Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O exame clínico do paciente inicia-se com a anamnese que representa o segmento subjetivo do exame para obtenção de informações que possam auxiliar na definição do diagnóstico e das modalidades de tratamento, além de servir para formalizar os registros legais. A fase de inspeção do exame clínico extra e intraoral devem ser realizadas de maneira sistemática. Após um cuidadoso exame visual externo, realiza-se o exame intraoral, procurando anormalidades nos tecidos moles e duros. Lábios, mucosa jugal, língua, palato, assoalho, gengivas e orofaringe devem ser examinadas, observando alterações de cor e contorno dos tecidos moles, fístulas ou áreas de vermelhidão ou edema envolvendo os tecidos de sustentação. A presença de fístula pode indicar uma infecção periapical que resultou da necrose pulpar e deve ter seu curso rastreado com um cone de guta-percha para localizar sua origem. O teste da percussão não fornece indicação sobre a integridade do tecido pulpar, mas apresenta importância para avaliar-se o grau de comprometimento dos tecidos periapicais e se existe inflamação no tecido periodontal, auxiliando, desta forma, no diagnóstico de patologias periapicais e/ou periodontais por intermédio da percussão dentária vertical ou horizontal. A percussão deve ser iniciada com delicadeza, iniciando- se com o dedo indicador percutindo a coroa do dente, investigando a resposta com leves toques, verticalmente e horizontalmente. Se o paciente não relatar dor, aí sim fica indicada a utilização do cabo de espelho para realizar o teste. Na palpação, por meio do tato e compressão ou preensão digital do dedo indicador, colhem-se sinais sobre a porção superficial e, ao mesmo tempo, exacerba-se os sintomas locais. Na palpação apical, examina-se a região apical do elemento dentário com o dedo indicador, observando se há alguma resposta dolorosa ou a presença de alterações patológicas, como edema periapical (mole a palpação), aumento de volume apical endurecido, perda de continuidade na integridade do osso geralmente, acompanhada de uma ligeira depressão. O teste de mobilidade dentária é realizado empregando- se dois instrumentos metálicos apoiados com firmeza na superfície dentária ou utilizando um instrumento metálico e um dedo, aplicando-se forças laterais alternadas na direção vestíbulo-lingual. Também se deve avaliar o grau de mobilidade vertical do dente através de sua compressão para o interior do alvéolo. Desse modo, gradua-se a mobilidade da seguinte forma: • Classe I – ligeiramente maior que a normal; • Classe II – moderadamente maior que a normal; • Classe III – mobilidade grave vestíbulo-lingual e mesio- distal, combinada com deslocamento vertical. O teste de cavidade ou mecânico é um método adicional, representando o último teste a ser aplicado sobre um dente para verificação da vitalidade pulpar, estando indicado quando os demais não oferecem respostas satisfatórias. Pode seu usado para identificar o dente causador do problema por meio do acesso na face palatina dos dentes anteriores ou oclusal dos posteriores, sem o emprego de anestesia, com brocas de pequenas dimensões. O diagnóstico é a essência da estruturação do tratamento endodôntico. O processo e sua obtenção englobam a tabulação, interpretação e identificação de sinais e sintomas característicos de uma alteração tecidual. Dificuldade de chegar ao correto diagnóstico, especialmente nas alterações pulpares, pois a polpa encontra-se envolta por paredes inelásticas de dentina, tecido que ela mesma formou. Os principais agentes etiológicos das doenças da polpa e do periápice são os microrganismos da cárie dental. As bactérias presentes provocam uma resposta pulpar, inicialmente com um processo inflamatório reversível e, havendo persistência dos agentes agressores, essa inflamação evolui para um processo irreversível, que se não tratado em tempo hábil, poderá levar à necrose do tecido pulpar. A partir daí as substâncias liberadas do tecido necrótico e a consequente proliferação dos microrganismos no sistema de canais radiculares, culminam no desenvolvimento das doenças do periápice. A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo encontrado no interior da cavidade pulpar (câmara pulpar e canal radicular) que contém grande número de vasos sanguíneos, vasos linfáticos, fibras nervosas e células. Entre estas, estão os odontoblastos, os quais diferenciam o tecido