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RESUMO MALÁRIA

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Bases da Parasitologia – Profª Alessandra 
PROTOZOOLOGIA 
Plasmodium spp. 
 Agente etiológico da malária humana. Pertence ao filo Apicomplexa, família Plasmodiidae e 
ao gênero Plasmodium. São conhecidas cerca de 150 espécies causadoras da doença em diferentes 
hospedeiros vertebrados. Dessas, apenas 5 parasitam o ser humano, são elas: P. vivax (Febre Terça 
Benigna), P. ovale (apenas Continente Africano), P. falciparum (Febre Terça Maligna), P. malariae 
(Febre Quartã) e P. knowlesi (recente – sudeste asiático). Os termos terça e quartã fazem referência 
ao intervalo entre os picos de febre. 
O anofelino é o mosquito vetor dessa doença. Apenas a fêmea é hematófaga (possui antena 
pilose). No ano 2000, a cada 30 segundos uma criança morria de malária, já em 2015, esse número 
foi reduzido para uma a cada 2 minutos. É uma doença de alta mortalidade e ampla distribuição 
geográfica (95 países). Vetor + agente etiológico (gametófito) + hospedeiro suscetível (3 bilhões de 
pessoas expostas). 
FORMAS E MORFOLOGIA DO AGENTE ETIOLÓGICO: 
O esporozoíto é a forma infectante para o homem. Possui o corpo alongado, complexo apical, 
núcleo e mitocôndrias. A sua membrana plasmática externa é revestida por proteínas CS, 
responsáveis pela sua capacidade de parasitar as células humanas. Quando a infecção for causada 
por P. vivax ou P. ovale pode haver hipnozoítos, a forma adormecida do parasita, que permanece em 
latência no hepatócito, podendo reativar a doença em episódios de baixa pressão de oxigênio. 
O merozoíto é piriforme, também apresenta complexo apical, núcleo e mitocôndrias. Sua 
membrana é dotada de glicoproteínas altamente antigênicas. O trofozoíto é a sua forma 
jovem/madura e possui aspecto de anel, com citoplasma e núcleo. O esquizonte, por sua vez, 
apresenta aspecto irregular com massa citoplasmática repleta de núcleos, que darão origens a 
vários merozoítos. 
Há também a sua forma de gametócito, que é somente nessa fase possível identificar a 
espécie parasitária. P. falciparum se apresenta em forma de banana e P. vivax granulado e 
arredondado. Os microgametócitos originarão os gametas masculinos e os macrogametócitos os 
femininos. 
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ETIOLOGIA – CICLO BIOLÓGICO 
1 - SER HUMANO 
Nos humanos, a infecção tem início quando os esporozoítos infectantes são inoculados nos 
humanos pelo inseto vetor. Com a picada, são inoculados de 15 a 200 esporozoítos, que 
permanecem cutaneamente no indivíduo por 15 minutos antes de adentrarem à sua corrente 
sanguínea. Essa forma do parasita é móvel, mesmo não possuindo flagelos ou cílios. Tal mobilidade 
está amplamente relacionada com a realocação de proteínas em sua membrana (CS e TRAP). Os 
esporozoítos de Plasmodium podem entrar em células hospedeiras sem se desenvolver, o que 
propicia sua migração por diferentes células, antes que ocorra a infecção de um hepatócito, com 
conseqüente formação de vacúolo parasitóforo. 
Somente no hepatócito ocorre o desenvolvimento parasitário, que demora cerca de 30 minutos 
após a infecção. Invadidos os hepatócitos, os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-
eritrocíticos. Esses se reproduzem assexuadamente e se multiplicam, através de esquizogonia, 
originando esquizontes teciduais e depois a milhares de merozoítos que invadirão as hemácias 
(eritrócitos). Essa primeira fase do ciclo é denominada fase exo-eritrocítica, pré-eritrocítica ou 
tissular e precede o ciclo sanguíneo do parasita. 
