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CONFORMAÇÃO DE VOLUMES: LAMINAÇÃO E FORJAMENTO Processos de Fabricação Mecânica I Prof. Ivanilson Sousa da Costa 2020/2 LAMINAÇÃO Processo que modifica a seção transversal de um metal na forma de barra, lingote, placa, fio, tira etc., pela passagem entre dois cilindros com geratriz retilínea (laminação de produtos planos) ou contendo canais entalhados de forma mais ou menos complexa (laminação de produtos não planos). A distância entre os dois cilindros deve ser menor que a espessura inicial da peça metálica. Processo de transformação mecânica de metais mais utilizado porque apresenta alta produtividade e um controle dimensional do produto acabado que pode ser bastante preciso. 2 Laminação 3 La m in aç ão K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . Ilustração de processos de laminação e os produtos obtidos. 4 Laminação Laminação plana de uma chapa. LAMINAÇÃO O material é submetido a tensões compressivas elevadas, resultantes da ação de prensagem dos rolos e a tensões cisalhantes superficiais, resultantes do atrito entre os rolos e o material, responsáveis pelo ato de "puxar" o metal para dentro dos cilindros. A redução ou desbaste inicial dos lingotes em blocos, tarugos ou placas é realizada normalmente por laminação a quente. Depois dessa etapa, segue-se uma nova etapa de laminação a quente, para transformar o produto em chapas grossas, tiras a quente, vergalhões, barras, tubos, trilhos ou perfis estruturais. 5 Laminação LAMINAÇÃO A laminação a frio ocorre após a laminação a quente, produzindo tiras de excelente acabamento superficial, com boas propriedades mecânicas e controle dimensional bastante rigoroso. O trabalho a quente é a etapa inicial na conformação mecânica da maioria dos metais e ligas. Este não só requer menos energia para deformar o metal e proporcionar maior habilidade para o escoamento plástico, sem o surgimento de trincas, como também ajuda a diminuir as heterogeneidades da estrutura dos lingotes fundidos, isso devido às altas taxas de difusão presentes às temperaturas de trabalho a quente. 6 Laminação LAMINAÇÃO As bolhas de gás e porosidades são eliminadas pelo caldeamento destas cavidades, enquanto a estrutura colunar dos grãos grosseiros da peça fundida é quebrada e refinada em grãos equiaxiais recristalizados de menor tamanho. Geralmente a estrutura e propriedades dos metais trabalhados a quente não são tão uniformes ao longo da seção reta como nos metais trabalhados a frio e recozidos, já que a deformação é sempre maior nas camadas superficiais; o metal apresentará grãos recristalizados de menor tamanho nesta região. 7 Laminação LAMINAÇÃO Como o interior do produto estará submetido a temperaturas mais elevadas por um período de tempo maior durante o resfriamento do que as superfícies externas, pode ocorrer crescimento de grão no interior de peças de grandes dimensões, que resfriam vagarosamente a partir da temperatura de trabalho. A maioria das operações de trabalho a quente é executada em múltiplos passes ou estágios. 8 Laminação LAMINAÇÃO No lingotamento contínuo, produzem-se placas e tarugos diretamente da máquina de lingotar, evitando-se uma série de operações de laminação, em especial a laminação desbastadora, aquecimento do tarugo e outras. No lingotamento contínuo, ao invés de criar lingotes para posterior laminação, o aço líquido é vazado continuamente num molde que sai direto para o trem de laminação. Este processo já substituiu em muitas usinas siderúrgicas o convencional. 9 Laminação 10 La m in aç ão No lingotamento contínuo o metal é vazado segue diretamente para a etapa de laminação. LAMINADORES Um laminador consiste basicamente de cilindros (ou rolos), mancais, uma carcaça chamada de gaiola ou quadro para fixar estas partes, e um motor para fornecer potência aos cilindros e controlar a velocidade de rotação. As forças envolvidas na laminação podem facilmente atingir milhares de toneladas, portanto, é necessária uma construção bastante rígida, além de motores muito potentes para fornecer a potência necessária. 