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RESUMO DE PARASITOLOGIA Por Eduarda Lanzarini Lins Contribuição de Fernando Lemos - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 de agosto de 2016 INTRODUÇÃO ASCARIDÍASE - Agente etiológico: Ascaris lumbricoides. Formas evolutivas: vermes adultos (dioicos), ovos (embrionamento) e larvas. Ciclo biológico: passagem das larvas pelo pulmão. Transmissão: ingestão de ovos embrionados (L3). LARVA MIGRANS VISCERAL - Agente etiológico: Toxocara sp. (parasito de cães e gatos). Parasito não consegue completar o ciclo no homem - larvas retidas nos tecidos - processo inflamatório. Crianças - areia (solo). Transmissão: ingestão de ovos embrionados. ASCARIDÍASE (Ascaridis lumbricoides) Sexos separados - dioicos. Dimorfismo sexual, fêmea é maior e macho é enrolado ventralmente. É cosmopolita e a helmintíase humana mais frequente. IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA Importante problema de saúde pública em países em desenvolvimento. Crianças são as mais atingidas e apresentam as repercussões clínicas mais significativas. Brasil: elevada prevalência em pré-escolares e escolares. Ambiente exerce importante papel na transmissão da parasitose: - Ovos saem nas fezes não infectantes - embrionamento no meio, lugares quentes, úmidos e sombreados (3 a 4 semanas), - Peri-domicílio funciona como foco de ovos infectantes - saneamento básico. HOSPEDEIRO Habita intestino delgado do homem e de alguns macacos superiores (chimpanzés, gorilas, gibão e rhesus). Parasito semelhante em porcos - Ascaridis summ. MORFOLOGIA DOS PARASITOS Depende do número de formas presentes no hospedeiro e seu estado nutricional. Menores dimensões em parasitismo intenso. São vermes longos cilíndricos e fusiformes e possuem dimorfismo sexual e extremidades afiladas, sobretudo na região posterior. Têm boca na extremidade anterior com três fortes lábios providos de papilas sensoriais. Boca - esôfago mucoso e cilíndrico - intestino retilíneo e achatado - reto na extremidade posterior. MACHO: de 20 a 30cm, cor leitosa, enrolamento ventral. Possui espículos projetáveis (não visíveis). FÊMEA: maior e mais grossa, de 30 a 40cm. Cada fêmea deposita cerca de 200000 ovos por dia. OVOS: castanhos, ovais ou esféricos, diâmetro de cerca de 50ym e são muito resistentes. Possui célula germinativa não segmentada, citoplasma finamente granuloso e casca grossa com três membranas: - Interna: delgada e impermeável - Intermediária: espessa, hialina e lisa - Externa: grossa, irregular, mamilonada e é secretada pela fêmea. Ovos são eliminados inférteis, são mais alongados, casca mais delgada, citoplasma cheio de grânulos grosseiros e aparecem quando: - Fêmeas jovens não fecundadas começam a ovipor; - Infecções unissexuais de fêmeas, - Menor proporção de machos em relação a fêmeas. Embrionamento no meio externo em presença de oxigênio. Em duas semanas a L1 (rabditoide) passa a ser L2 e com mais uma semana, se torna L3 (filarioide - infectantes). Ovos embrionados podem permanecer viáveis infectantes no meio durante anos. Quando muito tempo no meio, podem perder a membrana mamilonada, sendo então chamados de ovo decorticado. BIOLOGIA Instala-se no jejuno e íleo (mucosa e luz). Movem-se contra a corrente peristáltica. Fixação eventual à mucosa através dos lábios. Alimentam-se de materiais semidigeridos na luz intestinal (enzimas digestivas). Infecções intensas - povoação de todo o intestino delgado, migração (para outras regiões, localizações anômalas - apêndice, vias biliares e pancreáticas, traqueia, brônquios, seios da face, tuba auditiva). Pode ser eliminado pela boca e pelo nariz. CICLO BIOLÓGICO É monoxênico e os ovos liberados com as fezes. Os ovos tornam-se férteis na presença de umidade, oxigênio e temperaturas de 25 a 30ºC. Larva se desenvolve em ambientes quentes e úmidos (solo), dentro do ovo. A infecção ocorre pela ingestão dos ovos infectantes em água ou alimentos. Ovos ingeridos atingem o duodeno - eclosão desencadeada por estímulos (CO2). Larvas liberadas no intestino delgado - aeróbias - migração. Invasão da mucosa intestinal - circulação sanguínea - fígado - coração direito - pulmões (4 a 5 dias após ingestão de ovos). CICLO PULMONAR Larvas no intestino delgado - ceco - vasos linfáticos e veias - fígado - coração direito - pulmões. Pulmões: larvas invadem os alvéolos - L4 - bronquíolos - arrastadas com muco pelos movimentos ciliares da mucosa. Sobem pelos brônquios - traqueia - faringe. Algumas saem pela boca, mas a maioria é deglutida: esôfago – estômago - intestino delgado (20-30 dias de infecção): completam