Buscar

APS 1

Prévia do material em texto

FACULDADES DA INDÚSTRIA
 LENISE ASSIS
 APS 1
 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
 2021.
Pesquise e explique as espécies de títulos de crédito abaixo relacionados:
1) Conhecimento de depósito e Warrant;
2) Conhecimento de Transporte;
3) Letra Imobiliária;
4) Certificado de Depósito Bancário;
5) Cédula Hipotecária;
6) Cédula de Crédito Industrial;
7) Cédula de Crédito à Exportação;
 Examinemos dois títulos de crédito muito especiais: o warrant e o conhecimento de depósito. Trata-se de dois títulos irmãos, também, chamados xifópagos, por serem emitidos num só ato. O que impressiona nesses títulos é a sua regulamentação de 1903, que permanece inalterável há mais de um século. Eles inspiraram a duplicata, que é também xifópago, e a fatura. Interesse notar também sua denominação inalterada, com palavra de idioma estrangeiro, por ser nome adotado também em outros países. São emitidos por um tipo peculiar de empresa, chamada empresa de armazéns gerais. Estão eles regulamentados por uma lei antiga, cuja elaboração se deve ao extraordinário comercialista patrício, Carvalho de Mendonça: é o Decreto 1.102, de 1903. Com mais de um século de vigência, esta lei permanece intocável, tal é o seu grau de perfeição, embora quase um século de progresso tenha provocado alguns pontos de dúvida. O Decreto 1.102/03 é bastante longo, com 39 artigos minuciosos. A primeira parte do Dec. 1.102/03 regulamenta a empresa encarregada da emissão desses títulos. Só ela poderá emiti-los, razão pela qual há íntima conexão entre eles: a empresa e os títulos de crédito. A empresa de armazéns gerais dedica-se a manter armazéns de depósito de mercadorias, junto aos portos ou estradas de ferro ou de rodagem, estocando mercadorias de terceiros. Sua atividade repousa principalmente nos contratos de depósito de mercadorias. A peculiaridade primordial da empresa de armazéns gerais é a faculdade privativa para emitir os dois títulos de crédito dos quais estamos nos ocupando: o warrant e o conhecimento de depósito. Trata-se de uma empresa mercantil, com registro obrigatório na Junta Comercial. Pode ser uma empresa individual ou coletiva, mas não se conhece nenhuma empresa individual, sendo a maioria delas revestidas de forma de S/A. Devem ser empresas de elevado porte, exigentes de elevado capital, pois um depósito geralmente requer alto investimento, principalmente junto aos portos. A maioria delas são empresas privadas e pertencem aos conglomerados financeiros, mas há algumas avulsas e algumas empresas públicas, como a CIBRAZÉM.
Para o registro na Junta Comercial, são exigidas as condições gerais para toda empresa, mas tem a empresa de armazéns gerais um registro especial com várias exigências extras. Deverá juntar documentos descritivos da capacidade técnica para o exercício de sua atividade, com a denominação, a situação, o número, a capacidade, a comodidade e a segurança dos armazéns. Precisará expor a natureza das mercadorias que recebem em depósito, como feijão, milho, soja, ou se é frigorífico para carnes. O objeto social da empresa de armazéns gerais deve ser bem completo, com as operações e serviços a que se propõe. A essas declarações, a empresa de armazéns gerais juntará ainda o regulamento interno dos armazéns e da sala de vendas públicas, e a tarifa remuneratória do depósito e de outros serviços.
Nesse registro especial, juntará ainda a certidão do contrato social (se for sociedade por cotas) ou do estatuto (se for S/A). A Junta Comercial deverá examinar o regulamento interno da empresa de armazéns gerais e só concederá a matrícula se estiver de acordo com o Dec. 1.102/03. Os empresários que dirigirem a empresa de armazéns gerais terão que assinar um termo de responsabilidade, como fiéis depositários dos gêneros e mercadorias que receberem, e só depois de preenchida esta formalidade, que se fará conhecida de terceiros por novo edital da Junta Comercial, poderão ser iniciados os serviços e operações que constituem o objeto social da empresa. Além dos empresários, os administradores dos armazéns gerais, os fiéis-depositários e outros prepostos, antes de entrarem em exercício, receberão da empresa de armazéns gerais (a proponente) uma nomeação escrita, que será inscrita na Junta Comercial.