11 Laminação 12 La m in aç ão Cilindro laminador de grandes dimensões (até 300 t). Cilindros laminadores com canais. Usinagem de cilindro laminador. 13 Laminação Utilizam-se variadas configurações de cilindros de laminação (duo, trio, quádruo, Sendzimir, universal). Os cilindros de laminação são de aço fundido ou forjado, ou de ferro fundido, coquilhado ou não. Os cilindros são aquecidos pelo material laminado a quente e é de grande importância um resfriamento adequado deles, usualmente através de jatos de água. Os mancais servem de apoio a esses cilindros; eventuais deformações dessas peças provocariam variações dimensionais nos produtos, o que é altamente indesejável. 14 La m in aç ão K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . 15 Laminação À medida que se laminam materiais cada vez mais finos, há interesse em utilizar cilindros de trabalho de pequeno diâmetro. Como eles podem fletir, devem ser apoiados por cilindros de encosto, como os laminadores quádruos. Quando os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir tanto na direção vertical quanto na horizontal e devem ser apoiados para impedir a flexão em ambas as direções; um laminador que permite esses apoios é o Sendzimir. Outra configuração muito utilizada é a do trem de laminação, que consiste de uma série de laminadores alinhados permitindo alta produtividade. 16 La m in aç ão Trem contínuo de laminação de perfis H (esq.) e chapas (dir.). 17 La m in aç ão Trem contínuo para laminação de tubos com costura 18 La m in aç ão O laminador Sendzimir (fig. acima) reduz substancialmente as flexões dos cilindros devido aos apoios adicionais, o que não ocorre no laminador duo (fig. abaixo). 19 La m in aç ão Vista transversal de laminador Sendzimir. Arranjo 1-2-3-4 com 20 cilindros. Folhas de aço inox e aço-Si. Espessura = 5 a 50 μm. Tolerância = 1 a 5 μm. 20 Processo Manesmann Processo especial de laminação de tubos sem costura desenvolvido em 1885 pelos irmãos Manesmann, na Alemanha. O termo “sem costura” é aplicado para diferenciar dos tubos fabricados a partir de tiras que são deformadas e soldadas longitudinalmente formando, assim, tubos “com costura”. O processo Manesmann consiste na passagem de uma barra redonda maciça entre dois rolos de dupla conicidade e inclinados em relação ao sentido de passagem da barra. Essa inclinação dá origem a um momento torsor tangencial e a um avanço axial que, com o auxílio de um mandril, resulta num tubo sem costura. 21 Pr oc es so M an es m an n Processo de laminação de tubos sem costura. www.youtube.com/watch?v=leM92rqBRGU&ab_channel=GustavoSim%C3%A3o K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . 22 Processo Manesmann Após essa operação que é feita a quente, com o tarugo do aço aquecido a temperaturas na faixa de 1200 °C a 1300 °C, diversas operações são realizadas para ajustar os diâmetros externo e interno, acabamento superficial, precisão dimensional e microestrutura especificados para o produto. Por esse processo é possível a fabricação de tubos com diâmetro externo na faixa de 60 a 660 mm, com espessura de parede compreendida entre 3 e 125 mm e com comprimento de até 28 m. São fabricados tubos nas mais diversas especificações de aços, com aplicações principalmente em altas pressões. 23 Laminação de roscas Processo especial de laminação que consiste em conformar o arame laminado entre “pentes”, sobre os quais estão as ranhurasdos filetes, com a inclinação correspondente ao passo helicoidal desejado. O processo é realizado a frio, o que leva os filetes a terem alta resistência mecânica devido ao encruamento e também tensões residuais compressivas que se mantêm por não receber tratamento térmico posterior à laminação, melhorando, assim, a resistência a fadiga. A rosca laminada apresenta bom acabamento superficial. 