O desenvolvimento nas células hepáticas demora cerca de uma semana para o P. falciparum e 
P. vivax e duas para o P. malariae. As recaídas são ciclos pré-eritrocíticos e eritrocíticos 
consequentes das esquizogonia tardia de parasitas adormecidos no interior dos hepatócitos. 
O ciclo eritrocítico começa com a invasão dos eritrócitos por merozoítos tisulares. A interação 
do parasita com a hemácia envolve o reconhecimento de receptores específicos. Para o P. 
falciparum, o principal receptor são as glicoforinas e para o P. vivax, o glicoproteína do grupo 
sanguíneo Duffy. 
 P. falciparum P. vivax P. malariae P. ovale 
Hipnozoítas - + - + 
Malária grave + - - - 
Duração do ciclo 
sanguíneo 
48h 48h 72h 48h 
Tipo de hemácia Todas as idades 
Reticulócitos 
(novas) 
Eritrócitos 
maduros 
Reticulócitos 
(novas) 
 
O desenvolvimento intra-eritrócito do parasito acontece por esquizogonia, com consequente 
formação de merozoítos que infectarão novos eritrócitos. Após algumas gerações de merozoítos 
sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos, que não se dividem mais 
e seguirão seu desenvolvimento no mosquito vetor, dando origem aos esporozoítos. 
A fonte de nutrição dos esporozoítos e esquizontes sanguíneos é a hemoglobina, embora haja 
alguns componentes metabólicos necessários ao seu desenvolvimento que são encontrados no 
plasma: glicose, metionina, biotina, certas purinas e piramidinas, fosfato e ácido paraminobenzoico 
(PABA). A ingestão de hemoglobina é realizada pela organela citóstoma. A digestão ocorre dentro de 
um vacúolo digestivo, com a formação do pigmento malárico (hemozoína). 
2 – INSETO 
Durante o repasto sanguíneo, a fêmea do anofelino ingere as formas sanguíneas do parasita, 
porém apenas o gametócito é capaz de evoluir no inseto, iniciando o ciclo sexuado ou esporogônio. 
O processo de gametogênese é estimulado pela queda de temperatura (abaixo de 30ºC) e aumento 
do pH (baixa pressão de CO2) – gametócitos se transformam em gametas extracelulares poucos 
minutos após a ingestão. Gametócito feminino = macrogameta. Gametócito masculino = oito 
microgametas (exflagelação). 1 microgameta + 1 macrogameta = ovo/zigoto. Após 24 horas da 
fecundação, o zigoto passa a movimentar-se por contrações do corpo e a se chamar oocineto. 
Passa a ser denominado oocisto quando atravessa a membrana que envolve o alimento (matriz 
peritrófica) e atinge a parede do intestino médio, se encistando na camada epitelial do órgão. 
Esporogonia/esporulação (9-14 dias): ruptura do oocisto liberando esporozoítos formados. Esses 
são disseminados por todo o corpo do hospedeiro via hemolinfa até atingirem as células das 
glândulas salivares. 
ESPOROZÍTOS INFECTANTES (picada) -> chegam ao hepatócito -> TROFOZOÍTOS PRÉ-
ERITRÓCITOS -> multiplicação assexuada (esquizogonia) -> ESQUIZONTES TECIDUAIS -> milhares 
de MEROZOÍTOS -> invasão dos eritrócitos -> TROFOZOÍTOS JOVENS -> TROFOZOÍTOS MADUROS 
-> ESQUIZONTES -> milhares de MEROZOITOS -> etc. Após algumas gerações, ocorre a formação 
dos gametócitos e todo o resto que já foi explicado, só escrevi isso pra gravar a ordem das formas 
do parasita no organismo humano. 
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TRANSMISSÃO 
Pode ocorrer pela picada da fêmea do mosquito anofelino (inoculação), por transfusão 
sanguínea, acidentalmente (laboratório), compartilhamento de seringas contaminadas ou infecção 
congênita (pouco freqüente). 
