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RESUMOPED KATARINA ALMEIDA 1. Elucidar a fisiopatologia, tratamento, medidas preventivas da Desnutrição correlacionando com a epidemiologia (abordar bolsa bolsa família) A desnutrição é um distúrbio da nutrição (distrofia) decorrente da falta concomitante de calorias e de proteínas, em diferentes proporções. ➢ Forma primária : resulta da combinação de três fatores ambientais: carência alimentar (macro e micronutrientes), falta de acesso a condições sanitárias (água/esgoto) e serviços de saúde (acarretando, por exemplo, quadros prolongados de diarreia) e falta de práticas de cuidados infantis (ex.: vacinação, higiene pessoal). ➢ Forma secundária : são provocadas por doenças que aumentam as necessidades metabólicas, diminuem a absorção intestinal ou levam à perda de nutrientes (por exemplo, síndromes disabsortivas, malignidades, queimaduras extensas Fisiopatologia A DEP leva a uma série de alterações sistêmicas, resultado, em última instância, das adaptações fisiológicas, do organismo à menor disponibilidade de nutrientes para a célula. A criança portadora de DEP vive em tênue equilíbrio, muito próximo do colapso. As repercussões da DEP que acontecem em curto prazo podem prejudicar o equilíbrio metabólico, funcionamento de órgãos e sistemas que, de forma direta, aumentam a mortalidade e exigem ajustes da terapia nutricional para que se consigam atingir as metas para recuperação Em longo prazo, pode haver prejuízo do crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor e aumento do risco futuro para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Quanto maior a gravidade da DEP, mais intensas serão suas repercussões metabólicas. Alterações metabólicas e hormonais : Há uma redução global do metabolismo com diminuição do gasto energético, da atividade da bomba de sódio-potássio e da síntese de proteínas. Redução de todos os substratos energéticos: glicogênio, gorduras e proteínas. Inicialmente há um aumento da glicólise (quebra de glicogênio), lipólise (liberação de ácidos graxos) e neoglicogênese (síntese de glicose a partir do glicerol dos ácidos graxos e aminoácidos), para geração de energia. O metabolismo cerebral é mantido à custa de ácidos graxos e corpos cetônicos produzidos pela lipólise, estimulada pelo hormônio do crescimento e pela epinefrina. O consumo progressivo desses estoques de energia leva à queda plasmática nos níveis de glicose e aminoácidos, e com isto ocorre uma diminuição da insulina sérica e um aumento do glucagon e da adrenalina. Os níveis de GH se elevam, e com ele há maior estímulo à lipólise. Por outro lado, os níveis de IGF-1 (ou Somatomedina C) estão reduzidos. Alterações imunológicas :Ocorre um prejuízo nas defesas específicas e inespecíficas, na defesa celular e humoral, sendo a intensidade do deficit celular de maior importância. Imunidade inespecífica: há perda da integridade das barreiras epitelial e mucosa, diminuição de fatores como muco, pH e lisozima. Imunidade celular: redução na população de linfócitos T no timo, baço e linfonodos, menor produção de Interleucina 1 (IL-1) e redução de quantidade e qualidade em alguns fatores complemento. Alterações cardiovasculares e renais Deficit contrátil do miócito cardíaco, que resulta em queda do débito cardíaco basal e resposta cardiovascular inadequada às alterações de volemia. Outra consequência desta redução no débito cardíaco é a queda nas taxas de filtração glomerular, com prejuízo das funções de concentração e acidificação urinária. Queixas de poliúria e nictúria são comuns. Há duas formas clínicas de DEP grave bem conhecidas : marasmo e kwashiorkor, além da possibilidade de uma forma mista denominada kwashiorkor-marasmático. ➢ Marasmo É um estado de má nutrição que resulta de uma deficiência calórica total (energia e proteínas). Marasmo significa “desgaste” e, em termos grosseiros, denota inanição. Em tais dietas deficientes, a relação proteína/calorias pode ser normal. Essa apresentação clínica é mais comum em crianças com menos de um ano de idade, embora não seja restrita a este grupo etário, em decorrência de deficit na ingestão global de nutrientes associado ao agravamento do estado nutricional por infecções intercorrentes. A instalação é insidiosa, permitindo