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© O citoesqueleto é uma rede filamentosa composta por diversas proteínas essenciais para a sustentação e a dinâmica intracelular. Essa estrutura é dividida em três grupos variados e que interagem entre si formando o arcabouço da estrutura celular, sendo estes grupos: filamentos de actina (8nm), filamentos intermediários (11nm) e microtúbulos (25nm) A actina é uma proteína extremamente conservada em eucariotos e em sua forma polimérica estrutura os filamentos de actina, que são primordiais para diversas atividades celulares como citocinese, contração celular, migração celular, locomoção, sustentação de microvilosidades e de estereocílios, processos acrossomais, funcionamento dos sarcômeros, movimentação de vesículas, entre outros. Quando não estão em multímeros, pode estar associada as profilinas, que são proteínas sequestradoras de monômeros de actina, a fim de controlar a polimerização dos filamentos. Existem 6 tipos de actina, as chamadas isoformas, nas formas α, β e γ. A forma alfa é expressa apenas nas células musculares, a beta e a gama são encontradas, simultaneamente, em quase todas as células não musculares. Como ocorre a polimerização? Pequenos oligômeros podem formar arranjos espontâneos, mas eles são instáveis e se dissociam com facilidade. Para que um novo filamento seja formado as subunidades devem associar-se em um agregado inicial, ou núcleo, que se estabilizara pelo contato entre as subunidades. Há então a formação de dímeros e trímeros, fenômeno chamado de nucleação. O terceiro monômero estabiliza o dímero e oferece condições para o crescimento do filamento, os monômeros vão se orientando na mesma direção nos microfilamentos conferindo uma polaridade ao complexo, gerando a extremidade mais (+), em que há mais facilidade de um monômero se encaixar, e extremidade menos (-), em que há menos chances de encaixe. Essa diferença na taxa de crescimento se dá pela forma assimétrica em que o filamento cresce, resultando de alterações conformacionais em cada uma das subunidades. O lado mais é associado ao ATP, que ao ser hidrolisado vira ADP, que está associado ao lado menos. O comportamento dos filamentos de actina é regulado pelas proteínas acessórias, que se classificam em dois tipos: aquelas que se ligam lateralmente a actina - como a tropomiosina que impede a ligação de outras proteínas, atuando como controle da contração muscular - e as que se ligam as suas extremidades como as vinculinas, que como as outras proteínas de adesão ajudam as integrinas a se ligaram aos © filamentos de actina. Para que as proteínas que se ligam lateralmente possam afetar a dinâmica do filamento é necessário que estejam em grandes quantidades, contudo as que se ligam em suas extremidades podem afetar a estrutura mesmo em baixas quantidades, uma vez que as subunidades são adicionadas pelas extremidades. Há ainda as proteínas motoras, que utilizam a hidrólise do ATP para deslizar ao longo dos filamentos, dentre essas proteínas a mais estudada em associação a actina é a miosina. Miosina A miosina é uma ATPase, isto é, é uma enzima capaz de hidrolisar o ATP, a fim de mudar a sua conformação, resultando no seu deslizamento sobre os filamentos de actina. É encontrada em dois tipos, o tipo um presente apenas em amebas, e o tipo dois presentes nas células musculares. A miosina possui duas cadeias pesadas que possuem cabeças globulares, e essas cabeças se ligam ao ATP, ao hidrolisá-lo, usam a energia dessa quebra para deslocar-se rumo à extremidade (+) do filamento de actina, sendo a orientação oposta das cabeças cruciais para a contração muscular. A contração muscular As miosinas convertem a energia proveniente da quebra do ATP em trabalho mecânico, possibilitando seu movimento gradual pelos filamentos de miosinas. Ao sofrer estímulo por cálcio, há a movimentação da tropomiosina, resultando na revelação dos sítios de ligação a miosina, permitindo que os filamentos deslizem um sobre os outros. Os filamentos intermediários, ao contrário dos filamentos de actina e tubulina, não são estruturas compostas por oligômeros de uma só proteína, dependendo do tipo e do local onde a célula está inserida podem ser de diversas naturezas. Cada filamento intermediário individual é composto por uma seção transversal de 32 α hélices enroladas, gerando uma estrutura supertorcida em forma de bastão e extremamente difícil de romper. Seus filamentos interagem mais