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Sistemas de Multimídia - Uniasselvi

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2013
SiStemaS multimídia
Prof.ª Danice Betania de Almeida
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Danice Betania de Almeida
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
006.7
A447s Almeida, Danice Betania
 Sistemas Multimídia / Danice Betania de Almeida. Indaial 
: Uniasselvi, 2013.
 
 169 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-841-4
 1. Sistemas Multimídia. I. Centro Universitário Leonardo da 
Vinci.
III
apreSentação
Caro(a) acadêmico(a)!
 Parabéns, você está recebendo o Caderno de Estudos da disciplina 
de Sistemas Multimídia.
O estudo de sistemas multimídia é importante por oferecer uma 
grande quantidade de recursos interativos ao usuário nos ambientes 
computacionais. Obtém-se um sistema multimídia utilizando recursos de 
hardware e software, criando aplicações integradas e interativas com sons, 
textos, gráficos, animações etc. 
Deste modo, o computador tem a capacidade de armazenar, processar 
e apresentar de forma interativa as informações multimídia, sendo possível 
criar contextos nos quais se pode dar uma relação de diálogo concreta e 
abstrata controlada pelo usuário.
Este material didático foi construído com o intuito de prover ao(à) 
acadêmico(a) uma visão geral dos sistemas multimídia e suas aplicações. 
Lembre-se, você não está só nos seus estudos. Conte com o professor da 
disciplina, o(a) tutor(a) interno(a) e o serviço on-line sempre que precisar de 
ajuda ou de alguma orientação.
Enfim, este Caderno de Estudos busca instigar você, caro(a) 
acadêmico(a), a pesquisar mais sobre os assuntos aqui tratados. Desejamos 
sucesso na sua caminhada em busca do conhecimento!
Prof.a Danice Betania de Almeida
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA ................................................ 1
TÓPICO 1 – MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO ........................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 MULTIMÍDIA ....................................................................................................................................... 5
2.1 CONCEITO DE MÍDIA ................................................................................................................... 5
2.2 TIPOS DE MÍDIA ............................................................................................................................. 7
3 HIPERMÍDIA ........................................................................................................................................ 8
3.1 APLICAÇÃO DOS SISTEMAS HIPERMÍDIAS .......................................................................... 11
4 HIPERTEXTO ....................................................................................................................................... 13
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 26
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 2 – TECNOLOGIA PARA MULTIMÍDIA .......................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33
2 TIPOS DE MÍDIAS .............................................................................................................................. 33
2.1 MÍDIAS CAPTURADAS VERSUS SINTETIZADAS .................................................................. 33
2.2 MÍDIAS DISCRETAS VERSUS CONTÍNUAS ............................................................................. 34
3 REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO MULTIMÍDIA ............................................................ 34
4 SISTEMAS MULTIMÍDIA ................................................................................................................. 36
5 TIPOS DE DADOS MULTIMÍDIA .................................................................................................. 37
5.1 TEXTO ............................................................................................................................................... 37
5.1.1 Soluções .................................................................................................................................... 37
5.1.1.1 Mapeamento de informação .............................................................................................. 37
5.2 IMAGEM ........................................................................................................................................... 38
5.2.1 Formatos de imagens ............................................................................................................. 39
5.3 SOM (FALA) .................................................................................................................................... 39
5.3.1 Digitalização da voz ............................................................................................................... 40
5.3.2 Áudio não voz ......................................................................................................................... 40
5.3.3 Representação simbólica da música: o padrão MIDI ........................................................ 40
5.3.4 Operações básicas para edição de som ................................................................................ 41
5.4 ANIMAÇÃO ..................................................................................................................................... 41
5.4.1 Animação convencional assistida por computador ........................................................... 42
5.4.2 Animações tridimensionais ................................................................................................... 43
5.5 VÍDEO................................................................................................................................................43
5.6 GRÁFICOS ........................................................................................................................................ 44
5.7 ÁUDIO ............................................................................................................................................... 46
6 CONTEÚDO MULTÍMIDIA .............................................................................................................. 47
7 REQUISITOS DAS APLICAÇÕES MULTIMÍDIA ....................................................................... 48
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56
Sumário
VIII
UNIDADE 2 – ORGANIZANDO UM PROJETO MULTIMÍDIA ................................................. 57
TÓPICO 1 – PRODUÇÃO DE MULTIMÍDIA ................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE MULTIMÍDIA ................................ 60
3 O CICLO DE VIDA .............................................................................................................................. 60
4 FORMAÇÃO DE EQUIPE ................................................................................................................... 62
5 DIREITOS AUTORAIS ....................................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64
TÓPICO 2 – O PROCESSO TÉCNICO ............................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65
2 ATIVAÇÃO ............................................................................................................................................ 65
3 ESPECIFICAÇÃO ................................................................................................................................. 66
4 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................ 67
5 OPERAÇÃO ........................................................................................................................................... 67
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 68
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 71
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 72
TÓPICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDOS MULTIMÍDIA
 ATRAVÉS DA INTERNET .............................................................................................. 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 PADRÕES DE INTEROPERABILIDADE ........................................................................................ 74
2.1 O PADRÃO H.323 ............................................................................................................................ 75
2.2 O PADRÃO T. 120 ............................................................................................................................ 77
3 ALGORITMOS DE COMPREENSÃO ............................................................................................. 79
3.1 ALGORITMO DE COMPRESSÃO DE ÁUDIO ........................................................................... 80
3.2 ALGORITMO DE COMPRESSÃO DE IMAGEM E VÍDEO ...................................................... 83
4 MODALIDADE DE TRANSMISSÃO .............................................................................................. 88
5 PROTOCOLOS RTP E RTCP ............................................................................................................. 90
6 FERRAMENTAS DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................................................. 91
6.1 VIDEOCONFERÊNCIA .................................................................................................................. 93
6.2 SERVIDOR DE VIDEOSTREAM .................................................................................................... 95
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 97
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 99
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................100
TÓPICO 4 – AMBIENTES E FERRAMENTAS DE TRANSMISSÃO MULTÍMIDIA .............101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 FERRAMENTAS DA MICROSOFT ................................................................................................101
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................109
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
UNIDADE 3 – TIPOS DE SOFTWARE MULTIMÍDIA ..................................................................113
TÓPICO 1 – FERRAMENTAS DE AUTORIA ..................................................................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 FUNDAMENTOS DAS FERRAMENTAS DE AUTORIA ..........................................................117
3 FERRAMENTAS BASEADAS EM PÁGINAS OU FICHAS ......................................................117
IX
4 FERRAMENTAS BASEADAS EM ÍCONES .................................................................................117
5 FERRAMENTAS BASEADAS NO TEMPO ..................................................................................118
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................120
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121
TÓPICO 2 - SOFTWARE MULTIMÍDIA ...........................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1232 ADOBE PHOSTOSHOP ....................................................................................................................124
3 MICROSOFT POWERPOINT ..........................................................................................................124
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................126
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................127
TÓPICO 3 – INTERFACES MULTIMÍDIA.......................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 INTERFACE HOMEM-MÁQUINA (IHM) ....................................................................................130
2.1 INTERFACE E INTERAÇÃO .......................................................................................................132
3 MULTIMÍDIA E INTERFACE HOMEM-MÁQUINA .................................................................134
4 USABILIDADE NA MULTIMÍDIA ................................................................................................139
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................144
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................145
TÓPICO 4 – ERGONOMIA DE INTERFACES MULTIMÍDIA ...................................................147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 CONCEITO DE ERGONOMIA .......................................................................................................148
3 PRINCÍPIOS ERGONÔMICOS PARA INTERFACES ...............................................................149
3.1 NORMA ISO 9241 ..........................................................................................................................151
3.2 CRITÉRIOS ERGONÔMICOS DE BASTIEN E SCAPIN .........................................................152
4 O ESTUDO ERGONÔMICO DOS SISTEMAS DE COMPUTADOR .....................................156
5 A ERGONOMIA COGNITIVA NA CONCEPÇÃO DE
 SISTEMAS COMPUTACIONAIS ...................................................................................................157
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................162
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................163
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................165
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA 
MULTIMÍDIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conceituar mídia, hipertexto, hipermídia;
• identificar os tipos de mídia;
• compreender as aplicações de sistemas hipermídia.