o desenvolvimento, tornando-se adultos. Depois de se tornarem adultos, atingem a maturidade sexual (2 meses). Vivem cerca de 2 anos. Cópula e liberação de ovos com as fezes (deposição no jejuno). TRANSMISSÃO Ingestão de ovos infectantes do parasito, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. Período pré-patente: 67 a 76 dias. Período de transmissibilidade: durante todo o período em que o indivíduo portar o helminto e estiver eliminando ovos pelas fezes, período longo. VEÍCULOS PARA INGESTÃO DE OVOS: mãos sujas de terras, sujeira sob as unhas, poeira, água e alimentos infectados, etc. PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA Assintomática em 5 de 6 indivíduos. Apresenta ação patogênica durante a migração de larvas, quando há vermes adultos no intestino delgado, migrações e localizações anômalas dos vermes adultos. Produz alterações mecânicas, tóxicas e alérgicas. PATOLOGIA - INVASÃO LARVÁRIA Depende do número de larvas, do tecido invadido e da sensibilidade do hospedeiro. Infecção maciça leva a lesões traumáticas: - Hepática: focos hemorrágicos e de necrose, reação inflamatória em torno das larvas, - Pulmões: larvas com maior antigenicidade. Pontos hemorrágicos, edema nos alvéolos (com infiltração inflamatória), Síndrome de Löeffler, indivíduos com hipersensibilidade podem desenvolver crises de asma. MANIFESTAÇÕES MAIS FREQUENTES Desconforto abdominal (cólicas intermitentes, dor epigástrica, má digestão), náuseas, perda de apetite e emagrecimento, coceira no nariz, sono intranquilo, irritabilidade e ranger de dentes. PATOGENIA - VERMES ADULTOS Apresentam ação espoliadora, causando subnutrição, depauperamento físico e mental. Ação tóxica causada pelos agentes parasitários contra anticorpos alergizantes, gerando manifestações alérgicas. Ação mecânica consiste em irritação da parede intestinal ou obstrução da luz intestinal. Localizações ectópicas (áscaris errático) - no apêndice, invasão de vias linfáticas e invasão do trato pancreático. Eliminação de vermes pela boca e narinas em infecções maciças ou quando irritados por alimentos e drogas. Manchas claras podem aparecer em crianças pelo consumido de vitamina A e C por parte do verme - vitaminose. DIAGNÓSTICO Quadro clínico semelhante ao de outras helmintíases intestinais. Eliminação do helminto. Ovos nos exames parasitológicos de fezes (90% dos exames): sedimentação espontânea ou centrifugação e negativos em infecções apenas por machos. Hemograma: eosinofilia persistente. Imunológico: não satisfatório. Bioimagem e radiografias. TRATAMENTO Dieta rica e de fácil absorção. Tratamento específico: pamoato de Piratel, mebendazol, levamisol (acho que escrevi errado), piperazina. Eleitos colaterais: náuseas, vômitos, dores abdominais, etc. EPIDEMIOLOGIA Amplamente distribuída: áreas tropicais, subtropicais e temperadas. Incide mais intensamente em locais de clima quente e úmido. Prevalência mundial de cerca de 30%. 100m mil óbitos nos países subdesenvolvidos. Prevalência elevada está associada a condições sanitárias precárias - indicador do estado de saúde de uma população. Fatores que inferem na prevalência: áreas geográficas,idade, predisposição à infecção parasitária, estado nutricional, etc. Homem é a única fonte de infecção. População infantil é a mais afetada. Trata-se de um geo- helminto. A grande viabilidade do ovo o torna infectante por muitos meses. Solo úmido e sombreado: favorável à sobrevivência e embrionamento dos ovos. Há grande produção de ovos. Dispersão de ovos ocorre através de chuvas, ventos, insetos e animais. Maus hábitos de higiene no ambiente peri- domiciliar e fatores socioeconômicos são aspectos que influenciam na epidemiologia dessa parasitose. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Educação sanitária: - Mudar o comportamento da população para reduzir a população do meio e a reinfecção dos habitantes, - Implantação de hábitos de higiene pessoal - Saneamento básico, com ênfase para o destino adequado para as fezes humanas - Tratamento da água usada para consumo humano - Combate aos insetos domésticos, pois moscas e baratas podem veicular ovos - Tratamento de pessoas parasitadas - Muitos outros (ela falou muito rápido). LARVA MIGRANS VISCERAL (Toxocara sp) Consiste na invasão do organismo humano por parasitos de outros animais, que, por isso, apresenta desenvolvimento atípico, uma vez que parasito não completa o ciclo evolutivo. Dessa forma a larva infectante não consegue evoluir para verme adulto. Sua migração pode levar à sua retenção em algum órgão. IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA Zoonose