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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO

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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO
Contexto 
Tipos de fraturas mais frequentemente vistos nos 
serviços de emergência. 
Cerca de 90% das mortes pré-hospitalares relacionadas 
ao trauma envolvem lesão cerebral. 
Aproximadamente 75% apresentam trauma leve; 15% 
trauma moderado; 10% trauma grave. 
 
Vítimas sobreviventes comumente apresentam dano 
neurofisiológico. 
 
Objetivo do tratamento dos doentes com suspeita de 
TCE grave: 
- Prevenir lesão cerebral secundária; 
- Fornecer oxigenação adequada; 
- Manutenção de pressão arterial suficiente para garantir 
a perfusão do cérebro. 
 
Avaliação: 
- ABCDE; 
- Identificação de lesões de massa que necessitem de 
intervenção cirúrgica: TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA imediata. 
 
OBS: A obtenção da TC nunca deve retardar a 
transferência do doente para um centro de trauma capaz 
de realizar intervenção neurocirúrgica imediata e 
definitiva. 
 
Sempre que possível, consultar precocemente um 
neurocirurgião. 
 
ANATOMIA 
 
 
 COURO CABELUDO 
Irrigação abundante; em caso de lesão, há perdas 
sanguíneas maciças, podendo levar ao choque 
hemorrágico. 
 
 CRÂNIO 
Fossa anterior: lobos frontais 
Fossa média: lobos temporais 
Fossa posterior: porção inferior do tronco cerebral e 
cerebelo. 
 
 
 MENINGES 
DURA-MÁTER 
Membrana resistente e fibrosa. Aderida à superfície 
interna do crânio. 
Em locais específicos, divide-se em 2 superfícies que 
envolvem grandes seios venosos (responsáveis pela 
drenagem venosa cerebral). 
- Seio sagital (linha média superior): drena para os seios 
bilaterais transverso e sigmoide. 
 
→ Laceração desses seios cavernosos podem resultar 
em hemorragia maciça. 
 
 
 
 Artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a 
superfície do crânio (espaço epidural). 
 
→ Fraturas cranianas acima dessas artérias podem 
lacerá-las e resultar em HEMATOMA EPIDURAL. 
A artérias meníngea média é o vaso mais 
frequentemente acometido. 
Hematoma em expansão pode causar deterioração 
RÁPIDA e MORTE. 
 
Hematomas epidurais: emergência com risco de 
morte. 
 
 
 
MEMBRANA ARACNOIDE 
Fina e transparente, não aderida. Existe um espaço 
potencial (espaço subdural). 
→ Veias que vão da superfície do cérebro para os seios 
venosos, no interior da dura-máter podem romper-se 
levando à formação do HEMATOMA SUBDURAL. 
 
 
 
 
PIA-MÁTER 
Firmemente aderida à superfície do cérebro. 
Líquido cefalorraquidiano preenche o espaço entre a 
aracnoide e a pia-máter (espaço subaracnóideo). 
→ Hemorragia para dentro desse espaço é 
frequentemente causada por contusões cerebrais ou 
trauma de grandes vasos na base do encéfalo – 
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA. 
 
 
‘ 
 ENCÉFALO 
CÉREBRO 
Composto pelos hemisférios esquerdo e direito. 
Hemisfério esquerdo: 
- Centros da linguagem em indivíduos destros e em 85% 
dos canhotos. 
Lobo Frontal: 
- Funções de execução; 
- Emoção; 
- Funções motoras. 
No lado dominante: expressão da fala (área motora da 
fala). 
Lobo Parietal: 
- Função sensorial; 
- Orientação espacial 
Lobo Temporal: 
- Funções da memória 
Lobo Occipital 
- Visão 
 
TRONCO CEREBRAL 
Constituído por mesencéfalo, ponte e bulbo. 
Mesencéfalo e parte superior da ponte: 
- Sistema ativador da formação reticular (estado de 
alerta). 
Bulbo: 
- Centros cardiorrespiratórios vitais. 
 