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
TÓPICO 2 – TECNOLOGIA PARA MULTIMÍDIA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
1 INTRODUÇÃO
A palavra multimídia significa alguma coisa que consegue se comunicar 
de várias maneiras. No entanto, Galindo (2002, p. 82) afirma que a “multimídia 
significa a integração de fala, texto, vídeo, áudio, telecomunicações, eletrônica 
de diversão e tecnologia de computador, resultando em profunda mudança das 
conhecidas formas de comunicação humana e midiáticas”. Ainda, segundo Wilke 
(1995, p. 10), “a integração na multimídia é baseada em condições técnicas, ou 
seja, nas inovações tecnológicas que sempre aceleram a comunicação e a tornam 
mais completa, versátil e eficaz”.
Segundo Vaughan (1994), a multimídia é qualquer combinação de texto 
com arte gráfica, som, animação e vídeo transmitida por computador, e permite 
ao usuário visualizar o projeto, controlar quando e quais elementos serão 
transmitidos. Assim, multimídia passa a se chamar multimídia interativa. 
Deste modo, a combinação de diferentes formatos (texto, imagens, 
ilustrações, áudio, videoclipes) apresenta uma interatividade que caracteriza 
os documentos multimídia. Entretanto, as figuras transportam o mundo real 
para o lúdico. 
A animação ajuda a expressar melhor uma ideia. Muitos usam o termo 
animação para descrever qualquer tipo de imagem em movimento. A verdade 
é que todos os elementos citados, individualmente, não têm nada de novo, 
pois já existem há muitos anos. O que é novo é a forma como os computadores 
podem interligar esses elementos.
FONTE: Disponível em: <http://tede.unifenas.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=70>. Acesso 
em: 22 nov. 2013.
Um livro ou um artigo impresso em papel possuem uma determinada 
estrutura e são representados de uma maneira sequencial, porém, existe a 
possibilidade de leitura individual de parágrafos, seções e capítulos, embora 
os autores considerem que seus leitores façam uma leitura sequencial. O 
hipertexto e a hipermídia têm sua principal característica baseada no acesso 
não linear à informação. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
4
Não existe uma única sequência de leitura, mas o leitor pode escolher 
o “caminho” de leitura que deseja seguir. A estrutura destes variados 
“caminhos” pode ser representada por um grafo, contendo nós e ramos. Os 
nós representam unidades de informação, que podem ser elementos de texto, 
imagens, áudio ou vídeo, por exemplo. Os ramos proveem ligações (links) 
para outras unidades de informação. 
Nas palavras de Lévy (1996, p. 44), “a leitura de uma enciclopédia clássica 
já é de tipo hipertextual, uma vez que utiliza ferramentas de orientação, que são 
os dicionários, índices, thesaurus, atlas, quadros de sinais, sumários e remissões ao 
final dos artigos”. Contudo, o suporte digital apresenta diferenças consideráveis 
em relação aos hipertextos anteriores à informática. A Wikipédia, enciclopédia 
aberta e livre, é um bom exemplo da inserção de elementos no texto por parte 
do leitor, pois nela qualquer pessoa pode editar textos, em qualquer momento, 
mesmo que não seja cadastrado.
Assim sendo, os sistemas hipermídia também podem ser encontrados 
na rede mundial de computadores, internet, serem extremamente abertos e 
possuírem um grau elevado de interatividade com o usuário. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.ime.usp.br/~isotani/artigos/monografia.pdf>. Acesso em: 22 
nov. 2013.
Através da associação do hipertexto, que procura simular o processo 
de associação realizado pela mente do indivíduo, e multimídia, que é o uso 
simultâneo de dados em diferentes formas de mídia que, por fim, define a 
hipermídia (imagens, textos e sons), que se tornam disponíveis na medida em 
que o indivíduo percorre as ligações existentes entre eles. 
A figura a seguir mostra a relação entre hipertexto, multimídia e 
hipermídia. Pode-se perceber que dois conjuntos representam a multimídia e 
o hipertexto, e uma junção entre eles formaa hipermídia.
FONTE: Disponível em: <http://www.decom.ufop.br/reinaldo/site_media/uploads/2011/bcc361/
dissertacaoreinaldotvi.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2013.
FIGURA 1 – RELACIONAMENTO ENTRE HIPERTEXTO, MULTIMÍDIA E 
HIPERMÍDIA
Multimídia HipertextoHipermídia
FONTE: Disponível em: <http://www.decom.ufop.br/reinaldo/site_
media/uploads/2011/bcc361/dissertacaoreinaldotvi.pdf>. Acesso em: 
1 out. 2013.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
5
De acordo com Maenza (1993, p. 29), “o hipertexto é a combinação de texto, 
em linguagem natural, com a capacidade do computador para saltos interativos 
ou apresentação dinâmica de um texto não linear”. Num software, por exemplo, 
algumas partes do texto são destacadas; quando o usuário “clicar” com o mouse 
em determinadas palavras, ele poderá ter acesso a mais informações sobre o texto 
ao ser remetido para outra parte do software. Já a hipermídia é considerada como 
uma extensão ao conceito de hipertexto, adicionando-se a capacidade multimídia. 
Sendo assim, a hipermídia passa a ser um sistema de acesso do usuário 
para buscar informações dentro de um software multimídia, lembrando que a 
hipermídia é uma forma de apresentação de informações, em que a sequência 
em que elas serão recebidas é decidida pelos usuários, no momento da recepção. 
Assemelha-se a uma enciclopédia com referências cruzadas ou a um atlas 
geográfico, no sentido de que para se consultar uma determinada página não é 
necessário ter lido as anteriores, como nos livros convencionais. 
2 MULTIMÍDIA
Conforme Greenfield (1987), cada meio de comunicação para 
determinados tipos de informação apresenta características que o tornam 
mais adequado do que outros. Neste contexto, as mídias desempenham papéis 
complementares no processo de aprendizado, o que aponta em direção a um 
sistema de multimídia.
A palavra multimídia é composta de duas partes: o prefixo multi e o 
radical mídia. Veja a seguir o significado de cada uma dessas partes.
FONTE: Adaptado de: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:or_623_
YkmMJ:ead05.proj.ufsm.br/moodle_capacitacao/pluginfile.php/6228/mod_folder/content/2/
hipermidia.pdf%3Fforcedownload%3D1+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 22 nov. 2013.
2.1 CONCEITO DE MÍDIA
Observa-se que o prefixo multi, como muitas palavras de origem latina, 
utiliza esse radical “multus”, que significa numerosos, no sentido multicolor – 
várias cores, ou multiforme –, várias formas. 
O radical mídia também é originário da palavra latina medium, que significa 
centro; mencionando termo multimídia, ele se refere aos tipos de informação, se é 
alfanumérico, vídeo, imagens etc.
Dessa forma, o termo multimídia se refere a vários tipos de informações 
que podem ser armazenadas em dispositivos e editadas, e quando transmitidas 
produzem uma combinação de imagens, textos, sons etc. Esses produtos 
multimídia estão inovando a forma de produzir informação.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
6
Pode-se definir o termo multimídia como um conjunto de informações 
apresentadas através de uma combinação de elementos de mídia. 
Quando se analisa o termo multimídia, pode-se afirmar que este termo 
é empregado para denominar uma combinação de vários elementos de mídia. 
FONTE: Adaptado de: <http://tede.unifenas.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=70>. Acesso 
em: 22 nov. 2013.
Um sistema multimídia pode se diferenciar de outros sistemas através das 
seguintes características: 
• Independência entre mídias: um nível de independência satisfatório entre 
as mídias deve existir. Na maioria das vezes, mídias, como contenham sons e 
imagens, são capturadas simultaneamente e armazenadas na mesma mídia de 
armazenamento. Dessa forma, as mídias com essas características com existência 
de um grau de dependência entre elas não podem ser consideradas multimídias.
• Integração suportada por computador: o computador é uma ferramenta que 
suporta essa relação e sincroniza a apresentação simultânea de várias ao mesmo 
tempo, de maneira que elas interajam entre si.
• Comunicação: é importante que exista a capacidade de comunicação entre 
sistemas multimídia. Ela deve suportar aplicações distribuídas através de 
redes de computadores, como videoconferência. Esse tipo de exemplo possui 
características que são denominadas sistemas multimídia distribuídos.
A multimídia é, basicamente, a utilização de diversos meios de 
comunicação, permitindo uma comunicação mais natural com as máquinas, 
usando nossos sentidos, visão, audição e tato, assim o diálogo homem-
computador torna-se mais intuitivo, espontâneo e agradável. 