a adaptação do organismo à deficiência ➢ . Ocorre praticamente em todos os países em desenvolvimento, sendo a causa mais comum a retirada precoce do aleitamento materno, substituindo-o por fórmulas caloricamente deficientes, muitas vezes diluídas para diminuir o gasto financeiro imediato da família. Isso, combinado com a ignorância sobre higiene e atrasos costumeiros na administração de vacinas, leva frequentemente ao desenvolvimento de infecções gastrointestinais preveníveis, que iniciam o ciclo vicioso, que leva ao marasmo. A criança geralmente é internada pela intercorrência infecciosa, e não pela desnutrição! Observam-se deficit de peso e estatura, atrofia muscular extrema, emagrecimento acentuado com pobreza de tecido celular subcutâneo e pele enrugada, principalmente nas nádegas e coxas. Pela perda de tecido subcutâneo ocorre desaparecimento da bola gordurosa de Bichat. Em geral o apetite está preservado, ao contrário do kwashiorkor, onde há uma inapetência grave. A anemia e a diarreia são comuns e com frequência as crianças apresentam o abdome volumoso. Não há edema, nem lesões cutâneas. Os cabelos podem, eventualmente, estar alterados. Assim como no kwashiorkor (DEP edematosa), no marasmo também podemos observar hipoalbuminemia. ➢ Kwashiorkor No kwashiorkor, embora a ingestão calórica possa ser adequada, observa-se deficiência dietética de proteína. Apesar da energia adequada, a deficiência de proteínas de alto valor biológico impede a adaptação do organismo à desnutrição. A instalação costuma ser mais rápida. Kwashiorkor é um vocábulo africano (Gani), que significa “doença do primeiro filho quando nasce o segundo”. A síndrome foi inicialmente descrita em lactentes desmamados subitamente, devido ao fato de a mãe ter engravidado de novo, e ao conceito de que a manutenção da amamentação poderia “envenenar” o feto. RESUMOPED KATARINA ALMEIDA A apresentação clínica dessa forma de desnutrição é bastante exuberante e mais comum no segundo e terceiro anos de vida. A criança geralmente se apresenta com estatura e peso menores do que os esperados para a idade. A criança apresenta-se consumida, fato este observado principalmente nos músculos dos membros superiores e inferiores. Esse fato pode ser mascarado pelo edema. O edema é muito frequente e considerado a manifestação clínica mais importante dessa síndrome. Vale ressaltar que o edema pode afetar qualquer parte do corpo, sendo que em crianças que deambulam, mais frequentemente, o edema se inicia com ligeiro intumescimento dos pés se estendendo pelas pernas. Posteriormente, o edema pode acometer mãos e face (fácies de lua). Em meninos pode ser notado edema em bolsa escrotal. ▪ Alterações mentais/comportamentais estão invariavelmente presentes. A criança se apresenta apática, hipoativa, anorética e desinteressada pelos fatos que ocorrem ao seu redor. Ela geralmente não sorri, mesmo quando estimulada, e está permanentemente irritada, sem apetite. Diferente da criança marasmática, a criança com kwashiorkor tem tecido celular subcutâneo. ▪ O grau de gordura subcutânea dá uma indicação do grau de deficiência calórica. A pele da face está frequentemente despigmentada, desenvolvendo-se dermatoses em áreas de atrito, como, por exemplo, na região inguinal e no períneo. Surgem áreas de hiperpigmentação que, eventualmente, descamam dando um aspecto de dermatite em escamas (flaky paint dematossis); a pele sob as escamas é muito pálida e facilmente infectável. Os cabelos apresentam alteração de textura e de cor (discromias) e são quebradiços. ▪ Os cabelos pretostornam-se castanhos ou avermelhados. Pode estar presente o “sinal da bandeira”, que consiste na alteração segmentar (em faixas) da cor dos cabelos, traduzindo períodos alternados de pior e melhor nutrição. As fezes podem estar liquefeitas, com sangue e alimentos não digeridos. Anemia está presente na maioria dos casos. É, em parte, devida à deficiência proteica para síntese de eritrócitos, deficiência de ferro e de ácido fólico, parasitoses intestinais. ➢ Kwashiorkor-marasmático A maioria dos casos encontra-se na faixa intermediária entre os dois extremos, sendo muito importante diagnosticá-los e impedir a evolução. São as formas ditas mistas: a criança evolui com carências na ingestão proteica e/ou