Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Goiás Drenagem Urbana Aspectos Hidrológicos: Evaporação e Evapotranspiração Disciplina: Drenagem Urbana Professora: Layara de Paula Sousa Santos layara0912@hotmail.com • Conceito Geral • Fatores que afetam a evapotranspiração • Medição da evaporação • Evaporação em lagos e reservatórios • Estimativa da evapotranspiração – Medição – Cálculo Evapotranspiração Evaporação (E) – Processo pelo qual se transfere água do solo e das massas líquidas para a atmosfera. No caso da água no planeta Terra ela ocorre nos oceanos, lagos, rios e solo. Transpiração (T) – Processo de evaporação que ocorre através da superfície das plantas. A taxa de transpiração é função dos estômatos, da profundidade radicular e do tipo de vegetação. Conceito Geral - Evapotranspiração Ocorre quando o estado da água é transformado de líquido para gasoso devido à energia solar Móleculas da água líquida rompem a barreira da superfície (liberando energia) É necessário que o ar não esteja saturado Evaporação Definições Definições quantidade de energia que uma molécula de água líquida precisa para romper a superfície e evaporar calor latente de evaporação Transpiração desde as raízes até as folhas, pelo sistema condutor, pelo estabelecimento de um gradiente de potencial desde o solo até o ar Transpiração no Sistema Solo Planta Atmosfera Local de maior resistência ao fluxo O gradiente de tensão de vapor de água também favorece o fluxo Quanto mais seco estiver o ar (menor Umidade Relativa), maior será esse gradiente proporcional à resistência ao fluxo da água na planta Evapotranspiração (ET) Processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera através da evaporação (E) e da transpiração (T). TEET Potencial (ETP) Real (ETR) Transpiração no Sistema Solo Planta Atmosfera Definições ETP Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, em uma unidade de tempo, de uma superfície extensa, completamente coberta de vegetação de porte baixo e bem suprida de água (Penman,1956) ETR Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, nas condições reais (existentes) de fatores atmosféricos e umidade do solo. A ETR é igual ou menor que a evapotranspiração potencial (Gangopadhyaya et al, 1968) • Umidade do ar • Temperatura do ar • Velocidade do vento • Radiação solar • Tipo de solo • Vegetação (transpiração) Fatores que afetam • Quanto maior a temperatura, maior a pressão de saturação do vapor de água no ar, isto é, maior a capacidade do ar de receber vapor. • Para cada 10oC, P0 é duplicada Temperatura (oC) 0 10 20 30 P0 (atm) 0,0062 0,0125 0,0238 0,0431 Temperatura Temperatura Umidade relativa medida do conteúdo de vapor de água do ar em relação ao conteúdo de vapor que o ar teria se estivesse saturado sw w 100UR onde UR é a umidade relativa; w é a massa de vapor pela massa de ar e ws é a massa de vapor por massa de ar no ponto de saturação. % em Umidade do Ar Ar com umidade relativa de 100% está saturado de vapor, e ar com umidade relativa de 0% está completamente isento de vapor Também pode ser expressa em termos de pressão parcial de vapor. Lei de Dalton cada gás que compõe um a mistura exerce uma pressão parcial, independente da pressão dos outros gases, igual à pressão que se fosse o único gás a ocupar o volume No ponto de saturação a pressão parcial do vapor corresponde à pressão de saturação do vapor no ar, e a equação anterior pode ser reescrita como: Umidade do Ar onde UR é a umidade relativa; e é a pressão parcial de vapor no ar e es é pressão de saturação. se e 100UR % em • O vento renova o ar em contato com a superfície que está evaporando (superfície da água; superfície do solo; superfície da folha da planta). • Com vento forte a turbulência é maior e a transferência para regiões mais altas da atmosfera é mais rápida, e a umidade próxima à superfície é menor, aumentando a taxa de evaporação Vento Vento remove ar úmido da superfície onde ocorre ET menos umidade mais ET A quantidade de energia solar que atinge a Terra no topo da atmosfera está na faixa das ondas curtas. Na atmosfera e na superfície terrestre a radiação solar é refletida e sofre transformações: Radiação Solar • parte da energia incidente é refletida pelo ar e pelas nuvens (26%) • parte é absorvida pela poeira, pelo ar e pelas nuvens (19%) • parte da energia que chega a superfícies é refletida de volta para o espaço ainda sob a forma de ondas curtas (4% do total de energia incidente no topo da atmosfera) Radiação Solar A energia absorvida pela terra e pelos oceanos aquecimento destas superfícies depois emitem radiação de ondas longas Além disso, o aquecimento das superfícies aquecimento do ar que está em contato fluxo de calor sensível (ar quente), e o fluxo de calor latente (evaporação) Finalmente, a energia absorvida pelo ar, pelas nuvens e a energia dos fluxos de calor latente e sensível