Mesmo pequenas lesões no tronco cerebral são capazes 
de gerar déficits neurológicos graves. 
 
CEREBELO 
- Coordenação 
- Equilíbrio 
 
Tenda do cerebelo divide a cabeça em compartimento 
supratentorial e infratentorial. 
 
O nervo oculomotor (III nervo craniano) passa ao longo 
da margem da tenda do cerebelo, podendo ser 
comprimido contra ela durante uma herniação do lobo 
temporal. 
Fibras parassimpátcas, que são constritoras das pupilas, 
repousam sobre a superfície do III nervo. 
→ A compressão dessas fibras durante a herniação 
causa dilatação pupilar devida à atividade 
parassimpática sem oposição. 
 
→ A região do cérebro que habitualmente hérnia através 
da incisura tentorial é a parte medial do lobo temporal – 
UNCUS. 
 
HERNIAÇÃO DO UNCUS 
Pode causar: compressão do trato córtico-espinhal 
(piramidal) do mesencéfalo. O trato motor cruza para o 
lado oposto do forame magno. 
→ Dilatação da pupila ipsilateral 
→ Hemiplegia contralateral. 
 
 
 
 
 
Raramente, a lesão de massa pode empurrar o lado 
oposto do mesencéfalo contra a margem da tenda do 
cerebelo, provocando hemiplegia e dilatação da pupila 
no mesmo lado do hematoma. 
 
 SISTEMA VENTRICULAR 
Sistema de espaços e aquedutos preenchido por LCR 
no interior do encéfalo. 
 
LCR é produzido constantemente nos ventrículos e é 
absorvido sobre a superfície do encéfalo. 
→ Sangue presente no LCR pode prejudicar a 
reabsorção; produzindo AUMENTO DA PRESSÃO 
INTRACRANIANA. 
→ Edema e lesões de massa (hematomas) podem 
provocar obliteração ou desvio dos ventrículos que 
usualmente são simétricos. TC DE CRÂNIO. 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
Pressão Intracraniana 
PIC normal em estado de repouso: 10mmHg. 
Elevações da PIC podem reduzir a perfusão cerebral e 
causar ou exacerbar isquemia. 
 
Doutrina de Monro-Kellie 
Volume total do conteúdo intracraniano deve 
permanecer constante. 
Compensação intracraniana para massas em 
expansão: regulação de LCR e sangue venoso. 
 
Fluxo Sanguíneo Cerebral 
 
PPF = PAM – PIC 
 
O trauma cranioencefálico grave pode prejudicar a 
auto-regulação pressórica de tal modo que o cérebro 
fica incapaz de compensar adequadamente as 
mudanças na PPC. 
 
Se a PAM for muito baixa pode ocorrer isquemia e 
infarto e se a PAM for muito alta pode ocorrer inchaço 
com aumento da PIC. 
 
Os vasos cerebrais também contraem e dilatam em 
resposta a alterações na pressão arterial de oxigênio 
(PaO2) ou na pressão de dióxido de carbono (PaCO2) 
do sangue. 
 
A lesão secundária pode ocorrer por: 
1. Hipotensão 
2. Hipóxia 
3. Hipercapnia 
4. Hipocapnia iatrogênica 
 
Hematomas e outras lesões que aumentam o volume 
intracraniano devem ser precocemente evacuadas – 
manter PAM normal e restaurar oxigenação e 
normocapnia. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES 
CRANIENCEFÁLICAS 
- Gravidade da Lesão 
 
Escala de Coma de Glasgow 
 
 
 
Gravidade 
- LEVE: 15-13 
 
- MODERADA: 12-9 
 
- GRAVE: < 8 
 
 
- Morfologia 
FRATURAS DE CRÂNIO 
Podem ocorrer na calota ou na base do crânio. Podem 
ser lineares ou estreladas e abertas ou fechadas. 
TC com “janela” para osso: identificação das fraturas. 
 
