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Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez Urologia História – Visão Geral • Ambiente, sala de espera, posicionamento médico-paciente, linguagem não verbal, nível de compreensão do paciente e presença de um familiar ou amigo Queixa Principal • Motivo da busca pela assistência, e é quando o médico começa a pensar num diagnóstico diferencial. É importante saber que os pacientes com algum tipo de lesão renal podem apresentar queixas que não guardam relação direta com os rins ou trato urinário. O órgão vai sendo lesado insidiosamente até surgir grave degradação da função renal. As manifestações são variáveis, incluindo: • Alterações da micção e do volume • Alterações na cor da urina • Dor • Edema • Febre • Calafrios Abordando as alterações da Micção e Volume... Para analisar as alterações precisamos saber quais os parâmetros de normalidade, sendo eles: • Eliminar entre 700 -2000 ml de urina/dia • Capacidade da bexiga normal: 400 – 600ml • Reflexo para esvaziar: quando atinge 200ml → Oligúria: Diminuição na produção de urina. • Diurese > 400ml/dia ou menos de 20ml/hora. (↓ volume) Pode decorrer de: Redução do fluxo sanguíneo renal (desidratação, hemorragia, IC) e Lesões renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda) →Anuria: Ausência de produção e eliminação da urina • Volume urinário < 100ml/hora Ocorre em: Obstrução bilateral das artérias renais, Obstrução bilateral dos ureteres, necrose cortical bilateral, IRA grave. → Poliúria: Micção excessiva • Volume urinário > 2500ml/dia Mecanismos desencadeantes: • Diurese osmótica= um volume maior de solutos é excretado, levando à necessidade de maior excreção de água. (ex. DM descompensado) - O efeito osmótico da glicose nos túbulos renais diminui a reabsorção tubular de líquido, então o paciente vai apresentar glicosúria nos túbulos renais, atraindo toda a água que deveria ser reabsorvida • Incapacidade de concentração urinária (ex. diabetes insípido, hipopotassemia) Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez → Disúria: Sensação de dor, ardor, ou desconforto ao urinar Ocorre em: Cistite, Prostatite, Uretrite, Traumatismo genitourinário, Irritantes uretrais, Reação alérgica →Polaciúria: Aumento da frequência miccional • Intervalo entre micções > 2h, sem aumento do volume urinário Ocorre em: Infecção, Litíase, Obstrução, Alterações neurológicas →Hesitação: Há um intervalo maior para que apareça o jato urinário, o paciente precisa fazer esforço Indica: obstrução do trato de saída da bexiga História da Moléstia Atual • Temporalidade, Gravidade, Natureza, fatores de agravamento e de alívio, por á prova o diagnóstico diferencial proposto na QP. Dor É importante saber: a Localização, Natureza-qualidade, Início, Duração, Irradiação, Episódios semelhantes prévios, Sinais e sintomas concomitantes, Fatores de melhora e de piora. - Pode ver a intensidade pela escala de dor (de 1 a 10) → DOR GENITURINÁRIA • É uma distensão decorrente de obstrução: Ureterolitíase • Inflamação: Pielonefrite • Fisiologia= Liberação de prostaglandina e quimiocinas. Estimulação nociceptiva dos nervos. Amplificação e atenuação dos sinais: atuação de medicações nos agentes quimioneurais ou receptores. Dor aguda e crônica. → DOR RENAL • É uma dor em cólica ou contínua. Que Irradia pelo flanco em direção a linha média abdominal ou para o escroto ou grandes lábios. •é localizada no ângulo costo-vertebral e inferior a 12ª costela → DOR URETRAL • Ocorre obstrução aguda, localizada no quadrante inferior ipsilatreal. Devido ao acúmulo de prostaglandinas, Espasmo, acúmulo de ácido lático, acionamento de fibras A e C na parede uretral, raiz de T11- L1. •Pode ocorrer obstrução parcial ou gradual que pode não causar dor • Irradiação para o escroto ou pênis. • Sintomas irritativos de esvaziamento nas obstruções agudas distais → DOR VESICAL • Decorre de irritação envolvendo a região do trígono e do colo vesical. É uma dor suprapúbica que melhora após