CAVIOMORFOS silvestres

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Resumo de medicina de roedores (silvestres) / Júlia Madureira @surtavet 
Por @surtavet 
CAVIOMORFOS: 
MEDICINA DE ROEDORES: 
CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS: 
 Porquinho-da-índia Chinchila Degu 
Temperatura 
Corpórea (°C) 
37,5 – 38,5 37 – 38 37,5 – 38,5 
Frequência cardíaca 
(batimentos/min) 
200 a 300 100 a 150 150 a 300 
Frequência 
respiratória 
(movimentos/min) 
45 – 150 45 – 80 75 – 100 
 
Peso (g) Macho: 700 a 1.200 
Fêmea: 600 a 900 
Macho: 400 a 500 
Fêmea: 400 a 600 
Macho: 200 a 300 
Fêmea: 200 a 300 
Expectativa média 
de vida 
3 – 8 8 – 20 5 – 8 
Números de dedos 4 dedos anteriores 
3 dedos posteriores 
5 dedos anteriores 
4 dedos posteriores 
5 dedos anteriores 
5 dedos posteriores 
Gestação (dias) 63 a 68 105 a 111 90 
Número de filhotes ~ 2 a 4 ~ 2 ~ 4 a 6 
Desmame 21 a 45 dias 6 a 8 semanas 4 a 5 semanas 
Maturidade sexual 2-3 meses (fêmeas) 
3-4 meses (machos) 
4 – 12 meses 
 
3 – 4 meses 
 
PORQUINHO DA ÍNDIA: 
O porquinho da índia é um roedor originado da América do Sul, com comportamento 
dócil e raramente mordem, tem pouco de odor e são sociáveis, sua atividade é diurna, seu 
comportamento social, podendo viver em grupos de 8 a 10 indivíduos, dentro do grupo precisa 
ter um macho dominante e as outras serem fêmeas, pois aceitam filhotes adotados, são animais 
altamente vocais e se comunicam através de uma gama de sons. Não tem comportamento de 
escalagem, nem hibernação natural, mas podem se assustar com facilidade. 
Quando se trata das características anatômicas, tem corpo arredondado, membros 
curtos, orelhas (pinnae), sem pelos, tem 4 a 6 vértebras coccígeas, possuem glândulas sebáceas 
ao longo do dorso e na área perianal que estão envolvidas na marcação territorial. Membro 
pelvino só tem 3 dedos e membro torácico 4 dedos, na determinação do sexo tem a diferença 
entre fêmea (area anogenital oval, e abertura em Y) e macho (distância anogênital maior, e 
testículos bem visíveis). Em 
roedores fêmeas a uretra se 
localiza fora da vagina, na 
papila urinária, que é 
cranial a abertura vaginal, 
tendo utero bicornual, 
cervice única e ligamento 
cornuais com deposito de 
gordura. Em machos, o 
pênis tem formato de S 
como nos ruminantes, 
contém osso peniano e 
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glândulas sebáceas no prepúcio, tem próstata e vesícula também e são grandes. Tanto machos, 
quanto fêmeas possuem um único par de glândulas mamárias na região inguinal. 
 