IMUNIDADE 
Resistência Inata: algumas populações negras africanas que não apresentam o antígeno do 
grupo sanguíneo Duffy (FyFy) são resistentes à infecção pelo P. vivax. Hemoglobinopatias também 
conferem resistência inata, como anemia falciforme (Hb_S), hemoglobina C (Hb_C) e talassemias. 
Podo também ser conferida pela deficiência em Glicose-6-fosfato desidrogenase (enzima). 
Imunidade Adquirida: Fatores inatos ao parasito: - espécie, linhagem e número de parasitas 
inoculados; - grau e duração da infecção. Fatores inerentes ao hospedeiro: - estado nutricional; - 
condições de repouso ou fadiga; - uso de medicamentos. Áreas de alta transmissão: - hemoglobina 
fetal; - deficiência de PABA na dieta; - transferência passiva de anticorpos IgG (mãe para filho); - 
premunição. 
*Premunição: estado imune adquirido lentamente,após anos de exposição em áreas de 
intensa transmissão; imunidade não esterilizante que mantém níveis de parasitemia abaixo de um 
limiar de patogenicidade, determinando infecções assintomáticas; imunidade dependente de 
exposição contínua ao parasito, sendo perdida por indivíduos imunes após cerca de um ano, na 
ausência de exposição; equilíbrio suprimido durante a gravidez, principalmente na primogesta. 
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QUADRO CLÍNICO 
1) Incubação: 8 a 12 dias – falciparum; 13 a 15 dias – vivax; 28 a 30 dias – malariae. 
2) Fase hepática (sintomas iniciais): mal-estar, cefaléia, cansaço e mialgia; em vivax e falciparum 
dura uma semana, em malariae duas. 
3) Fase eritrócita: acesso malárico (febre com calafrio, calor e sudorese), duração de 15 minutos 
à uma hora. Estado febril: 41ºC ou mais (após 2 a 6 horas). 
>> MALÁRIA NÃO-COMPLICADA: anemia; destruição dos eritrócitos parasitados no baço e 
antes de chegar nele; destruição dos eritrócitos não parasitados no baço; hemólise através do 
processo imune (IgG) mediado por complemento. Síndrome da Esplenomegalia Tropical – 
esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia -> Diagnóstico diferencial: 
leishmaniose visceral, esquistossomose hepatoesplênica ou leucemias. 
>> MALÁRIA GRAVE E COMPLICADA: adultos não-imunes, crianças e gestantes. Hipoglicemia, 
aparecimento de convulsões, vômitos repentinos, hiperperexia, icterícia e distúrbio da consciência. –
Malária cerebral: cerca de 2% dos indivíduos não imunes infectados por P. falciparum; forte cefaléia, 
hipertermia, vômitos e sonolência; em crianças ocorrem convulsões; coma profundo após 
convulsões generalizadas. 
Dados clínicos: febre com caráter intermitente (especialmente a intervalos de 48 a 72 horas), 
anemia do tipo hipocrômico (leucócitos normais ou baixos, monociptose), esplenomegalia dolorosa. 
Diagnóstico diferenciado: febre tifóide, febre amarela, hepatite infecciosa, etc. 
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EPIDEMIOLOGIA 
É uma doença que ocorre em áreas tropicais e subtropicais do mundo. Todavia, sua 
distribuição nelas não é homogênea. É considerada endêmica quando há a incidência constante de 
casos no decorrer de muitos anos sucessivos, e epidêmica, quando ocorre agravamento periódico 
ou ocasional acima da curva endêmica. 
Os diferentes índices de endemicidade são determinados por fatores que interferem na 
dinâmica de transmissão da doença, são eles: 
 Fatores biológicos: cada elo da cadeia de transmissão; vetor, homem, parasito; 
 Fatores ecológicos: condições ambientais que favorecem ou dificultam a transmissão; 
 Fatores socioculturais: atitudes e comportamentos dos agrupamentos humanos; 
 Fatores econômicos e políticos. 