pulpar dos demais tecidos conjuntivos presentes em outras regiões do corpo. Por possuir um metabolismo intenso, a polpa dental apresenta boa capacidade de reparo. Por ser um tecido conjuntivo, quando diante de um agente agressor ocorrem fenômenos vasculo exsudativos, caracterizando a inflamação. Em virtude de a polpa dental estar circundada por paredes dentinárias rígidas, quando ocorrem a inflamação pulpar e, consequentemente, o aumento de volume desse tecido, há a compressão de fibras nervosas, gerando dor. Além disso, o aumento do volume pulpar pode dificultar a circulação sanguínea local e o retorno de sangue venoso via forame apical, o que prejudica a capacidade de defesa do tecido pulpar. O processo progride por compartimentos até que os tecidos periapicais sejam atingidos e as lesões perirradiculares apareça. A patologia perirradicular é uma resposta inflamatória (aguda) e imunológica (crônica) com o objetivo de conter o avanço da infecção. É por definição uma leve alteração inflamatória da polpa, em fase inicial, em que a reparação tecidual advém uma vez que seja removido o agente desencadeador do processo. Se os irritantes persistem ou aumentam, a inflamação pulpar torna-se de intensidade moderada à severa, o que caracteriza a pulpite irreversível, com ulterior progresso para necrose pulpar. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Em resposta a uma lesão cariosa profunda, que ainda não causou exposição, os vasos sanguíneos pulpares tornam- se dilatados, a vasodilatação prolongada predispõe ao edema, como resultado da elevação da pressão capilar e do aumento de permeabilidade vascular. Quando a polpa é exposta, uma área de contato direto desta com os microrganismos da cárie é estabelecida. Inicia-se então um verdadeiro “combate”, visando à eliminação do agente agressor. Contudo, na grande maioria das vezes, por causa das características anatômicas peculiares da polpa, esta invariavelmente sofre alterações irreversíveis, caracterizadas por inflamação severa. Mesmo a remoção de irritantes não é suficiente para reverter o quadro, havendo a necessidade de intervenção direta na polpa. Acometida por um processo inflamatório de caráter irreversível, a polpa invariavelmente progride para necrose, a qual pode dar-se lenta ou rapidamente. A necrose pulpar pode ser retardada se o exsudato inflamatório for absorvido por linfáticos ou vênulas ou se for drenado pela área de exposição. A polpa radicular pode permanecer viável por dias a anos. Se esta área de exposição for selada ou obstruída, a necrose terá progressão rápida e total, com consequente desenvolvimento de patologia perirradicular. A necrose é caracterizada pelo somatório de alterações morfológicas que acompanham a morte celular em um tecido. Dependendo da causa, a necrose pulpar pode ser classificada como: a) Necrose de liquefação: comum em áreas de infecção bacteriana. Resulta da ação de enzimas hidrolíticas, de origem bacteriana e/ou endógena (neutrófilos), que promovem a destruição tecidual. b) Necrose de coagulação: geralmente é causada por uma lesão traumática, com interrupção do suprimento sanguíneo pulpar por causa do rompimento do feixe vasculonervoso que penetra pelo forame apical, ocasionando isquemia tecidual. c) Necrose gangrenosa: quando o tecido que sofreu necrose de coagulação é invadido por bactérias quepromovem a liquefação. Ocorre em dentes traumatizados, cujas polpas sofreram necrose de coagulação asséptica e que se tornaram infectadas posteriormente. Os modelos de coagulação e liquefação coexistem na gangrena pulpar. SINAIS E SINTOMAS A necrose pulpar geralmente é assintomática, sendo que o paciente pode relatar episódio prévio de dor. Entretanto, dependendo do status dos tecidos perirradiculares, a dor pode estar presente, como nos casos de periodontite apical aguda ou abscesso perirradicular agudo. A lesão perirradicular também pode ser referida em outras fontes como lesão periapical ou periodontite apical. O termo perirradicular é preferido e usado neste livro por abranger não somente as lesões na região periapical (certamente, as mais comuns), mas também as lesões inflamatórias de origem endodôntica que afetam a porção lateral da raiz ou a área de furca. A lesão perirradicular, muitas vezes, pode ser considerada uma sequela da cárie. Uma vez não tratada, a cárie pode resultar em inflamação pulpar. A reversibilidade da inflamação em resposta à cárie depende muitas