energética, apresentando características dos dois tipos clínicos. ➢ Noma É uma ulceração crônica necrosante da gengiva e das bochechas, geralmente associada à desnutrição grave e a doença infecciosa debilitante (ex.: sarampo, malária, tuberculose e diarreia). Ocorre uma infecção polimicrobiana, com Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia, frequentemente presentes. Os principais sinais e sintomas são a lesão desfigurante na gengiva e nas bochechas, odor desagradável, febre, anemia, leucocitose e outros achados de desnutrição grave. Tratamento : O tratamento da desnutrição está intimamente relacionado com aumento de oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função dos distúrbios intestinais que podem estar presentes. Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica para a recuperação do peso da criança; corrigir distúrbios hidro-eletrolíticos, ácido-básicos e metabólicos e tratar das patologias associadas; obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da criança em menor tempo e com maior intensidade. Por se tratar de um problema, em sua maioria das vezes, social é importante que a equipe de saúde esteja atenta, encaminhando esta família para assitentes sociais, comunidades de bairro e pastorais da criança para que consigam algum tipo de auxílio para suprirem suas carências. A não-criação de vínculo mãe-filho também pode levar uma criança a desenvolver desnutrição em função da negligência. Outras vezes a falta de informação leva a um preparo inadequado dos alimentos, levando a família a alimentar-se com uma dieta pouco nutritiva. Os profissionais não podem culpar a família pela debilidade de seus filhos, cabe a nós orientá-los para evitar danos à saúde de nossas crianças e adolescentes, promovendo o fortalecimento do vínculo da criança com a família, com informação. BOLSA FAMÍLIA E SEU PAPEL NA VIGILÂNCIA ALIMENTAR Realizar a Vigilância Alimentar e Nutricional é promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população e sobre os fatores que as influenciam. Sua utilização para a população contribui para o conhecimento dos problemas de nutrição, possibilitando a identificação de indivíduos e/ou grupos de pessoas com maior risco aos problemas nutricionais por áreas geográficas (ex: área rural), segmentos sociais (ex: população de baixa renda) e grupos populacionais (ex: gestantes, crianças, pessoas idosas). Dessa forma, a realização da Vigilância Alimentar e Nutricional permite avaliar o estado nutricional das pessoas, podendo, assim, promover a manutenção do bom estado nutricional (ex: crianças e gestantes com ganho de peso adequado) e evitar a gravidade de problemas nutricionais, seja de baixo peso/desnutrição ou sobrepeso/obesidade e, assim, evitar as conseqüências que esses problemas podem trazer para a saúde. Para realizar o acompanhamento do estado nutricional é necessário coletar dados de identificação e dados antropométricos das pessoas. Os principais dados de identificação são: Data de nascimento (para obter informações sobre a idade) , Sexo (masculino ou feminino) . Os dados antropométricos referem-se à medição do indivíduo. Os principais dados antropométricos são: Peso ,Altura . Uma vez coletados estes dados, é possível realizar a vigilância do estado nutricional de indivíduos e de grupos, lembrando que para cada uma das fases do curso de vida existe um método diferente para realizar o diagnóstico nutricional. Vale destacar que estes dados podem ser complementados com informações sobre a situação alimentar (hábito alimentar e acesso aos alimentos) e social (escolaridade, condições de moradia) do indivíduo, além da avaliação clínica e de exames (ex: hemograma, fezes etc.). Assim, com a realização do conjunto dessas ações com a sua participação e a dos demais profissionais de saúde, poderemos obter, de forma mais completa, o diagnóstico nutricional. A renda proveniente dos programas de transferência condicionada de renda, neste caso do Programa Bolsa Família, tem impacto significativo no combate à fome e à insegurança alimentar e nutricional das famílias. Contribui tanto diretamente, quanto indiretamente, através das práticas creditícias, ao acesso a uma alimentação variada, assim como de produtos não alimentares, adquiridos nos mercados