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Cáp. 11, 12 e 18 – Rezende, 2017 Estática fetal Compreende as relações entre o feto (produto), bacia e o útero materno. Dimensões do útero = 30 cm Dimensões do feto = 50 cm – esse número reduz para a me- tade pela adaptação do feto↷ Flexão do feto = 25 cm – co- luna encurvada aproximando o mento no tórax e membros fletidos. •As relações materno-fetais e os fatores que afe- tam o TP e parto. Objeto (feto e placenta) ➝ relações do bebê e o suporte da placenta, por exemplo, pélvico ou cefá- lico. Trajeto (canal de parto) ➝ dilatações Força (contrações) ➝ a força da mulher não in- fluencia no início do TP. A ocitocina compete com a adrena- lina nos receptores, assim a mulher deve relaxar para melhor contração. Posição da mãe ➝ posições verticais, de cócoras estão a favor da gravidade. Resposta psicológica ➝ o preparo psicológico é essencial para uma resposta positiva de parto. Parto eutócito: Feto ➝ objeto Bacia ➝ trajeto Contração uterina ➝ motor Objeto A movimentação do objeto pelo canal de parto é determinada por vários fatores em interação: 1. TAMANHO DA CABEÇA FETAL Após o rompimento das membranas, é possível palpar as fontanelas e as suturas, a partir do toque vaginal, e revelar a apresentação, a posição e a atitude fetal. Diminuição das medi- das cefálicas A existências das fonta- nelas possibilitam uma acomodação óssea do bebê para a passagem pelo canal. Essas acomoda- ções causam alguns ocorridos temporários: ↳Remodelação: sobreposição de ossos ↳Bossa serosa: acúmulo de líquido no couro cabeludo ↳Cefalematoma: acumulo de sangue abaixo do couro cabeludo -•Principais diâmetros do crânio fetal•- Os graus de deflexão são de acordo com as atitudes fetais, ou seja, aumento dos diâmetros. Em condições normais (apres. De vértice – fle- tida) os maiores diâme- tros são substituídos para o menor: occipitofrontal (12 cm) pelo suboccipitofrontal (11 cm) e, final- mente, pelo suboccipitobregmático (9,5 cm). 2. SITUAÇÃO FETAL A relação entre os grandes eixos longitudinais (co- luna vertebral) fetal e uterino. ➥ Longitudinal: quando coincidem, ou seja, paralelos. Em 99,5% dos partos. Transverso: quando perpendi- culares, ou seja, difere um do outro. Em 0,5% dos partos. Oblíquo ou inclinado: quando cruzadas. É a fase de transição da Importante Equilíbrio desses 3 fatores ↷ Realizado pelo enfermeiro bregma lambda situação fetal e que no momento do parto irá es- tabilizar em longitudinal ou transversa ↓ 3. APRESENTAÇÃO FETAL É a região fetal que se apresenta na área do es- treito superior da pelve. ➥A partir do 6º mês de gestação, devido a rota- ção axial, o feto se orienta para as porções inferi- ores do útero. ➥Refere se à porção do corpo fetal sentida pelo dedo de quem examina durante o toque vaginal Cefálica Pélvica Córmica Osso Occipital Sacro Escápula Ocorrência 96% 3% 1% Longitudinal Transversa * À situação transversa sempre corresponde a apresentação córmica. Duas apresentações podem ocorrer na situação longitudinal – a do polo cefá- lico e a do polo pélvico –, e se denominam, res- pectivamente, apresentação cefálica e apresenta- ção pélvica. * 4. ATITUDE FETAL Ou hábito fetal, é a relação das diversas partes do feto entre si. A flexão generalizada do feto é a mais adequada, graças à flexibilidade da coluna vertebral e à ar- ticulação occipitovertebral ➝ O que dá ao concepto a forma ovoide fetal * A atitude se modifica du- rante o TP, principalmente após a amniorrexe.* -•Apresentação cefálica x Atitude•- •Fletido, flexão generalizada ou vértice ➝ com o mento próximo à face anterior do tórax. •1º grau ou bregmáticas ➝ levemente afastado do tórax, sente-se a testa •2º grau ou de fronte ➝ sente-se o nariz •3º grau ou de face ➝ deflexão máxima, toca o mento. -•Apresentação pélvica x Atitude•- •Pélvico completo ou pelvipodálico ➝ feto sen- tado com as pernas cruzadas (B) acima do colo uterino. •Pélvico incompleto modo nádegas ➝ Nádegas apresentadas com as pernas estendidas (A) em direção a face •Pélvico incompleto modo de pé ➝ Uma (C) ou duas pernas apresentadas (D) -•Apresentação córmica x Atitude•- Essas podem ser algumas das distocias da apre- sentação córmica. 