retorna ao espaço na forma de radiação de onda longa, fechando o balanço de energia Radiação Solar • Solos arenosos úmidos tem evaporação maior do que solos argilosos úmidos Solo e vegetação A vegetação: • Controla a transpiração • Pode agir fechando os estômatos • Busca a umidade de camadas profundas do solo Solo e vegetação Umidade do solo uma das variáveis mais importantes na transpiração Solo úmido plantas transpiram livremente taxa de transpiração controlada pelas variáveis atmosféricas Solo começa a secar fluxo de transpiração começa a diminuir Condições ideais de umidade do solo ETP Condições reais de umidade do solo ETR Determinação da evaporação e da ET Relação entre a evaporação e a pressão de vapor, com a introdução do efeito do vento Leva em conta a radiação solar: efetiva de ondas curtas, efetiva de ondas longas, a energia de evaporação, calor sensível por condução, características aerodinâmicas método de Penman Ajuste por regressão das variáveis envolvidas Medida direta tanque classe A, ... Baseia-se na equação da continuidade do lago ou reservatório Evaporação Lisímetros e umidade do solo ETP Método de thornthwaite, método de Blaney-Criddle. Para determinar ET ET = ETP .kc, onde kc coeficiente de cultura (determinado em lisímetros) Baseados na variável meteorológica radiação. Equação de Jesen e Haise, ... Chamada de equação de Penman adaptar o cálculo da evaporação de superfícies livres para a superfície de interesse ETP Para intervalos de tempo superiores a 1 semana Evapotranspiração • Tanque classe A • Evaporímetro de Piché Evaporímetros medição direta • O mais usado forma circular com um diâmetro de 121 cm e profundidade de 25,5 cm • Construído em aço ou ferro galvanizado • Pintado na cor alumínio • Instalado numa plataforma de madeira a 15 cm da superfície do solo • permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior. Tanque classe A Tanque classe A Tanque "Classe A" – US Weather Bureau • O fator que relaciona a evaporação de um reservatório e do tanque classe A oscila entre 0,6 e 0,8, sendo 0,7 o valor mais utilizado Tanque classe A Fonte : Sabesp Tanque classe A Tanque classe A Tanque classe A • manutenção da água entre as profundidades recomendadas evita erros de até 15% • a água deve ser renovada turbidez evita erros de até 5% • as paredes sofrem com a influência da radiação e da transferência de calor sensível superestimação da evaporação • próximos a cultivos de elevada estatura subestimação da evaporação Constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de aproximadamente 30 cm de comprimento e um centímetro de diâmetro, fechado na parte superior e aberto na inferior A extremidade inferior tapada, depois do tubo estar cheio com água destilada, comum disco de papel de feltro, de 3 cm de diâmetro, que deve ser previamente molhado com água Este disco é fixo depois com uma mola. A seguir, o tubo é preso por intermédio de uma argola a um gancho situado no interior do abrigo Evaporímetro de Piché Evaporímetro de Piché • Piché é pouco confiável Evaporímetro de Piché • Medição (mais complicada) • Cálculo Estimativa da evapotranspiração • Lisímetro – Depósitos enterrados, abertos na parte superior, preenchidos com solo e vegetação característica – Controle das variáveis: • Peso • Medir chuva • Coletar água percolada • Coletar água escoada • Superfície homogênea Lisímetros medição direta Lisímetros medição direta Precipitação no solo drenagem para o fundo do aparelho água é coletada e medida O depósito é pesado diariamente, assim como a chuva e os volumes escoados de forma superficial e que saem por orifícios no fundo ET calculada por balanço hídrico entre 2 dias subseqüentes ET = P - Qs – Qb – ΔV E evapotranspiração P chuva (medida num pluviômetro) Qs escoamento superficial (medido) Qb é o escoamento subterrâneo (medido no fundo do tanque) ΔV variação de volume de água (medida pelo peso) Lisímetros medição direta Lisímetros medição direta Lisímetros medição direta Lisímetros medição direta http://jararaca.ufsm.br/websites/matasul- ufsm/1ca53f95af2a6c15feea202899377cc9.htm http://jararaca.ufsm.br/websites/matasul-ufsm/1ca53f95af2a6c15feea202899377cc9.htm Cálculo da ETP baseado na temperatura Thornthwaite: empírica, caracterizada por um único fator, a temperatura média. Foi desenvolvida para climas temperados (inverno úmido e verão seco). E = c Ta t = temperatura de cada mês ºC T = temperatura média ºC Blaney-Criddle: também utiliza a temperatura média e horas do dia com insolação, para regiões semi-áridas ETP=(0,457 T + 8,13) p ET = ETP . Kc p = % luz diária kc = é o coeficiente de cultura. Cálculo da ETP baseado na temperatura a I T10 16ET 12 1j 1,514 j 5 T I Para estimar evapotranspiração potencial mensal T = temperatura média do mês (oC) a = parâmetro que depende da região I = índice de temperatura 0,49239I101,792I107,71I106,75a 22537 Thornthwaite