locais, lojas, feiras e supermercados nas sedes dos municípios, necessários para suprir as necessidades das famílias, sem contudo acarretar perda de características culturais e sociais presentes nas práticas alimentares desenvolvidas ao longo dos anos, como o consumo do açaí, fruta cujo consumo é parte importante na alimentação marajoara. O programa promove e fortalece as relações de confiabilidade entre os beneficiários e comerciantes locais, possibilitando o desenvolvimento de práticas creditícias como “o fiado”, necessárias para garantir o acesso regular ao alimento, contribuindo com a redução da fome entre as famílias marajoaras. Porém observou-se o consumo de alimentos com baixa qualidade nutricional (produtos industrializados, doces e refrigerantes), ricos em sódio e açúcares, demonstrando a necessidade de promoção de atividades paralelas junto às famílias beneficiárias, principalmente no que concerne ao desenvolvimento de práticas alimentares mais saudáveis. Programa Fome Zero tem o compromisso de alterar situações agudas de miséria e de contribuir para a mudança de paradigmas de segurança alimentar que impedem o crescimento do país.Dentre os programas de políticas específicas estão: Cartão-Alimentação, Alimentos Emergenciais, Estoques de Alimentos de Segurança, Educação para o Consumo Alimentar, Ampliação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), Combate à Desnutrição e Ampliação da Alimentação Escolar. O programa brasileiro de cartão-alimentação – Fornecer crédito que deve ser utilizado na compra de alimentos ou mediante comprovação posterior via recibos ou notas fiscais. ➢ Implantar mecanismos de contrapartida para os atendidos pelo Programa Cartão-Alimentação – PCA – em relação à frequência a cursos de alfabetização e à rede de saúde, requalificação profissional ou prestação de serviços comunitários. Apoio à ampliação da merenda escolar ➢ Elevar teores calórico e nutricional da merenda. ➢ Estender o atendimento para os irmãos de escolares e para a rede infantil, especialmente nos municípios mais pobres. ➢ Utilizar produtos regionais na composição da merenda. ➢ Apoiar tecnicamente os Conselhos Municipais de Alimentação Escolar 2. Explanar a fisiopatologia, tratamento e medidas preventivas da anemia ferropriva ANEMIA FERROPRIVA Anemia é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição na qual a concentração sanguínea de hemoglobina se encontra abaixo dos valores esperados, tornando-se insuficiente para atender as necessidades fisiológicas exigidas de acordo com idade, sexo, gestação e altitude. De origem multifatorial, pode ser ocasionada pela defi ciência de ferro e/ ou diversos outros micronutrientes, por perdas sanguíneas, processos infecciosos e patológicos concomitantes, uso de medicações específicas que impeçam ou prejudiquem a absorção do ferro. A principal causade anemia é a deficiência de ferro, estando associada a mais de 60% dos casos em todo o mundo. https://www.coladaweb.com/biologia/saude/desnutricao RESUMOPED KATARINA ALMEIDA ETIOLOGIA :A maior parte do ferro em recém-nascidos encontra-se na hemoglobina circulante. À medida que a alta concentração de hemoglobina cai durante os primeiros dois ou três meses de vida, uma quantidade considerável de ferro é recuperada e armazenada. Esses depósitos geralmente são suficientes para a formação do sangue em recém- nascidos nos primeiros seis a nove meses de vida. Em recém-nascidos com baixo peso de nascimento e perda sanguínea perinatal, esses depósitos de ferro são logo esgotados, porque são menores. O atraso na fixação do cordão umbilical pode melhorar o estado do ferro e reduzir seu risco de deficiência. As fontes dietéticas de ferro são especialmente importantes nesses recém-nascidos. Em recém-nascidos a termo a anemia causada exclusivamente por ferro inadequado na dieta ocorre aos 9-24 meses de idade e é relativamente incomum depois disso. O padrão comum de dieta observado em recém-nascidos e em bebês com anemia ferropriva nutricional nos países em desenvolvimento é o consumo excessivo de leite de vaca (baixo conteúdo de ferro, perda sanguínea a partir da colite proteica do leite) em uma criança acima do peso. A subnutrição em geral é mundialmente responsável pela deficiência de ferro. A perda sanguínea deve ser