Sinais clínicos da fratura de base de crânio: 
1. Equimose Periorbital (sinal do guaxinim) 
2. Equimose retroauricular (sinal de Battle) 
 
3. Fístula liquórica atrvés do nariz (rinorreia) ou 
ouvido (otorreia) 
4. Disfunção do VII e VIII nervos cranianos (paralisia 
facial e perda da audição). 
 
Fraturas de base de crânio que atravessam o canal 
carotídeo podem lesar as artérias carótidas 
(dissecção, pseudoaneurisma, trombose) e deve-se 
considerar a realização de arteriografia cerebral 
(angioTC [ATC] ou por cateterismo arterial). 
 
LESÕES INTRACRANIANAS 
- Difusas 
Variam de concussões leves, nas quais a TC é norma, 
até lesões hipóxicas isquêmicas graves. 
Com concussões, o doente tem um distúrbio 
neurológico não focal transitório que frequentemente 
inclui perda de consciência. 
Lesões difusas graves resultam mais frequentemente 
de agressão hipóxica isquêmica ao cérebro devido a 
choque prolongado ou apneia que ocorrem 
imediatamente após o trauma. Nesses casos, a TC 
pode ser inicialmente normal ou o cérebro aparece com 
inchaço difuso com perda de distinção normal entre 
cinza e branco. 
Outro padrão difuso inclui lesões por cisalhamento 
(LAD – lesão axonal difusa), comuns em impactos de 
alta velocidade ou em lesões por desaceleração. Pode 
produzir hemorragias pontilhadas por todos os 
hemisférios cerebrais, síndrome clinica de lesão 
cerebral grave.- Focais 
HEMATOMAS EPIDURAIS 
Relativamente raros. 
Adquirem a forma biconvexa ou lenticular à medida 
em que empurram a dura aderente em direção oposta 
à tábua interna do crânio. 
Frequentemente localizadas na região temporal e 
temporoparietal. 
Habitualmente resultam de da ruptura de artéria 
meníngea média. 
Geralmente têm origem arterial, porém, podem 
também resultar de ruptura de seio venoso importante 
ou sangramento da fratura de crânio. 
Intervalo lúcido: apresentação clássica. 
 
 
 
 
 
 
HEMATOMA SUBDURAL 
Mais comuns que os hematomas epidurais. 
Ocorrem frequentemente por dilaceração de vasos 
superficiais pequenos ou vasos ponte do córtex 
cerebral. 
Apresenta forma do contorno do cérebro. 
O comprometimento cerebral subjacente ao hematoma 
subdural costuma ser muito mais grave do que nos 
hematomas epidurais devido à presença de lesão 
parenquimatosa concomitante. 
 
 
 
 
 
CONTUSÕES E HEMATOMAS INTRACEREBRAIS 
Bastante comuns. 
A maioria ocorre nos lobos frontal e temporal, 
embora possam ocorrer em qualquer parte do cérebro. 
As contusões podem, em um período de horas ou dias, 
evoluir para forma de hematoma intracerebral ou 
uma contusão coalescente com efeito de massa 
suficiente para exibir evacuação cirúrgica imediata. 
Doentes com contusão devem ser submetidos a TC 
repetidas para avaliar as mudanças nos padrões da 
contusão nas 24 horas após a TC de crânio inicial. 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
TCE LEVE (TCEL) 
(Escore na GCS 13-15) 
 
História: 
✔ Desorientação 
✔ Amnésia 
✔ Perda transitória de consciência em um doente que 
está consciente e falando 
 
A história de perda de consciência frequentemente é de 
difícil confirmação e muitas vezes o quadro fica confuso 
pela coexistência de abuso de álcool ou de outros 
tóxicos. 
 
SEMPRE pensar em lesão cerebral; não atribuir outras 
causas de alteração de estado mental até que a lesão 
seja excluída. 
 
Prognóstico: 
- A maioria evolui com recuperação sem 
intercorrências. 
- Apenas cerca de 3% desses pacientes apresentam 
piora inesperada que resulta em disfunção neurológica 
grave, a menos que a deterioração do estado mental 
seja detectada precocemente. 
 