FONTE: Adaptado de: <https://sites.google.com/site/cinemapedagogia/impactos-economicos>. 
Acesso em: 22 nov. 2013.
Além disso, favorece a organização, recuperação, restauração e reestruturação 
de informação em todos os campos, tanto científico como tecnológico, para 
obter acesso a informações adequadas, precisas e oportunas. Mayer (2001 apud 
CARVALHO, 1999, p. 245) considera 
 
o termo multimídia muito abrangente e perspectiva-o segundo três 
pontos de vista: (a) os meios, no sentido de aparelhos, utilizados 
para apresentar a mensagem, de que são exemplo a tela do 
computador, gravadores de vídeo e de áudio, projetores; (b) os 
modos de apresentação, isto é, os formatos utilizados para apresentar 
a mensagem: texto, imagens, animações, som; e (c) os sentidos 
implicados na recepção da mensagem, isto é, o receptor tem que ter 
dois ou mais sentidos envolvidos na decodificação da mensagem.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
7
2.2 TIPOS DE MÍDIA
Os tipos de mídia podem ser classificados em: consoante à sua natureza 
espaçotemporal, consoante à sua origem, interação e divulgação.
O tipo consoante à sua natureza espaçotemporal é dividido em: 
estáticos e dinâmicos.
Tipo consoante estático: é aquele cuja apresentação envolve apenas a 
dimensão espacial; não se altera com o tempo, como, por exemplo, textos e imagens.
 A apresentação do texto pode ter três formas possíveis:
• Representado por texto não formatado e apela apenas a conjuntos de 
caracteres, existindo só um estilo. Apresenta forma de texto não formatado, 
por exemplo, o texto produzido pelo Notepad do Ms Windows.
• Aparência do texto é mais rica e apresenta fontes e dimensões para os 
caracteres. A aparência no écran pode ser igual à aparência em páginas 
impressas. Apresenta forma de texto formatado, por exemplo, o texto 
produzido pelo MS Word.
• O formato de representação permite navegar entre quaisquer informações de 
texto que se designam por nós, por intermédio de hiperligações (links) que se 
formam entre as partes dos nós de texto. Apresentação da forma de hipertexto 
define-se como sendo um texto não linear.
A apresentação das imagens pode ter duas formas possíveis:
• Imagens bitmap: correspondem a fotografias e são descritas em termos de pixels.
• Gráficos: correspondem a esquemas e são descritos em termos de objetos.
Tipo consoante dinâmico: inclui os tipos de informação multimídia 
cuja apresentação exige uma reprodução contínua ao longo do tempo, como, 
por exemplo, áudio, vídeo e animação.
Dessa forma, multimídia é mais que uma tendência tecnológica de mídias, 
pois apresenta vantagens em relação aos sistemas lineares de organização da 
informação, ela associa os conteúdos por contexto, relações lógicas semânticas. 
Apresenta também um grande benefício da multimídia comparado aos sistemas 
lineares de organização da informação: é a facilidade que tem para “folhear” e 
“navegar” entre os elementos da rede informacional estabelecida. Ela possibilita 
que os conteúdos sejam interligados logicamente, por associações de contexto e 
semânticas, criando uma atmosfera estimulante e favorável para a descoberta. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
8
• Áudio:corresponde à reprodução eletrônica do som nos formatos analógico 
ou digital (CDs).
• Vídeo: o vídeo é uma representação eletrônica de uma sequência de imagens. 
Formato: digital (DVDs).
• Animação: no formato digital, obedece ao movimento sequencial de um 
conjunto de gráficos que vão sofrendo alterações ao longo do tempo.
Quanto à sua origem, os tipos de mídia podem ser Capturados e 
Sintetizados:
• Aquelas imagens, vídeos, áudios, entre outros, que são capturados, 
importados para computador através da utilização de hardware e software 
específicos, como os scanners e as câmaras digitais.
• Aqueles textos, gráficos e animações que são sintetizados, produzidos pelo 
próprio computador através da utilização de hardware e software específicos.
Quanto à sua interação, existe quem diferencie as categorias da 
multimídia linear e não linear.
• Na multimídia linear, o utilizador não tem qualquer tipo de controle no 
desenrolar do processo.
• Na multimídia não linear há interatividade com o utilizador.
Quanto à sua divulgação, podemos encontrar dois tipos, on-line e off-line:
• A divulgação on-line pode ser realizada por meio de uma rede informática 
local ou do WWW, apresenta a disponibilidade de uso imediato dos 
conteúdos multimídia.
• A divulgação off-line de conteúdo multimídia é executada através do 
emprego de suportes de armazenamento do tipo digital, por exemplo, tipo 
óptico, CD e DVD.
FONTE: Adaptado de: <http://tede.unifenas.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=70>. Acesso 
em: 22 nov. 2013.
3 HIPERMÍDIA
A hipermídia tem uma capacidade de conteúdo imensa, é o meio e a 
linguagem das “novas mídias”, às quais pertence a internet. Como exemplos, 
cinema interativo, os jogos de computador, a TV interativa, o vídeo interativo, 
entre outros. 
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
9
Alguns autores apresentam o conceito de hipermídia como um 
sinônimo de hipertexto e multimídia. Porém, vale ressaltar que a característica 
máxima que deve diferenciar a hipermídia desses outros conceitos de 
hipertexto e multimídia é o alto nível de interatividade, por exemplo, o uso 
das plataformas de aprendizagem pelos usuários.
FONTE: Adaptado de: <http://hipermidias.wordpress.com/2007/10/05/hipermidia-o-que-e-isso/>. 
Acesso em: 22 nov. 2013.
Os sistemas hipermídia apresentam a produção de sentidos que diferem 
dos processos midiáticos que antecedem os suportes digitais e a disseminação 
de conhecimentos. Importante salientar que a conjunção da imaterialidade, 
interatividade e velocidade, três elementos que se associam a outros e resultam 
como principal traço do que podemos denominar. Isso demonstra que os 
diferentes processos de construção no campo digital operam interconexões de 
narrativas, com informações vinculadas, instantaneidade, multiplicidade. 
A teleinformática, de certa maneira, ao materializar a noção de interface, 
potencializa os sistemas hipermídia enquanto um complexo de produção 
significante não sequencial ramificado de texto, imagem e som.
FONTE: Disponível em: <http://geografia010ufscar.blogspot.com.br/>. Acesso em: 22 nov. 2013.
O conceito de hipermídia foi definido nos anos 60 por Theodor Nelson, 
que já se reportava ao texto eletrônico como escrita ramificada que sugere ao 
leitor caminhos antecipadamente estabelecidos, permitindo abertura do texto e, 
logo, possibilitando a circularidade por parte do usuário referente às estruturas 
significantes digitais.
 
 Dessa forma, hipermídia pode ser definida como um conjunto de 
mensagens elásticas que podem ser esticadas e encolhidas de acordo com a ação 
do leitor. É uma ampliação do hipertexto, assinalando a narrativa com alto grau 
de interconexão, a informação vinculada. 
A integração do texto, as imagens dos mais diversos tipos, fixas e 
em movimento, e do som, música e ruído, em uma nova linguagem 
híbrida, mestiça, complexa, que é chamada de ‘hipermídia’, trouxe 
mudanças para o modo como entendíamos não só o texto, mas também 
a imagem e som (SANTAELLA, 2007a, p. 286). 
 A hipermídia, primeiramente, apresenta-se como uma 
ferramenta para recuperação de informações para a aprendizagem. Dessa forma, 
ela possui muitas aplicações educacionais, especialmente por razão de sua 
flexibilidade e capacidade de exploração de informações. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
10
Estes documentos armazenados em computadores podem, hoje, 
apresentar imagens, textos e sons combinados, formando assim o que se 
conhece por hipermídia. 
FONTE: Disponível em: <http://tede.unifenas.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=70>. Acesso 
em: 22 nov. 2013.
As propriedades referentes à estruturação associativa da hipermídia são:
• uma rede de objetos de informação coligados como nós; 
• vários links que interligam entre os nós de informação; 
• instrumentos de autoria que permitem aos usuários construir nós de 
informação e links; 
• as janelas de browser, que apresentam facilidades que permitem aos usuários 
ver um ou mais objetos da rede, também admitem aos usuários ver não só a 
estrutura hierárquica, mas as associações da rede hipermídia.
FONTE: Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta96/tei/cap2/Cap2.htm>. Acesso em: 22 
nov. 2013.