que os de actina e tubulina, uma vez que esses são ligados por uma pequena parte de seus monômeros, e os intermediários são sobrepostos uns aos outros. Em sua forma não polimerizada são ligados a fosfatos, contudo quando as fosfatases os desfosforilam eles estão aptos a polimerizar-se. Os filamentos intermediários não são estruturas dinâmicas, visto que podem passar uma grande quantidade de tempo parados sob uma mesma forma. Somando mais uma disparidade em comparação com as outras estruturas, eles não possuem polaridade, posto que as extremidades carboxi e amino-terminal das diferentes subunidades dos filamentos costumam estar voltadas para uma mesma extremidade, ou seja, a assimetria acaba por anular a polaridade do filamento. E é por essa falta de polaridade que não há tráfego de vesículas pelos filamentos intermediários, pois a proteína carreadora não © teria orientação para se locomover. Dentre as funções dos filamentos intermediários podemos citar: suporte mecânico, citoarquitetura e sinalização celular. Para exemplificar essa classe de componentes do citoesqueleto, podemos citar as citoqueratinas, as periferinas, os neurofilamentos, a vimentina, a desmina, as plaquinas e plectinas. A família mais diversificada de filamentos intermediários é a das queratinas, uma célula epitelial individual pode produzir diferentes tipos de queratinas, que ao se polimerizarem formam uma rede única. Os filamentos de queratina conferem resistência mecânica a tecidos epiteliais, em parte pela ancoragem dos filamentos intermediários em regiões de contato célula-célula, denominadas desmossomos, ou regiões de contato célula-matriz, denominadas hemidesmossomos. As periferinas assim como os neurofilamentos estão envolvidas na regeneração - por um processo ainda não esclarecido – e no prolongamento do axônio, respectivamente. A vimentina é responsável pela manutenção da forma celular, integridade do citoplasma e estabilização das interações do citoesqueleto, e é ligada lateralmente ou terminalmente ao retículo endoplasmático, mitocôndrias e núcleo. A desmina é expressa na musculatura cardíaca, esquelética e lisa, e é responsável por dar suporte aos sarcômeros. Já as plaquinas e as plectinas possuem diversos domínios que conectam os filamentos do citoesqueleto uns aos outros, e aos complexos conjuncionais. Os microtúbulos são polímeros de tubulina – que são estruturalmente mais complexos que a actina e os filamentos intermediários - e se compõe a partir de treze protofilamentos, apresentando-se na forma de α e β tubulina, existindo isoformas de cada uma de suas variantes. Essas estruturas possuem uma distribuição radial, ou seja, estão espalhados por toda a célula e sua parte (-) está voltada para a região organizadora de microtúbulos (MTOC ou centrossomo, que se encontra próximo ao núcleo), a região (+) está voltada para fora da célula. Por conta dessa organização os microtúbulos são capazes de localizar o centro da célula, fazendo com que posicionem as organelas em seus devidos lugares no citoplasma. Dentre outras funções podemos incluir: separação dos cromossomos, transporte de vesículas, batimento de cílios e flagelos, manutenção e mudança da forma celular, etc. Os microtúbulosassim como as outras estruturas possuem proteínas acessórias, as Maps, como a MAP2 e a MAPtau, que estabilizam os microtúbulos evitando sua dissociação. Um subgrupo de MAPs também pode mediar a interação de microtúbulos com outros componentes celulares. © Há também as proteínas motoras associadas aos microtúbulos, as dineínas e as cinesinas, executando movimentos dependentes de ATP ao longo dos microtúbulos, transportando vesículas pela extensão do filamento. As dineínas são divididas em dois grandes grupos: as dineínas axonemais e as citoplasmáticas. As dineínas citoplasmáticas estão envolvidas em uma série de eventos de mobilidade intracelular, tais como: transporte de organelas e mRNA, posicionamento do núcleo e do centrossomo durante a migração celular, etc. Já as axonemais estão presente em cílios e flagelos, contribuindo com o batimento dos mesmos. As cinesinas estão envolvidas no transporte de organelas em células de eucariotos, bem como na mitose e meiose, e no transporte das vesículas sinápticas nos axônios. Foi usado como referência bibliográfica para este resumo o livro: ALBERTS, Bruce - Biologia Molecular da Célula, 6° edição. W. W. Norton & Company, 2017.
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