5. ALTURA DA APRESENTAÇÃO Durante a gravidez a apresentação fica afastada do estreito superior, não tendo relação direta com Transversa Longitudinal Oblíqua ← ← Mãe Parto vaginal não acon- tece em situação trans- versa Polo pélvico Polo cefálico Polo cór- mico: tronco e membros a bacia. No início do TP ou mesmo nos dias que o precedem, essa relação com a pelve materna ma- nifesta-se e distinguem-se os seus graus evoluti- vos. Assim, a altura da apresentação pode ser: • Alta e móvel ➝ a apresentação não entra em contato com o estreito superior • Ajustada ➝ a apresentação ocupa a área do es- treito superior • Fixa ➝ ao palpar, não se consegue mobilizar • Insinuada ➝ a maior parte da circunferência da apresentação ultrapassa o estreito superior Passagem pelo estreito superior do maior diâmetro da apresentação, ou seja, passagem do biparietal (cefá- lico) e bitrocanteriano (pélvico) Assinclitismo O normal da insinuação ocorre com uma equidis- tância entre a sutura sagital e o púbis ➥Sincli- tismo (B). Caso ocorra uma inclinação lateral de- nomina-se de assinclitismo = distocia. ➥Assinclitismo posterior (obliquidade de Litz- mann) (A): Quando a sutura sagital está próxima do Púbis; ➥Assinclitismo anterior (obliquidade de Nägele) (C): Quando a sutura sagital está mais aproximada do sacro. *Técnica de rebozo: lençol envolto da região sa- cral da mulher utiliza-se movimentos de alavanca. Plano de Lee Se baseia nas espinhas isquiáticas maternas que traçam a demarcação para orientação da altura do diâmetro da apresentação durante a insinuação. ➥Quando o bebê está mais acima do plano 0 chamamos de planos negativos. ➥Quando está abaixo do plano 0 chamamos de planos positivos. 6. POSIÇÃO FETAL É a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno. 7. VARIEDADE DE POSIÇÃO Relações entre os pontos da parte de apresenta- ção com os quatro quadrantes da pelve da mãe •Descreve se a variedade de posição com uma abreviatura com três letras: ➥A primeira letra refere se a parte da apresen- tação específica do feto: “O” ➥A segunda letra representa a localização da parte da apresentação no lado direito ou esquerdo da pelve materna “E” ➥A terceira letra refere se a parte anterior, pos- terior ou transversa: “A” (anterior) Exemplos: OEA ➝ Occipito esquerdo anterior OP ➝ Occipitopubiana MDP ➝ Mento direita posterior SDA ➝ Sacro direito anterior Apresentação Lado da Apresentação Localização da apresentação Occipital Direita Anterior Sacro Esquerda Posterior Mento Transversa Escápula ou Acrômio Posição esquerda ou 1ª posição Posição direita ou 2ª posição Insinuação ou encaixamento Posterior - P Anterior - A Transverso - T OEA – Occipito Esquerda Anterior DIAGNÓSTICO DAS APRESENTAÇÕES 1 – Palpação abdominal Manobra de Leopold Zwei- fel – Utilizado no pré-natal 2 – Exame vaginal durante o TP observa dilatação (cm, apagamento), se a bolsa está íntegra ou rom- peu, variedade de posição, altura da apresentação 3 – Ausculta - Reforça os resultados da palpação e do toque, acompanha a descida. Trajeto O trajeto ou canal da parturição estende-se do útero à fenda vulvar. Nele há 3 estreitamentos anulares: o orifício cer- vical, o diafragma pélvico (urogenital) e o óstio vaginal (fenda vulvovaginal). Constituído por partes duras e partes moles: Trajeto mole Segmento uterino inferior Colo uterino Vagina Região vulvo - perineal PELVE ÓSSEA Existem 4 tipos de pelves, são: Ginecoide (mais favorável) Antropoide (favorável) Androide (pelve masc.)Platipeloide (distocia na insinuação) *Não se utiliza a pelvimetria, estudos comprovaram que o estreito superior não é relevante. *Só se descobre uma desproporção, ou seja, cefa- lopélvica na hora do parto quando a mulher tem toda a dilatação e avalia-se o partograma. TECIDOS MOLES Uma das estruturas que mais influencia no parto é o colo/cérvice que irá dilatar através do meca- nismo do hormônio relaxina que promove um