A hipermídia, por apresentar dados compostos de imagens, sons, 
textos, pode ser considerada uma extensão do conceito de hipertexto, com 
um sistema multimídia, porém com a característica adicional dos sistemas de 
hipertexto, possibilitando uma leitura não linear. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0111.PDF> Acesso 
em: 22 nov. 2013.
A hipermídia não deve ser considerada somente como uma nova técnica, 
mas como mais um recurso que vem somar, no sentido de proporcionar a 
transmissão de conteúdos preexistentes, podendo ser comparada a uma nova 
linguagem dependente da criação de hipersintaxes, capazes de refuncionalizar 
linguagens que não seriam encontradas juntas naturalmente, combinando-as e 
retecendo-as em uma mesma malha multidimensional.
A estrutura hierárquica de nós e coleções de nós interligados possibilita 
a organização do material didático preparado pelo autor, bem como oferece 
ao aprendiz um conteúdo informacional que pode ser explorado de inúmeras 
maneiras. A contribuição da manipulação de vídeos, sons e animações adicionadas 
ao texto permite a aprendizagem multissensorial e passa a ideia de uma grande 
capacitação para sistemas de educação.
Observa-se que com o largo emprego dos computadores pessoais 
dotados de recursos gráficos, consequentemente as informações encontram-
se armazenadas em formato digital, apresentando textos, imagens, sons, 
constituindo a hipermídia; assim, podem ser acessados a partir de estruturas não 
lineares de consulta. 
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
11
“A hipermídia integra as características do hipertexto com o enfoque 
da multimídia interativa, oferecendo ao usuário uma nova forma de acessar a 
informação e gerar conhecimento” (PALANGE, 2012, p. 68).
3.1 APLICAÇÃO DOS SISTEMAS HIPERMÍDIAS
Após estudos desenvolvidos abordando os conceitos que abrangem a 
linguagem hipermidiática, apresentando suas características e sua influência frente à 
utilização deste recurso na educação, serão explanados alguns tipos de aplicativos 
para a utilização dessa linguagem.
O fotolog, podcast, hipervídeo e hiper-história são apenas alguns 
exemplos de utilização de hipermídias. O surgimento de novas aplicações é 
um processo contínuo. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/55686/000858961.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 22 nov. 2013.
O fotolog, em suma, é uma página pessoal para postagem de fotografias, 
que permite usar recurso como a associação de legendas às fotos para que 
estas possam ser descritas. Alguns fotologs admitem a inserção de textos, uso 
deimagens, assim os diferenciam frente aos blogs, ou seja, fotologs podem ser 
considerados uma mistura de álbuns de fotografia com blogs.
 
Os podcasts apresentam sistemas de áudio ou vídeo em formato de arquivos 
nos quais o usuário pode inscrever-se e realizar download via RSS (Really Simple 
Sindication), oferecendo a possibilidade de edição e distribuição. Vale lembrar que 
o termo ‘podcasts’ origina-se com o acrônimo das palavras “public on demand” e 
“broadcast” (VASCONCELOS; ARAÚJO; LEÃO, 2008).
Primeiramente, os usuários devem inscrever-se em agregadores (softwares 
que organizam as informações), para receber as mídias, que apresentam conteúdo 
de áudio, texto, som, por exemplo, sem a obrigação de acesso direto a um website. 
Vasconcelos, Araújo, Leão (2008) citam como exemplo de agregadores o Doppler, 
o iTunes e o Juice.
Os podcasts, inicialmente, faziam uso de arquivos de áudio, no entanto, 
passaram a ser utilizados também recursos de vídeo, sendo reconhecidos também 
como vodcasts ou vidcasts (VASCONCELOS; ARAÚJO; LEÃO, 2008).
O acesso aos podcasts é feito através de dispositivos portáteis do 
computador e seu uso poderá ser largamente difundido na área educacional, por 
apresentar flexibilidade e o acesso ao conteúdo sem a necessidade de estar em 
sala de aula, por exemplo. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
12
Dessa forma, os podcasts expõem finalidades como exercícios de audição, revisar 
vocabulário, ouvir entrevistas com falantes nativos de outras línguas, compartilhar 
anúncios, revisar pontos principais de palestras ou aulas, dar feedbacks ou orientações, 
reduzir efeitos de isolamento e promover inclusão, entre outras. Um uso comum do 
podcasts que evidenciou bons resultados na compreensão de conceitos refere-se ao 
acesso às palestras gravadas em sala de aula, apresentando algumas pesquisas. 
 
Os hipervídeos, frequentemente encontrados no hipertexto, realizando 
inúmeras relações dialógicas entre autor e usuário, podem ser considerados uma 
unificação de vídeo e com a navegação não linear. Para Vasconcelos, Araújo e 
Leão (2008), usando conexões espaçotemporais, o hipervídeo aceita delinear uma 
área no vídeo-fonte por um intervalo de tempo determinado, vinculando-a a 
outros conteúdos e vídeos disponíveis na rede.
Os hipervídeos aceitam uma interação do usuário, determinando a todo o 
momento qual o próximo conteúdo que lhe interessa acessar. 
Através do uso de tecnologias baseadas em multimídia interativa é possível 
integrar o uso de imagens, cores, som, vídeo, texto e animação que possibilite ao 
aluno o controle e a manipulação desses objetos. 
Ainda para o autor, possuem uma história principal com sub-histórias 
que são acessadas conforme a ação do usuário, levando-o de leitor a explorador 
e construtor, através da interação propiciada pelas estruturas dos sistemas 
hipermídia. 
FONTE: Disponível em: <http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie2000/papers/178/>. Acesso em: 
22 nov. 2013.
“Esta possibilidade de interação com os diversos cenários apresentados 
aguça a curiosidade da criança, instigando-a a explorar a hiper-história” 
(SANCHEZ, 1993, apud MARIA; MANTOVANI; SARMENTO 2009, p. 3).
Conforme Sanchez (1993, apud MARIA; MANTOVANI; SARMENTO, 
2009), as hiper-histórias advêm da hipermídia em forma de histórias, através 
da junção de aspectos estáticos e dinâmicos. Assim, as hiper-histórias são a 
versão eletrônica, do mesmo modo que os hipertextos. “Importante destacar que 
ao desenvolver uma hiper-história devemos atender aos requisitos técnicos e 
pedagógicos de qualidade de software educacional, tais como: interface, interação 
e feedback” (MARIA; MANTOVANI; SARMENTO, 2009, p. 4).
Para Sanchez (1993, apud MARIA; MANTOVANI; SARMENTO, 2009), 
são três os itens fundamentais que compõem uma hiper-história: as telas que 
apresentam os contextos através dos quais o educando irá navegar, podendo ainda 
possuir outros subcontextos; já as ligações consideram o relacionamento de um 
ambiente a outro, através da utilização de objetos específicos; e as entidades são 
os objetos (estatísticos ou dinâmicos) e personagens que se incluem na história. 
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
13
Assim, acredita-se, com o estudo feito até aqui, que a compreensão das 
potencialidades da linguagem hipermidiática e da exploração dos recursos 
computacionais, que fazem uso dessa forma de apresentação da informação, 
permite que se planeje sua utilização em contextos educacionais, de maneira a 
estimular o envolvimento dos educandos. A utilização dos recursos hipermidiáticos 
pode ser ainda potencializada ao associá-los com recursos computacionais que 
estimulem a interação e o trabalho em grupo. 
4 HIPERTEXTO 
Hipertexto é um sistema de representação de conhecimento no qual 
diversos elementos de conhecimento podem ser montados de maneiras 
diferentes, de acordo com as diferentes perspectivas dos usuários do sistema. 
Através de ligações (links), o hipertexto oferece mecanismos para se descobrir 
as ligações conceituais entre seções de assuntos relacionados (DUNCAN, 1989).
FONTE: Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:or_623_
YkmMJ:ead05.proj.ufsm.br/moodle_capacitacao/pluginfile.php/6228/mod_folder/content/2/
hipermidia.pdf%3Fforcedownload%3D1+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 22 nov. 2013.
Os hipertextos possuem uma habilidade em desenvolver múltiplas 
ligações entre os conteúdos, e múltiplos níveis de representação desses conteúdos. 
Deste modo, existe um grande grau de liberdade do usuário para explorar, 
organizar, reorganizar no formato de representação hipertextos esses conteúdos. 