24 Laminação de roscas www.youtube.com/watch?time_continue=25&v=8aJDndW-kh0&feature=emb_title&ab_channel=PictechLamina %C3%A7%C3%A3odeRosca Laminação de roscas com pentes tangenciais planos, utilizado na fabricação de parafusos de aços carbono, aços ligas, aços inoxidáveis, ligas de alumínio e de cobre. Precisão dimensional inferior às roscas usinadas. Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. 25 Roscas laminadas x roscas usinadas: morfologia Rosca usinadaRosca laminada Camêlo et al. (2015). Comparação da Resistência ao Cisalhamento de Roscas Internas Produzidas por Usinagem e por Laminação. 8° COBEF. Laminação de roscas 26 Laminação de roscas Esse processo é utilizado na fabricação de parafusos de aços ao carbono, de aços ligas, de aços inoxidáveis, de ligas de alumínio e de ligas de cobre. Comparativamente com a usinagem, que também pode ser usada para confecção das roscas em parafusos, esse processo é aplicado para fabricação em grandes quantidades (larga escala) visto o alto custo do ferramental e rapidez de conformação, observando, entretanto, que a precisão dimensional dos filetes das roscas é inferior àquela alcançada por usinagem. 27 Laminação transversal Operação usada para redução da seção de uma peça retangular ou cilíndrica pela passagem através de um conjunto de rolos que giram em direção oposta e que têm entalhes de acordo com as formas desejadas na peça. Esses entalhes causam fluxo plástico do material na direção paralela aos rolos de laminação. Os rolos não giram continuamente, mas rotacionam somente uma vez na parte da peça em que a deformação é desejada. Esse processo é aplicado como operação preliminar na fabricação do virabrequim. 28 La m in aç ão tr an sv er sa l K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . www.youtube.com/watch?v=z5DB7Jg1Hsk&ab_channel=TRANSVALORS.A. Ilustração de laminação transversal. 29 Laminação transversal Vista planificada da superfície do cilindro de laminação transversal e as mudanças promovidas na peça. Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. 30 Laminação de barras e perfis Barras de seção circular e hexagonal e perfis estruturais (vigas em I, calhas e trilhos) são produzidos em grande quantidade por laminação a quente com cilindros ranhurados. Laminadores para perfis estruturais, calhas e trilhos. 31 É um processo de conformação no qual um anel de parede espessa é deformado em um anel de parede fina e diâmetro maior. Conforme o anel é comprimido, o material deformado se alonga, fazendo com que o diâmetro do anel aumente. A laminação de anéis é geralmente executada a quente para anéis grandes e a frio para anéis menores. Os rolos laminadores não giram continuamente, mas rotacionam somente uma vez na parte da peça em que a deformação é desejada. Laminação de anéis 32 As aplicações incluem pistas de rolamentos de esferas e rolos, pneus de aço para rodas ferroviárias e anéis para tubos, vasos de pressão e máquinas rotativas. Existem várias vantagens da laminação de anéis sobre métodos alternativos para fabricação das mesmas peças: economia de matéria-prima, orientação ideal do grão para a aplicação e endurecimento por trabalho a frio. Laminação de anéis 33 Laminação de anéis Peça (1) Cilindro principal (4) Cilindro guia Cilindro axial (3) Cilindro interno (2) www.youtube.com/watch?v=aYYmzOYltsk&feature=emb_title&ab_channel=ArvindGaur%2FG7Consultant 34 É um processo de conformação a frio para produção de algumas engrenagens. A configuração da laminação de engrenagens é semelhante à laminação de roscas. Porém, a deformação do tarugo ou disco é orientada paralelamente ao seu eixo (ou em um ângulo, no caso de engrenagens helicoidais) em vez de em espiral como na laminação de roscas. As vantagens da laminação de engrenagens em comparação com engrenagens usinadas são semelhantes às da laminação de roscas: maiores taxas de produção, melhor resistência mecânica e resistência à fadiga, maior aproveitamento da matéria-prima. Laminação de engrenagens 35 