Avaliação Primária: ABCDE. 
A avaliação secundária é de extrema importância na 
avaliação dos doentes com TCEL. 
1. Identificar o mecanismo da lesão – atenção ao 
quadro de perda de consciência, incluindo tempo de 
duração de estado não responsivo, qualquer episódio 
de convulsão e o nível subsequente do estado de 
consciência. 
 
2. Determinar a duração da amnésia – tanto retrógada 
(antes do trauma) quanto anterógrada (depois do 
trauma). 
 
 3. Realizar exame seriado e documentação do escore 
GCS em TODOS os pacientes com escore < 15 na 
GCS. 
 
- Realizar(obrigatoriamente) Tomografia 
Computadorizada/Alto Risco para Lesão Cerebral 
→ Suspeita clinica de fratura exposta de crânio ou com 
afundamento; 
→ Pacientes com qualquer sinal de fratura de base de 
crânio(hemotímpano, olhos de guaxinim, otorreia ou 
rinorreia de LCR, sinal de Battle); 
→ Pacientes com episódio de vômito (> 2 episódios); 
→ Pacientes > 65 anos; 
→ Escore na GCS < 15 até duas horas após o trauma; 
 
 
- Pensar em realizar Tomografia 
Computadorizada/Risco Moderado para Lesão 
Cerebral 
→ Paciente apresentou perda de consciência > 5 
minutos; 
→ Amnésia retrógada por mais de 30 minutos (fatos 
anteriores ao impacto); 
→ Mecanismo de trauma importante (atropelamento, 
ejeção, queda de altura maior do que 1 metro ou 5 
degraus). 
 
Em caso de: 
- Anormalidades na TC ou, 
- Doente continua sintomático/neurologicamente 
anormal 
CONDUTA: 
1. Hospitalização + parecer do neurocirurgião. 
 
Em caso de: 
- Doente assintomático 
- Completamente alerta/neurologicamente normal 
CONDUTA: 
1. Observação por algumas horas + reexaminar. 
Se continuar normal → ALTA HOSPITALAR. 
 
Na alta, o doente deve permanecer sob os cuidados de 
um acompanhante que possa o observar durante as 
próximas 24 horas. 
Tanto o doente como o acompanhante são orientados 
de acordo com um protocolo de instruções – paciente 
deve retornar ao serviço de emergência em caso de 
cefaleia, declínio do estado mental ou se houver 
desenvolvimento de déficits neurológicos focais. 
 
TCE MODERADO 
(Escore CGS 9-12) 
 
Cerca de 15% dos doentes com TCE apresentam 
gravidade moderada. Destes, aproximadamente 20% 
tem risco de evoluir com coma. 
 
✔ Paciente é ainda capaz de obedecer ordens simples; 
✔ Apresentam algum tipo confusão ou sonolência; 
✔ Pode apresentar déficit neurológico focal – 
hemiparesia. 
 
- Realizar exame neurológico seriado para avaliação 
destes pacientes. 
 
Assegurar a estabilidade cardiopulmonar antes da 
avaliação neurológica. 
 
CONDUTA: 
1. Tomografia Computadorizada 
→ TODOS os pacientes com TCE moderado. 
2. Neurocirurgião precisa avaliar. 
3. Hospitalização: 
Observação em UTI ou unidade semelhante capaz de 
observação rigorosa de cuidados de enfermagem e 
frequente reavaliação neurológica nas primeiras 12-24 
horas. 
4. Monitorar via aérea e estado respiratório – pode 
haver piora rápida com hipoventilação decorrente do 
declínio do estado mental: intubação urgente pode se 
tornar necessária. 
5. Exames sanguíneos devem ser solicitados. 
6. Hiperventilação moderada (PaCO2 32-35 mmHg). 
 
É recomendado seguimento com TC em 12 a 24 
horas se a TC inicial for anormal ou se há piora das 
condições neurológicas do doente. 
 