O hipertexto é livre, interativo e não sequencial entre os conteúdos, e entre estes 
e o utilizador, processo este que é organizado preferencialmente conforme as 
necessidades e estilos do usuário. 
Os hipertextos virtuais surgiram com o advento da tecnologia 
computacional e da internet. A inserção desse meio de escrita e leitura virtual 
“permite uma nova forma de textualidade” (MARCUSCHI, 2001, p. 94), pois 
permite a hipermodalidade, a integração de várias mídias, como vídeos, no 
mesmo espaço, gerando o efeito de simultaneidade nas interações textuais, 
além de aumentar a textualidade à medida que o leitor opta por ativar os links, 
deixando o texto mais dinâmico.
O pai da ideia de hipertexto é Vannevar Bush, por ter escrito um artigo 
em 1940, intitulado “As we may think”. Nessa época não foram dadas todas as 
características conferidas ao hipertexto, porém, propriedades como nós de 
informações, ligações e o tipo de suporte já eram conhecidas.
Foi cunhado por Theodor Holm Nelson, filósofo, sociólogo e pioneiro da 
tecnologia da informação, que, em 1964, definiu o termo hipertexto: “escritura 
eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso 
a um número praticamente ilimitado de outros textos, a partir de escolhas locais 
e sucessivas, em tempo real” (MARCUSCHI, 2001, p. 86).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
14
Uma última avaliação do hipertexto pretendido por Bush (1945) e Nelson 
(ANO) será traduzida aqui com as palavras de Neitzel (2001, p. 239), por estarmos 
inteiramente de acordo com elas.
A ideia inicial de Bush, ao idealizar um sistema que mais tarde 
Theodor Nelson conceituou de hipertexto, era desenvolver um 
produto cuja descentralidade fosse total. Ambos desejaram compor 
um modelo de sistema hipermidiático aberto, onde os textos 
fossem confusamente espalhados, anarquicamente embaralhados, 
misturados, organizados de forma rizomática, porque não haveria 
um ponto único de comando central.
O conceito hipertexto está ligado a uma concepção de textualidade, em 
que a informação é apresentada em um espaço no qual pode ser acessada de 
forma não linear, com uma textualidade que funcionapor associação, e não mais 
por sequências fixas antecipadamente estabelecidas.
Através de características como topologia, essa não linearidade do 
hipertexto é descrita, autônoma das ações que o sistema suporte, o todo é 
sustentado, formato em rede, sem início e fim definidos (reticularidade), múltiplas 
passagens podem ser adotadas pelo usuário (multilinearidade), e interação do 
usuário, por exemplo, com cliques, inserção de dados etc. (manipulação). 
Na realidade, a não linearização é uma condição da própria construção 
do hipertexto, de sua estrutura e não somente um modo de leitura. Veja, caro(a) 
acadêmico(a), se pensarmos em uma palavra, podemos criar várias representações 
desta informação, assim ocorre com os hipertextos ao clicarmos com o mouse 
sobre um link. Isto é possível, criando uma topologia semelhante à ilustração a 
seguir, com vários caminhos que poderão ser percorridos e uma infinidade de 
links disponíveis, caracterizando um texto aberto, livre, solto, sem fronteiras 
definidas, em uma interface com a dinâmica com que passeia o processo de 
comunicabilidade. 
FIGURA 2 – TOPOLOGIA
FONTE: Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~ssn/disciplinas/cdi/www/4.html>. 
Acesso em: 30 set. 2013.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
15
Desse modo, as particularidades do hipertexto, como a hierarquização 
e não linearidade, proporcionam a sensação de ligação de ideias, evidenciando 
semelhança entre a forma de pensar e a leitura hipertextual, pois os pensamentos 
ocorrem com desvios e retornos, de maneira rápida, com ligações entre diferentes 
esquemas conceituais, não deixando de apresentar sentido.
Os links proporcionam uma variedade de caminhos para o hiperleitor, tornam 
a leitura de hipertexto ágil e ilimitada, sendo importante na produção de sentido. 
Assim, o leitor deverá ter um objetivo definido para não se perder 
diante de tantas informações à sua disposição, pois a cada link clicado há uma 
série de ideias, informações, percursos.
FONTE: Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/banco_objetos_
crv/%7B42C149C0-6C5A-4BD5-8D43-DD164A43B214%7D_Dissertacao%20final.pdf>. Acesso em: 
22 nov. 2013.
Sendo assim, hipertexto é a forma de exposição das “informações através 
de uma rede de nós interconectada por links que pode ser navegada livremente 
pelo leitor de um modo não linear” (RAMAL, 2002, p. 87). 
Observa-se que os nós são pontos no documento que podem integrar 
unidades expressivas. As unidades estão em forma de imagens, frases, palavras, 
números, entre outros símbolos que, se observados e compreendidos, têm valor. 
Por exemplo, se um determinado estudioso de física, depois de muitos anos, 
se deparasse na internet com uma equação raríssima, e se também estivesse 
associada a um artigo científico raro, seria motivo de grande alegria, mas caso 
fosse um leigo quem a encontrasse, talvez a reação fosse de apatia.
Assim, neste exemplo, para o estudioso de física a equação significou um 
“nó”, porque seus modelos mentais permitiram decifrá-la. Dessa forma, o nó 
não é um objeto, é uma abstração, é aquela impressão que surge quando lemos 
e entendemos alguma coisa que lembra outra, que nos interroga. Lembramos 
que o exemplo mental não é a forma técnica do sujeito, mas todo o conjunto 
sociocultural no qual ele está inserido, e a concretização deste elemento é feita 
através dos links.
O link é o conceito fundamental do hipertexto, por ser um recurso 
técnico imprescindível na construção dos sistemas hipertextuais. No hipertexto 
o link une os nós, promove o salto de um ponto a outro. 
FONTE: Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/161/16172406.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2013.
O link é uma ligação, ou seja, uma ligação ocorre entre no mínimo duas 
partes. Os links, para serem eficientes, têm necessariamente de focalizar as 
palavras-chave do conteúdo. Segundo Mendes (2012, p. 45),
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
16
a produção de links também necessita ser realizada com cautela, 
devendo estes estar amarrados uns aos outros com certa ordem 
semântica, de modo a contar com elementos-chave que liguem as 
porções de informação e ativem os diversos tipos de conhecimento 
armazenados na memória do leitor.
A expressão linkadas deve permitir ao usuário estabelecer, ao navegar pelo 
hipertexto, criando conexões com informações relevantes, para que seja capaz de 
construir uma progressão textual dotada de sentido.
Os links permitem a navegação e propiciam ao leitor uma centralização 
e descentralização do conteúdo, tornando cada leitor hipertextual diferente, 
mesmo que seja referente ao mesmo leitor, uma vez que “cada atualização é um 
evento único” (KOCH, 2007, p. 27). Dessa forma, os links são ferramentas efetivas 
para fazer com que um hipertexto dê vida aos vários textos ramificados, sendo 
indispensáveis para a navegação e fazendo com que a interação textual seja algo 
interessante no hipertexto.
O hipertexto pode ser visto como dispositivo tanto material e intelectual, 
que permite, por intermédio dos links, podermos acessar os demais hipertextos que 
circulam na internet, criando, dessa maneira, estruturas textuais que são atualizadas 
pelas práticas e pela história individual de cada leitor. O hipertexto é uma prática 
multimodal que abrange os procedimentos de escrita e de leitura atualizados na 
tela do computador, não é apenas um apoio material ou um único texto.
Segundo Garcia (2009), as categorias de hipertexto se dividem em duas: 
o exploratório e o construtivo, sendo que o exploratório tem por característica 
a manutenção de sua autoria original e a ênfase na função do leitor como 
explorador do conhecimento. Já o hipertexto construtivo é caracterizado pela 
autoria coletiva e pela multimodalidade, com ênfase na ação do sujeito leitor, 
o qual tem a possibilidade de obter uma produção própria. 
FONTE: Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/55686/000858961.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 22 nov. 2013.
Ambos mantêm uma relação dentro de um continuum hipertextual que 
vai depender da atividade, dos objetivos e propósitos de cada hiperleitor. Um site 
como o da Wikipédia, por exemplo, que é uma enciclopédia aberta à colaboração, 
seria do tipo construtivo, porque se pode alterar seu conteúdo, inclusive com o 
acréscimo de links, como se pode conferir no convite à edição, no tópico: como 
posso ajudar?, localizado no centro da página e também no tópico editar, à direita 
da figura a seguir.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
17
FIGURA 3 – SITE WIKIPÉDIA
FONTE: Disponível em: <http://wikipedia.html>. Acesso em: 30 set. 2013.