considerada uma causa possível em todos os casos de anemia ferropriva, especialmente em crianças mais velhas. A anemia ferropriva crônica por sangramento oculto pode ser causada por uma lesão do trato gastrointestinal, como úlcera péptica, divertículo de Meckel, pólipo ou hemangioma, ou por doença inflamatória intestinal. Os recém-nascidos apresentam sangramento intestinal crônico induzido pela exposição a uma proteína termolábil do leite de vaca integral. Essa reação gastrointestinal não está relacionada às anormalidades enzimáticas na mucosa, como deficiência de lactase ou alergias típicas ao leite. As crianças afetadas desenvolvem caracteristicamente uma anemia mais grave e mais precoce do que o esperado simplesmente por uma ingestão inadequada de ferro. A perda sanguínea contínua nas fezes pode ser evitada pela amamentação ou pelo atraso na introdução do leite de vaca integral no primeiro ano de vida e, então, pela limitação da quantidade de leite bovino integral de <682mL/24h. A perda sanguínea não reconhecida também pode estar associada à diarreia crônica e raramente com a hemossiderose pulmonar. Em países em desenvolvimento, as infecções com os ancilóstomos Trichuristrichiura, Plasmodium e Helicobacterpylori muitas vezes contribui para a deficiência de ferro. Cerca de 2% das garotas adolescentes têm anemia ferropriva, devido, em grande parte, ao estirão de crescimento e à perda sanguínea menstrual. O risco mais alto de deficiência de ferro está entre as adolescentes que já estiveram ou estão grávidas; mais de 30% dessas garotas têm anemia ferropriva. FISIOPALOGIA A deficiência de ferro no organismo desenvolve-se em três estágios, que se manifestam de maneira gradual e progressiva no organismo até o desenvolvimento da anemia ferropriva. No primeiro, ocorre diminuição da ferritina sérica, no segundo já há um declínio da concentração do ferro sérico e aumento da capacidade de ligação do ferro e finalmente um terceiro estágio onde há restrição na síntese de hemoglobina, podendo se instalar assim a anemia ferropriva, onde as hemácias, até então normocíticas e normocrômicas, passam a sofrer alterações morfológicas, tornando-se microcíticas e hipocrômicas. O primeiro estágio ocorre uma dimuição no deposito de ferro no figado, baço, medula ossea, a anemia ferropriva, também chamado de depleção de ferro ou ferropenia latente, ocorre quando o aporte de ferro é incapaz de suprir as necessidades, produzindo uma redução dos seus depósitos, que se caracteriza por ferritina sérica abaixo de 12 microgramas por litro, mas sem alterações funcionais. Havendo continuidade do balanço negativo , instala-se uma segunda fase, denominada eritropoese ferro deficiente, a qual é caracterizada por diminuição do ferro medular e sérico, saturação da transferrina abaixo de 16% e elevação da protoporfirina eritrocitária livre, podendo haver nessa fase a diminuição da capacidade de trabalho. Como consequência da deficiência de ferro medular, ocorre uma eritropoiese ineficaz. E finalmente, quando há restrição na síntese de hemoglobina, desenvolve-se o terceiro e último estágio, ou a anemia por deficiência de ferro, anemia ferropriva instalada, onde a hemoglobina situa-se abaixo dos padrões para a idade e o sexo caracterizando-se pelo surgimento de microcitose e de hipocromia das hemácias. Entre a deficiência de ferro e a anemia ferropriva propriamente dita, há situações intermediárias em que a morfologia das hemácias (microcitose e hipocromia), o ferro sérico, a capacidade total de transporte de ferro (TIBC), os depósitos de ferro na medula óssea e a ferritina sérica não apresentam ainda todas as alterações características da anemia ferropriva. Nesta hipótese, há uma anemia leve e moderada, com as hemácias ainda apresentando-se normais. A deficiência de ferro ocorre: quando a sua ingestão é insuficiente, como por exemplo, durante o período de crescimento ou gravidez; quando ocorre a má absorção do ferro; nos casos de perdas aumentadas em consequências de perdas sanguíneas uterinas ou no trato digestivo; quando há perda renal de hemossiderina em consequência de hemólise intravascular crônica; em situações de seqüestração de ferro em um sítio inacessível e até nas perdas urinárias de sangue. O esgotamento dos estoques de ferro na medula