Não poderão ser empresários, administradores ou fiéis de armazéns os que tiverem sofrido condenação por crimes falimentares, estelionato, abuso de confiança, falsidade, roubo ou furto. Como se vê, são muito rigorosas as exigências da lei para as empresas de armazéns gerais, como para seus dirigentes, envolvendo até mesmo seus altos funcionários.
Vão mais além as implicações legais. Devem ser afixados nos locais de movimento da empresa o regulamento interno e a tarifa cobrada. Obriga-se ainda a manter um livro de entrada e saída de mercadorias, as vendas e demais circunstâncias que ocorrerem relativamente às mercadorias depositadas. 
Conceito do contrato de depósito encontra-se no art. 627 do Código Civil:
 Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
As partes desse contrato são, pois, depositante e depositário. O contrato de depósito é gratuito na órbita civil, mas o contrato de depósito mercantil é remunerado, porquanto na vida empresarial não se concebe atividade gratuita. A empresa de armazéns gerais é normalmente a depositária; sua atividade primordial é a de receber mercadorias para guardar e conservar, até que o depositante as peça de volta. Por esse trabalho, a empresa de armazéns gerais cobra uma tarifa remuneratória.
A empresa de armazéns gerais não poderá estabelecer preferência entre os depositantes a respeito de qualquer serviço, nem recusar o depósito de mercadorias, a não ser que a mercadoria destinada ao armazenamento não seja tolerada pelo regulamento interno, se não houver espaço para a sua acomodação, ou se, em virtude das condições em que ela se achar, puder danificar as já depositadas. A empresa de armazéns gerais exerce atividade de interesse público, não podendo por isso exercer discriminações, senão incorreria em abusos do poder econômico e atentado aos direitos do consumidor.
Deverão ser permitidos aos interessados o exame e a verificação das mercadorias depositadas e a conferência das amostras, podendo, no regulamento interno do armazém, ser indicadas as horas para esse fim e tomadas as cautelas convenientes. As mercadorias depositadas terão amostras expostas no armazém. Os interessados no exame das mercadorias depositadas serão, não apenas os donos delas (o depositante) mas outras pessoas envolvidas, como bancos que acolherem o warrant, um comprador das mercadorias ou potencial comprador. É bom recordarmos a íntima conexão entre o contrato de depósito, as mercadorias depositadas e os títulos emitidos pela empresa de armazéns gerais (a depositária): o warrant e o conhecimento de depósito.
As mercadorias depositadas são geralmente coisas fungíveis (milho, arroz, feijão, carnes, etc.). A empresa de armazéns gerais não é obrigada a restituir a mesma mercadoria, mas da mesma qualidade e quantidade. Para garantir a devolução deverá fazer seguro delas.
2) O Conhecimento de Transporte é um documento fiscal em papel, semelhante a uma nota fiscal de produtos ou serviços. No entanto, com o Ajuste SINIEF Nº 09, de 25 de outubro de 2007, foi instituído o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), dispensando formulário físicos e substituindo os seguintes documentos:
I. Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;
II. Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;
III. Conhecimento Aéreo, modelo 10;
IV. Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;
V. Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo27;
VI. Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7;
VII. Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas – CTMC, modelo 26.
O Conhecimento de Transporte Eletrônico ou CT-e, é um documento fiscal, emitido e armazenado eletronicamente. Ele existe apenas em formato digital, e que tem validade jurídica garantida por meio de assinatura digital. Seu objetivo é documentar a prestação de serviços de transporte, comunicando ao Fisco sobre tal operação.