De acordo com Gomes (2007), há, do ponto de vista da construção de 
hipertextos, quatro modelos principais:
O modelo sequencial, segundo explicações de Gomes (2007, p. 93), é o que 
mais se aproxima dos textos impressos, pois “nele, o percurso de leitura é linear e, 
no máximo, bidirecional, isto é, o leitor pode apenas ir e voltar sequencialmente”. 
No modelo hierárquico, o autor explica que há uma entrada principal para o 
documento e, através dela, tem-se acesso a vários arquivos num mesmo nível 
hierárquico (no modelo sequencial). 
O acesso ao nível hierárquico subsequente só é possível a partir do 
nível imediatamente anterior.
FONTE: Disponível em: <http://alinguagemdosec21.blogspot.com.br/>. Acesso em: 23 nov. 2013.
Observa-se que o modelo reticulado possibilita uma grande liberdade de 
acesso, no entanto não integra todos os documentos, sendo que alguns deles só 
podem ser alcançados por intermédio de outros. Desse modo, o modelo em rede 
é não hierárquico e descentralizado, admitindo que todos os documentos possam 
ser acessados a partir de qualquer ponto, conforme a figura a seguir.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
18
FIGURA 4 – MODELOS DE CONSTRUÇÃO DE HIPERTEXTOSModelo Sequencial
Modelo Hierárquico
Modelo em RedeModelo Reticulado
FONTE: Disponível em: <http://lingtec.blogspot.com.br/>. Acesso em: 2 set. 2013.
A estrutura mais simples, o “modelo sequencial”, se assemelha ao que 
temos no texto linear, no qual a palavra segue palavra, um parágrafo posterior 
a outro parágrafo, página após página. O leitor tem duas escolhas: seguir em 
frente ou retornar.
A estrutura de grade (modelo reticulado) é também, segundo Neitzel (2001), 
bem familiar, pois nela as informações podem ser agrupadas por conveniências 
ou afinidades, como, por exemplo, temos nos mapas de cidades planejadas em 
blocos ou quadras, ou ainda, nos tabuleiros de xadrez ou de gamão. A autora 
acrescenta que:
A forma como os conteúdos são reunidos nos índices, organizados 
seguindo uma lógica de agrupamento por temática, lembra esse tipo 
de formação. Cada coluna de grade é um comando de um determinado 
programa; o leitor pode ler de cima para baixo para compreender 
qualquer dado das colunas ali disperso, ou pode deslizar pelas filas para 
comparar a sintaxe de variados comandos (NEITZEL, 2001, p. 119).
 
O modelo hierárquico, ou a estrutura arborescente, é uma organização de 
informações de forma hierárquica, que se opõe à estrutura em forma de teia, ou 
ao modelo de rede. Essa estrutura é a que melhor atende, pois sua arquitetura é a 
única que realmente permite o cruzamento total e irrestrito de informações.
Essas diferenças entre hipertexto são importantes porque se relacionam 
diretamente ao aspecto interativo e, portanto, à consideração de quem anuncia. 
Além disso, fornecem indícios para não tratarmos de maneira genérica 
hipertextos que possuem natureza distinta em função de sua estrutura e 
propósitos, situando-se em espaços sociodiscursivos diferentes que, por estarem 
nos mesmos espaços, se confundem.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
19
A web já não é mais a mesma e, portanto, nem o hipertexto. Em sua 
avaliação, vivemos hoje a terceira geração da hipertextualidade, que se caracteriza 
pela colaboração e participação dos internautas na escrita coletiva de hipertextos.
A primeira fase da web, em seus primeiros dez anos, foi caracterizada 
pela publicação de homepages isoladas, marcada principalmente pela linguagem 
HTML (Hyper Text Markup Language), uma expressão inglesa utilizada para 
referenciar "Linguagem de Marcação de Hipertexto", e pelo sistema de envio de 
informações produzidas off-line via FTP (File Transfer Protocol), também uma sigla 
de expressão inglesa, que indica um protocolo de transferência de arquivos entre 
computadores em redes TCP/IP a um servidor. Esses hipertextos eram bastante 
vinculados ao meio impresso, com rodapés, remissões e índices que faziam a 
interligação de diferentes textos.
Com o avanço das tecnologias informáticas, hipertextos de segunda 
geração emergem da web, nos quais o link confere velocidade à conexão entre 
diferentes documentos digitais.
Contudo, o programador do hipertexto ainda mantinha consigo o 
poder da escrita, na medida em que deixava poucas oportunidades para o 
internauta deixar suas marcas, pois ele apenas poderia decidir quais links 
poderia seguir, e não criar os seus próprios.
FONTE: Adaptado de: <http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/links_multi.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2013.
Hoje, os hipertextos atingem a terceira geração, não só por se apresentarem 
em uma estrutura integrada de funcionalidade e conteúdo, mas por permitirem 
a abertura dos documentos à intervenção dos participantes do sistema, ou seja, à 
participação dos internautas em formas multidirecionais de leitura, a exemplo do 
que ocorre com os blogs, o webjornalismo etc. Um dos exemplares de hipertexto 
mais representativos dessa geração é a Wikipédia, já referida.
Segundo Lévy (1996), o hipertexto representa um apoio digital que aceita 
novos tipos de leitura. No hipertexto as informações estão conectadas por meio 
de elos associativos, chamados de links, que conduzem o leitor na construção de 
uma direção de leitura composta por uma rede de textos singular e personalizada. 
Hipertexto é um texto em formato digital reconfigurável e fluido. 
Ele é composto por blocos elementares ligados por links que podem 
ser explorados em tempo real na tela. A noção de hiperdocumento 
generaliza, para todas as categorias de signos (imagens, animações, 
sons etc.), o princípio da mensagem em rede móvel que caracteriza o 
hipertexto (LÉVY, 1996, p. 27).
O hipertexto é composto de elementos de informação, imagens, páginas, 
sequências musicais, de ligações entre esses nós, “botões que efetuam a passagem 
de um nó a outro” (LÉVY, 1996, p. 44). Desse modo, o hipertexto é organizado de 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
20
maneira não linear, resultando em um texto digitalizado, o qual circula nas redes 
locais ou mundiais, onde “cada participante é um autor e um editor em potencial, 
esse texto é diferente do texto impresso” (LÉVY, 1996, p. 44).
Na era das tecnologias digitais, os sistemas digitais contam com uma estrutura 
e ícones do hipertexto que são indispensáveis. No momento em que movimentamos 
o cursor na tela, este assume a forma de uma mão em alguns pontos da superfície 
textual. O ícone da mão que indica a região de entrada situa um processo de 
semelhança com o gesto de marcar para alguma coisa, utilizando o dedo indicador. 
Este ícone, em algumas áreas do texto digital, apresenta a localização 
de uma janela, entrada esta que pode ser consultada ou não, conforme o 
interesse do leitor. 
FONTE: Disponível em: <http://www.celsul.org.br/Encontros/06/Individuais/122.pdf>. Acesso em: 
23 nov. 2013.
O texto é posto em movimento, envolvido em fluxo, vetorizado, 
metamórfico. Assim, está mais próximo do próprio movimento do 
pensamento, ou da imagem que hoje temos deste. Perdendo sua 
afinidade com as ideias imutáveis que supostamente dominariam o 
mundo sensível, o texto torna-se análogo ao universo de processos ao 
qual se mistura (LÉVY, 1996, p. 48).
O aparecimento do ícone na tela representa um chamado ao usuário 
navegador que irá decidir se aceita ou não esse chamado, deixando-se seduzir 
pela possibilidade de explorar outros textos eletrônicos. Por isso, consideramos 
que o hipertexto produz um processo de leitura não linear, ou seja, fragmentado 
em blocos de textos, e o leitor-navegador é obrigado a parar a leitura para decidir 
se deseja entrar, abrir a janela em destaque na superfície textual.
FONTE: Disponível em: <http://www.celsul.org.br/Encontros/06/Individuais/122.pdf>. Aceso em: 
25 nov. 2013.
Lévy (1998a), considerando o princípio da não linearidade da estrutura 
hipertextual, propõe seis princípios abstratos do hipertexto:
1- Princípio da metamorfose apresenta a rede hipertextual não estável, pois está 
em construção constante.