amo- lecimento das articulações, provocando remodela- mento do tecido conjuntivo. ➥Apaga e dilata o colo uterino ➝Os músculos do assoalho pélvico ajudam o feto a girar no mecanismo do parto, enquanto atra- vessa. ➝O canal vaginal também precisa se expandir para acomodar o feto durante o parto. Motor – Contratilidade Uterina É o fenômeno mais importante do TP, indispensá- vel para realizar a dilatação do colo e expulsão do feto. ➥A mulher deve realizar a “espremedeira- puxo” na hora da contração. Podem ser registradas em gráfico (tocometria) – realiza um traçado servindo para diagnóstico e tra- tamento de desvios dinâmicos e ainda permite a interpretação dos padrões de frequência cardíaca fetal. Trajeto duro Bacia óssea -•Análise da pressão intrauterina•- A atividade uterina é o produto da intensidade das contrações pela sua frequência, expressando o re- sultado em mmHg/10 min ou Unidades Montevi- déu (UM); e o trabalho uterino realiza certa fun- ção, como, por exemplo, dilatar o colo de 2 para 10 cm, corresponde à soma das intensidades de todas as contrações responsáveis por essa tarefa (mmHg). Dinâmica uterina: mão espalmada no fundo ute- rino contando quantas contrações (abdômen con- trai, tônus muscular) ocorrem dentro de 10 min e a duração dessa contração. A intensidade de con- trações resulta em uma média aritmética: 40"+40" + 40" 3 Cardiotocografia: ↳ BCF: analisa se o bebê (120 a 160 bpm) está em sofrimento fetal, por exemplo. ↳ Dinâmica uterina: o ápice revela o momento de uma contração, quanto mais alto, mais forte foi a contração. -•Evolução da contratilidade no ciclo gestatório•- GRAVIDEZ Até 30 semanas de gestação, a atividade uterina é muito pequena, inferior a 20 UM, são indolores e com pequenas durações. Entre 28 a 32 semanas surgem as contrações de Braxton Hicks, de baixa frequência não são coor- denadas até 2 contrações/h. Intensidade média de 2 mmHg. PRÉ-PARTO Após 30 semanas, a atividade uterina aumenta va- garosa e progressivamente. Nas últimas 4 semanas (pré-parto) a atividade é acentuada, observando- se, em geral, contrações de Braxton-Hicks mais intensas e frequentes. Se aproxima de 8 mmHg. PARTO Desenvolvimento das contrações uterinas doloro- sas e rítmicas que condicionam a dilatação cervi- cal, iniciando-se quando atinge 2 cm e contrações de 80 e 120 mmHg. A postura assumida pela paciente tem importância expressiva na contratilidade uterina. O decúbito la- teral, em 90% dos casos, aumenta a intensidade e diminui a frequência. No período expulsivo, a frequência atinge 5 con- trações em 10 min e a intensidade 50 mmHg. Caso esse número ultrapasse a mulher corre risco de ruptura uterina, sofrimento fetal. ⇣ Nessa fase ocorre o puxo que é uma pressão, pela musculatura do abdômen, maior no períneo e a necessidade de empurrar como se fosse evacuar. ↳Os puxos têm intensidade média de 50 mmHg. Em partos normais a atividade uterina varia de 100 a 250 UM. 24h após, as contrações diminuem. -•Funções•- Manutenção da gravidez ↳Bloqueio progesterônico – Mantém a gravidez; impede o descolamento da placenta, não só du- rante a gravidez, como também no ambiente hostil, da parturição, por meio da progesterona que diminui a sensibili- dade do miométrio ao es- tímulo contrátil. Dilatação do istmo e do colo uterino ↳A contração encurta o colo uterino e exerce tra- ção que se expande, e no colo que se apaga e dilata progressivamente Descida e expulsão do feto ↳Ao encurtamento do corpo uterino, o feto é em- purrado através da pelve e o expulsam para o exterior, com a sincronização das contrações faci- litando a progressão do feto. Descolamento da placenta ou delivramento ↳Após o nascimento do bebê ainda há expulsão da placenta. O corpo uterino se retrai e promove 2 ou 3 contrações para descola-la do corpo. Hemóstase puerperal ↳A atividade uterina pós-parto é indispensável na prevenção da hemorragia no sítio placentário. A hemóstase depende do tônus uterino, das contra- ções e da retração das fibras musculares.
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