www.youtube.com/watch?v=P89Y4Ht7SCs&ab_channel=TeskerMFG Etapas da laminação de engrenagens. Peça Rolo laminador Rolo laminador Neugebauer, Hellfritzsch, Lahl, Milbrandt, Schiller, Druwe (2013). Gear Rolling Process. Process Machine Interactions, 475–490. Etapa inicial da laminação Etapa de penetração Etapa de calibração Laminação de engrenagens 36 Defeitos de produtos laminados Geralmente são originados na fabricação do próprio lingote fundido. Vazios: locais no qual aparecem "buracos" no produto laminado. Este defeito pode ser oriundo de rechupes ou dos gases retidos no metal durante a fundição. Os vazios reduzem a resistência mecânica do produto. Gotas Frias: pingos de metal que se solidificam na parede da lingoteira, durante o vazamento do metal na fundição e quando o líquido chega neste ponto para preencher e formar o bloco que será laminado, adere ao mesmo e forma o defeito. 37 Defeitos de produtos laminados Trincas: rachaduras principalmente oriundas de temperaturas inadequadas quando o metal é laminado. Dobras: provenientes de reduções excessivas no qual um excesso de massa metálica ultrapassa os limites do canal e sofre recalque no passe seguinte. 38 Defeitos de produtos laminados Inclusões e segregações: oriundas do processo de fundição. Normalmente são óxidos, cinzas, escórias, pedaços da parede do forno de fundição, ou qualquer outro tipo de contaminação sólida inadequada no metal. Como resultado do trabalho mecânico, as partículas de segunda fase, inclusões, vazios e segregações tendem a assumir um formato análogo à deformação da peça como um todo. Se as partículas e inclusões são dúcteis e mais macias do que a matriz, assumem forma alongada (por exemplo, MnS). Forjamento é o nome genérico de operações de conformação efetuadas com esforço de compressão sobre um material dúctil, de tal modo que ele tende a assumir o contorno ou perfil da ferramenta de trabalho. Na maioria das operações de forjamento emprega-se um ferramental constituído por um par de ferramentas de superfície plana ou côncava, denominado matriz ou estampo. 39 Forjamento A maioria das operações de forjamento é executada a quente; contudo, uma grande variedade de peças pequenas, tais como parafusos, pinos, porcas, engrenagens, pinhões etc. são produzidas por forjamento a frio. O forjamento é categorizado em: forjamento em matriz aberta ou livre e forjamento em matriz fechada. 40 Forjamento Forjamento em matriz aberta ou livre: o material é conformado entre matrizes planas ou de formato simples, que normalmente não se tocam. O fluxo de metal não é confinado. É usado para fabricar peças de grandes dimensões acabadas que sejam grandes, com geometria simples e em pequena escala, por exemplo, eixos de navios e de turbinas, ganchos, correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas. 41 Forjamento em matriz livre Também é usado como primeira de uma série de etapas de forjamento, em que é conferido a um tarugo um formato ainda grosseiro, para facilitar a obtenção de um peça de geometria complexa por meio de forjamento em matriz fechada ou usinagem. 42 Forjamento em matriz livre 43 Fo rj am en to e m m at ri z liv re K im in am i; C astr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . Ilustração de algumas operações de forjamento livre. 44 Forjamento em matriz livre www.youtube.com/watch?v=j09J4DfkUfY&ab_channel=GustavoSim%C3%A3o 45 Fo rj am en to e m m at ri z liv re C et lin ; H el m an (2 01 5) . F un da m en to s da C on fo rm aç ão M ec ân ic a do s M et ai s. Estiramento da ponta de uma barra por forjamento em matrizes abertas. Forjamento em matriz fechada: o material é conformado entre duas metades de matriz que possuem, gravadas em baixo relevo, impressões com o formato que se deseja fornecer à peça. Permite a obtenção de peças e formatos complexos. A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semifechada, permitindo, assim, a produção de peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre. 46 Forjamento em matriz fechada 47 Ilustração do forjamento em matriz fechada. Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. Forjamento em matriz fechada 48 Exemplos de matrizes para forjamento em matrizes fechadas. Cetlin; Helman (2015). Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Forjamento em matriz fechada 49 Fo rj am en to e m m at ri z liv re K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . Etapas de forjamento em matriz para fabricação de uma biela. Comprimento da biela: ~20 cm. 50 Forjamento em matriz fechada www.youtube.com/watch?v=lPt3XPYcrdY&ab_channel=GustavoSim%C3%A3o Operações de forjamento em matriz para fabricação de peças diversas. No forjamento em matriz fechada, sem zona de escape, é fundamental a precisão na quantidade fornecida de material porque uma quantidade insuficiente implica falta de enchimento da cavidade e falha no volume da peça e um excesso de material causa sobrecarga no ferramental, com probabilidade de danos ao mesmo e ao maquinário. 51 Forjamento em matriz fechada Dada a dificuldade de dimensionar a quantidade exata fornecida de material, é mais comum empregar um pequeno excesso e para isso as matrizes são providas de uma zona oca na lateral especialmente projetada para recolher o material excedente ao término do preenchimento da cavidade principal. O material excedente forma uma faixa estreita (rebarba) em torno da peça forjada que exige uma operação posterior de corte (rebarbação) para sua remoção. 52 Forjamento em matriz fechada 53 Formação de rebarbas durante o forjamento em matrizes fechadas. Cetlin; Helman (2015). Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Forjamento em matriz fechada 54 Calha para evitar a extensão exagerada da rebarba. Cetlin; Helman (2015). Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Forjamento em matriz fechada Limitações: taxas de produção de 1 a 300 peças/h dependendo do tamanho; lotes economicamente viáveis são tipicamente > 10.000 peças; o custo do ferramental é alto e custo do equipamento também, com prensas de capacidade de até 33.000 t. Aspectos de projeto: a complexidade da peça é limitada pelo fluxo do material na matriz; orifícios de diâmetro pequeno e profundo são difíceis de produzir; devem-se evitar variações bruscas de seções porque causam concentrações de tensões no resfriamento; a espessura mínima é aproximadamente 3 mm; tamanhos na faixa de 10 g a 250 kg. 55 Forjamento em matriz fechada 56 Equipamentos Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. Ilustração esquemática de alguns equipamentos de forjamento. Martelo de forja: deforma o metal através de rápidos golpes de impacto na superfície. A força é provocada por um peso cadente ou martelo. Essas máquinas são energeticamente limitadas, pois a deformação resulta da dissipação da energia cinética do martelo. 57 Equipamentos Prensas: deforma o metal submetendo-o a uma compressão contínua com velocidade relativamente baixa. A pressão aumenta quando o material está sendo deformado e isso provoca uma penetração maior da zona deformada da peça. 58 Equipamentos Os processos convencionais de forjamento são executados tipicamente nas seguintes etapas consecutivas: 1. Corte do material; 2. Aquecimento (para forjamento a quente); 3. Pré-conformação mediante operações de forjamento livre (em matriz aberta), também conhecida como conformação intermediária; 4. Forjamento em matriz fechada (em uma ou mais etapas); 5. Rebarbação; 6. Tratamento térmico (remoção de tensões, homogeneização da estrutura, melhoria da usinabilidade e propriedades mecânicas). 