Na avialação dentária consegue-se observar que os incisivos tem esmalte não 
pigmentados, com configuração de ângulo de 30º graus, faz movimento caudo rostral para 
desgaste do dente. O trato digestivo possui estomago simples, intestino delgado não é longo, 
ceco maior > sendo o local de fermentação (esquerda do animal), colón e reto. As peculiaridades 
presentes é que porcos da índia não sintetizam vitamina 
C, isso ocorre por não terem a enzima L-gulonolactona 
oxidase, que sintetiza ácido ascórbico (vit. C) a partir da 
glicose, esses por sua vez tem necessidade de mais ou 
menos 10mg/kg/dia e níveis mais altos são necessários 
durante a prenhez e lactação, por volta de 30mg/kg/dia. 
Quando o animal não tem suprimimento de vitamina C 
adequado, pode ocorrer afeccções dentárias, 
musculares e cutâneas. A vitamina C na ração se 
degrada em 9-12 semanas após pacote aberto, se 
armazenado acima de 22°C, é aconselhável 
complementar a água com 1 mg de vitamina C/litro/dia, 
mas degrada rapidamente na água potável, por essa 
razão deve ser adicionada diariamente e o teor de 
vitamina C diminui em 50% em um período de 24 horas, excesso de vitamina C > é excretado 
inofensivamente na urina. Para não ter problema e ajudar no custo, a vitamina C que está em 
grande quantidade nas verduras e legumes e feno de boa qualidade, esses animais precisam de 
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18-20% de proteína e de 10-16% de fibras, e os vegetais ricos em vitamina C incluem pimentão, 
espinafre, aspargos, brócolis e folhas verdes como salsa, couve e chicória. 
O requerimento de porco da india é ingestão de 60-70g/kg/dia em adultos e isso 
aumenta 2 a 3 vezes o crescimento e prenhez, alimentos e guloseimas com alto teor de açúcar 
devem ser evitados, pois podem predispor a cárie dentária e diabetes, e deve ter ingestão de 
água 100 a 300ml/dia em adultos. Os alojamentos é por gaiolas, mas um indivíduo precisa de no 
mínimo um recinto de 30x60 cm, a altura é de 30 cm e não precisa ser fechada, pois são animais 
que não escalam, nem pulam, sendo que as superficies devem ser fáceis para limpar e desinfetar 
e deve ser lisa para evitar ferimentos. A faixa de temperatura ambiente ideal é de 20-22°C e a 
umidade relativa de 40-70%, devem ser mantidos fora da luz solar direta, se alojados ao ar livre 
devem ter acesso a sombra, nesse caso o estresse térmico pode ocorrer em temperaturas acima 
de 27°C e o enriqueciemnto ambiental pode ser fornecido em forma de caixas de papelão e 
tubos ou plásticos, blocos de madeira ou galhos para roer. 
 Os machos podem viver juntos, se mantidos desde novos, mas pode ocorrer problemas 
de dominância e lutas, esse comportamneto pode ser reduzido após castração, porém pode 
facilmente se tornar um comportamento apreendido. Problemas relacionados ao manejo como 
pododermatite crônica que está frequentemente associada á infeccção por Staphylococcus 
aureus, ou secundária a obesidade, falta de higiene da gaiola ou piso abrasivo/metálico, 
imunossupressão (estresse, higiene precária, superlotação, temperatura e umidade extrema, 
mudanças no alojamento e dieta). Problemas respiratórios, são comuns predispostos por 
acúmulo de amônia, ventilação insuficiente, execesso de umidade e baixas temperaturas. 
A princípio, o manejo de filhotes, o período normal de lactação é 3 semanas, sendo que 
os filhotes são desmamados com 21 dias (15-28 dias de idade) ou com peso de 180 g, o orfão 
pode deixar com a mãe adotiva em lactação, se não tiver mãe adotiva deve ter um conta-gotas 
ou mamadeira e inciar alimentação de 12 a 24h após o nascimento (nasce com uma reserva de 
nutrientes). Alimentar os filhotes a cada 2h até os 5 dias de idade a cada 4h. O leite deve conter 
4% gordura, 8% de proteína e 3% de lactose e filhotes começam a mordiscar o alimento sólido 
aos 2 dias de idade (pellets umedecidos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CHINCHILAS: 
- Chichila – deriva das palavras quíchua chin, “silencioso”; sinchi, “forte” ou “corajoso” e lla, um 
diminutivo. 
As chinchilas são roedores originárias da América do Sul. Chinchilas selvagens habitam 
no semi-árido e regiões mais encostas rochosas em áreas relativamente áridas dos Andes em 
elevações de 3.000 a 5.000 m acima do nível do mar. Seu comportamento em geral, são animais 
dóceis e tímidas, raramente podem morder, sua atividade é crepuscular e noturna, o 
comportamento social são animais 
alojados como pares, grupos de um único 
sexo ou grupos poligínicos (harém), tem 
hábito de escalar e não tem hibernação 
natural. Ademais, as características gerais 
desses animais são o corpo compacto e 
esguio, olhos e orelhas grandes, pelagem 
extremamente sedosa e densa (não 
adaptada à umidade), os membros 
torácicos curtos e membros pelvinos 
longos e musculosos com pés adaptados para o salto, a cauda emplumada atua como um 
equilíbrio quando o animal está saltando. As bulas timpânicas são bastante expandidas. 
A cauda das chinchilas são 
emplumadas, podendo atuar como um 
equilíbrio quando o animal está saltando, 
embora a pele da chinchila seja muito 
densa e macia, tem que se lembrar 
também da variedade de cores. 
Na determinação do sexo, as fêmeas têm grande papila urinária, geralmente são 
maiores que os machos e os machos tem distânciaanogênital maior, sem escroto verdadeiro, 
testículos no canal inguinal. Em características reprodutivas a fêmea tem dois cornos uterinos 
em corpo uterino comum, duas cérvices se abrem na vagina, uretra abre se na vagina (papila 
urinária separada) e três pares de glândulas mamárias, genitália externa feminina normal em 
uma chinchila, orifício uretral externo está localizado na papila uretral, o orifício vaginal é selado 
por uma membrana e localizado entre a papila uretral e o ânus. Genitália externa feminina 
normal em uma chinchila no estro, 
observe a ausência da membrana 
vaginal e, em vez disso, o orifício 
vaginal aberto, a membrana de 
fechamento vaginal também está 
ausente após o nascimento e na 
maioria dos casos de doença 
uterina subjacente. Em machos as 
características reprodutivas são 
genitália externa normal de uma 
chinchila masculina adulta, o ânus 
está localizado caudal e o prepúcio 
contém a glande do pênis. O pênis projetando-se do prepúcio, tem-se o osso peniano, pênis 
formato em S e sem escroto verdadeiro (testículos estão dentro ou próximo ao canal inguinal). 
 