São conhecidas 400 espécies de mosquitos anofelinos, 80 deles são capazes de transmitir 
malária ao ser humano, sendo que 45 desses são considerados vetores em potencial. A transmissão 
não ocorre em temperaturas abaixo de 16ºC nem cima de 33ºC ou altitudes superiores a 2000m 
(dificultam desenvolvimento esporogônico no mosquito). 
Favorecem a transmissão: umidade relativa do ar acima de 60% e temperaturas entre 20 e 
30ºC. Nessas condições a esporogonia dura cerca de uma semana e o vetor consegue sobreviver 
muito tempo aos alimentar-se do sangue de um hospedeiro infectado que apresente gametócitos 
circulantes. Densidade vetorial + preferência alimentar do inseto = capacidade vetorial dos 
transmissores maláricos. 
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DIAGNÓSTICO 
Só pode-se diagnosticar com certeza um caso de malária pela demonstração do parasito, ou 
de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente. 
Diagnóstico Clínico: Em áreas epidêmicas e/ou de difícil acesso populacional a serviços de 
saúde, por orientação de programas oficiais de controle, indivíduos co quadros de febre são 
considerados portadores de malária. Os sintomas maláricos são inespecíficos, não sendo possível 
distingui-la de demais infecções agudas do homem. Além disso, indivíduos semi-imunes podem 
apresentar o parasita sem possuir sintomas, tal qual acontece em áreas holoendêmicas (África, sul 
do Saara), onde a parasitemia pode ocorrer em 60% a 70% da população a qualquer momento e em 
quase 100% após exames repetidos. 
Graças a tudo isso, o fator principal para o diagnóstico dessa doença é sempre pensar na 
possibilidade dela. São aspectos a serem analisados para se fazer um diagnóstico de malária: 
residência ou procedência de áreas endêmicas (visita curta ou turismo em área endêmica),, 
profissão (ex: caminhoneiros e garimpeiros) e transfusão recente ou hemoderivados com padrão de 
febre intermitente. 
Diagnóstico Laboratorial: Pesquisa do parasito no sangue periférico seja por gota espessa ou 
esfregaço delgado. Consiste na visualização do parasito por microscopia ótica, após coloração com 
corante vital (azul-de-metileno e Giemsa). Devido à sua simplicidade de realização, baixo custo e 
eficiência diagnóstica, o exame da gota espessa tem sido utilizado em todo o mundo para 
diagnóstico específico da malária. 
A determinação da densidade parasitária é muito importante para que seja feita uma avaliação 
prognóstica do quadro e deve ser realizada em todo paciente com malária. Em especial naqueles 
infectados por P. falciparum. 
TRATAMENTO 
A espécie do plasmódio, a idade do paciente, o custo da medicação, a gravidade da doença e a 
história de exposição anterior à infecção são aspectos que definem o tratamento. Em casos de 
infecções por P. ovale ou P. vivax, o tratamento é feito com cloraquina inicialmente e depois tem 
continuidade com primaquina. Já quando se trata duma infecção ocasionada pelo parasita P. 
malariae, usa-se apenas cloraquina. Infecções por P. falciparum são tratadas ou com artemer e 
lumefantrina ou artesunato e mefloquina. Quando há dupla infecção, por P. vivax e P. falciparum, 
trata-se com um dos “combos” utilizados no caso anterior associado com a primaquina. 
Tratamento da malária na gravidez: A placenta favorece o desenvolvimento do parasita na 
gestante e a gravidez é causa de redução na resposta imune. Em geral, gestantes no segundo e 
terceiro trimestre são mais suscetíveis a desenvolverem os quadros mais graves da infecção por P. 
falciparum, podendo levar ao aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer e mote 
materna. O tratamento deve ser precoce, a fim de evitar tais complicações. Acompanhamento do 
recém-nascido durante as quatro primeiras semanas de vida tendo em vista o risco de malária 
congênita. A gestante infectada por P. vivax dever ser tratada apenas com cloraquina, fármaco 
seguro à gravidez, o uso de paraquina deve ser postergado até o fim da amamentação. 
PROFILAXIA 
Pode ser feita a nível coletivo ou individual.

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