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1 Stephane D’arc – Mód. Envelhecimento Fisiologia do Envelhecimento Sistema Respiratório Com o envelhecimento há grandes modificações tanto na arquitetura quanto na função pulmonar, contribuindo para: • o aumento da frequência de pneumonia • aumento da probabilidade de hipoxia • diminuição do consumo máximo de oxigênio pela pessoa idosa → Os primeiros sinais de piora da respiração pulmonar já podem ser vistos por volta dos 25 anos. Os pulmões se tornam mais volumosos, os ductos e bronquíolos se alargam e os alvéolos se tornam flácidos, com perda do tecido septal. A consequência é o aumento de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar alveolar com piora da ventilação e perfusão. ✓ Diminuição da capacidade máxima respiratória ✓ Diminuição progressiva da pressão parcial de O2 ✓ Perda da elasticidade pulmonar ✓ Enfraquecimento da musculatura respiratória ✓ Diminuição da elasticidade da parede torácica ✓ Aumento da rigidez da estrutura interna pulmonar ✓ Diminuição do volume pulmonar expirado ✓ Fadiga fácil Obs: Vale lembrar que a capacidade respiratória tem seu comprometimento também com maus hábitos de vida, poluição em locais de moradia e/ou trabalho. Respiração O mecanismo de inspiração e expiração ocorre de forma similar ao dos adultos. Na inspiração – Temos a participação dos músculos intercostais externos que servem para elevar as costelas e o diafragma. Eles são responsáveis por 75% do aumento do volume torácico durante a respiração. Na expiração – Temos os músculos intercostais internos que, ao se contraírem puxam as costelas para ‘’ baixo e para dentro’’, diminuindo dessa forma o volume torácico. Obs 2: Caso se faça necessário podemos ter o auxilio das musculaturas abdominais e dos ombros; Essas irão participar como músculos auxiliares dos movimentos respiratórios. Ok.. mas o que acontece? Com o chegar da idade, a grande maioria dos músculos dos idosos sofre um processo chamado de SARCOPENIA. 2 Stephane D’arc – Mód. Envelhecimento SARCOPENIA: É o processo natural e progressivo de perda da massa muscular. Dessa forma, entende-se que podemos ter um comprometimento na capacidade de funcionamento pulmonar, visto que com essa sarcopenia teremos uma diminuição da força e também da resistência da musculatura respiratória. Além de tudo isso que foi falado, temos uma outra mudança que ocorre com o chegar da idade. A função mucociliar torna-se lenta o que acaba prejudicando a limpeza de partículas inaladas e facilitando a instalação de infecções. Surfactante O surfactante é um liquido secretado pelos pneumócitos do tipo II, o qual localiza-se na superfície interna do alvéolo e tem como finalidade manter a sua tensão baixa. Ok.. nos idosos a produção desse surfactante está diminuída e isso traz repercussão. → Com a deficiência do surfactante os alvéolos podem colabar na expiração, fazendo atelectasias. Atelectasias: É quando a totalidade ou uma parte do pulmão fica sem ar e entra em colapso. → Além disso, com a diminuição do surfactante temos um aumento da permeabilidade alveolar, o que propicia com mais facilidade o edema pulmonar. Sistema Hematopoético O potencial proliferativo da maioria das células- tronco hematopoéticas é limitado e diminui com o envelhecimento. Uma vez que a célula entre no ciclo de divisão torna-se mais suscetível a mutações devido à redução da fidelidade de reparo do DNA. A perda de telômero em tecidos normais começa no adulto jovem e progride gradualmente com o envelhecimento. A perda sequencial do DNA telomérico da parte final do cromossomo a cada divisão celular poderia alcançar um ponto crítico que serviria de gatilho para o envelhecimento e para influenciar o equilíbrio entre renovação e multiplicação das células-tronco. ➢ O encurtamento do telômero é observado nos portadores da síndrome de Werner, nos quais ocorrem alterações precoces do envelhecimento. Eritropoese Sabemos que a vida das