3) A letra imobiliária é promessa de pagamento e quando emitida pelo Banco Nacional da Habitação será garantida pela União Federal. O Banco Nacional da Habitação e as sociedades de crédito imobiliário poderão colocar no mercado de capitais "letras imobiliárias" de sua emissão. As letras imobiliárias emitidas por sociedades de crédito imobiliário poderão ser garantidas com a coobrigação de outras empresas privadas. As letras imobiliárias emitidas por sociedades de crédito imobiliário terão preferência sobre os bens do ativo da sociedade emitente em relação a quaisquer outros créditos contra a sociedade, inclusive os de natureza fiscal ou parafiscal. O Livro de Registro de Letras Imobiliárias nominativas das sociedades de crédito imobiliário será autenticado no Banco Nacional da Habitação e o seu modelo e escrituração obedecerão às normas fixadas pelo mesmo Banco. O Banco Nacional da Habitação e as sociedades de crédito imobiliário manterão obrigatoriamente um "Livro de Registro de Letras Imobiliárias Nominativas", no qual serão inscritas as Letras nominativas e averbadas as transferências e constituição de direitos sobre as mesmas.
Os direitos constituídos sobre as letras imobiliárias nominativas só produzem efeitos perante o emitente depois de anotadas no Livro de Registro. As letras poderão, entretanto, ser dadas em penhor ou mandato mediante endosso, com a expressa indicação da finalidade e, a requerimento do credor pignoratício ou do titular da letra, o seu emitente averbará o penhor no Livro de Registro. As Letras Imobiliárias poderão ser ao portador ou nominativas, transferindo-se as primeiras por simples tradição e as nominativas:
a) pela averbação do nome do adquirente no Livro de Registro e no próprio certificado efetuada pelo emitente ou pela emissão de novo certificado em nome do adquirente, inscrito no Livro de Registro;
b) mediante endosso em preto no próprio título, datado e assinado pelo endossante.
A transferência mediante endosso não terá eficácia perante o emitente enquanto não for feita a averbação no Livro de Registro e no próprio título, mas o endossatário que demonstrar ser possuidor do título com base em série-contínua de endossos, tem direito a obter a averbação da transferência, ou a emissão de novo título em seu nome ou no nome que indicar.
As letras imobiliárias vencerão o juro de, no máximo 8% (oito por cento) ao ano, e não poderão ter prazo de resgate inferior a 2 (dois) anos. Das letras imobiliárias devem constar, obrigatoriamente, as condições de resgate quando seu vencimento ocorrer entre duas alterações sucessivas do valor de Unidade-Padrão de Capital, as quais poderão incluir correção monetária do saldo devedor, a partir da última alteração da Unidade-Padrão até a data do resgate.
4) O CDB foi originalmente instituído pela Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965 (Lei Nº 4.728/65), normativo que disciplinou o mercado de capitais e as medidas para o seu desenvolvimento. O art. 10 da Lei n° 13.476, de 28 de agosto de 2017 (Lei n° 13.476/17), ora revogado pela MP 897/19, já possibilitava a emissão de CDB escritural, por meio de lançamento no sistema ou em livro do emissor. No entanto, frente ao crescimento exponencial do uso da tecnologia da informação e da comunicação no mercado financeiro nacional, o legislador brasileiro, por meio da MP 897/19, buscou consolidar a regulação aplicável ao CDB, aprimorando a disciplina legal relacionada a esse instrumento de captação de instituições financeiras, especialmente acerca da sua emissão e da transferência de sua titularidade.
De plano, vale destacar que as alterações trazidas pela MP 897/19, a respeito do CDB, representam um reflexo do movimento de desmaterialização, registro e depósito centralizado de ativos financeiros e valores mobiliários implementado pelo regulador nos últimos anos². Nesse sentido, nota-se que o principal propósito da MP 897/19 sobre esse assunto é aprimorar o controle e a transferência de titularidade do CDB e, por consequência, fomentar ainda mais essa forma de captação de recursos por parte das instituições financeiras.