que pode ocorrer após ingestão de ovos infectantes de helmintos intestinais de cães e gatos. Solo de áreas públicas podem estar contaminados com fezes de cães e gatos. Ocorrem em todo mundo é atingem principalmente crianças abaixo de 10 anos de idade. As larvas estão condenadas a morrer após longa permanência nas vísceras - lesões. As larvas permanecem retidas no homem, gerando processo inflamatório. Há preocupação principalmente com as crianças devido ao seu envolvimento com areia, muitas vezes contaminada. Infecção ocorre por ingestão de ovos embrionados. AGENTE ETIOLÓGICO Algumas espécies de Toxocara, principalmente Toxocara canis e Toxocara cati, parasitos de cães domésticos e gatos, respectivamente. MORFOLOGIA E FORMAS EVOLUTIVAS Vermes adultos são semelhantes ao áscaris, porém são menores. Também possuem três lábios, além expansões cervicais em formas dialetas. Ovos são subesféricos e castanho-amarelados, possuem casca espessa e uniformemente deprimida. A fêmea elimina cerca de dois milhões de ovos por dia. Apenas os ovos embrionados são infectantes. O embrionamento ocorre no ambiente e demora de 9 a 15 dias. Quanto às larvas, a L3 não evolui e fica retida em órgãos, ocasionando lesões. CICLO BIOLÓGICO: Larva não consegue completar o ciclo, encontra-se espalhada em alguns órgãos, retida por processos inflamatórios. HOSPEDEIRO DEFINITIVO Ovos infectantes são ingeridos por cães jovens e eclodem no intestino, invadindo a mucosa. A larva então segue para a circulação porta, seguindo do fígado para o coração. De lá, prossegue para o pulmão, brônquios, traqueia, esôfago e intestino, onde permanece por cerca de um mês, até que os ovos são eliminados nas fezes. O ovo possui embrionamento no ambiente, com a larva rabditoide no interior, e então pode vir a infectar o ser humano. LARVA MIGRANS VISCERAL Ingestão de ovos pelo hospedeiro humano contendo larvas de 3º estágio - liberação das larvas no intestino delgado - invasão das mucosas via circulação venosa, circulação linfática e circulação sistêmica. Resposta inflamatória ocorre pela retenção de larvas nos capilares do fígado, rins, olhos, miocárdio, músculos esqueléticos e cérebro. TRANSMISSÃO: Ingestão de ovos embrionados de Toxocara contendo larvas de terceiro estágio - eclosão - liberação das larvas nas porções altas do intestino delgado. RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO No hospedeiro anormal (homem) as larvas permanecem vivas por semanas ou meses, sem sofrerem mudas. Geram infecções auto-limitantes de 6 a 18 meses. Formam lesão de caráter inflamatório granulomatoso - granuloma alérgico: parasito no centro do granuloma, tecido necrótico, eosinófilos e macrófagos. RESPOSTA IMUNOLÓGICA: Consiste em leucocitose com eosinofilia e hipergamaglobulinemia com aumento de IgE. A pessoa infectada também apresentará títulos de anticorpos séricos anti- Toxocara elevados: anticorpos contra produtos secretados pelas larvas e anticorpos inespecíficos (exame sorológico para diagnóstico). PATOLOGIA: Causada pela permanência crônica das larvas nos tecidos do hospedeiro humano, o que acarreta em reações granulomatosas. Os tecidos mais afetados são os do fígado, dos pulmões, do cérebro e dos olhos. QUADRO CLÍNICO Maioria dos casos assintomáticos (infecção subclínica). Mais frequente em crianças debilitadas. Depende da carga parasitária e localização. Os sinais mais frequentes são a leucocitose associada à eosinofilia. Infecções leves apresentam eosinofilia persistente. Em quadros graves pode ocorrer hipereosinofilia, hepatomegalia, manifestações pulmonares ou cardíacas, nefrose, lesões cerebrais e óbitos (criança debilitada/alta carga parasitária). SINTOMATOLOGIA A presença de larvas no pulmão acarreta em síndrome de Löeffler (tosse, dificuldade respiratória, infiltração pulmonar, quadros de asma brônquica). O envolvimento do sistema nervoso pode gerar quadros epiléticos. Larvas em localizações oculares geram resposta inflamatória na forma de deslocamento da retina e opacificação do humor vítreo, o que evolui para a perda da visão. DIAGNÓSTICO Não se utiliza parasitológico de fezes, pois não há presença de vermes adultos no intestino. Os dados clínicos que indicam envolvimento visceral são: Dados hematológicos (hipergamaglobulina, leucocitose, eosinofilia) Dados radiológicos Biópsia do fígado Infecções oculares Testes imunológicos – detecção dos anticorpos específicos do Toxocara ELISA EPIDEMIOLOGIA Caracteriza-se por ser uma doença de distribuição mundial, 2 a 3% dos indivíduos apresentam sorologia positiva. Crianças de 2 a 5 anos compreendem um grupo de risco pela