micção. •Estrangúria •Pontadas ao final da micção. → DOR PROSTÁTICA • Inflamação: prostatite Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez •Dor pélvica profunda: difícil de caracterizar, frequentemente referida como dor retal. • Sintomas irritativos de esvaziamento →DOR PENIANA •Quando Flácido: Parafimose, Lesões penianas ulceradas e dor referida • Quando ereto: Doença de Peyronie, priaprismo → DOR ESCROTAL • Pele: foliculite • Testículos-cordão: Epididimites, orquites (melhoram com suporte do testículo), Torção testicular: congestão vascular, varicocele (dor vaga, mais ao final do dia, pela congestão vascular) Hematúria Pode ser macroscópica ou microscópica. Vai importar a idade, sintomas irritativos, tabagismo, exposição a produtos químicos, afastar ITU (infecção do trato urinário). Duração do aparecimento, fatores associados. - Qual porção do jato surge com sangue - Coágulos Pode ser classificada de acordo com a intensidade, que auxilia a pensar na topografia da origem do sangramento. • Hematúria total= renal, ureteral, paredes da bexiga • Hematúria inicial= lesões entre a uretra distal e o colo vesical • Hematúria terminal=lesões do trígono vesical Luts • Bexiga e sua via de saída. • Obstrução: -PB, câncer de próstata obstrutivo, estenose de uretra, esvaziamento disfuncional, dissinergia detrusor- esfincteriana, fimose, estenose de meato. -Sensação de esvaziamento incompleto, aumento de frequência urinária, intermitência, jato fraco, esforço miccional. - A progressão pode ser lenta, fazendo com que muitos sintomas não sejam percebidos claramente. A obstrução crônica pode levar a sintomas irritativos. - Irritação: Frequência, urgência, disúria; bexiga hiperativa, cistite, prostatite, cálculos vesicais, câncer de bexiga; frequência elevada > 5-6 vezes por dia >2 vezes por noite. Esvaziamento incompleto, bexiga hiperativa ou poliúria? O diário miccional pode esclarecer. - Hesitação: retardo do início da micção - Gotejamento pós-micicional, esforço miccional Incontinência Urinária → Incontinência de estresse: Associada com qualquer atividade que decorra no aumento da pressão abdominal. Hipocontratilidade esfincteriana. O tratamento se dá com medidas que reforcem a resistência a saída de urina →Urge-incontinência: A perda coincide com a sensação de urgência. A bexiga pode Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez ser hiperativa, cistite, bexiga neurogênica, baixa complacência vesical. Trata-se com medidas para relaxar a bexiga. →Incontinência Mista: Urgência + perda associada a vasalva. Tratamento de uma causa, mas não da outra, pode exacerbar os sintomas →Contínua: Períneo continuamente úmido. Fistulas urinárias (cirurgia ginecol., radiação, parto traumático). Congênito (ureter ectópico – moiety do polo superior drenado ectópico. À noite, ao deitar retém urina, reduzindo a incontinência) →Pseudoincontinência: Condições que mimetizam a incontinência, secreção vaginal, fusão de grandes lábios →Transbordamento: Volume maior que a capacidade vesical, pressão maior que a resistência infra-vesical, mais a noite sem a atenção da vigília. Paradoxal, normalmente associada a obstrução infra-vesical →Funcional: Função vesical intacta, porém há um contexto que impede micção adequada- restrição ao leito, idade avançada. →Enurese: Incontinência durante o sono, normal até 3 anos, 15% das crianças até 5 anos, 1% dos jovens até os 5 anos, primária x sec. Disfunção Sexual Usualmente homens, mulherescom LUTS Disfunção Erétil Incapacidade em obter e manter a ereção suficiente para relação satisfatória. >50% dos homens > 40 anos. As causas são: vasculogênicas, neurogênicas, psicogênicas, endocrinológicas, efeitos adversos de medicações, D. Mellitus, anti- hipertensivos., antipsicóticos, medicações que afetam os níveis de testosterona. Perda de Libido Hipogonadismo: A perda de libido vem depois da redução do volume ejaculado. - Primário x Secundário - Avaliação de prolactina e gonadotrofina Ejaculação Precoce • <1 min (primária) - < 3min (adquirida) • Incapacidade em retardar a ejaculação + consequências pessoais negativas Anejaculação • Deficiência androgênica, denervação simpática, agentes farmacológicos, cirurgia de próstata, colo vesical. •Inibidores da 5-alfa-redutase (hipogonadotrofina) •Alfa-bloqueadores (ejaculação retrógrada) • Diabetes M. avançado Anorgasmia Psicogênico, uso de medicações, neuropatia periférica (do Diab. M.) Hematospermia Processo inflamatório inespecífico da próstata e vesículas seminais. Usualmente se resolve espontaneamente. Na persistência, excluir TB GU ou câncer. Pneumatúria Gás na urina. Fístula entero-vesical, D. Crohn, enterite, cirurgia ou irradiação recente, cistite enfisematosa Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez Descarga Uretral IST Febres e Calafrios Atenção para a acurácia da obtenção da temperatura. Correlaciona-se com a gravidade e topografia da infecção. Sintomas Constitutivos Febre, calafrios, suor noturno, anorexia, perda de peso, fadiga, letargia, TB GU, câncer de bexiga avançado. Performance status •Capacidade funcional. Atividades da vida diária. •Charlson Idex, ASA score, Karnofsky Antecedentes cirúrgicos Aderência, Obliteração de planos cirúrgicos. Cirurgia aberta X Laparoscópica Medicação Para diabetes. Uso de alfa-bloqueadores e anejaculação, anticoagulantes e hematúria. Exame Físico •Sinais Vitais (T, F.C, P.A, F.R, escala de dor) •Ectoscopia -Inspeção: Nível de dor, estresse, estado nutricional, socioeconômico, força e mobilidade geral, aspecto da pele e dentição, idade aparente x referida, estigma de doenças (estrias, exoftalmia, rigidez em roda deteada, ereção), fragilidade, hidratação. RINS Inspeção da pele para lesões. Retroperitônio, músculos psoas, diafragma, músculos oblíquos, peritônio, não visível, difícil palpar, exames bimanuais e punho- percussão. BEXIGA Ela vazia não é palpável, mas pode haver hipersensibilidade supra púbica ao se fazer a palpação. É um órgão pélvico, estende-se em direção ao umbigo conforme enchimento, percussão, exame bimanual (alfa-mobilidade) PÊNIS Pilificação, lesões da pele, presença do prepúcio. Estadiamento de tanner em crianças. Retrair o prepúcio. Localização do meato uretral (hipospadias e epidódicas). Placas palpáveis e doenças de Peyronie. Peri-uretrite e espongiofibrose. ESCROTO E SEU CONTEÚDO Pele do escroto - Tinea cruris, celulites, foliculites, pústulas, neoplasias Testículos - Tamanho, orientação, reflexo cremastérico; palpação: consistência firme e semelhante a uma borracha, palpar os epidídimos e deferentes; transiluminação; Valsalva (varicocele, hérnias) – examinar de pé. TOQUE RETAL -Tamanho da próstata, prostatites, rastreio de câncer de próstata, consistência da proeminência tenar, nódulos Habilidades Médicas V- Anne Caroline Maltez EXAME PELVICO FEMININO - Prolapsos, incontinência urinária, dispareunia, sangramento pela uretra ou vagina, massas vaginais anteriores. Perneiras. Presença de uma mulher durantes o exame. Inspeção externa: avaliar atrofia, erosões, úlceras, secreções, verrugas. Afastar grandes lábios e inspecionar o meato uretral. -Manobra de valsava, preferencialmente com a bexiga cheia. Inspecionar prolapso Meio especulo para inspeção da parede vaginal -Déficits genitais indicam lesão nos nervos sacrais e suas raízes. -Reflexo bulo-cavernoso (contração do esfíncter anal decorrente da compressão da glande ou clitóris). Arco reflexo envolvendo S2 e S4. POPULAÇÕES ESPECIAIS -Crianças, adolescentes, adultos jovens (perguntas direcionadas aos pais, adolescente precisa da privacidade, manobras dolorosas no final da consulta) -Idosos (Habilidade física e cognitiva reduzida, informação de familiares, acessibilidade no consultório) -Transgêneros- Gênero não binário (O estigma social pode afastá-lo dos cuidados médicos. O gênero é uma percepção pessoal. Usar pronomes neutros, registrar características sexuais primárias e secundárias, exame direcionado a suspeita concreta- como em outro paciente).
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