De forma semelhante ao disposto na Lei 4.728/65, o capítulo IV da MP 897/19 define o CDB como título de crédito nominativo, transferível e de livre negociação, representativo de promessa de pagamento, em data futura, do valor depositado junto ao emissor, acrescido da remuneração convencionada. A nova regulamentação determina que o CDB só poderá ser emitido por instituições financeiras que captem recursos sob a modalidade de depósitos a prazo e que tal certificado deverá conter uma série de requisitos³. Sobre o prazo, um aspecto interessante a ser destacado é o fato de a MP 897/19 não ter definido prazo mínimo ou máximo de vencimento dos CDB⁴, de tal forma que conferiu competência ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para regular essa e outras matérias relacionadas.
Como já era previsto na regulamentação original, a MP 897/19 permitiu a transferência do CDB por meio do endosso, sendo que a responsabilidade do endossante do CDB é limitada à existência do crédito, não abrangendo o seu pagamento. No entanto, a MP 897/19 foi além, ao prever que o CDB emitido sob a forma escritural também deverá ser transferido por meio de endosso eletrônico, exclusivamente por meio de anotação específica no sistema eletrônico da instituição emissora ou, quando tenha sido depositado em depositário central, por meio de anotação específica no sistema eletrônico correspondente.
A MP 897/19 estabelece que a titularidade do CDB emitido de forma escritural será atribuída exclusivamente por meio do lançamento no sistema eletrônico da instituição emissora ou do depositário central, quando tenha sido nele depositado. A nova regulação determina também a obrigação de a instituição emissora e o depositário central emitirem certidão de inteiro teor do título, caso haja solicitação nesse sentido. A medida provisória esclarece que ações de execução poderão ser promovidas com base na referida certidão.
Ainda, a MP 897/19 manteve a regência supletiva do CDB pela regulação aplicável à nota promissória, excetuando as disposições que a contrariarem. Por fim, como anteriormente destacado, a nova regulamentação previu a competência do CMN para regulamentar o CDB, incluindo as matérias relativas à (i) condições, limites e prazos para a emissão de CDB; (ii) tipos de instituições autorizadas a emitir CDB e requisitos específicos para a sua emissão; (iii) índices, taxas ou metodologias permitidas para a remuneração do CDB.
A CCB e seu arcabouço regulatório foram instituídos pela Lei 10.931, de 02 de agosto 2004 (Lei 10.931/04), tratando-se de título de crédito emitido por devedores de instituições financeiras ou entidades equiparadas que representa promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito realizada no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A legislação brasileira determinava que a CCB deveria ser emitida sob a forma cartular, aplicando-se a ela, de forma supletiva, a legislação cambial. No entanto, nos últimos anos, verificou-se o crescimento da emissão e negociação eletrônica de CCBs no mercado financeiro, em especial em modelos de negócios inovadores.
Assim, no contexto do uso intensivo da tecnologia na oferta de produtos e serviços financeiros (inclusive por meio de acesso dos clientes através da internet e de aplicativos para smartphones), das decisões judiciais favoráveis à validade de CCBs eletrônicas, das discussões em diversas associações (eg. Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA e AssociaçãoBrasileira de Crédito Digital – ABCD) e do pleito do mercado em relação à necessidade de desmaterialização da CCB, a MP 897/19 inovou ao expressamente permitir a possibilidade de emissão de CCB sob a forma escritural, bem como expressamente reconhecer a possibilidade de CCBs emitidas por escrito poderem ser assinadas eletronicamente.