ingestão de solo contaminado com ovos. Os locais de maior exposição são jardins, caixas de areia, praia e parques públicos. Os ovos de Toxocara sobrevivem por longos períodos de tempo no solo quando em temperaturas superiores a 12ºC. A convivência com cães e gatos pode ser fator de riscos, já que esses animais representam fontes de infecção. A maioria dos cães jovens e 20% dos adultos estão infectados por T. canis. Os cães também possuem a forma de infecção via placentária, o que contribui para a manutenção do ciclo. Além disso, os cães jovens eliminam um grande número de ovos nas fezes, representando maior risco para o ambiente. Todavia, o contato direto não representa risco devido ao período de embrionamento do ovo. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Educação sanitária aos proprietários de animais domésticos (tratamento das infecções por Toxocara em cães e gatos, remoção sanitária das fezes de cães e gatos, evitar a ´poluição de ruas, jardins, praias com fezes de animais). Proteção de parques e espaços destinados a recreação infantil contra o acesso de animais. Redução da população de cães e gatos vadios. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 de agosto de 2016 ANCILOSTOMÍASE (Ancylostoma duodenale e Necator americanus) IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA Denota precariedade em saneamento básico. É causada por geo-helmintos (temperatura, umidade, tipo de solos, etc). Indica deficiência em educação em saúde. Possui alta prevalência em países em desenvolvimento. Gravidade - anemia ancilostomótica, hospedeiro é incapaz de combater o parasita, devido suas considerações geralmente miseráveis de vida, o que acaba gerando um ciclovicioso. Acomete com mais frequência crianças e jovens. Desestruturação econômica, social e cultural - condições de vida deploráveis – são fatores que favorecem a infecção. CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA: Filo Aschelmintes, classe Nematoda, família Ancylostomidae, gênero Ancylostoma e Necator. No Brasil, essa doença tem uma lista de nome populares, sendo os mais comuns: amarelão, opilação e “doença do Jeca Tatu”. BIOLOGIA É um geo-helminto, isto é, parte do seu ciclo se realiza no solo. Caracteriza- se por ser um parasita estenoxênico, ou seja, parasita apenas humanos. Seu ciclo evolutivo é do tipo monoxêno. Reproduz-se sexuadamente. Seu habitat é o intestino delgado, mais especificamente o duodeno. O A. duodenale é capaz de sobreviver de 6 a 8 anos, já o N. americanus de 4 a 5 anos. Em termos de oposição, o primeiro libera de 20000 a 30000 ovos por dia e o segundo de 6000 a 9000 ovos por dia (contaminação do solo peridomicílio). MORFOLOGIA Ancylostoma duodenale Machos são menores que as fêmeas (8 a 11mm). Fêmeas medem de 10 a 18mm. Na extremidade anterior há uma cápsula bucal, contendo dois pares de dentes pontiagudos. A extremidade posterior é que permite a diferenciação entre os sexos, o macho possui uma bolsa copuladora e a fêmea é afilada. Necator americanus Macho de 5 a 9mm e fêmea de 9 a 11mm. Possui cápsula bucal com duas lâminas afiadas. A extremidade posterior é que permite a diferenciação entre os sexos, o macho possui uma bolsa copuladora e a fêmea é afilada. LARVA RABDITOIDE: Ambas as espécies possuem esôfago rabditoide (corpo, istmo e bulbo). Apresenta vestígio bucal longo, primórdio genital pequeno (pouco visível) e cauda afilada. LARVA L3: Esôfago filarioide, cilíndrico, alongado e sem bulbo. Cauda afilada e infectante. OVO: Não permite diferenciação entre as espécies parasitas do homem. Essa diferenciação é irrelevante em termos diagnósticos. Tratamento para ambas as espécies é o mesmo. Possui casca fina e uma massa de células germinativas dentro, embrionamento ocorrerá no solo. TRANSMISSÃO Ocorre, como principal forma de infecção, a penetração ativa de larvas do tipo L3 pela pele, seja por via oral ou transcutânea. O parasita A. duodenale é capaz de ser transmitido na forma de larva infectante L3 com alimentos e água contaminados, uma vez que desenvolveu resistência ao suco gástrico. CICLO BIOLÓGICO Possui ciclo de Loss, ou seja, se realiza em parte no pulmão do hospedeiro. A larva L3 penetra na pele através da liberação de colagenases e movimentos que a permitem vencer o tegumento, ou mesmo pode entrar por interrupções cutâneas (machucados). Atinge a circulação e adentra o pulmão, arrebenta os alvéolos e, por meio das condições de umidade, temperatura e oxigenação, sofre muda e se torna L4. Chega à glote e é deglutida e engolida, sofrendo outra muda, tornando-se L5 no trajeto e seguindo em direção ao duodeno. Nesse