TCE GRAVE 
(Escore GCS 3-8) 
 
✔ Incapaz de obedecer a comandos simples mesmo 
após estabilização cardiopulmonar. 
 
CONDUTA 
→ Admissão em serviço hospitalar que possa fornecer 
tratamento definitivo (neurocirurgião) 
→ Estabilização cardiopulmonar precoce. 
 
Prioridades na Avaliação Inicial e Triagem de 
Doentes Portadores de Trauma Craniencefálico 
Grave 
1. Paciente comatoso: reanimação (ABCDEs) 
 
2. Estabilizar pressão e realizar exame neurológico; 
caso não seja possível estabilizar PA, o exame 
neurológico deve ser realizado e a hipotensão 
documentada. 
 
3. Se PAS não pode ser elevada > 100mmHg: 
prioridade é estabelecer a causa da hipotensão; neste 
caso, submeter o paciente a LPD ou USG no serviço 
de emergência e poderá necessitar de transferência 
para sala de operação para laparotomia. Após a 
laparotomia, é realizada a TC de crânio. Em caso de 
evidência clínica de massa intracraniana: realizar 
perfuração diagnóstica com broca, ou craniotomia na 
SO enquanto se realiza a laparotomia. 
4. Se após reanimação a PAS > 100mmHg e o doente 
apresentar evidência clínica massa intracraniana 
(pupilas anisocóricas, exame motor assimétrico): 
realizar TC de crânio. 
A LPD ou FAST pode ser realizada no SE, na área de 
TC ou na SO, mas a avaliação e tratamento 
neurológicos não devem ser retardados. 
 
5. Em caso de PAS que após correção tende a diminuir 
vagarosamente: realizar TC imediata. 
 
 
 
→ Avaliação Primária e Reanimação 
VIA AÉREA E VENTILAÇÃO 
• Intubação endotraqueal precoce 
• Ventilação com oxigênio a 100% até que seja colhida 
gasometria e sejam feitos ajustes. 
• Monitorar oximetria de pulso ( Sat. O2 > 98% - ideal) 
• Manter PaCO2 em 35mmHg (parâmetros 
respiratórios). 
 
CIRCULAÇÃO 
- Paciente hipotenso: 
• Estabelecer normovolemia: 
1. Produtos de sangue, sangue total ou soluções 
isotônicas – SOLUÇÃO SALINA ISOTÔNICA OU 
RINGER LACTATO. 
Não utilizar fluidos hipotônicos. 
 
Investigar fonte primária da hipotensão – lembrar que 
hipotensão não é consequência da lesão cerebral 
por si só, exceto em estágios terminais, quando 
sobrevém a insuficiência medular ou quando existe 
lesão de medula espinhal concomitante. 
 
OBS: exame neurológico do doente hipotenso não é 
confiável. 
 
EXAME NEUROLÓGICO 
Estado cardiopulmonar deve estar estabilizado para 
que o exame neurológico seja realizado. 
 
1. Escoreda Escala de Coma de Glasgow. 
2. Reposta Pupilar 
3. Buscar déficit neurológico localizado/focal 
 
Deve-se reconhecer a presença de fatores de confusão 
na avaliação do doente portador de trauma 
cranioencefálico, incluindo a utilização de drogas, 
álcool e substâncias intoxicantes bem como outras 
lesões associadas. 
 
Sedativos e relaxantes musculares só podem ser 
administrados após realização do exame neurológico. 
OBS: Não se deve utilizar relaxantes musculares de 
longa duração e sedativos durante a avaliação 
primária. 
 
A sedação deve ser evitada – exceto em casos de 
agitação de alto risco. 
Agentes de curta duração podem ser usadas para 
intubação endotraqueal. 
 
Estado pós-ictal (se segue a uma convulsão): piora a 
resposta do doente por minutos ou horas. 
No doente comatoso, a resposta motora pode ser 
produzida beliscando o músculo trapézio; 
pressionando o leito ungueal ou pressionando a 
região supraorbitária. 
 