vezes da presença de exposição. Em outras palavras, a pulpite é reversível (através da remoção da causa) antes de a polpa tornar-se exposta pelo processo de cárie. Depois disso, a inflamação se torna irreversível, no sentido de que a remoção da causa não é suficiente para proporcionar um resultado previsível. O índice de sucesso da terapia da polpa vital, que consiste na manutenção da vitalidade pulpar e prevenção da lesão perirradicular, é baixo nestes casos, porque a extensão da degeneração e a infecção pulpar não podem ser determinadas clinicamente de forma confiável. Como discutido na seção anterior, o processo de inflamação, necrose e infecção da polpa avança para a parte apical do canal por compartimentos de tecidos, até que grande parte ou a totalidade da polpa coronária e radicular torna-se necrosada e infectada. À medida que o processo se aproxima do forame apical, os tecidos perirradiculares são afetados. Em alguns casos, a lesão perirradicular pode se desenvolver mesmo antes de os processos de necrose e infecção atingirem o forame apical. O desenvolvimento de lesão perirradicular está relacionado com as respostas imunes inata e adaptativa contra a infecção intrarradicular, na tentativa de conter a propagação da infecção ao osso e outros locais do corpo. Se a agressão causada por bactérias que saem pelo forame apical for de alta intensidade, há o desenvolvimento de uma resposta inflamatória aguda no ligamento periodontal, caracterizando a periodontite apical aguda. O aumento da permeabilidade vascular associado à inflamação produz edema, que causa elevação da pressão hidrostática tecidual. Como resultado, as fibras nervosas são comprimidas produzindo dor. A bradicinina, as prostaglandinas e a histamina também podem causar dor, agindo sobre as fibras nervosas. Contudo, a compressão das fibras é mais significativa neste aspecto. SINAIS E SINTOMAS O paciente geralmente se queixa de dor intensa, espontânea e localizada. Pode também relatar extrema sensibilidade ao toque do dente e a sensação de este estar “crescido”. Isso está relacionado com uma ligeira extrusão dentária, visando acomodar o edema inflamatório formado no ligamento periodontal apical. A mastigação geralmente provoca ou exacerba a dor. Em resposta à agressão, células inflamatórias, principalmente neutrófilos PMN e macrófagos, são atraídas para o local, visando à eliminação de bactérias que estejam invadindo os tecidos perirradiculares. Se a resposta inflamatória não consegue eliminar o agente agressor ou reduzir a intensidade da injúria, há exacerbação, caracterizada por inflamação purulenta. Isso ocorre por causa da presença de bactérias altamente virulentas associadas à infecção. Em associação às enzimas proteolíticas liberadas por bactérias, enzimas lisossomais, bem como radicais oxigenados, são descarregados por neutrófilos, os quais promovem liquefação tecidual, gerando o pus. O abscesso perirradicular agudo está, então, formado. O processo agudo, geralmente, não dura mais de 72 a 96 horas, sendo bastante eficaz na redução da agressão bacteriana, embora isso possa custar a destruição da arquitetura tecidual. Todavia, a disseminação da infecção para espaços anatômicos da cabeça e do pescoço pode provocar quadros clínicos graves, inclusive com risco de vida. SINAIS E SINTOMAS O paciente queixa-se de dor espontânea, pulsátil, lancinante e localizada. Pode ou não apresentar evidências de envolvimento sistêmico, como linfadenite regional, febre e mal-estar. A dor é pronunciada quando o abscesso ainda está intraósseo ou já se localiza subperiosteal, neste caso por causa da rica inervação do periósteo. Um dramático alívio da dor ocorre após a ruptura do periósteo pelo exsudato purulento, atingindo os tecidos moles supraperiosteais. A periodontite apical crônica (ou assintomática) é uma condição patológica que pode ser histologicamente classificada como periodontite apical crônica inicial, granuloma e cisto. Esta classificação histológica, na verdade, representa estágios na evolução da lesão. Clinicamente, essas lesões crônicas apresentam as mesmas características. Radiograficamente, enquanto a periodontite apical crônica inicial se apresenta com ELP normal ou espessado, granuloma e cisto são caracterizados por lesões osteolíticas ao redor do ápice do dente (ou lateralmente, em casos de ramificações laterais). Quando a resposta inflamatória associada à periodontite apical aguda é eficaz na