59 Etapas 60 A utilização de simulação numérica está se tornando cada vez mais comum para aqueles que planejam estudar o comportamento dos materiais e das matrizes de forjamento, como o preenchimento de cavidades, ocorrência de defeitos, previsão de possíveis falhas em ferramentas e otimização de processo em um ambiente virtual. Isso acontece, pois, a simulação é capaz de resolver equações diferenciais de geometrias complexas sob grandes deformações de maneira mais rápida que os cálculos manuais e com precisão superior aos mesmos. Simulação numérica de forjamento 61Revista Forge - Set a Dez/2013 & Revista FORGE - Outubro/ 2019 Forjamento em matriz fechadaForjamento em matriz aberta Simulação numérica de forjamento 62 Operações correlatas Recalcagem (forjamento por compressão axial): operação de deformação na qual uma parte cilíndrica de uma peça é aumentada em seu diâmetro e reduzida em seu comprimento, podendo ser feita em matriz aberta ou matriz fechada. Usada na conformação de cabeças de prego ou parafusos. Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. Ilustração de recalque em matriz aberta formando a cabeça de um prego. Ilustração de recalque em matriz fechada formando a cabeça de um parafuso. 63 Funcionamento de uma máquina recalcadora ou máquina de forjamento por compressão axial. Cetlin; Helman (2015). Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Operações correlatas 64 Etapas de fabricação de peça típica de uma recalcadora. Peças produzidas por forjamento por compressão axial. Cetlin; Helman (2015). Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Operações correlatas 1 2 3 4 Matrizes estacionárias Matrizes estacionárias Ferramentas recalcadoras Ferramentas recalcadoras 65 Operações correlatas Forjamento rotativo: operação para redução do diâmetro de um tubo ou cilindro sólido, sendo geralmente aplicada na extremidade de uma peça para criar uma seção cônica, afunilada. Kiminami; Castro; Oliveira (2013). Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. Ilustração de formas e produtos processados usando forjamento rotativo. Forjamento rotativo. 66 O pe ra çõ es c or re la ta s K im in am i; C as tr o; O liv ei ra (2 01 3) . I nt ro du çã o ao s Pr oc es so s de F ab ri ca çã o de Pr od ut os M et ál ic os . Ilustração em corte de um equipamento de forjamento rotativo para conformação de liga de tungstênio. 67 Operações correlatas Forjamento radial: processo no qual altas forças são transferidas por contato com a superfície das ferramentas para alterar o diâmetro da peça por deformação. Nas máquinas de forjamento radial, a rotação da peça é realizada de maneira otimizada e controlada diretamente por um acionamento rotativo oscilante do manipulador. O processo vem ganhando popularidade com o advento dos veículos elétricos e na sua capacidade de forjar aços altamente ligados e superligas. 68 Operações correlatas Apesar da semelhança básica com o forjamento rotativo, há diferenças significativas entreos dois processos. Normalmente, as máquinas de forjamento rotativo executam apenas processos de conformação a frio em um sistema aberto, refrigerado e lubrificado a óleo. A força é transmitida por ferramentas convexas. Isso limita a capacidade desas máquinas, que podem transmitir apenas forças limitadas e processar apenas tamanhos de peças menores (geralmente de arames a barras com menos de 100 mm de diâmetro). 69 Operações correlatas O forjamento rotativo é menos robusto, pois a rotação da peça não é ativamente controlada, sendo a mesma arrastada pelas matrizes. Isso difere substancialmente do forjamento radial, durante o qual altas forças são transferidas via superfície de contato peça/matriz e o movimento senoidal radial atua na peça. Nas máquinas de forjamento radial, a rotação da peça é realizada de maneira controlada e otimizada de forma direta por um acionamento rotativo oscilante do manipulador, o que leva a um processo mais confiável e robusto. 