2- Princípio de heterogeneidade apresenta as conexões e os nós da rede 
hipertextual, heterogêneos, porque retêm sensações, imagens, sons, palavras. 
As mensagens estão decompostas em multimodais, multimídias, digitais, 
analógicas, sendo constituídas a partir de todos os tipos de associações.
3- Princípio de multiplicidade apresenta o encaixe das escalas: qualquer nó ou 
conexão pode compor toda uma rede.
4- Princípio de exterioridade apresenta a adição de novos elementos. Resulta na 
composição e na recomposição constante de um exterior indefinido, porque a 
rede não possui unidade orgânica.
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
21
5- Princípio de topologia apresenta o curso das ocorrências, é uma questão de 
caminho, porque funciona por proximidade.
6- Princípio de mobilidade dos centros apresenta a rede, não possui centro, pois 
é composta por diversos centros que são como pontas luminosas móveis que 
saltam de um nó a outro.
A multimídia encontra-se em transformação permanente, pois o apoioinformático do hipertexto traz princípios básicos de interação por meio da tela. 
É importante citar os princípios de interação: diagramática, sensoriomotora, a 
representação figurada e dos comandos; o uso do mouse que possibilita ao usuário 
operar sobre o que ocorre na tela de forma intuitiva, os menus que disponibilizam 
as operações e a tela gráfica.
Para Lévy (1998b), o hipertexto compõe uma rede original de interfaces. 
Ele é formado de traços provenientes de várias outras mídias. Desse modo, o 
aspecto dinâmico e multimídia, especificidades do hipertexto, surge devido a seu 
suporte de inscrição ótica ou magnética e a seu ambiente de consulta, que está 
constantemente em movimento, à medida que se redobra e desdobra à vontade 
para formar um grande metatexto caleidoscópio.
Neste sentido, Marcuschi (2001) também faz considerações das principais 
particularidades do hipertexto, explicando que o mesmo admite múltiplas 
entradas e percursos a seguir e que sua diferença em relação ao texto linear 
impresso está na inovação dessas inúmeras escolhas e inferências poderem 
ser feitas on-line. Para Marcuschi (2001), algumas características vão definir 
a natureza do hipertexto, determinando a ele a decisão de ser principalmente 
virtual e descentrado, apresentando as seguintes características:
• Flexibilidade textual na forma de redes digitais navegáveis, diferentemente dos 
textos convencionais, e sua principal característica é o texto digital, ou seja, a 
não linearidade.
• A ausência de estabilidade admite ao usuário navegar e escolher constantemente 
nas conexões essencialmente virtuais, ou seja, volatilidade.
• A ausência de limites textuais sugere uma escrita e uma leitura sem restrição, 
podendo se desenvolver infinitamente, caracteriza a topografia.
• Garante os possíveis retornos e fugas, uma vez que o autor deixa de ter o 
domínio do tópico e o leitor obtém o controle cognitivo e informacional do 
hipertexto, caracteriza a fragmentariedade.
• Estabelecimento de uniões a várias fontes, como dicionários, enciclopédias, 
museus, obras científicas, entre outros, que caracteriza a acessibilidade ilimitada.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
22
• Integração de várias linguagens, musical, cinematográfica, visual e gestual, que 
caracteriza a multissemiose.
• Ligada à interconexão interativa e à conexão da multissemiose com a 
acessibilidade infinita, vinculando o leitor navegador com vários autores por 
meio de uma coincidência em tempo real, o que resulta na menção de uma 
interação verbal face a face, caracteriza a interatividade.
Portanto, conforme Marcuschi (2001), o hipertexto proporciona um 
conjunto de probabilidades na sua estrutura que demandam ações e determinações 
cognitivas por parte do leitor navegador, a partir de uma série de referências não 
contínua. Essa ocorrência textual da mídia digital é uma forma de organização 
cognitiva e referencial que demanda a revisão de conceitos como linearização 
e referenciação, pois o hipertexto se realiza por meio de opções escolhidas 
sucessivamente on-line.
Observa-se que esse modelo de estruturação textual deixa ao leitor 
do ciberespaço ser também coautor do texto final. Dessa forma, o hipertexto 
constitui-se de procedimentos de escrita e leituras eletrônicas, que ocorrem em 
um ambiente distinto e original, o suporte digital. O autor também afirma que o 
leitor desempenha função mais ativa do que o leitor do texto impresso, porque 
este opta por ações e toma decisões a partir da multiplicidade de caminhos 
oferecidos pelo hipertexto.
Para Marcuschi (2001), a leitura convencional de texto, como em um 
livro, na qual as informações são dispostas de modo linear, é quebrada na 
ocasião em que as expectativas vinculadas a essa estrutura não se ratificam na 
leitura do hipertexto. Essa leitura realizada por meio de diversos percursos 
possibilita maior liberdade de navegação por discursos espalhados por 
imensas redes digitais.
FONTE: Adaptado de: <http://www.celsul.org.br/Encontros/06/Individuais/122.pdf>. Acesso em: 
25 nov. 2013
Segundo Marcuschi (2001), a diferença central entre o hipertexto e o 
texto impresso, linear, reside na possibilidade de diversas escolhas para leituras 
e interferências on-line. A inovação trazida pelo hipertexto está na apresentação 
virtual, pois o hipertexto é uma virtualidade, e não um texto fisicamente realizado. 
Portanto, para o autor, “estamos chegando à ausência da página, à decomposição 
da linearidade textual e à desmontagem da própria noção tradicional de texto” 
(MARCUSCHI, 2001, p. 81).
Para Xavier (2004), o texto eletrônico não estabelece ao leitor navegador 
uma ordem rigorosa, que estabeleça os percursos de leituras. As trilhas podem 
ser percorridas ou não, pois são apresentadas pelo enunciador que recomenda 
algumas alternativas, em detrimento de outras, ao enunciatário. Dessa forma, este 
último tem à sua disposição ligações para outros textos, elos que representam uma 
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
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inovação sem precedentes no momento de se produzirem textos. A característica 
não linear pode quebrar “as isotopias que garantiriam a continuidade do fluxo 
semântico responsável pela coerência, tal como ocorre em uma leitura de texto 
convencional” (XAVIER, 2004, p. 73).
Na esteira da leitura do mundo pela palavra, vemos emergir uma 
tecnologia de linguagem cujo espaço de apreensão de sentido não é 
apenas composto por palavras, mas, junto com elas são encontrados 
sons, gráficos e diagramas, todos lançados sobre uma mesma superfície 
perceptual, amalgamados uns sobre os outros, formando um todo 
significativo e em que sentidos são complexamente disponibilizados 
aos navegantes do oceano digital (XAVIER, 2004, p. 171).
Essa estrutura hipertextual propiciou a origem de um formato de texto 
em que numerosos discursos hipertextualizados em rede podem ser acessados 
por usuários localizados em qualquer ponto da Terra. Essa inovação em forma 
de enunciação inaugura a nova ordem material do discurso, em que não satisfaz 
a leitura das palavras, mas exige do enunciatário competências discursivas 
para lidar com um espaço de produção da linguagem multissemiótica. Por 
isso, a tecnologia digital auxilia o acontecimento discursivo que resulta na 
multiplicação das formas de produção do sentido, devido às inúmeras escolhas 
que oferece.
Quando essa tendência de vários modos de enunciação permite ao leitor 
navegador realizar uma leitura sinestésica em um único suporte, no qual “palavras, 
imagens e sons se fundem, digitalmente, para produzir sentidos” (XAVIER, 2004, 
p. 6), o hipertexto é semiolinguístico, da integração e superposição dos seguintes 
modos de enunciação: verbal, sonoro e visual. Para Xavier (2004), esses elementos 
enunciativos convergem em um mesmo suporte digital de leitura e, portanto, de 
produção de sentidos.
Esse suporte hipertextual forma uma nova maneira de se produzir as 
representações e os sentidos, “corporalidade”, pois a materialidade do texto traz 
em si marcas dos procedimentos por meio dos quais faz sentido para o leitor, 
apresentando as expectativas frente a essa inovadora. A leitura do hipertexto 
requer operações cognitivas, nas quais o enunciatário toma decisões, realiza 
retomadas, ações essas que são negociadas on-line, gerando sentidos por meio 
de procedimentos linguísticos que, junto com outros modos de enunciação, 
estruturam esse novo discurso.