 
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CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS: 
Fêmeas: Machos: 
• Dois cornos uterinos em corpo 
uterino comum 
• Duas cérvices se abrem na vaginal 
• Uretra abre-se na vagina (papila 
urinária separada) 
• Três pares de glândulas mamárias 
• Genitália externa feminina normal 
em uma chinchila 
• O orifício vaginal é selado por uma 
membrana e é localizado entre a 
papila uretral e o ânus 
• O pênis projeta-se do prepúcio 
• Osso peniano 
• Pênis formato em S 
• Sem escroto verdadeiros 
• (Testículos estão dentro ou próximo 
ao canal vaginal) 
 
✓ As chinchilas têm incisivos esmalte pigmentado (laranja), a maxila e a mandíbula 
carregam 1 incisivo (I1), 1 pré-molar (P1) e 3 molares (M1, M2 e M3). 
✓ Tem divergência dos dentes rostral para caudal. 
✓ São herbívoras, sendo que seu ceco acumula 25% do conteúdo TGI e é adaptado para 
lidar com alimentos volumosos com alto teor de fibra e baixo valor energético. 
✓ A chinchila chilena selvagem sua dieta é na base de ervas e gramíneas, podendo mudar 
de acordo com a sazonalidade, por exemplo no verão pode se usar suculentas. O ideal, 
é escolher o outono ou a primavera, sendo 1º Nasella chilensis / 2º Pasto rey (Stipa 
plumosa). 
 
DIETA DA CHINCHILA: 
Para uma nutrição completa, a melhor opção são as rações peletizadas, próprias para 
roedores. Feno também pode ser dado para melhorar o funcionamento do intestino e desgastar 
os dentes. Saiba que a chinchila tem alimentação herbívora. Por isso, nada de oferecer 
alimentos com proteína animal. 
As rações granuladas são referentes como base, o feno sempre está disponível com 
fibras grosseiras, isso devido ao peristaltismo, isto é, além de permitir que o bolo alimentar seja 
levado na direção do estômago, o peristaltismo tambem garante que o bolo alimentar seja 
misturado com os sucos digestivos. Grande quantidade de fibras com baixo teor calórico 16 a 
20% de proteína, 15 a 35% de fibras e 2 a 5% de gordura. A ingestão média diária de pellets é de 
25-50 g por dia (adultos), os pellets de chinchila são mais longos que os fabricados para cobaias 
permitindo que sejam agarrados nas patas dianteiras. 
Guloseimas: o uso moderado é permitido, sendo frutas secas, castanhas, amêndoa e girassol, 
moderadamente é permitido, porque os itens ricos em açúcares devem ser evitados, devido as 
pertubações gastrointestinais. Ademais, no que se trata das misturas comerciais, também 
devem ser evitadas, nem o uso moderado é adequado, isso porque tem um nível baixo de fibra. 
✓ A maior parte de sua água vem de plantas e lambendo gotas de orvalho, mas os 
indivíduos consomem 25-50 ml de água diariamente. Parecem não beber água em 
estado selvagem. 
✓ Os alojamentos têm que ter vários utensílios, pois são muito ativos e saltantes, as gaiolas 
altas permitem escalar pelo menos 2m x 2m x 1m, cama deve conter absorvente e feno. 
✓ Chinchilas são tímidos na natureza se escondem em fendas de rochas, por essa razão 
deve fazer enriquecimento no ambiente com tocas/ninhos, itens de plástico devem ser 
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evitados, pois geralmente são mastigados e podem ser ingerido como corpos estranhos. 
Acessórios como roda de exercício precisam de pelo menos 30 min/dia para fazer 
exercícios, se atentar a fraturas na tíbia das chinchilas, pois podem ocorrer comumente. 
✓ Esses animais não se banham em água, mas requerem banhos diários de “poeira” (pó 
de mármore), sem o banho de pó os pelos ficam emaranhados pelas secreções oleosas. 
Os banhos (poeira) ajudam as chinchilas a se manterem limpas tem duração 10 a 15 
minutos, o vasilhame 8-10 cm de profundidade, os banhos devem ser fornecidos em um 
curto período e não deixar na gaiola, as vantagens são que reduz a contaminação com 
urina e fezes e reduz a incidência de conjuntivite associada a excessiva poeira e irritação 
ocular. 
Problemas relacionados ao manejo: 
✓ Pododermatite (doença inflamatória da pele que acomete as mãos e pés (patas) dos 
animais, de modo que possa prejudicar sua movimentação e consequentemente a 
qualidade de vida). 
✓ Oculares (associados à irritação do banho com pó). 
✓ Estresse associado a altas temperaturas. 
✓ Dietas pobre em fibras e ricas em carboidratos podem levar ao desequilíbrio da flora 
intestinais e diarreia. 
Devido ao seu denso pelo e habitat natural em altitudes elevadas, esses animais são 
propensos ao aquecimento e devem ser mantidos dentro de casa em temperaturas de 10-15ºC. 
Quando em 21ºC começam a ficar agitados e podem morrer se exposto a temperaturas 
acima de 30ºC, já temperaturas inferiores a 18°C e umidade relativa inferior a 50%, 
promovem um bom crescimento de pelos. 
- Filhotes são precoces quando estão pesando 30 a 50 g no nascimento, com o corpo totalmente 
cobertos de pelos e olhos abertos, andam dentro de 1 hora após o nascimento, o desmame é 
normalmente em 6 a 8 semanas. 
- Leite de chinchila contém 11% a 16% de gordura, 6,4% a 8% de proteína, 1,7% de lactose. 
DEGU: 
O degu tem a superfície oclusal dos dentes molares lembra o formato do número “oito”, 
dando o nome de seu gênero (Octodon: octo = oito; don (t) = dente. São originários da América 
do Sul, nativos de um ecossistema de terra 
arbustiva semiárido, encontrado nas encostas 
ocidentais da Cordilheira dos Andes. Vivem em 
áreas de até 1200 metros altitude, cujo o 
comportamento social é de pequenos grupos de 
5-10 (brigas são raras), são animais altamente 
sociais, que se comunicam por meio de 
vocalizações e posturas, mas se não recebem 
interação social e estímulo físico, podem se tornar 
agressivos (às vezes automutilação). Tem atividade 
diurna (excelente visão), mas não tem hibernação 
natural e nem conseguem escalar podem discriminar 
(reconhecer) a luz ultravioleta, podendo se associar ao 
comportamento social, uma vez que tanto o pelo 
(ventre), quanto sua urina é altamente refletora de UV, 
não possui habito de escalar e nem de hibernação 
natural. A cauda moderadamente longa, com ponta 
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preta e um tufo de pelo na ponta, a característica reprodutiva de machos é que os testículos são 
intra-abdominais ou no paraescrotal e as fêmeas tem 8 glândulas mamárias sendo 3 pares 
torácicos laterais e 1 par inguinal. O incisivo esmalte pigmentado (laranja), são herbívoros na 
natureza se alimentam das folhas, cascas, caules e sementes de arbustos e plantas com flores. 
DIETA DO DEGU: 
A dieta, tem requerimento de rações para outras espécies de roedores (ratos, 
camundongos) parecem adequadas em relação a vitaminas e gordura, rações outros roedores 
(12,3% a 15,6% FDN) suportam degus com sucessoem todas as fases da vida, deve fornecer feno 
e a água deve ser fornecida por meio de uma garrafa. Quanto a relação taxonômica e 
semelhanças na dieta e na fisiologia do TGI (porquinhos da índia), os Degus mantidos em dieta 
com nível baixo (<1 mg por dia) ou alto (100 mg por dia) de ácido ascórbico, não tem diferença 
entre a atividade da L-gulonolactona oxidase. 
O alojamento/ambiente é semelhante as chinchilas, com gaiola contendo prateleiras, 
galhos, uma roda de corrida e muito espaço para exercício, o banho de pó semelhante as 
chinchilas para ajudar a se manter com duração: 10 a 15 minutos. 
Problemas relacionados ao manejo: semelhantes aos de chinchilas, sendo: 
✓ Oculares (associados à irritação do banho com pó). 
✓ Estresse associado a altas temperaturas. 
✓ Obesidade, diabetes e secundária doença hepática pode ser observada associada à 
dietas com alto teor de açúcar ou gordura.