70 Operações correlatas Forjamento radial Princípio do forjamento radial e primeiro tipo de máquina de forjamento radial (versão vertical, 1948) Célula de produção moderna para forjamento radial semiquentes de eixos Revista Forge - Abril/ 2020 71 Operações correlatas Os eixos do rotor para motores elétricos estão aparecendo no mercado automotivo. Seu design típico parece se basear nas capacidades desse processo. À medida que o número de veículos elétricos aumentar, o forjamento radial tornar-se-á o principal processo de fabricação para produção desse tipo de eixo. Eixos de rotores de veículos elétricos Revista Forge - Abril/ 2020 72 Operações correlatas Cunhagem: prensagem, geralmente realizada a frio, em que as superfícies das peças são limitadas pelas matrizes de modo que o perfil e a impressão sejam reproduzidos perfeitamente. Usada para fabricar moedas, medalhas, talheres e outras peças pequenas, bem como para gravar detalhes de diversos tipos em peças maiores. 73 Operações correlatas Forjamento a rolo (Roll forging): é um processo de conformação usado para reduzir a seção transversal de uma peça cilíndrica (ou retangular), passando-a por um conjunto de rolos opostos com ranhuras que correspondem ao formato desejado da peça final. O forjamento a rolo é geralmente classificado como um processo de forjamento, embora utilize rolos. Os rolos não giram continuamente no forjamento com rolo, mas giram por apenas uma parte de uma revolução correspondente à deformação desejada a ser realizada na peça. 74Groover (2010). Fundamentals of Modern Manufacturing: materials, processes, and systems. Forjamento a rolo. Operações correlatas 75www.manufacturingguide.com/en/roll-forging SMS Group. Forging rolls. Forjamento a rolo. Operações correlatas Peças pré-conformadas por forjamento a rolo (destacadas), seguido de forjamento em matriz fechada (não destacadas). http://www.manufacturingguide.com/en/roll-forging 76 Operações correlatas Forjamento orbital: a deformação ocorre por meio de uma matriz superior em forma de cone que é simultaneamente rotacionada e pressionada na peça. A peça, por sua vez, é apoiada em uma matriz inferior, que possui uma cavidade na qual é comprimida. Como o eixo do cone é inclinado, apenas uma pequena área da superfície trabalhada é comprimida em qualquer momento. Conforme a matriz superior rotaciona, a área sob compressão também rotaciona. Essas características operacionais do forjamento orbital resultam em uma redução substancial na carga da prensa necessária para realização da deformação. 77Groover (2010). Fundamentals of Modern Manufacturing: materials, processes, and systems. Forjamento orbital. No final do ciclo de deformação, a matriz inferior se levanta para ejetar a peça. Operações correlatas Área de contato entre a matriz superior e a peça Matriz inferior Peça Matriz superior Movimento orbital do eixo da matriz superior 78 Etapa do forjamento orbital. Operações correlatas www.open.edu/openlearn/science-maths-technology/engineering-technology/manupedia/orbital-forging O processo é usado para produzir componentes com flanges de grande diâmetro de até 150 mm de diâmetro. FORJAMENTO Falta de redução: caracteriza-se pela penetração incompleta do metal na cavidade da ferramenta. Isso altera o formato da peça e acontece quando são usados golpes rápidos e leves do martelo. Trincas superficiais: causadas por trabalho excessivo na periferia da peça em temperatura baixa, ou por alguma fragilidade a quente. Trincas nas rebarbas: causadas pela presença de impurezas nos metais ou porque as rebarbas são pequenas. Elas se iniciam nas rebarbas e podem penetrar na peça durante a operação de rebarbação. 79 Defeitos em produtos forjados FORJAMENTO Trincas internas: originam-se no interior da peça, como consequência de tensões originadas por grandes deformações. Incrustrações de óxidos: causadas pela camada de óxidos que se formam durante o aquecimento. Essas incrustrações normalmente se desprendem mas, ocasionalmente, podem ficar presas nas peças. Descarbonetação: caracteriza-se pela perda de carbono na superfície do aço, causada pelo aquecimento do metal (oxidação). 80 Defeitos em produtos forjados CONFORMAÇÃO DE VOLUMES: LAMINAÇÃO E FORJAMENTO Processos de Fabricação Mecânica I Prof. Ivanilson Sousa da Costa 2020/2 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81
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