5) A cédula hipotecária, designativo tanto do título primário, criativo da hipoteca, sujeito à inscrição, como do secundário, representativo da hipoteca, extraído da inscrição. A letra hipotecária, designativo do título que, sem ser criativo nem representativo da hipoteca, apenas fraciona o valor de uma massa de hipotecas do ativo de uma instituição financeira para melhor colocá-lo em mãos do público. A expressão cédula hipotecária passou a cobrir na terminologia legal brasileira, um gênero de títulos hipotecários, composto de duas espécies que se diferenciam pelos atributos próprios de cada uma delas. A primeira espécie é formada de títulos resultantes do preenchimento de um formulário impresso, elaborado para facilitar a circulação da hipoteca, o qual contém em si mesmo a estipulação da obrigação pecuniária, direito pessoal e da hipoteca, direito real. A segunda espécie é composta de títulos resultantes também do preenchimento de um formulário impresso, elaborado para facilitar a circulação da hipoteca, mas que, diversamente do outro, reproduz um título anteriormente inscrito, como a duplicata reproduz a fatura. As cédulas de crédito rural, regulamentadas pelo Decreto-Lei n°. 167/1967, são títulos negociáveis emitidos pelos órgãos integrantes do sistema nacional de crédito rural, tais como instituições financeiras, em prol de pessoas físicas ou jurídicas, bem como cooperativas de produtores rurais que se dediquem a algum tipo de atividade rural.
O título denominado por “Cédula de Crédito” é caracterizado pela existência de uma garantia quanto ao adimplemento do crédito representado pela cédula, que poderá ser real ou fidejussória.
Se a garantia for real (incidente sobre bens físicos), comumente conhecida pelas figuras da hipoteca e do penhor utilizadas em diversos negócios jurídicos, a cédula rural poderá ser ou pignoratícia, ou hipotecária ou pignoratícia e hipotecária. Lado outro, tem-se que inexistindo qualquer garantia real, o título passará a ser denominado “Nota de Crédito”.
O Decreto-Lei n°. 167/67 como norma reguladora das Cédulas de Crédito Rural e por consequência, das Notas de Crédito Rural, discrimina em seu artigo 30 como deverão ser inscritos ou averbados este último título:
Art. 30. As cédulas de crédito rural, para terem eficácia contra terceiros, inscrevem-se no Cartório do Registro de Imóveis: 
d) a nota de crédito rural, no da circunscrição em que esteja situado o imóvel a cuja exploração se destina o financiamento cédula.
Parágrafo único. Sendo nota de crédito rural emitida por cooperativa, a inscrição far-se-á no Cartório do Registro de Imóveis de domicílio da emitente.
Com efeito, pela interpretação da letra “d” do artigo supratranscrito, denota-se que o credor tem a faculdade de exigir que a nota de crédito rural seja registrada na circunscrição do imóvel cujo fim se destina o financiamento especificado no título.
Além disso, o Decreto reserva uma particularidade referente às Notas de Crédito Rural emitidas por Cooperativas, as quais, em havendo a exigência do credor, poderão ser inscritas no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do emitente, mais especificamente em no livro nº 3, denominado de Livro Auxiliar.
Com efeito, destaca-se que as únicas garantias cabíveis na Nota de Crédito Rural são as fidejussórias (aval). Neste sentido, importante frisar que não há se falar em qualquer prejuízo às partes no caso de não registro de referida Nota, vez que a garantia é pessoal e persegue os sujeitos que serviram de aval em referido instrumento, diferentemente do que ocorre com o penhor e a hipoteca nas Cédulas Rurais, garantias reais que perseguem a coisa ou objeto e não a pessoa do garantidor. ”
6) A cédula de crédito industrial é promessa de pagamento em dinheiro, com garantia real, credulamente constituída. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo, exigível pela soma dela constante ou do endosso, além dos juros, da comissão de fiscalização, se houver, e demais despesas que o credor fizer para segurança, regularidade e realização de seu direito creditório.
Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parcela do credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor descontá-los-á da soma declarada na cédula, tornando-se exigível apenas o saldo. Não constando do endosso o valor pelo qual se transfere a cédula, prevalecerá o da soma declarada no título, acrescido dos acessórios, deduzido o valor das quitações parciais passadas no próprio título.
Importa em vencimento antecipado da dívida resultante da cédula, independentemente de aviso ou de interpelação judicial, a inadimplência de qualquer obrigação do eminente do título ou, sendo o caso, do terceiro prestante da garantia real.
