz, no processo do trabalho, tem a condução do processo de forma mais impositiva. O TST entende que as perguntas devem ser feitas ao juiz, e o juiz faz as perguntas da forma que entender melhor para a parte/testemunhas. Isso pode levar a algumas arbitrariedades, que devem ser limitadas, mas a finalidade é a maior celeridade do processo do trabalho. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
CLASSIFICAÇÃO:
Espécies de competência que servem como critérios para racionalizar o exercício da jurisdição pelos diversos órgãos judiciais.
a) Material: 
Ao analisar a classificação quanto ao critério material avalia-se qual a matéria que pode ser objeto de apreciação pela justiça do trabalho. A matéria não pode ser analisada sem o contexto, pois a circunstância pode levar à competência da justiça do trabalho. Se o fato foi originário da relação de trabalho, entre o empregado e o empregador, entre tomador de serviço e trabalhador, será competência da justiça do trabalho. 
É determinada a partir do conteúdo da relação jurídica de direito material deduzida no processo e que constitui o fundamento de fato da demanda. É preciso analisar a causa de pedir e o pedido para verificar se a competência é ou não da justiça do trabalho.
A incompetência material da justiça do trabalho deverá ser arguida em contestação, como preliminar de mérito. Também será possível o reconhecimento de ofício pelo juiz, desde que dando oportunidade às partes para se manifestar sobre a matéria. 
A competência material tem natureza jurídica absoluta, e possui como características: 
(i) defeito insanável no curso do processo; (não se aplica a primazia da decisão de mérito)
(ii) causa de rescindibilidade (art. 966, II do CPC/15); (é causa de ação rescisória, até 2 anos após o trânsito em julgado)
(iii) decisão viciada, mas juridicamente existente (produzindo todos os seus efeitos até que outra decisão a declare viciada e nula).
Fundamento da competência da Justiça do Trabalho:
Antes da CF/88 a justiça do trabalho era formada, em primeiro grau, pelas juntas de conciliação e julgamento. Havia um juiz togado, um juiz leigo representante dos empregados e outro juiz leigo representante dos empregadores. Esse modelo tripartite foi baseado no modelo italiano, e vigeu até 1999, 11 anos após a CF/88. 
Apenas com a EC nº 24 esse modelo foi extinto. Até a CF/88 o juiz togado não precisava nem mesmo ter sido aprovado em concurso. A justiça do trabalho, quando surgiu (anos 40), não pertencia ao judiciário, sendo parte do executivo. Ela só passa a pertencer ao judiciário nos anos 60, passando a assim ser reconhecida nas constituições posteriores. Por isso que o juiz nasce inquisitório, pois vem do poder executivo, deixando a cultura. 
Até a CF/88, quem regulava a competência da justiça do trabalho era a CLT. 
Art. 652.  Compete às Varas do Trabalho: (que hoje são chamadas de varas do trabalho)
a) conciliar e julgar:
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; (trabalhadores avulsos)
Se um trabalhador empregado sofresse um acidente de trabalho e quisesse pleitear danos morais e materiais, tinha que propor ação na vara cível, na justiça estadual, pois se entendia que qualquer coisa que estivesse, ainda que em parte, no manto do direito civil, não podia ser discutido na justiça do trabalho, pois se utilizava o regramento do direito civil, considerando a ausência de previsão sobre dano moral e material na CLT. 
Então, a justiça do trabalho era utilizada apenas para questões de verbas rescisórias, férias, horas extras, etc. 
Antes, a constituição previa a competência da seguinte forma:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
Em que pese não chamasse de empregado, e sim de trabalhador, abrangendo um pouco mais, no outro lado restringia a empregadores, não permitindo a utilização por trabalhadores autônomos ou avulsos com os seus tomadores de serviço.Apenas com a EC 45/2004 tivemos uma ampliação subjetiva e objetiva considerável no que tange à competência da justiça do trabalho, ou seja, tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista material. 
Com isso, a abrangência material da competência da justiça do trabalho hoje é um mundo, mostrando-se complicado que a parte, com o jus postulandi, possa fazer toda essa análise complexa. 
A competência da justiça do trabalho está positivada, hoje, na CF, sendo a CLT um mero complemento. 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Todavia, o STF entendeu que os servidores e entes públicos que tivessem vínculo estatutário ou de caráter jurídico administrativo não seriam julgados pela justiça do trabalho, ainda que o texto constitucional assim preveja. 
Então, em uma interpretação conforme a constituição, o STF entendeu que apenas são julgados na JT os litígios envolvendo servidores celetistas, que normalmente se encontram na administração pública indireta (fundações públicas e autarquias – Petrobrás, caixa, banco do brasil, etc.)
Esses servidores estatutários seriam julgados pela justiça estadual ou federal, conforme a classificação do concurso prestado (servidores estaduais – justiça estadual; servidores federais – justiça federal)
A relação de trabalho, com esse inciso, passou a ser em sentido amplo. Qualquer tipo de trabalhador é julgado na justiça do trabalho, ainda que a base normativa desse trabalhador não seja a CLT
Ex: trabalhador autônomo – não possui os direitos dos empregados, de modo que a sua base normativa se encontra no contrato firmado com o seu tomador. 
Esses trabalhadores autônomos podem pedir o reconhecimento do vínculo de emprego na justiça do trabalho, pedindo o reconhecimento dos direitos dos empregados, demonstrando que a sua situação era apenas de fachada. Mas, em regra, esses trabalhadores podem litigar na JT, mas não com base nos direitos gerais dos empregados. 
Assim, amplia-se a competência da JT sem transferir os direitos trabalhistas previstos na CF e na CLT – essa tutela a esses trabalhadores é uma tutela processual. A tutela de caráter material continua sendo o contrato, o CC, ou uma lei esparsa, não passando a obter todos os direitos dos empregados apenas por litigar na JT. 
OBS: relação de consumo x relação de trabalho
Existem relações que se confundem, principalmente no que tange a profissionais liberais autônomos
1 – Médico (pessoa física) e a clínica ou hospital (empresa tomadora de serviços) – relação de trabalho.
2 – Médico (pessoa física – fornecedor de serviço) e paciente (destinatário final – tomador de serviço) – divergência doutrinária.
 1ª corrente: diz que a competência é da JT, sob o fundamento de que qualquer demanda decorrente de relações de trabalho deveria ser resolvida na JT. Todavia, essa corrente defendia a aplicação do CDC na JT, o que traz uma antinomia. Essa corrente não tem como prevalecer. 
 2ª corrente: defendia ser uma relação jurídica bifronte (se o paciente reclamava contra o médico, justiça de consumo; se o médico reclamava contra o paciente, justiça do trabalho). entretanto, não posso ter duas competências para uma mesma relação jurídica. 
 3ª corrente: essa é a corrente que prevalece, e defende que se o paciente é destinatário final do serviço, ele se enquadraria como consumidor, sendo de competência da justiça do consumidor/comum. 
A mesma coisa ocorre quando, em regra, você contrata um pintor, um marceneiro autônomo de forma eventual para te fazer um serviço, você como destinatário final. 
3 – Paciente (pessoa física – tomadora) e clínica ou hospital (pessoa jurídica – fornecedora) – relação de consumo. 
OBS: para ser JT o trabalhador precisa ser pessoa física (o outro polo pode ser PJ), salvo nos casos de PJ de fachada, pejotização.
O mesmo se aplica para cobrança de honorários de advogados, que deve ocorrer na justiça comum, e não na justiça do trabalho – súmula 363, STJ. 
OBS: advogado – cliente (pessoa jurídica) = relação de trabalho; advogado – cliente (pessoa física) = relação de consumo.
FGTS, seguro-desemprego, cadastramento do PIS, meio de ambiente de trabalho, todas essas são questões de competência da JT
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
Qualquer coisa relacionada ao direito de greve será discutida na JT, o que não acontecia antes da EC 45. Há um direito do trabalhador em aderir ou não a greve e, portanto, cabe aqui também a tutela do direito de não aderir à greve e entrar no estabelecimento de trabalho para trabalhar. 
Ex: responsabilidade civil do grevista; interdito possessório na justiça do trabalho para reaver a sua posse obstruída por grevistas; demais ações possessórias; embargos de terceiro – todas elas serão analisadas pela JT.
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
Adotamos a política da unicidade sindical: só existe um sindicato legítimo por base territorial. Se dois sindicatos se disserem legítimos, a JT decidirá o problema. Conflitos entre sindicatos dos empregados e dos empregadores também serão analisados pela JT.
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
Temos todos esses remédios constitucionais dentro da justiça trabalhista.
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
Inclusive no que tange a acidentes de trabalho, que antes da EC 45 não eram discutidos na JT. Por conta disso, há a súmula vinculante nº 22, que estabeleceu regra de transição para causas envolvendo dano moral e material por acidente de trabalho: se já tivesse proferido sentença, permanecia a competência na justiça comum. Se ainda não houvesse sentença, seria transferido o processo da justiça comum para a justiça do trabalho. O marco temporal era a sentença. 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
Hoje, com a extinção do MTE, essas penalidades administrativas são de competência do Ministério da Economia. Os auditores fiscais fazem a fiscalização de empresas, para garantir que as normas trabalhistas estão sendo cumpridas. 
Dessa fiscalização decorrem os autos de infração, para cara infração é lavrado um auto. Disso, a empresa tem a oportunidade de se defender administrativamente, tendo prazo para tanto. Se for julgada essa defesa improcedente, a empresa pode pagar a multa com 50% de desconto já nesse momento. Caso não pague, a união pode inscrever esse débito em dívida ativa, podendo cobrar essa quantia com base na CDA na própria justiça do trabalho, ajuizando uma execução fiscal. 
Tanto se a empresa quiser recorrer dessas penalidades, quanto se a união quiser cobrar o pagamento das multas/obrigações, a competência será da JT.
VIII. a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
O INSS é uma verba de natureza previdenciária. Ele vai incidir sobre toda parcela de natureza salarial. Dentro de uma natureza de emprego, mensalmente, existe a quota do empregado e a quota do empregador a ser transferida ao INSS. 
Quando o empregado ajuíza ação na JT cobrando verbas de natureza salarial e essas verbas são deferidas, automaticamente sobre elas incidirá o INSS e o IR. Só que existem 2 questões aqui:
- Quando o empregado pede o INSS como reflexo das verbas que pleiteia (diferença salaria, hora extra, adicional, etc. – verbas de natureza salarial e, sobre o pedido, o empregado não precisa pedir, é implícito que incidirá o INSSe o IR. 
Se o empregado não pagar, ou se o INSS achar que o cálculo foi feito errado, o próprio INSS tem legitimidade para entrar no processo e reclamar essas verbas, inclusive nos casos em que decorrer de acordo, pois aqui a base de cálculo será definida pelas próprias partes. Esse conflito será resolvido na JT.
- Quando o empregador desconta o INSS do empregado, mas não repassa corretamente. Nesse caso, cobro o INSS como parcela principal, e não como reflexo de verbas salariais. Aqui, a competência não é da JT. É entendimento legal e pacífico que se o INSS for cobrado como parcela principal a competência é da justiça estadual. Ele só pode ser cobrado na JT se for um reflexo de parcelas decorrentes da relação de emprego.
IX. outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.   
Esse inciso deixa aberta a competência. Se entende que a lide, sendo fruto de uma relação de trabalho, será discutida na JT. Para que ela seja excluída da justiça trabalhista, precisa haver lei expressa ordenando. 
- Competência para dissídio coletivo, inclusive o proposto pelo MPT
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
OBS: competência de complementação de pensão e aposentadoria contra entidade privada – novo entendimento STF.
Algumas grandes empresas trazem como benefícios para os seus funcionários as previdências privadas. Um fundo de previdência privada do qual o funcionário tem direito, e que não exclui a contribuição ao INSS. 
Nesses casos, entendeu o STF que a competência não é da justiça do trabalho, e sim da justiça comum, pois esse é um tema que envolve as matérias trabalhista e previdenciária, entendendo o STF que deve prevalecer a mais específica.
Nesse caso, a modulação dos efeitos desse entendimento ocorreu no mesmo raciocínio do caso acima: as demandas que estavam na JT e já tinha sido proferida sentença – permanece tramitando na JT; demandas em que ainda não havia sentença – transfere para a justiça comum. 
A competência material do direito do trabalho, então, por ter ficado algo muito amplo, ainda podem existir demandas em que haja controvérsia sobre a competência. 
b) Pessoal:
Fixada em virtude da qualidade da parte que atua na relação jurídica-processual. Para decidir se a competência é da justiça do trabalho deve-se analisar, necessariamente, a competência material e a pessoal (não pode separar).
Art. 114, CF: (i) Sindicatos; (ii) Entes de direito público externo; (iii) Órgãos da administração pública direta e indireta; (iv) ; (v) INSS; (vi) MPT; (vii) Trabalhadores; etc. 
A competência pessoal também é de natureza absoluta, se aplicando o mesmo regramento da competência material. 
c) Funcional:
Também é de natureza absoluta, e estabelece a função do órgão jurisdicional. 
Está relacionada intrinsecamente às atribuições exercidas pelos órgãos judiciais durante a tramitação da causa. Essas atribuições são definidas pela CF, por lei, ou por Regimento Interno do tribunal – para quem ajuízo minha ação, para que ofereço meu recurso, para quem impetro meu MS, etc.
- Classificação:
Plano vertical: está relacionada com a hierarquia ou graus de jurisdição – existem demandas que são ajuizadas em primeiro grau, enquanto que existem demandas de competência originária dos tribunais, que são de logo ajuizadas no segundo grau. Também está relacionada com recursos, aonde devo interpor cada um dos meus recursos. 
Plano horizontal: diz respeito às funções e atribuições concorrentes ou privativas dos agentes. 
Ex: função do presidente; função do relator. 
- Espécie de atribuições: (i) atribuições de caráter administrativo (declarar e assinar termo de posse, atividade de correição, etc); (ii) atribuições de caráter jurisdicional (presidir audiência, colher depoimento de testemunhas, interrogar as partes, sentenciar, etc). 
- Transação extrajudicial: 
Trazido pela Reforma Trabalhista. Antes, não existia a possibilidade da transação extrajudicial sem homologação do Judiciário, e muitas vezes poderia ser pleiteado novamente todos os valores. 
Instituto de jurisdição voluntária, em que as partes decidem que não querem levar o litígio ao processo do trabalho. Já sabem os termos exatos do acordo. Se as partes não quiserem, elas não precisam levar o acordo à justiça do trabalho, mas elas levam para a homologação judicial, trazendo segurança para as partes. 
Sempre se entendeu que na justiça do trabalho não caberia a homologação de transação extrajudicial. Havia, antigamente, uma simulação de uma lide (lide simulada) para que, na primeira audiência, fosse feito um acordo e a sua homologação pelo juiz. 
No caso da lide simulada, muitas vezes o empregado era enganado ou coagido para que entrasse na justiça com advogado da própria empresa e aceitasse qualquer acordo. Por outro lado, se o juiz entendesse que aquilo era uma lide simulada há um crime cometido pelo advogado e pela empresa. Muitos doutrinadores criticaram esse instituto da transação extrajudicial, entendendo que seria a chancela da lide simulada. 
“Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho”.
”Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. § 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.
Art. 855-C.  O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.’
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.’
Art. 855-E.  A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.”
Cada um com seu advogado faz uma petição de acordo, e o juiz tem 15 dias para homologar o acordo, podendo antes marcar audiência para verificar se é uma lide simulada. O juiz não está obrigado a homologar, de modo que há suspensão do prazo prescricional para preservar os direitos do empregado, mas somente suspende em relação aos direitos envolvidos no acordo extrajudicial.
No entanto, na realidade, os juízes partes do pressuposto que todo acordo é fraude, o que muitas vezes estimula o conflito. Também acontece de homologação parcial do acordo, entrando no mérito da vontade das partes (ex. cláusula geral de quitação). Para Juliane, não é possível que isso ocorra, porque seria uma intervenção do juiz na vontade das partes. Seria como se o reclamante (empregado) não tivesse nunca possibilidade de expressar sua vontade.
Muitos juízes entendem que não há validade da cláusula geral de quitação para as parcelas que não foram objeto de acordo, podendo o reclamante pleitear os demais direitos em relação ao vínculo, com base no art. 855-E (suspensão do prazo prescricional quanto aos direitos especificados no acordo). Isso é uma interpretação que Juliane não concorda. 
Para ela, todo juiz deveria marcar audiência para verificar se é a vontade do trabalhador aquele acordo, principalmente com relação à cláusula geral de quitação, como uma entrevista, para perceber se é uma simulação. 
d) Territorial (ou de foro):
É determinada com basena circunscrição geográfica sobre o qual atua o órgão jurisdicional e ditada por lei federal ou de organização judiciária.
Natureza – relativa (dispositiva) - Não gera invalidade dos atos, ao contrário da absoluta – CPC 113. O único interessado em arguir a incompetência territorial é o réu, e se ele não impugnar haverá preclusão e prorrogação. 
Efeitos no processo – prorrogação, se não arguida pelo réu no momento oportuno. Esse momento oportuno é a contestação pelo Código de Processo Civil, e até novembro de 2017 assim também o era na Justiça do Trabalho, mas a reforma trabalhista mudou, antecipando o momento de alegar a incompetência. 
A incompetência deve ser arguida via exceção em petição apartada – reforma trabalhista – art. 800 da CLT. A petição deve ser apresentada em até 5 dias úteis a contar do recebimento da notificação pelos Correios. Se perder aquele momento, o foro passa a ser competente e há a prorrogação da competência. 
Protocolada a petição, o processo será suspenso, intima o reclamante para apresentar contrarrazões, também no prazo de 5 dias, e não se realizará a audiência de conciliação até que se decida a exceção. 
Art. 800.  Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2o  Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
Conforme a regra do art. 795, §1º da CLT, deverá ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. Parece contraditório. É uma atecnia da lei e a doutrina corrige dizendo que a incompetência que está se referindo é o foro da justiça do trabalho enquanto matéria, incompetência material e, portanto, absoluta. 
Regras de competência territorial:
A finalidade das regras do art. 651 de competência territorial é efetivar o acesso do jurisdicionado à justiça, na medida em que facilita a propositura da ação e o aproxima do local das fontes de prova, sobretudo oral. 
A regra geral do foro competente é aquele do local da prestação do serviço, nos termos do art. 651, mas há flexibilidade para se considerar a competência territorial.
O local é aquele que ocorreu o conflito objeto da demanda, e é ali que vão perquirir todas as provas. Objetivo: ampliar o acesso do trabalhador à justiça, facilitando a produção de prova, geralmente a testemunhal.
Caso o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos, em diferentes locais, a competência será a do último local da prestação de serviços (parte da doutrina). Outra parte da doutrina entende que seria o melhor local que atenda à finalidade de comprovação dos pedidos da inicial.
A regra se aplica tanto a empregado brasileiro quanto a estrangeiro, desde que o serviço tenha sido prestado no Brasil. 
Exceções:
a) Empregado agente ou Viajante Comercial (§1º): 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara a localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
Portanto, será competente a Vara da localidade onde se situe agência ou filial a que o empregado esteja subordinado. Não existindo, a competência será do domicílio do empregado ou da localidade mais próxima.
No caput do artigo, o empregado não é viajante, mas um empregado fixo. Pode eventualmente ser transferido, mas não é próprio da função, então haverá a aplicação do caput. 
Obs. Empregado agente ou viajante comercial não se confunde com representante comercial, pois ele não é empregado. 
b) Empregado brasileiro que trabalha no estrangeiro (§2º):
§ 2º - A competência das Varas, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
Competência da Justiça do Trabalho, mesmo que a prestação de serviços seja no exterior;
O empregado precisa ser brasileiro e contratado no Brasil. Se for empregado brasileiro for contratado fora do Brasil para trabalhar nesse país, não haverá competência da Justiça do Trabalho. Não pode, ainda, haver convenção internacional entre os países, que pode indicar a competência concorrente. 
Requisitos: (i) subjetivo – empregado brasileiro; (ii) objetivo: inexistência de convenção internacional em sentido contrário e contratação no Brasil.
As normas de direito processual que estão na CLT aplicáveis a esse caso serão as brasileiras, mas não resolve o ponto de vista do direito material (será a lei do Brasilou a lei do país da prestação do serviço?). Essa questão é resolvida pela Lei 7.064/82, alterada em 2009 (para aumentar o rol de trabalhadores que a lei será aplicada). 
Art. 1o da Lei 7.064/82: Esta Lei regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no exterior.
Antes da alteração da lei, o TST tinha uma súmula para demais trabalhadores que não os engenheiros (lei específica) – súmula 207 (CANCELADA), que indicava ser aplicada a lei processual brasileira, mas direito material do país da prestação do serviço. 
Após a alteração da lei, houve um choque entre a súmula e a lei, e a súmula foi cancelada. A regra da lei 7.064/82 é dada pelo art. 3º:
Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da execução dos serviços: 
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
Portanto, a regra geral é que há aplicação da lei brasileira se ela for mais favorável do que a do local da prestação de serviço. Está em consonância
Método do conglobamento puro e mitigado são utilizados em conjunto, mas como são excludentes a utilização é do conglobamento mitigado (cada matéria), por ser mais benéfica. 
No entanto, o artigo não traz a competência territorial dentro do Brasil. A vara competente, segundo a doutrina, será a do local onde for situada a agência ou filial ou no local da contratação (se não houver agência/filial da empresa). 
c) Empresa que promove atividade fora do local de contração (§3º):
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Nesse caso, será competente o foro da contratação ou o da prestação de serviços (qualquer local). 
Ocorre quando a atividade da empresa é itinerante (ex. empresa de ônibus intermunicipal, circo, etc). 
No caso de empregador que contrate empregado domiciliado em outro Município ou Estado, caberá a ele optar pelo foro da celebração do contrato, da prestação dos serviços ou do seu domicílio.
Na prática, há muita flexibilidade para o reclamante, tendo em vista a hipossuficiência, que ajuíza no local que será economicamente melhor para ele.
CONFLITO DE JURISDIÇÃO: 
Incidente processual que ocorre quando dois órgãos judiciais proclamam-se competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo). 
Ocorrência do conflito: art. 804, CLT. 
Art. 804, CLT: Dar-se-á conflito de jurisdição: a) quando ambas as autoridades se considerarem competentes; b) quando ambas as autoridades se considerarem incompetentes. 
Art. 803,CLT: Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: a) Varas do Trabalho e Juízes de Direito investidos na jurisdiçãoda Justiça do Trabalho (Varas x Juízes de Direito); b) Tribunais Regionais do Trabalho (TRT x TRT); c) Juízes e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária (Justiça trabalhista x Justiça comum). 
Art. 805 - Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho; b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho; (MPT) c) pela parte interessada, ou o seu representante. 
Art. 806 - É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência - Preclusão lógica. Não é possível fazer os dois ao mesmo tempo. 
Processamento: Art. 807 - No ato de suscitar o conflito deverá a parte interessada produzir a prova de existência dele.
Competência para julgamento: 
Art. 808 - Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Varas do Trabalho e entre Juízos de Direito investidos na jurisdição trabalhista ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; Ex. juiz de Feira e juiz de Salvador, quem julga é o TRT da 5ª Região.
b) Pelo TST, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Varas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; 
c) revogado; 
 d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária. 
Salvo a exceção do art. 102, I, “O”, CF: O STF só julga se tiver tribunal superior envolvido. Se não tiver, será o STJ. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
ATOS, PRAZOS E TERMOS PROCESSUAIS:
ATOS PROCESSUAIS:
Disciplina legal – atos, termos e prazos processuais: arts. 770 a 782 da CLT e art. 188 e segs. CPC/2015 (aplicação supletiva).
Forma: oral ou escrita – independe de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir (art. 188 do CPC/2015). 
Características dos atos processuais:
1. Publicidade – art. 5º, LX e 93, IX da CF: 
Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrários determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
2. Limites temporais para os atos processuais: 
A regra geral é a realização dos atos processuais nos dias úteis, de 06h às 20h, nos termos do art. 770, caput, da CLT. 
Exceção: art. 770, Parágrafo Único: A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia de feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. 
Art. 212, CPC, § 1º. Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal – incompatibilidade?
O CPC de 2015 trouxe a desnecessidade de autorização judicial para ocorrer em feriados, domingos e fora do horário. No entanto, prevalece o artigo da CLT. 
As audiências têm outro limite temporal, disposto no art. 813 da CLT. 
Art. 813, CLT - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
Ato eletrônico (Novo CPC) – tempo e horário de verão: 
Art. 213, CPC/2015.  A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo – horário de verão. 
Art. 216, CPC/2015.  Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.
Art. 193.  Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.
Garantias: art. 194: a) Publicidade dos atos; b) Acesso e participação das partes e dos seus procuradores; c) Disponibilidade; d) Independência da plataforma computacional; e) Acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções.
Art. 197.  Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade.
Problema técnico do sistema/erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos = configuração da justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º - art. 197, parágrafo único. 
NEGÓCIOS PROCESSUAIS:
Art. 190.  Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único.  De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Esse artigo não foi bem visto na seara trabalhista. A IN n. 39 do TST diz que não se aplica ao processo do trabalho, mas não é uma fonte vinculante (apenas orientação do TST dos artigos que ele considera compatível com o processo do trabalho). 
Para Juliane, essa interpretação do TST teria sido muito precipitada, tendo em vista que o próprio artigo traz o limite a ser respeitado. No direito do trabalho, é possível conciliar o direito material, principalmente em razão do princípio da conciabilidade, então seria possível também a negociação processual sobre processo.
Então, para Juliane, em concreto, é possível que o juiz determine a validade do negócio jurídico processual, mas isso não deve acontecer em abstrato, ou seja, dizer que todos os negócios jurídicos processuais no processo do trabalho não são possíveis é muito precipitado. 
Não seria possível utilizar a justificativa de vulnerabilidade do empregado para nos casos em que litiga o MPT ou o sindicato em nome de uma categoria. 
Não há renuncia ao direito material nesse caso, mas uma negociação sobre o procedimento. Ex. ampliação do número de testemunhas, flexibilizando a lei para adequar ao caso concreto. 
Cabe ao juiz avaliar se o negócio é prejudicial ao empregado, se a parte é realmente vulnerável em relação à outra, que a parte foi coagida, forçada, ele fará o controle de validade.
Objeto: realizar acordo sobre o processo. 
Pressupostos: direitos que admitam autocomposição + partes plenamente capazes. 
Objetivo: mudança no procedimento (convenções sobre ônus, poderes, faculdades e deveres processuais}
Controle de validade pelo juiz: nulidade ou vulnerabilidade da parte. 
Posição simplista do TST: nãose aplica – art. 2˚, II da IN 39. (Para Juliane, essa posição estaria para cair). 
O próprio TAC é um negócio processual extrajudicial. 
· Calendário processual:
Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Objeto: criação de calendário para a prática de atos processuais. 
Iniciativa e vinculação: juiz e partes. Nesse caso, não haveria problema nesse negócio jurídico processual, porque o juiz participa desde o início, o que se mostra como resquícios do juiz inquisitorial. 
Modificação de prazos: casos excepcionais/necessidade de justificar. 
Dispensa a intimação das partes com relação as datas fixadas no calendário.
Aplica-se ao Processo do Trabalho? Não houve manifestação do TST sobre esse artigo, não havendo muito “problema”, porque o juiz participa ativamente como parte do NJP, não apenas como um controle de validade. 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS:
Notificação: citação x intimação.
Citação - Art. 238, CPC/2015.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual – novo conceito em relação ao CPC de 73. 
Intimação - Art. 269, CPC/2015. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
Citação no processo do trabalho - notificação inicial do réu – via postal (AR) - Não se aplica o princípio da pessoalidade da citação, salvo MPT, União, Estados, Municípios e DF. 
A CLT não utiliza o termo citação ou intimação, utilizando o termo genérico “notificação”, que pode ser tanto a citação ou a intimação. A notificação inicial é ao mesmo tempo uma citação e uma intimação. 
Quando a pessoa é notificada inicialmente da reclamação trabalhista, ele é citado para saber que existe a relação processual e é intimado para apresentar defesa e comparecer à audiência. Diferente do processo civil, que a defesa é protocolada, no processo do trabalho a data de recebimento da defesa é a data da audiência (deve levar as testemunhas e estar preparado para a instrução do processo). 
Se perder a audiência inaugural, é revelia, sendo considerados os fatos narrados como verdadeiros, sem chance de contesta-los. Até é possível protocolar a defesa, mas se o juiz não falar “recebo a defesa”, constando em ata da audiência, é como se não existisse nos autos, sendo necessário que o réu esteja presencialmente. 
Essa notificação é pelos correios por Ar, e não por oficial de justiça. Não é necessária a solicitação da citação do réu na petição inicial. Qualquer pessoa pode receber a notificação inicial, sendo considerada válida, não sendo pessoal a intimação. 
Portanto, não se aplica o princípio da pessoalidade da citação no processo do trabalho, salvo MPT, União, Estados, Municípios e DF.
O modelo do processo do trabalho é dessa forma para ser célere.
Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede do Juízo.
Entre o recebimento da notificação e a audiência inaugural, o tempo mínimo é de 5 dias úteis. 
Citação por edital ou oficial de justiça. Não é possível a citação por hora certa. Muitas vezes o juiz não manda nem oficial de justiça. Não sendo encontrado por correios já cita por edital. 
Irregularidade da citação e comparecimento espontâneo do réu – CPC 239, §§ 1º e 2º.
Efeitos citação válida – art. 240 CPC/2015
- Prevenção do juízo.
- Induz litispendência. Os bens da reclamada se tornam litigiosos, a fim de evitar eventual fraude. 
- Interrompe a prescrição – súmula 268 do TST. 
- Torna litigiosa a coisa. 
Art. 240.  A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
INTIMAÇÃO:
Via postal – regra. 
- Presunção de recebimento – súmula 16 do TST: “Notificação Trabalhista - Recebimento - Ônus de Prova. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário”.
Quando o reclamante não tem advogado constituído, a regra é que ele seja citado por via postal. 
Acaba sendo uma prova diabólica que o reclamado prove que ele não recebeu a notificação trabalhista. 
Publicação no diário oficial – devendo constar a identificação do processo e o nome das partes e dos seus advogados, sob pena de nulidade – súmula 427 TST, art. 272, § 5˚, CPC (pluralidade de advogados e pedido expresso).
Se o advogado requereu que seja apenas intimado o advogado X, se sai a publicação no nome de advogado diverso a intimação será nula. 
Pessoalmente – oficial de justiça (mandados de citação para pagamento (execução); MPT e Fazenda Pública. Isso acontece na fase de execução. Essa intimação é pessoal para que eventual constrição patrimonial não seja nulo. 
CPC. Art. 272,§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados. § 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas. § 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
TERMOS PROCESSUAIS:
São atos de documentação do processo, os instrumentos pelo qual o ato será tratado e juntado aos autos. 
Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído.
Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos chefes de secretaria ou escrivães.
PRAZOS PROCESSUAIS: questão certa na prova.
Lapso de tempo para prática ou abstinência do ato processual. 
Início do prazo e da contagem do prazo
- Início do prazo: momento da ciência do ato processual. Esse início da ciência não conta. Portanto, o início da contagem do prazo é o dia útil seguinte ao dia útil que você toma ciência. 
- Início da contagem do prazo: dia útil seguinte. 
É tempestivo ato praticado antes do início do prazo – art. 218, § 4º - extemporâneo. Não há mais a noção de extemporaneidade para fins de atos praticados antes de 
Contagem dos prazos em dias úteis- - art. 219 – aplicável ao processo do trabalho? Até que a reforma trabalhista trouxesse o prazo em dias úteis, o processo do trabalho não aplicava os dias úteis do CPC, justificando que isso atrapalharia a celeridade do processo do trabalho e que a CLT trazia regraexpressa no sentido de ser em dias corridos. 
Art. 775 da CLT (antes da reforma)- Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.  
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia de feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Portanto, antes da reforma, não se aplicava do Processo do Trabalho e a IN n. 39 deixava isso claro. 
A partir de novembro de 2017, os prazos são contados em dias úteis. 
Art. 775. (REFORMA) Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
Súmula 262, TST: Intimação ou Notificação Trabalhista - Prazo – Contagem. 
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais.
Quando é por via dos correios, pode acontecer da parte ser intimada no sábado. Mas sábado não conta, por não ser dia útil nem para início da contagem do prazo. É o mesmo raciocínio para o Diário Oficial, é como se só tivesse considerado recebido na segunda, e o início do prazo será na terça-feira. 
Contagem do prazo:
Art. 224, CPC/2015.  Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
Se isso acontece no meio do prazo, não se aplica o §1º. 
§ 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
Quando as partes tem advogado constituído nos autos, há notificação por Diário Oficial. 
§ 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
O dia da divulgação/disponibilização é considerado ficto, não contando para nenhum fim. Considera-se publicado no dia útil seguinte ao da disponibilização. O início da contagem, portanto, é o dia útil seguinte à data da publicação. 
No processo do trabalho, em regra, os recursos tem o prazo de 8 dias úteis para interposição.
Ex. dia 17/02 é o dia da divulgação no Diário Oficial. Considera-se publicado no dia 18/02/2020 e a contagem do prazo se inicia no dia 19/02. No meio da contagem do prazo, há o feriado do carnaval. Então, considerando que só volta a funcionar a Justiça do Trabalho no dia 27/02 (quinta), o prazo fatal do recurso será no dia 05/03/2020 (quinta). 
Lei 11.419/2006 - Art. 4o - Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.
§ 2o  A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal.
§ 3o  Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4o  Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
Obs. Se o dia da divulgação no Diário Oficial o expediente forense foi reduzido, não interfere na contagem. Apenas se for reduzido no dia considerado da publicação. 
FORMAS DE COMUNICAÇÃO DO ATO JUDICIAL
Postal, pessoal ou por edital:
Art. 774, CLT- Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
PARTES, CAPACIDADE E PROCURADORES
1. Sujeitos processuais:
Os sujeitos podem ser imparciais (juiz, perito, auxiliares de justiça e MPT) ou parciais (partes, aquela que está na relação processual). 
Em termos de parte, é possível ter a parte processual que não necessariamente coincidirá com a parte do litígio. A parte ilegítima terá a legitimidade até que o juiz entenda pela sua ilegitimidade. 
Denominação: No dissídio coletivo, é chamado de requerente vs. Requerido, no dissídio individual é reclamante vs. Reclamado. No recurso é recorrente e recorrido, para mandado de segurança é mandante e litisconsorte e na execução, exequente e executado.
Litisconsórcio: cumulação de lide que se ligam no plano subjetivo podendo ser ativo, passivo ou misto. 
É possível haver a “relação plúrima”, com diversos trabalhadores pleiteando as mesmas verbas contra o empregador. É um litisconsórcio no polo ativo da ação. 
Art. 842 – “Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento”.
Não aumenta o número de testemunhas, tendo o máximo de 3 testemunhas para o rito ordinário e 2 para o sumaríssimo. 
O grupo econômico terá responsabilidade solidária de todas as empresas do grupo, sendo escolha do autor, então há a possibilidade de litisconsórcio passivo. 
2. Capacidade:
Espécies: são conceitos do direito em geral utilizados no processo do trabalho.
(i) capacidade de ser parte: personalidade civil – arts. 1º e 2º do CC – começa com o nascimento com vida. 
(ii) capacidade processual: capacidade de estar em juízo (art. 70, CPC). 
Nem todas as partes têm capacidade de estar em juízo sozinhos (ex. 14 anos é possível o trabalho como menor aprendiz, mas não é capaz processualmente – representante ou assistente). 
A aptidão para praticar atos processuais pressupõe a capacidade civil plena. Não se confunde com legitimidade ad causam (a parte pode ser plenamente capaz e não ser parte legítima, por não ser parte do vínculo). 
Adequação ao processo do trabalho: 
A capacidade civil plena é a partir dos 18 anos. A CLT e CF dizem que todo trabalho de menores de 14 anos é proibido, sendo incapaz absolutamente para o trabalho os menores de 14 anos. 
A incapacidade relativa será entre 16 aos 18 anos (pode trabalhar mesmo sem ser aprendiz), e a incapacidade relativa especial é de 14 a 16 anos como menor aprendiz, nos termos do art. 402, CLT.
A CLT não divide entre assistência e representação, trazendo apenas o termo “representantes legais”. 
Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
O MPT assume a causa quando envolve o menor quando não há representante legal, como se fosse uma defensoria pública. Se o MPT não assumir, vai para o sindicato. Se o sindicato não assumir, vai para o MP Estadual. Se ainda assim o MPE não assumir, entra o curador nomeado pelo juiz. 
- Limite de idade (art. 7º, XXXIII, CF) – 16 anos. Proibição de trabalhar, salvo na condição de aprendiz. Estabelece, assim, incapacidade absoluta. 
- Emancipação: empregado com economia própria e relação de emprego. 
- A incapacidade processual pode ser sanada (art. 76, CPC), sob pena de extinçãodo processo (autor, se único) ou revelia (se réu). 
Representação e Assistência:
A representação ocorre quando alguém figura num dos polos da relação jurídica processual em nome e na defesa do interesse de outrem. A representação pode ser legal – absolutamente incapazes e pessoas jurídicas de direito público, ou convencional – pessoas jurídicas de direito privado. 
A assistência pode ser judiciária (no caso dos sindicatos) – legítimos representantes daqueles empregados; ou judicial (relativamente incapazes). 
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
A primeira audiência, quando o reclamante não vai, a consequência é a resolução do processo sem resolução do mérito e vai ser arquivado. Se ele tiver algum motivo justificado para tentar evitar o arquivamento, ele pode mandar outro empregado, que seja da mesma profissão que ele, que está ali somente para evitar o arquivamento. 
Esse empregado não seria representante, porque o representante poderá praticar atos do direito material, e o representante empregado não poderá praticar esses atos, como aceitar proposta de acordo, etc. 
Então, há uma impropriedade técnica da CLT, que traz esse empregado como representante, mas ele não tem os poderes para representar efetivamente, como transigir. 
- Representação do empregado por sindicato ou advogado – representação técnica (o sindicato pode disponibilizar advogado para a parte ser representada tecnicamente). Não precisa ser associado do sindicato para poder ser representado por ele. 
Art. 791, § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Capacidade Postulatória:
É a aptidão técnica para praticar atos processuais necessários para o andamento do processo.
Peculiaridade do Processo do Trabalho (Jus postulandi – relação de emprego) - capacidade de postular em juízo sem necessidade de representação por advogado.
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Honorários advocatícios x jus postulandi:
Antes da reforma, não havia os honorários sucumbenciais na Justiça do Trabalho. Esse é o entendimento da súmula 219, TST. Somente o sindicato da categoria tinha direito aos honorários de sucumbência, visto que eles já prestariam assistência judiciária gratuita. Também era possível os honorários de sucumbência nas relações de trabalho (e não de emprego). 
Súmula nº 219 do TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.  CABIMENTO (alterada a redação do item I e acrescidos os itens IV a VI em decorrência do CPC de 2015) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 21.03.2016 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família.
Art. 3º, §3º, IN 27/2005: Salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas. 
Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.
Não havia, portanto, cálculo de risco do processo na entrevista com o autor. Era convidativa a “aventura jurídica” nas reclamações trabalhistas, podendo pedir tudo que quiser, mesmo que não fosse devido, em grande parte das vezes. 
Após Reforma Trabalhista, o cenário mudou: A reforma trabalhista, com os honorários de sucumbência, trouxe consequências para a Justiça do Trabalho, evitando as aventuras jurídicas. 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1o  Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
Não inclui o MPT nesse artigo. Seriam valores inviáveis tanto para o MPT como para a empresa, por isso as ações do MPT não têm honorários de sucumbência. 
§ 2o  Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§3o  Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§4o  Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
O regramento do beneficiário da Justiça do Trabalho é pior do que o processo comum. Quando o legislador acrescenta que o vencido terá que pagar se obter créditos, ainda que por outro processo, entram os honorários sucumbenciais recíprocos, ou seja, o vencido ganharia parcialmente e ainda assim teria que pagar. 
Para Juliane, a interpretação deverá ser feita à luz da constituição. Não seria uma simples operação matemática. A expressão “Os créditos capazes de suportar a despesa” deverá ser interpretada no sentido de que o crédito recebido deve demonstrar que a pessoa deixou de ser beneficiário da justiça gratuita, ou seja, o crédito precisa ser tão significativo que a pessoa deixou de ser beneficiário da justiça gratuita (ex. ganhou 500 mil reais e os honorários são de 10 mil). 
§ 5o  São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
5. Procuradores:
Os procuradores são os advogados, havendo uma representação técnica. Na justiça do trabalho, a representação técnica ainda é “facultativa”, em razão do jus postulandi em algumas fases do processo. No entanto, é muito difícil que a parte atue sozinho, mas em algumas regiões do país ainda existe. 
A procuração será outorgada por meio de procuração, que deve preencher requisitos trazidos pela Súmula 456 do TST.
Súmula 456 do TST. REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE.  DEJT 24, 25 e 26.08.2016.
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam. 
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

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