hemácias, gira em torno de 120 dias, exigindo uma continua renovação que ocorre através da medula óssea, mesmo nos muitos idosos, já que a sua principal função é transportar oxigênio através da circulação para todas as células e tecidos do corpo. Embora o envelhecimento não seja causa de anemia observa-se mudanças no perfil hematológico com a chegada dessa fase da vida, sugerindo uma exaustão das células-tronco hematológicas pluripotenciais, tornando os idosos mais suscetíveis a esta doença. Também ocorre aumento da produção de radicais livres, os quais alteram as funções celulares e a integridade de suas membranas. Com isso, as hemácias deformadas são retiradas de circulação e a medula óssea acelera a produção em uma tentativa de reparar o dano. Entretanto, a aceleração desse processo pode alterar a composição das membranas das hemácias, não conseguindo o equilíbrio da renovação dessas 3 Stephane D’arc – Mód. Envelhecimento células, podendo surgir anemia e agregação das hemácias. Obs: Embora o número de plaquetas não se altere com o envelhecimento, o fibrinogênio, os fatores V, VII, VIII e IX, o cininogênio de alto peso molecular e a pré-calicreína aumentam, assim como os fragmentos da degradação da fibrina (dímero D), fazendo com que se considere o envelhecimento um estado pró-coagulante, importante fator de risco para trombose venosa profunda (TVP). Sistema Urinário Após os 50 anos temos perda do tecido renal. Em seu lugar observam-se tecido gorduroso e fibrose. Essa modificação inicia-se no córtex, comprometendo a concentração urinária, alcançando os glomérulos, piorando também a filtração renal. → A função renal começa a diminuir de maneira progressiva, chegando a sua metade aos 85 anos. Aos 60 anos, o rim pesa em média 250 g; aos 70 anos, 230 g; e aos 80 anos, 190 g. Paralelamente ocorre diminuição do fluxo plasmático de 600 mℓ/min para 300 mℓ/min. Para compensar, os rins mantêm uma vasodilatação com o aumento das prostaglandinas contribuindo para o aumento da lesão renal com o uso de anti- inflamatórios não esteroides. Alterações das funções glomerularetubular As alterações ocorridas com o envelhecimento na função glomerular não comprometem o bem- estar da pessoa idosa. Entretanto, como acontece com outros órgãos, não há reserva para seu pleno funcionamento em caso de sobrecarga. Sob estresse como infecção ou dieta rica em proteína, a taxa de filtração glomerular piora significativamente, aumentando a permeabilidade celular com perda de proteína bem maior que os traços normalmente observados na urina. É possível a manutenção da função tubular em nível suficiente ao longo dos anos. Entretanto, muitas pessoas idosas sofrem perda da habilidade de concentrar ou diluir a urina de tal monta que se tornam incapazes de equilibrar o organismo frente a uma desidratação ou a uma sobrecarga hídrica. Para manter o funcionamento do rim adequadamente, a pessoa idosa deverá ingerir 2,5 a 3 ℓ de líquidos ao dia. É difícil para essas pessoas seguirem tal orientação, pois muitas vezes evitam, de propósito, beber líquidos por medo de sofrerem constrangimentos devido à incontinência. Existem outros fatores que colaboram para a dificuldade em manterem-se hidratados como a diminuição do reflexo da sede, a solidão, a imobilidade e outros. O padrão do ritmo urinário apresenta-se modificado na pessoa idosa, passando a eliminar água e eletrólitos mais à noite que durante o dia. Essa alteração, conhecida como poliúria noturna, ocorre por múltiplos fatores como a diminuição da capacidade renal de concentração e conservação do sódio, assim como alteração da função do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Outros fatores também concorrem para essa diferença (figura abaixo).Referência Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.C.; Gorzoni, M.L.; Doll, J. Tratado de Geriatria e Gerontologia.4ªed. Grupo Editorial Nacional (GEN), 2017
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