A cédula de crédito industrial poderá ser aditada, ratificada e retificada, por meio de menções adicionais e de aditivos, datados e assinados pelo emitente e pelo credor, lavrados em folha à parte do mesmo formato e que passarão a fazer parte integrante do documento cédula. A cédula de crédito industrial admite amortizações periódicas que serão ajustadas mediante a inclusão de cláusula.
A cédula de crédito industrial conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:
a.    Denominação "Cédula de Crédito Industrial”;
b.    Data do pagamento, se a cédula for emitida para pagamento parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de pagamento das prestações;
c.    Nome do credor e cláusula à ordem;
d.   Valor do crédito deferido, lançado em algarismos por extenso, e a forma de sua utilização;
e.    Descrição dos bens objeto do penhor, ou da alienação fiduciária, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade e marca, se houver, além do local ou do depósito de sua situação, indicando-se, no caso de hipoteca, situação, dimensões, confrontações, benfeitorias, título e data de aquisição do imóvel e anotações (número, livro e folha) do registro imobiliário. A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em documento à parte, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor, fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância, logo após a indicação do grau do penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária e de seu valor global. Da descrição, dispensa-se qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição dos bens empenhados. Dispensar-se-ão, também, para a caracterização do local ou do depósito dos bens empenhados ou alienados fiduciariamente, quaisquer referências a dimensões, confrontações, benfeitorias e a títulos de posse ou de domínio. Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em documento à parte, deverão constar também da cédula todas as indicações mencionadas, exceto confrontações e benfeitorias. A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição pormenorizada, poderá ser substituída pela anexação à cédula de seus respectivos títulos de propriedade. Deverão, ainda, constar da cédula, além das indicações referidas, menção expressa à anexação dos títulos de propriedade e a declaração de ou eles farão parte integrante da cédula até sua final liquidação;
f.    Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas;
g.    de seguro dos bens objeto da garantia;
h.    Praça do pagamento;
i.     Data e lugar da emissão;
j.     Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com poderes especiais.
A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, quando cabível, será incluída logo após a descrição das garantias.
7) representa operação de crédito que pode ser negociada por quem a detém em posição de custódia. Sua emissão deve, obrigatoriamente, estar lastreada em exportações, e o cronograma de embarques deve ser informado ao banco.Com remuneração pré ou pós-fixada, financia operações financeiras de exportação, produção de bens destinados à exportação, bem como atividades de apoio e complementação integrantes e fundamentais da exportação.
A LEI No 6.313/75 dispõe sobre títulos de crédito à exportação e dá outras providências.
As operações de financiamento à exportação ou à produção de bens para exportação, bem como às atividades de apoio e complementação integrantes e fundamentais da exportação, realizadas por instituições financeiras, poderão ser representadas por Cédula Crédito à Exportação e por Nota de Crédito à Exportação com características idênticas, respectivamente, à Cédula de Crédito Industrial e à Nota de Crédito Industrial, instituídas pelo Decreto-lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969.
A Cédula de Crédito à Exportação e a Nota de Crédito à Exportação poderão ser emitidas por pessoas físicas e jurídicas, que se dediquem a qualquer das atividades mencionadas.
Os financiamentos efetuados por meio de Cédula de Crédito à Exportação e da Nota de Crédito à Exportação ficarão isentos do imposto sobre operações financeiras de que trata a Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966.
Serão aplicáveis à Cédula de Crédito à Exportação, respectivamente, os dispositivos do Decreto-lei número 413, de 9 de janeiro de 1969, referente à Cédula de Crédito Industrial e à Nota de Crédito Industrial.
O registro da Cédula de Crédito à Exportação será feito no mesmo livro e observados os requisitos aplicáveis à Cédula Industrial. A Cédula de Crédito à Exportação e a Nota de Crédito à Exportação obedecerão aos modelos anexos ao Decreto-Lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969,respeitada, porém, em cada caso, a respectiva denominação.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes