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7 de março de 2021 Direito Processual Penal I - DRN 502 Prof. Eduardo Helfer 7 de março de 2021 Disciplina: Direito Processual Penal I Turma: DRN 502 Prof. Eduardo Helfer de Farias Data: 05/03/2021 Email: 0174046@professor.unig.edu.br Unidade II – Fontes do Direito Processual Penal 2. Conceito: "Fonte" é o local de onde provêm o direito. 2.1. Fontes Materiais ou de Produção: são aquelas que criam o direito. No caso de direito processual penal esta Fonte é a União Federal, a quem compete privativamente legislar sobre matéria processual (art. 22 § único da CF88). Há competência concorrente entre União, Estados e Distrito Federal para legislarem sobre criação, funcionamento e processo do Juizado Especial (arts. 24, X e 98, I da CF88). E sobre direito penitenciário (art. 24, I § 1 e 2 da CF88). A competência sobre os procedimentos em matéria processual também é concorrente entre União, Estados e Distrito Federal (art. 24, XI da CF88). 2.1.1. Processo: é o procedimento animado pela relação jurídica processual (Cândido Dinamarco). São elementos do processo: (i) os sujeitos processuais; (ii) objeto da relação processual; (iii) pressupostos processuais. 2.1.1.1. Sujeitos da Relação Processual Penal: Estado-Juiz; Autor; Réu. 2.1.1.2. Objeto da Relação Processual Penal: o bem da vida atingido pela infração penal. Pode ser a honra, o patrimônio, a liberdade, a própria vida, etc. 2.1.1.3. Pressupostos Processuais: São os requisitos para a admissibilidade do julgamento de mérito. 2.1.1.3.1. São requisitos subjetivos: Quanto a juiz, diz respeito à sua investidura e competência (art. 95, II do CPP). Quanto às partes, diz respeito à sua capacidade de ser parte, processual e postulatória (art. 44 do CPP). 2.1.1.3.2. São requisitos objetivos: (i) extrínsecos – a inexistência de fatos impeditivos (litispendência, coisa julgada (art. 95, III e V CPP); (ii) intrínsecos: regularidade procedimental (art. 24 CPP). 2.1.2. Formas de Procedimentos: os procedimentos regulam os atos processuais quanto ao seu lugar, tempo e modo. 2.1.2.1. Lugar: em regra, têm lugar na sede do juízo, excluídos os casos em que a lei ou a sua própria natureza exigirem a prática em local diverso (ex: busca e apreensão). 2.1.2.2. Tempo: a época em que os atos devem ser praticados e o prazo para sua execução. Os prazos podem ser: (i) ordinários/dilatórios – admitem redução 7 de março de 2021 ou prorrogação, por vontade das partes, por serem desprovidos de imperatividade; (ii) aceleratórios – quando ocorre a fixação de um prazo máximo, dentro do qual o ato deve ser necessariamente praticado; (iii) legais – determinados em lei; (iv) judiciais – fixados pelo magistrado; (v) convencionais – estabelecidos por acordo das partes; (vi) peremptórios – inalteráveis, são imperativos; (vii) comuns – quando correm para ambas as partes; (viii) particulares – exclusivo para uma das partes; (ix) próprios – aqueles cuja inobservância pode trazer sanções processuais; (x) impróprios – não acarretam sanções processuais, somente de caráter disciplinar. Não há preclusão em prazos impróprios. 2.1.2.3. Modo: pode ser quanto à linguagem (falada, escrita, mista), a atividade (a iniciativa das partes e o impulso oficial) e o rito (comum ou especial). OBS: a preclusão pode ser temporal (perda da faculdade processual por omissão na prática do ato), lógica (faculdade incompatível com ato já praticado) ou consumativa (faculdade já foi exercida). 2.2. Fontes Formais ou de Cognição: A Fonte Formal imediata é a lei. A Fonte Formal mediata são os costumes e os princípios gerais. A lei processual pode ser suplementada pelos costumes e princípios gerais do direito (art. 4 da LINDB). 2.2.1. Costume: conjunto de normas de comportamento a que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante, pela convicção de sua obrigatoriedade jurídica. Distingue-se do hábito, porque nele não há a convicção da obrigatoriedade jurídica. O costume pode ser contra legem (quando afirma a inaplicabilidade da norma pelo seu desuso); secundum legem (sedimenta formas de aplicação da lei) ou praeter legem (preenche lacunas da lei). De acordo com o art. 2 § 1 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), o costume nunca revoga uma lei. 2.2.2. Princípios Gerais do Direito: postulados gerais que se fundam em premissas éticas extraídas do material legislativo. São axiomas fundamentais ou generalíssimos, que conferem fisionomia, unidade e validade a todo um sistema jurídico. Principais Referências: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 17ª edição, São Paulo: Saraiva 2010
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