Dessa forma, o hipertexto comporta vários percursos de leitura, uma 
vez que, por meio dos links, o leitor alcança uma leitura não linear, através de 
interconexões que podem dirigi-lo para dentro do ambiente de leitura, ou levá-
lo para outros lugares. O link do texto eletrônico direciona e monitora a relação 
intertextual com outros discursos, na medida em que os discursos fazem sentido 
em sua relação com outros discursose a recuperação instantânea de intertextos é 
possível com o clique do mouse.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
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[...] ainda que os suportes impressos e digitais dos textos sofram 
alterações profundas em termos de configuração, nenhum deles 
chegará a desaparecer, mesmo porque cada qual dinamiza práticas 
culturais específicas surgidas de necessidades diferenciadas nas 
sociedades do mundo contemporâneo (SILVA, 2003, p. 15).
Para Silva (2003), a leitura virtual demanda escolhas e inferências diversas 
daquelas necessárias para a leitura de textos em papéis. As diferenças entre a 
leitura do texto virtual e a leitura do texto em papéis dividem-se em: dimensão 
atitudinal e física. Observa-se que na dimensão física, apresenta-se na posição 
horizontal o texto virtual, e na vertical o texto impresso. Em relação à dimensão 
atitudinal, o usuário navegador necessita ser seletivo na presença das informações 
que lhe são oferecidas.
Segundo Silva (2003, p. 14), “a produção e a circulação de textos virtuais 
trazem grandes desafios para a educação formal das novas gerações”. A expansão 
do texto virtual acontece em diferentes contextos sociais, sendo que no Brasil o 
emprego dos computadores como ferramenta de trabalho, estudo e pesquisa se 
desenvolve em passo acelerado. A ampliação do número de usuários é expressiva, 
a capacidade para se manusear o computador é pré-requisito para o exercício de 
várias profissões, o que possibilita o surgimento de modos de aprendizagem e de 
trabalho antes pouco conhecidos. 
Assim sendo, destaca Filho (2000, p. 32):
 
[...] as tecnologias digitais possuem uma importância fundamental 
na construção do conhecimento, podendo mediar a constituição do 
hipertexto enquanto processo de produção de sentido. Através do 
hipertexto constituído, principalmente pelos aparelhos digitais móveis, 
a produção textual encontra potencialidades multimodais, o que 
possibilita o enriquecimento de alternativas de ensino e aprendizagem. 
 
O hipertexto transforma a relação de autor e usuário, de produção e 
consumo. Há uma redefinição dos papéis, e são adquiridas novas capacidades 
para a escrita e a leitura. A narrativa contempla diversos pontos de vista, sem 
começo e final, permitindo a conversação. O leitor pode seguir as indicações de 
novas relações de conteúdo ou ignorá-las através de links. 
Para Xavier (2004), essas ligações digitais, além de conduzirem os usuários 
quanto às várias opções disponíveis de diálogo entre os diversos meios, como 
texto verbal, som e imagem, mobilizam o leitor tanto para dentro quanto para fora 
do texto, amarram e gravam dados, geram uma interação explícita entre produtor 
hipertextual-hiperleitor-hipertexto e são consideradas importantes ferramentas 
na construção de sentido do texto. 
Quanto à construção de texto, ele é formado pelas escolhas dos links, uma 
nova pontuação, remete o leitor para novas leituras, assim o leitor constrói e 
reconstrói um novo texto. 
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
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Assim, essa constante mobilidade do leitor no hipertexto, em busca da 
construção de sentido, demonstra a todo instante a instabilidade na construção 
do saber, algo que se torna explícito em sua estrutura. 
FONTE: Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/banco_objetos_
crv/%7B42C149C0-6C5A-4BD5-8D43-DD164A43B214%7D_Dissertacao%20final.pdf>. Acesso em: 
25 nov. 2013.
Resumidamente, “hipertexto é o espaço virtual inédito e exclusivo, no qual 
tem lugar um modo digital de enunciar e construir sentido” (XAVIER, 2004, p. 29).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MULTIMÍDIA
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HIPERMÍDIA - SURGIMENTO E EVOLUÇÃO
A hipermídia é um termo criado pelo sociólogo, filósofo e pioneiro de 
sistemas de informação estadunidense Ted Nelson, em 1960. Utilizada como 
uma extensão do termo hiperlink, a hipermídia promoveu a fusão dos vários 
tipos de mídia - como o áudio, vídeo, texto e gráficos – para criar um meio de 
comunicação único, de leitura não linear, características próprias e gramática 
peculiar.
Apesar de o termo ter sido criado nos anos 1960, a ideia de hipermídia já 
vinha sendo proposta desde meados de 1945, com o artigo “As we may think”, de 
Vannevar Bush. Em seu trabalho, Bush propôs a criação de uma máquina chamada 
Memex, capaz de armazenar várias informações em sua memória. Com essa 
máquina, segundo Bush, os conhecimentos poderiam ser somados e guardados 
em um único lugar, além de poderem ser acessados rapidamente quando fosse 
necessário. Na época, a ideia soou como futurista e utópica. A máquina não saiu 
do papel, mas foi a precursora da ideia de hipertexto.
A partir da ideia de Vannevar Bush, Ted Nelson começou a trabalhar no 
que posteriormente viria a ser o Projeto Xanadu. A ideia principal do projeto 
era que o leitor poderia seguir uma não linearidade de leitura do documento 
eletrônico. Tal ideia anunciava o que viria a ser chamado de hipertexto – sistema 
de informações cujos documentos possuem referências internas para outros 
documentos.
Enquanto Ted Nelson procurava amadurecer o conceito de hipertexto, 
na década de 1960 o inventor estadunidense Douglas Engelbart desenvolveu e 
apresentou o primeiro sistema computacional colaborativo, chamado de NLS 
(o NLine System). O NLS foi o primeiro sistema a empregar o uso prático do 
hipertexto: links, o mouse (inventado pelo próprio Engelbart em associação a 
Bill English), GUI e informações organizadas por relevância, fizeram parte do 
sistema. Suas demonstrações ficaram conhecidas como The mother of all Demos, ou 
A mãe de todas as demonstrações.
Apesar do seu sucesso, o NLS começou a entrar em desuso em meados de 
1969. O principal motivo eram as dificuldades de aprendizado e desenvolvimento 
do sistema – eram utilizados métodos de programação pesada e muitas vezes 
os usuários sentiam-se forçados a aprender códigos que não serviam para 
nada realmente útil. Com a chegada da ARPANET, que também empregava o 
hipertexto, muitos pesquisadores que trabalharam no NLS abandonaram o 
projeto e seguiram para a Xerox-PARC.
Em 1981, a Xerox desenvolveu a estação de trabalho Star, primeira comercial 
a utilizar tecnologias que hoje fazem parte dos computadores pessoais. Janelas 
com interface gráfica, ícones, pastas, mouse, servidor de arquivos e impressoras e 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | MULTIMÍDIA, HIPERMÍDIA E HIPERTEXTO
27
e-mail faziam parte do sistema. O conceito de hipermídia começava a amadurecer 
com a utilização de widgets e tornava-se cada vez mais uma extensão do hipertexto.
Em 1979, Steve Jobs realizou uma visita aos laboratórios de desenvolvimento 
da Xerox e soube do desenvolvimento de uma tecnologia de interface gráfica. 
Pela visita Jobs ofereceu ações da Apple e retomou o desenvolvimento do Lisa 
e do Macintosh. Em 1984 Steve Jobs e a Apple apresentaram o Macintosh 128k, 
a primeira máquina construída totalmente em torno de interface gráfica – mais 
do que nunca a hipermídia estava presente na informática. Suas bases estavam 
solidificadas e prontas para serem desenvolvidas.
Em 1987, a Apple desenvolveu o primeiro aplicativo bem-sucedido 
baseado em hipermídia. Tratava-se do hypercard, aplicação que combinava 
banco de dados com interface gráfica, flexibilidade e interação do usuário com 
o programa por meio de modificações. Oficialmente lançado com o System 
Software 6, o hypercard incorporava também o hypertalk, uma linguagem 
poderosa e de fácil aprendizagem que permitia a manipulação de dados e de 
interfaces.
Com a possibilidade de interação entre usuário e sistema, o hypercard foi 
um sucesso. A hipermídia alcançara um nível de amadurecimento que resultaria 
na criação da WWW (World Wide Web). Idealizada por Tim Berners-Lee ainda em 
1980, inicialmente a WWW tinha como objetivo facilitar o compartilhamento de 
documentos entre seus

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