- Reflexo óculo-cefálico 
Olhos de boneca: o se girar a cabeça do paciente num 
sentido, os olhos movimentam-se no sentido oposto. 
- Reflexo óculo-vestibular 
Prova calórica: ao se elevar a cabeceira do leito 30 
graus do plano horizontal, os canais semicirculares 
laterais ou horizontais ficam na posição vertical. 
Irrigando-se devagar e cuidadosamente um ouvido com 
água gelada, que provoca um movimento de 
convecção da endolinfa mimetizando rotação da 
cabeça, os olhos desviam-se para o lado do ouvido 
estimulado. 
- Reflexo corneal 
O leve toque da córnea com uma mecha de algodão 
provoca um piscar bilateral. 
 
TODOS estes reflexos devem ser referidos ao 
neurocirurgião. 
 
→ Avaliação Secundária 
• Exames seriados (GCS, lateralização e resposta 
pupilar) para detectar piora neurológica. 
 
• Herniação de uncus: sinal precoce bem conhecido. 
- Midríase pupilar 
OBS: trauma direto do olho também pode ocasionar 
resposta pupilar anormal. 
 
 
PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS 
• Tomografia Computadorizada de Crânio 
Na urgência: realizar após estabilização 
hemodinâmica. 
 
Repetir: sempre que houver mudança no estado 
clínico e rotineiramente durante as 24 horas após o 
trauma naqueles com contusão ou hematoma à TC 
inicial. 
 
Achados: 
- Inchaço do couro cabeludo; 
- Hematoma subgaleal na região do impacto; 
- Fraturas de crânio (melhoras vistas em janela para 
osso) 
 
CRUCIAIS: 
- Hematoma intracraniano; 
- Contusões 
- Desvios de linha média (efeito de massa); 
- Obliteração das cisternas da base. 
 
Deve-se ter cautela ao avaliar doentes com lesão 
cerebral traumática que se encontram anticoagulados 
ou fazendo uso de antiagregante plaquetário. 
• RNI e TC devem ser realizadas rapidamente quando 
indicadas nesses doentes – DEVE-SE REVERTER A 
ANTICOAGULAÇÃO DESSES DOENTES 
 
 
RNI 
O tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da 
protrombina (TAP) e seu derivado índice internacional 
normalizado, também conhecido como razão 
normalizada internacional (IIN, RNI ou INR), são 
medidas laboratoriais para avaliar a via extrínseca da 
coagulação. 
Em outras palavras, é um exame usado para 
determinar a tendência de coagulação do sangue. 
 
 
 
TRATAMENTO CLÍNICO 
• Fluidos Intravenosos 
Sangue e produtos do sangue devem ser 
administrados conforme necessidade – evitar 
hipovolemia. 
NÃO usar líquidos hipotônicos. 
Utilizar solução salina ou ringer lactato. 
 
• Monitorar níveis séricos de sódio 
Hiponatremia está associada a edema cerebral. 
 
• Hiperventilação 
Normocapnia é preferida na maioria dos casos. 
Manter PaCO2 em 35mmHg. 
 
Curtos períodos de hiperventilação são aceitáveis, se 
necessários, em casos de déficit neurológico agudo, 
enquanto outras medidas terapêuticas são iniciadas. 
 
A hiperventilação reduz a PIC em doentes que estão 
deteriorando com hematoma intracraniano em 
expansão até que a craniotomia de emergência seja 
realizada. 
 
• Manitol 
Utilizado para reduzir PIC. 
Usualmente: solução a 20% (20g de manitol em 100mL 
de solução). 
NÃO deve ser usado em pacientes hipotensos (não 
reduz a PIC nestes casos e possui ação de diurético 
osmótico potente). 
 
Indicação em doente normovolêmico: déficit 
neurológico agudo – midríase, hemiparesia, perda de 
consciência enquanto o doente está sendo observado. 
Nestas condições, usar de 1g/kg rapidamente (por 5 
minutos) administrado em bolus e o doente deve ser 
transportado imediatamente para realizar TC ou 
encaminhado diretamente para sala de cirurgia no caso 
da lesão causadora já ter sido identificada. 
 