estágio, a maturação sexual está completa e ocorre a copulação entre macho e fêmea. Fêmea engravida e ovos são liberados pelas fezes no solo. Ovos sofrem embrionamento no meio, eclodindo uma L1, que depois transforma-se em L2 (alimentação), até que se torna L3, fase em que não mais se alimenta, apenas busca um hospedeiro a quem infectar. PATOGENIA A evolução clínica depende da idade, da intensidade da infecção e da alimentação desse indivíduo (composição em proteínas, ferro e outros minerais). Apresenta manifestações cutâneas, graças à penetração de larvas na pele, tais como dermatite pruriginosa (coceira da terra), eritema edematoso ou erupção pápulo-vesiculosa, que duram alguns dias, porém possui curso benigno. A intensidade aumenta com as sucessivas reinfecções, o que debilita cada vez mais seu sistema imunológico. O que se iniciou com uma coceira “agradável”, começa a gerar feridas com o tempo. Também se torna sucessível a infecções secundárias. A patogenia da doença também apresenta lesões traumáticas e fenômenos vasculares, que podem estar relacionados com as condições com que o parasita adentrou ao hospedeiro (estava na terra, etc.). Pode apresentar também manifestações pulmonares, que são pouco frequentes: leve, síndrome de Löeffler (leve - apenas enquanto a larva estiver presente no pulmão), pneumonia. Por fim, há as manifestações intestinais: dor epigástrica, diminuição do apetite, cólica, indisposição, náuseas, vômitos e flatulências. Todos sintomas inespecíficos, podendo indicar diversas outras patologias, sendo que o paciente pode apresentar apenas alguns desses sintomas. Diagnóstico clínico muito difícil. A principal manifestação clínica é a anemia. A ação espoliadora, sua principal ação, do parasita gera microulcerações na parede do intestino. O N. americanus alimenta-se de cerca de 0,03 a 0,06ml de sangue por dia, já o A. duodenale de 0,15 a 0,30ml de sangue diariamente. Se um indivíduo possuir de 100 a 1000 de exemplares de Necator, ele perde de 10 a 30ml de sangue por dia, o que equivale a 5-15mg de ferro perdidos. Esse número aumenta para 100-250ml por dia se houver entre 1000 a 35000 exemplares de parasita. A quantidade de ferro cai no organismo e na dieta, anemia ferropriva. Diminui a presença de albumina - diminuição de síntese pelo fígado, perda de plasma no local e desnutrição. Diminuição do apetite, entretanto o indivíduo possui uma vontade voraz de consumir ferro, o que leva à ingestão de terra (síndrome de Pica). FASE AGUDA: Apresenta forma cutânea e pulmonar, caracterizadas pela migração das larvas até a instalação dos vermes adultos. FASE CRÔNICA: Vermes adultos já instalados, gerando anemia ancilostomótica. Os sintomas apresentados são, primariamente, por atividade dos vermes e, secundariamente, mais frequentes e consequências dos primários. Anemia e hipoproteinemia. Astenia, dispneia, edema de membros inferiores, palpitações, sopros cardíacos. Os sinais primários são combatidos com o anti-parasitário. Porém, os secundários, além do anti-parasitário, necessitam de complementação alimentar. DIAGNÓSTICO Inicia-se na epidemiologia, através da observação das características gerais da população. Necessita-se da realização da anamnese, ela é fundamental para que se faça a associação de sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais. O diagnóstico laboratorial é feito por exame parasitológico de fezes, seja por técnica de sedimentação espontânea ou por centrifugação. Não precisa ser amostra seriada, já que os ovos são liberados diariamente e em grande quantidade. Para reforçar e para saber a que nível patológico se encontra a infecção, pede-se exames complementares: hemograma - hemácias hiprocrômicas e microcíticas, eosinofilia alta (30 ou 60%). EPIDEMIOLOGIA Apresenta ampla distribuição geográfica. Possui caráter cosmopolita e alta prevalência, tanto mundial, quanto na América Latina e no Brasil (senso muito defasado, último foi há 40 anos). Idade (de 0 a 25 anos de idade a incidência é crescente, depois há seu estacionamento), condições socioeconômicas. A relação parasito-hospedeiro é antiga, desde 7000 anos atrás (Era Pré- Colombiana). Está relacionada a precárias condições socioeconômicas e sanitárias e ao intenso fluxo migratório interno. Dá-se pela associação do agente etiológico com o hospedeiro e o ambiente. Agente etiológico: geotropismo negativo (solo superficial), hidrotropismo (solo úmido), termotropismo e tigmotropismo (superfície dura). Ambiente: tipo de solo (arenoso - não compactado), pH, temperatura (20 a 30ºC) e umidade (70 a 90%). Hospedeiro: idade (acima de 6 anos), ocupação, grupo étnico, grau de educação, hábitos de higiene, alimentação e predisposição a múltiplas infecções por helmintos. TRATAMENTO: Pamoato de piratel - 10mg/kg peso durante 3 dias. Albendazol - 400g - dose única. Mebendazol - 100mg por 3 dias. PROFILAXIA E CONTROLE Educação sanitária. Diagnóstico e tratamento. Saneamentobásico. Controle anti-larvário - plantio de espécies como capim cidreira, Menta spicata e Crysanthemum sp. Uso de calçado - é o meio mais eficiente e permanente de prevenção e independente dos serviços de saúde. Fator limitante é o custo que isso representa para toda uma família de populações de risco. Um grave problema econômico. LARVA MIGRANS TEGUMENTAR (Ancylostoma caninum, braziliense e tubaeforme) Também chamada de dermatite serpiginosa, “bicho geográfico” e “bicho das praias”. É uma afecção causada pela migração da forma larvária de parasitas específicos de animais no tecido subcutâneo do ser humano. Trata-se de uma zoonose. O parasita não completa seu ciclo evolutivo no hospedeiro humano, logo não atinge sua maturidade sexual. O homem é um hospedeiro acidental, portanto não há observação de ovos nas fezes. Possui maior incidência em crianças. Raramente as larvas podem ser identificadas. Denota ausência de educação em saúde e deficiência no controle ambiental (vigilância sanitária). MORFOLOGIA Ancylostoma braziliense. Semelhante a A. duodenale. Tamanho do verme adulto vai da 5 a 10 cm. Cápsula bucal com um par de dentes. Cápsula copuladora. A. caninum. Fêmeas de 14mm e machos de 10mm. Forma do corpo em arco. Capsula bucal com três pares de dentes grandes. TRANSMISSÃO E CICLO EVOLUTIVO Em humanos, ocorre pela penetração ativa de larva L3 na pele do ser humano. Cães e gatos defecam liberando ovos no solo, de onde eclodem larvas que evoluem no meio até L3, onde acidentalmente acometem o Homem. QUADRO CLÍNICO E PATOGENIA É uma dermatose caracterizada por erupção linear tortuosa na pele. A afecção é autolimitada (cura espontânea) e é caracterizada por intenso prurido. As regiões mais frequentemente afetadas são mãos, pés, nádegas e antebraços. Quadro clínico e patogenia dessa infecção são causados pela ação mecânica e traumática das larvas. Atua também a ação antigênica das larvas (primo-infecção - reinfecção). A Síndrome de Löeffler consiste na sintomatologia pulmonar dessa verminose. Infecção secundária (bactérias). DIAGNÓSTICO: É feito, principalmente, pela análise dos dados epidemiológicos: frequência (praça, praias, caixa de areia, areia de construção, etc.) e idade do paciente. Já a sua parte clínica será realizada pela observação do aspecto da lesão e pela anamnese. TRATAMENTO: Tiabendazol (oral e tópico) e piperazina (tópico). Vive cerca de 4 dias no humano, porém, dependendo do grau de infecção, a pessoa não suporta esperar esse tempo e vai ao médico, que prescreve o tratamento já citado. EPIDEMIOLOGIA Trata-se de uma afecção cosmopolita. Ela acomete mais crianças na faixa etária de 1 a 4 anos. Possui relação de acometimento masculino para feminino de dois para um. Presença de cães e gatos é fator epidemiológico importante. Apresenta maior incidência em locais como praias, parques, praças públicas e creches (caixas de areia). PREVENÇÃO E CONTROLE Educação sanitária dos donos de animais. Exame e tratamento anti-helmíntico periódicos em cães e gatos. Redução da população de cães e gatos errantes. Proteção dos parques e espaços destinados à recreação das crianças (telas). Vigilância sanitária. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 de agosto de 2016 INTRODUÇÃO Strongyloides sp. – compreende 52 espécies, sendo que apenas duas são capazes de infectar o homem: S. stercoralis, no Brasil, e S. fuellrborni, restrita à África e infectante para primatas humanos e não humanos. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS NEMATODAS: Possui sequência típica de desenvolvimento, dimorfismo sexual, tamanho muito variável e simetria bilateral. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE Strongyloides sp.: Possui características particulares. Apresenta machos e fêmeas de vida livre e fêmea partenogenética. Esse último fator faz com que não sejam encontrados machos no indivíduo humano. Espécies de vida livre dificultam o controle dessas parasitoses. ESTRONGILOIDÍASE (Strongyloides stercoralis) Causa estrongiloidíase e parasita o intestino, especificamente as partes do jejuno e do íleo, com as fêmeas ficando nas mucosas. Nas suas formas evolutivas adultas, a fêmea possui extremidade afilada e o macho possui extremidade curva. A fêmea partenogenética é bem maior e delgada, assemelha-se a um fio de cabelo, e apenas ela parasita o homem. O macho e a fêmea de vida livre atuam na contaminação do ambiente. BIOLOGIA Trata-se de um parasito de hábito monoxêno. Possui dois ciclos, um direto (ou partenogenético) e outro indireto. Necessitam, para se desenvolver, de temperaturas entre 20 a 30ºC, umidade elevada e solo arenoso (não compactado) e sombrio. CICLO DIRETO (PARTENOGENÉTICO) As larvas L1 no ambiente, larvas essas que são 3n e vão se alimentar da microbiota do ambiente, mudam para L2, que fará o mesmo processo de alimentação e se tornará L3. A L3 não se alimenta, apenas se movimenta em busca de um hospedeiro. Essa larva L3 realiza penetração ativa, por atividade mecânica e enzimática, atingindo a corrente sanguínea do hospedeiro e seguindo para os pulmões. Muda para L4 nos alvéolos pulmonares, seguindo para traqueia, faringe (deglutição) e, por fim, para o intestino delgado, onde se fixa e torna-se uma fêmea partenogenética. Essa fêmea partenogenética liberará ovos na mucosa, que migrarão para a luz intestinal e liberarão larvas L1 no intestino, que serão eliminadas nas fezes. CICLO INDIRETO Início idêntico ao direto, com exceção do fato da larva L1 ser 1n ou 2n, fazendo que com chegar ao estágio de larva L3, ela se torne L4 no próprio meio. Dá origem a fêmeas (2n) ou machos (1n) de vida livre. Eles se reproduzirão no meio, gerando ovos dos quais eclodirão larvas L1 1n e 2n, dando continuidade à manutenção de indivíduos adultos no ambiente, ou 3n, que seguirão o ciclo direto. TRANSMISSÃO Pode ser por hétero ou primo-infecção, que ocorre por penetração de L3 por via cutânea (mais comum) e mucosa bucal ou esofagiana. Outra forma também é a autoinfecção externa ou exógena, que consiste na muda para L3 que penetra na região perianal e está relacionada a má higiene. Ainda há a forma de autoinfecção interna ou endógena, em que há larva rabditoide na luz intestinal e ocorre em hospedeiros suscetíveis (exemplo: constipação crônica). Considera-se a transmissão congênita e via colostro, porém ainda sem muitas evidências. AUTOINFECÇÃO: Pode ser interna ou externa. L1 eliminada nas fezes e retida na região perianal, tornando L3, forma infectante, no local (autoinfecção externa). A autoinfecção interna ocorre quando a L1 sofre mudas até L3 no intestino grosso, se tornando infectante dentro do organismo do hospedeiro. Favorecida por alterações imunológicas causadas por infecção pelo HTLV, redução dos níveis IL-4 e IL-3 ao nível intestinal. DISSEMINADA: Complicação da fase intestinal e pode ser acarretada pela autoinfecção. Larvas encontradas em outros locais também, além dos órgãos englobados no ciclo, como rins, fígado e vesícula biliar. Processo inflamatório e infecção bacteriana secundária. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Quadro variado - carga parasitária e resposta imunológica do hospedeiro determinam sua intensidade. Cerca de 40% dos portadores são assintomáticos. Causadas por ações mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica. Paciente irá apresentar lesões cutâneas causada pela penetração da L3 na pele. Pode causar hemorragia petequial e edema, gera prurido intenso e lesões urticariformes. Quando passa pelos pulmões vai acarretar lesões pulmonares. As larvas L3/L4 vão gerar rompimento dos capilares pulmonares. Paciente apresentará febre variável, tosse produtiva, dispneia e edema. Em indivíduos com carga parasitária muito elevada pode-se desenvolver Síndromede Löeffler (edema pulmonar, broncopneumonia e dificuldade respiratória). As lesões intestinais são causadas pela fêmea partenogenética e são mais brandas. Acontecem por sua invasão da mucosa e submucosa intestinal. Indivíduo pode apresentar enterite catarral, hemorragias e microulcerações, enterite edematosa (síndrome da má absorção) e enterite ulcerada, que pode se agravar, evoluindo para um íleo paralítico, que, por sua vez, conduz para uma autoinfecção interna ou endógena. Os sinais mais comuns são dor no hipocôndrio, causada por úlcera gástrica, diarreia, fraqueza, emagrecimento, irritabilidade, insônia, entre outros. A nível laboratorial, apresenta-se anemia hipocrômica e eosinofilia. DIAGNÓSTICO Seu período pré patente dura de 15 a 30 dias. O período pré patente compreende o espaço de tempo entre o indivíduo ser infectado e o parasito ser possível de detectar nos exames. O período de incubação é o que compreende o tempo até a apresentação dos sintomas. O diagnóstico clínico é inespecífico. O parasitológico é feito por fezes, onde se busca por larvas L1. Identificação do parasito: carga parasitaria baixa e amostras frescas seguidas. É necessário o uso de fezes frescas e realização de procedimentos específicos, como o Método de Barman, que explora o termotropismo e hidrotropismo da larva. Esse é o procedimento mais frequentemente usado, porém um exame de amostra única detecta larvas em apenas 30% dos casos. O Método de Rugai é uma variação do método anterior e, por ser mais prático, é mais comumente usado em laboratórios. Também é possível realizar o parasitológico em secreções, via centrifugação e pesquisa no sedimento. São secreções utilizadas: escarro, urina, lavado broncopulmonar e endoscopia duodenal. Coprocultura é muito pouco usada por ser demorada. É possível realizar exames imunológicos, tais como ELISA (reação cruzada com esquistossomose, ancilostomíase, filariose), usando-se o Western Blotting em seu detrimento, hemoglutinação (? - Não consegui copiar). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Outras infecções intestinais: amebíase, colite bacteriana, etc. Doença inflamatória intestinal. EPIDEMIOLOGIA Presente no mundo inteiro. Sua importância é pela perda de dias produtivos pelos indivíduos infectados. É uma doença negligenciada. É considerada uma região esporádica se a incidência for menor que 1%, endêmica quando entre 1 e 5% e hiperendêmica quando acima de 5%. Crianças e idosos são os mais infectados em países em desenvolvimento. Mesmo em países desenvolvidos há relatos relacionados a agricultores e imigrantes. Veteranos de guerra (EUA, Coreia e Vietnã) ainda eliminam larvas e a possível explicação para isso é que, apesar de já terem sido tratados após seu retorno, esses indivíduos ainda apresentam uma forma crônica (“adormecida”), o que é preocupante por possibilitar reinfecções. FATORES: Presença de fezes humanas contaminadas no solo. Larvas infectantes no ciclo de vida livre (mais preocupante), dificulta a prevenção e controle. TRATAMENTO: Utiliza-se anti-helmínticos. Todos possuem efeitos colaterais. Dois são contraindicados para gestantes e lactantes (não consegui copiar os nomes). PROFILAXIA: Semelhante à das outras geo-helmintíases, com cuidado extra com o contato com o solo por conta da presença de vermes de vida livre. TRICURÍASE (Trichuris trichuria) Popularmente chamado de “verme chicote”. MORFOLOGIA São vermes pequenos (3 a 5cm) e que apresentam boca bem pequena com um pequeno estilete rudimentar. Cápsula bucal é, contraditoriamente, localizada na parte mais delgada (anterior). A região posterior (mais grosseira) é mais curva no macho e mais retilínea na fêmea. No macho há um espículo único e bem desenvolvido na região posterior do macho. Possui ovo bem característico, é elíptico, possui três membranas, cor bem castanha e opérculos nas extremidades. CICLO BIOLÓGICO Possui um ciclo direto muito simples. Os adultos são encontrados no intestino grosso de humanos em pequenas populações. Pode acontecer infecções maciças (centenas de exemplares), onde os vermes também atingirão o íleo e o reto. Vive por anos, cerca de 2 a 5 anos. Embrionamento dos ovos ocorre no ambiente, 14 a 30 dias após eliminação no meio. As larvas L1 permanecem infectantes no meio por até um ano. O hospedeiro humano ingere ovo presente no ambiente. TRANSMISSÃO Através da ingestão pelo hospedeiro de ovos na comida e água contaminadas. Geofagia (hábito de comer terra) é um fator de transmissão. Vetores mecânicos contribuem para sua disseminação. PATOGENIA E IMUNIDADE Lesões traumáticas discretas e localizadas nos locais de fixação dos vermes. O processo inflamatório geralmente se restringe ao epitélio. Pode aumentar o peristaltismo e diminuir a absorção de líquidos por consequência, o que acarreta perda de peso, desidratação e episódios de diarreia. SINTOMATOLOGIA Muitos são assintomáticos. Infecções moderadas vão apresentar dor e distensão abdominal, diarreia, astenia e perda de peso. Já em infecções intensas pode-se apresentar também tenesmo e prolapso retal (parte retal externizada), por aumento do peristaltismo, podendo se visualizar os vermes fixados nessa parte externizada. EPIDEMIOLOGIA Geralmente associado a A. lumbricoides. Modo de transmissão é o principal dado epidemiológico. Resistência do ovo é muito grande. Alta fertilidade do verme, fêmea capaz de ovipor milhares de ovos (de 3 a 7 mil ovos por fêmea por dia). TRATAMENTO: Albendazol e mebendazol. Mais um, que não consegui copiar, que foi recentemente liberado o uso em humanos no Brasil, porém pouco utilizado por possuir mais efeitos colaterais. PROFILAXIA E CONTROLE: Mesmos de qualquer outra geo-helmintíase.
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