j cada um dos 12 meses do ano Tj temperatura média de cada um dos 12 meses Exemplo Mês Temperatura Janeiro 24,6 Fevereiro 24,8 Março 23,0 Abril 20,0 Maio 16,8 Junho 14,4 Julho 14,6 Agosto 15,3 Setembro 16,5 Outubro 17,5 Novembro 21,4 Dezembro 25,5 Calcule a evapotranspiração potencial mensal para o mês de Agosto de 2006 em Porto Alegre onde as temperaturas médias mensais são dadas na figura abaixo. Suponha que a temperatura média de agosto de 2006 tenha sido de 15,3°C Exemplo O primeiro é o cálculo do coeficiente I a partir das temperaturas médias obtidas da tabela. O valor de I é 96. A partir de I é possível obter a= 2,1. Com estes coeficientes, a evapotranspiração potencial é: mm/mês 53,1 96 16,510 16E 2,1 Portanto, a evapotranspiração potencial estimada para o mês de agosto de 2006 é de 53,1 mm/mês. ETR ETP Umidade do solo Smx ETR = evapotranspiração depende da umidade do solo Relações Relações Períodos de estiagem mais longos ET retira umidade do solo ET diminui A redução da ET não ocorre imediatamente Para valores de umidade do solo entre a capacidade de campo e um limite ET não é afetada pela umidade do solo A partir deste limite ET diminuída mínimo (normalmente zero) no ponto de murcha permanente Neste ponto rS atinge valores altíssimos • Evapotranspiração potencial : é a evaporação do solo e a transpiração das plantas máxima que pode ser transferida para atmosfera. Com base nas condições climáticas e características das plantas é possível estimar a ETP • Evapotranspiração real: é a o total transferido para a atmosfera de acordo com a disponibilidade hídrica existente (umidade do solo) e a resistência das plantas. Evapotranspiração • Método de estimativa simples com base nos dados precipitação e vazão de uma bacia. • A equação da continuidade S(t+1)=S(t) + (P –E - Q)dt • Desprezando a diferença entre S(t+1) – S(t) Q= P- E • Simplificação aceita para dt longos como o um ano ou seqüência de anos Balanço hídrico • Exemplo: Uma bacia (Rio Passo Fundo) com Precipitação média 1.941 mm e Vazão de 803 mm (valores médios de 10 anos). A evaporação real é E= 1941 – 803 = 1137 mm O coeficiente de escoamento é a relação entre Q/P C = 803/1941 = 0,41 ou 41% da precipitação gera escoamento. Balanço hídrico mm/ano m3/s A = Área da bacia Q = vazão 1000 365 . 24 . 3600 )2km(A)ano/mm(Q )s/3m(Q Conversão de unidades Reservatórios são criados para regularizar a vazão dos rios, aumentando a disponibilidade de água e de energia nos períodos de escassez A criação de um reservatório, entretanto, cria uma vasta superfície líquida que disponibiliza água para evaporação, o que pode ser considerado uma perda de água e de energia Evaporação em reservatórios A evaporação da água em reservatórios estimada a partir de medições de Tanques de Classe A Entretanto é necessário aplicar um coeficiente de redução em relação às medições de tanque a água do reservatório normalmente está mais fria do que a água do tanque, que tem um volume pequeno e está completamente exposta à radiação solar Evaporação em reservatórios Assim, para estimar a evaporação em reservatórios e lagos costuma-se considerar que esta tem um valor de aproximadamente 60 a 80% da evaporação medida em Tanque Classe A na mesma região, isto é: Onde Ft tem valores entre 0,6 e 0,8. ttanquelago FEE Evaporação em reservatórios Evaporação em lagos e reservatórios Reservatório de Sobradinho constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil área superficial de 4.214 km2 Evaporação direta deste reservatório é estimada em 200 m3.s-1 10% da vazão regularizada do rio São Francisco Esta perda é superior à vazão prevista para o projeto de transpiração do rio São Francisco • Um rio cuja vazão média é de 34 m3/s foi represado por uma barragem para geração de energia elétrica. A área superficial do lago criado é de 5.000 hectares. Medições de evaporação de um tanque classe A correspondem a 1.500 mm por ano. Qual é a nova vazão média a jusante da barragem após a formação do lago? Exercício 1000 365 . 24 . 3600 )km(A)ano/mm(E )s/m(E 2 3 E = 1.500 x 0,7 mm/ano E = 1,66 m3/s Q = 34 – 1,66 = 32,34 m3/s Redução de 4,9 % da vazão Solução • Deseja-se construir um reservatório em um rio, cuja bacia possui uma área de 50 km2. A área de inundação do reservatório é de 10 km2. Estime qual deve ser a redução de vazão média disponível na bacia. Considere que a evaporação potencial da superfície da água é de 1.400 mm por ano. A evaporação estimada por balanço hídrico antes da construção do reservatório foi de 1.137 mm por ano. Nestas mesmas condições, a vazão média era de 1,41 m3/s e a precipitação de 1.941 mm por ano. Exercício • ET após a construção ET = (0,7.1.400.10 + 1.137.40)/50 = 1.105,6 mm/ano • Q após a construção Q = 1.941 - 1.105,6 = 835,4 mm/ano • Redução de Q Qantes = 1,41 m 3/s Qdepois = 835,4 mm/ano = 1,325 m 3/s Redução de 6,45% Exercício
Compartilhar