• Solução Salina Hipertônica 
Também é utilizada para reduzir PIC. 
Concentrações de 3 - 23,4% e esse pode ser o agente 
preferível pra se usar em doentes HIPOTENSOS, pois, 
não age como diurético. 
 
• Barbitúricos 
Eficientes na redução da PIC refratária a outras 
medidas (2º escolha). 
NÃO devem ser usadas na presença de HIPOTENSÃO 
ou HIPOVOLEMIA. 
Frequentemente produz hipotensão. 
Não está indicado na fase aguda. 
 
• Anticonvulsivantes 
As convulsões agudas podem ser tratadas com 
anticonvulsivantes. 
Fenitoína e fosfenitoína. 
Dose de ataque em adultos: 1g EV com velocidade 
não superior a 50 minutos. 
Dose de manutenção: 100mg/8horas. 
 
BZD (diazempam e lorazepam) são usados além da 
fenitoína em doentes com convulsões prolongadas (30-
60min), até a parada da convulsão. 
 
OBS: relaxantes musculares não são utilizados para o 
tratamento de convulsões. 
No doente que foi tratado com terapia anticonvulsivante 
após quadro de convulsão testemunhada, deve-se 
assegurar que seu quadro esteja sob controle antes de 
utilizar relaxante muscular (em casos necessários) – 
mascaram contrações musculares tônico-clônicas. 
 
TRATAMENTO CIRURGICO 
• Lesões de Couro Cabeludo 
- Inspecionar 
- Limpar/desbridar 
- Contenção de sangramento: 
compressão/cauterização 
- Fechar: suturas, clipes, grampeadores. 
- Hematoma subgaleal: investigar em TC/Raio-X para 
excluir fratura de crânio. 
 
OBS: presença de vazamento de LCR indica 
comprometimento da dura-máter – neurocirurgia. 
 
• Fratura com Afundamento de Crânio 
- Reduzida cirurgicamente se o grau do afundamento 
for maior do que a espessura da calota adjacente, ou 
se estiver exposta/contaminada. 
- Afundamento menos significativo: fechamento do 
couro cabeludo. 
- Utilizar TC para verificar grau de afundamento/excluir 
hematoma-contusão. 
 
• Lesões Intracranianas de Massa 
- Neurocirurgia. 
- Trepanação por médico que não seja neurocirurgião: 
casos extremos – não houver possibilidade de 
conseguir o tratamento definitivo por um neurocirurgião. 
 
• Ferimentos Encefálicos Penetrantes 
- Realizar TC 
- Radiografias simples: podem ser úteis na avaliação 
da trajetória do projétil, e na presença de grandes 
corpos estranhos e ar intracraniano (se TC disponível, 
a Rx é dispensável). 
- AngioTC ou angiografia convencional: ferimento 
penetrante ou trajetória do projétil é próxima ou através 
de um seio venoso dural maior ou a base do crânio; 
ferimento penetrante envolvendo as regiões 
orbitofascial ou pterional (identificar aneurisma ou 
fístula arteriovenosa). 
- RNM: útil em casos de avaliação de ferimentos por 
objetos de madeira/não magnéticos. 
- Realizar ANTIBIOTICOPROFILAXIA: doentes 
portadores de de ferimentos encefálicos penetrantes. 
 
Os objetos que penetram o compartimento 
intracraniano ou a fossa infra-temporal e estão 
exteriorizados NÃO devem ser retirados até que sejam 
excluídas possíveis lesões vasculares. 
 
OBS: hematoma subaracnoide importante ou 
hematoma tardio também devem induzir realização de 
exame vascular por imagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MORTE CEREBRAL 
Certas condições podem imitar o 
aparecimento de morte cerebral – 
hipotermia e coma barbitúrico.Diagnóstico: só deve ser considerado 
depois da normalização de todos os 
parâmetros fisiológicos e se não houver 
risco de que o SNC possa estar sob efeito 
de medicamentos.

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