redução da intensidade da agressão, a resposta cronifica. Células imunocompetentes, como linfócitos, plasmócitos e macrófagos, são atraídas para a região afetada. Isso representa o início da resposta imunológica adaptativa, de caráter específico. Está estabelecida a periodontite apical crônica. É imperioso ressaltar que, se o agente agressor for inicialmente de baixa intensidade, a inflamação crônica no ligamento periodontal pode se estabelecer sem ser precedida por uma resposta inflamatória aguda. Para que a resposta imunológica específica se inicie, o hospedeiro precisa ser sensibilizado pelos antígenos que saem pelo forame apical. A sensibilização para antígenos oriundos do canal se dá no nível dos linfonodos, em que os linfócitos T ou B específicos para determinado antígeno terão mais chances de encontrá-lo e, assim, serem ativados. Se o indivíduo já tiver sido sensibilizado por um contato prévio com os antígenos dos mesmos microrganismos, a resposta secundária pode se desenvolver muito mais rapidamente e se deve à apresentação e ao reconhecimento dos antígenos por células de memória formadas quando do primeiro contato. Essas células são então rapidamente ativadas. O contato prévio do sistema imune com os mesmos microrganismos pode ter ocorrido, por exemplo, em resposta à cárie, doença periodontal ou até mesmo lesão perirradicular em outro dente, desde que o(s) microrganismo(s) que está(ão) causando o problema agora também tenha(m) estado presente(s) em uma dessas outras patologias. Na verdade, inúmeros antígenos diferentes estão simultaneamente envolvidos na patogênese das lesões perirradiculares (uma célula bacteriana pode ter vários antígenos distintos e, considerando-se que as infecções endodônticas são mistas, pode-se imaginar a grande quantidade de antígenos diferentes envolvidos). Isso provoca a resposta de vários clones diferentes de linfócitos, cada um específico para cada antígeno e, provavelmente, a sobreposição das respostas primária ou secundária, ou seja, alguns antígenos podem estar sendo contatados pela primeira vez, e outros não. SINAIS E SINTOMAS Ausentes, sendo que o paciente pode relatar apenas episódio prévio de dor. INSPEÇÃOVerifica-se a presença de cárie profunda ou de restauração extensa associada ou não à cárie recidivante. O granuloma é a patologia perirradicular mais comumente encontrada. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS O granuloma é constituído, basicamente, de um infiltrado inflamatório do tipo crônico, associado a elementos de reparação, caracterizando um tecido granulomatoso que substitui o osso reabsorvido. Na periferia, circunscrevendo a lesão, encontra-se uma cápsula composta basicamente por fibras colágenas. As células inflamatórias compreendem cerca de 50% dos elementos da lesão, sendo que os macrófagos predominam, seguidos em ordem decrescente por linfócitos, plasmócitos e neutrófilos. Os mastócitos também são encontrados em granulomas perirradiculares. O cisto perirradicular sempre se origina de um granuloma, que se tornou epiteliado, embora nem todo granuloma necessariamente progrida para um cisto. Mantida a causa, que é a infecção situada no interior do sistema de canais radiculares, a proliferação epitelial assume maiores proporções, gerando lojas no interior de aglomerações de células epiteliais. Está formado o cisto perirradicular. Tal mecanismo sugere que este tipo de lesão é resultado de uma infecção endodôntica de longa duração. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Histologicamente, o cisto consiste em uma cavidade patológica que contém material fluido ou semissólido, composto principalmente por células epiteliais degeneradas. O cisto perirradicular pode ser classificado como “verdadeiro” ou “em bolsa” (ou “baía”), dependendo da relação da loja cística com o canal radicular via forame apical ou lateral. Se a loja cística está imediatamente contígua ao canal, ele é conhecido como cisto “em bolsa” ou cisto “baía”. Se a loja cística não tem qualquer contato com a luz do canal, sendo completamente envolvida por epitélio, o cisto é conhecido como “verdadeiro”. PATOGÊNESE Várias teorias tentam explicar a formação da loja cística, sendo que a mais plausível é a que sugere o envolvimento do sistema imune. Ela se baseia na presença de elementos da resposta imunológica adaptativa na lesão, como linfócitos T e B, plasmócitos, macrófagos, células NK, anticorpos e componentes do sistema complemento. FORMAÇÃO DO CISTO PERIRRADICULAR – PAPEL DO SISTEMA IMUNE As células epiteliais no centro de uma massa celular tridimensional sofrem apoptose e dão origem à cavidade cística. É possível que, durante a proliferação, estas células adquiram propriedades antigênicas, fazendo com que sejam reconhecidas como estranhas (non-self) pelo sistema imune. Siqueira propôs alguns mecanismos possivelmente envolvidos na aquisição de antigenicidade pelo epitélio: a) Os restos epiteliais de Malassez, em estado de proliferação induzido por um processo patológico, podem expressar em sua superfície moléculas que, anteriormente, em estado quiescente, não produziam. b) Pode haver reatividade cruzada entre antígenos próprios (da célula epitelial) e estranhos (de origem bacteriana). c) Durante a resposta inflamatória, podem ocorrer alterações estruturais nos tecidos, como resultado da ação de substâncias bacterianas, virais e/ou endógenas. d) Lipopolissacarídeos (endotoxinas), liberados por bactérias Gram-negativas, dependendo da concentração que atingem nos tecidos, podem atuar como ativadores policlonais, estimulando a proliferação de vários clones de linfócitos, com diferentes especificidades. Os linfócitos que reconhecem os antígenos próprios são eliminados ou inativados (anergia). Isto impede o desenvolvimento de doenças autoimunes. Independentemente da forma como o epitélio adquire antigenicidade, o sistema imune pode exercer seu efeito citotóxico, ocasionando a formação do cisto. Esta citotoxicidade pode ser mediada pela ação de anticorpos, sistema complemento, células NK e linfócitos T citotóxicos. A) ANTICORPOS As imunoglobulinas podem ligar-se a moléculas antigênicas presentes na superfície de células epiteliais, induzindo a lise celular. Esta não se dá diretamente pelos efeitos dos anticorpos, mas sim por intermédio do sistema complemento ou de células NK. Este tipo de resposta é denominada hipersensibilidade do tipo II, ou citotóxica, de acordo com a classificação de Gell e Coombs. B) LINFÓCITOS T CITOTÓXICOS Os peptídeos antigênicos sintetizados no citosol das células epiteliais podem ser expressos na membrana destas, associados a moléculas de MHC classe I. O TCR de linfócitos T citotóxicos (Tc) apenas reconhece antígenos de natureza proteica complexados às moléculas de MHC I. Após o reconhecimento antigênico, o linfócito Tc liga-se à célula-alvo (no caso, a epitelial), tornando-se ativado. Ele então promove a exocitose de substâncias que levarão à morte da célula epitelial por apoptose. SINAIS E SINTOMAS Na maioria das vezes, o cisto perirradicular é assintomático. INSPEÇÃO Detecta-se a presença de cárie e/ou restauração extensa. A coroa do dente pode apresentar-se escurecida, como resultado da necrose pulpar. Outro tipo de lesão perirradicular de origem inflamatória é o abscesso perirradicular crônico, também conhecido como periodontite apical supurativa. Esta patologia resulta do egresso gradual de irritantes do canal radicular para os tecidos perirradiculares, com consequente formação de exsudato purulento no interior de um granuloma. Esta lesão também pode se originar da cronificação do abscesso perirradicular agudo. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Histologicamente, verifica-se a presença de zonas de necrose de liquefação contendo neutrófilos PMNs desintegrados, circundadas por macrófagos e neutrófilos. A fístula comunica estas zonas à periferia, sendo revestida por epitélio ou por tecido conjuntivo inflamado. SINAIS E SINTOMAS Geralmente assintomático, o abscesso crônico encontra- se associado a uma drenagem intermitente ou contínua por meio de fístula, que pode ser intraoral ou extraoral. A Pulpite reversivel- A medida que a cárie avança na dentina em direção a polpa, aumenta a gravidade do processo inflamatório pulpar. B Pulpite irreversivel - Após exposição pulpar por cárie, a agressão exercida diretamente por microrganismos é intensa e gera inflamação severa e irreversível. C Pulpite irreversível e necrose pulpar - A infecção avança no canal em direção apical. D Necrose e infecção de praticamente toda a polpa radicular, como resultado do avanço apical dos eventos compartimentalizados de agressão, inflamação, necrose e infecção. E Estabelecida a infecção na porção mais apical do sistema de canais radiculares. F O processo inflamatório se estende para os tecidos perirradiculares e uma lesão osteolítica se estabelece.
Compartilhar