óssea e a insuficiente oferta de ferro aos eritroblastos levam a uma diminuição da síntese de heme e como consequência a uma redução na produção de hemoglobina e de eritrócitos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria das crianças com deficiência de ferro é assintomática e é identificada por triagem laboratorial recomendada aos 12 meses de idade, ou antes, se o risco for alto. A palidez é o sinal clínico mais importante de deficiência de ferro, porém não é normalmente visível até que a hemoglobina caia para 7-8 g/dL. Ela é mais notada como palidez das palmas das mãos, pregas palmares, leitos ungueais ou conjuntivas. Os pais não costumam notar a palidez por causa da queda lenta comum ao longo do tempo. Muitas vezes, um amigo que está visitando ou um parente são os primeiros a notar. Na deficiência de ferro leve a moderada (níveis de hemoglobina de 6-10 g/dL), os mecanismos compensatórios, como níveis aumentados de 2,3- -difosfoglicerato (2,3-DPG) e uma alteração da curva de dissociação do oxigênio, podem ser tão eficazes a ponto de poucos sintomas da anemia serem percebidos, a não ser uma leve irritabilidade. Quando o nível de hemoglobina cai para menos de 5 g/dL, a irritabilidade, a anorexia, o desenvolvimento letárgico e os murmúrios de fluxo sistólico costumam ser ouvidos. À medida que a hemoglobina continua a cair, a taquicardia e a insuficiência cardíaca podem ocorrer. A deficiência de ferro tem efeitos sistêmicos não hematológicos. Os efeitos mais preocupantes em recém-nascidos e adolescentes são as funções intelectuais e motoras comprometidas, que podem ocorrer no início da deficiência, antes de a anemia se desenvolver. Prevenção e tratamento da anemia ferropriva Ações de educação alimentar e nutricional (EAN) voltadas para a prevenção da anemia ferropriva preveem o estímulo ao acesso universal à alimentação adequada, ao aleitamento materno exclusivo e prolongado, de forma a aumentar o consumo de alimentos fontes de ferro, bem como de alimentos que aumentam a biodisponibilidade e a absorção do ferro na introdução de alimentos complementares. A contraindicação de uso de leite de vaca in natura, nãoprocessado, em pó ou fluido antes dos 12 meses (limitação de consumo de 500ml/dia após os 12 meses) também é uma estratégia reconhecidamente protetora contra a deficiência de ferro e o desenvolvimento de anemia ferropriva, devendo ser continuamente incentivada33-35. Estilos de vida optantes por regimes de alimentação restritos para o uso de carnes e alimentos fontes de ferro hemínico requerem igualmente acompanhamento nutricional adequado, com apoio de nutricionistas especialistas para garantir o consumo adequado de ferro e ou suplementação profilática sempre que necessário34,35. As recomendações de ingestão de ferro são apresentadas nas Dietary Reference Intakes (DRIs) e foram desenvolvidas e calculadas pelo Institute of Medicine of the National Academies. Dentre as políticas nacionais que visam a prevenção da anemia ferropriva em crianças, cita-se a fortificação de alimentos, adotada em consonância com a OMS e que visa abordagem sustentável e custo-efetiva para a prevenção da anemia ferropriva, a estratégia NutriSus (oferta de sachês com 15 micronutrientes em pó para acréscimo às preparações da criança na rotina escolar)38, e a fortificação da água potável com ferro39. A política nacional de fortificação de alimentos foi recentemente atualizada pela ANVISA, prevendo atualmente a fortifi cação das farinhas de trigo e milho com fumarato ferroso e sulfato ferroso (de boa disponibilidade) em a 9 mg para cada 100g de farinha (RDC n° 150 de 2017)37,40. O Brasil também apresenta políticas para a suplementação do ferro desde 2005 (Programa Nacional de Suplementação de Ferro - PNSF), atingindo crianças de seis a 24 meses de idade, gestantes e lactantes até o terceiro mês pós-parto com suplementação profi lática com sulfato ferroso via oral. Segundo o programa, crianças entre seis e 24 meses devem ser suplementadas com sulfato ferroso na dosagem de 1mg/kg peso/dia. A recomendação vigente da Sociedade Brasileira de Pediatria orienta a suplementação profilática com dose de 1mg de ferro elementar/kg ao dia dos três aos 24 meses de idade, independentemente do regime de aleitamento. Para lactentes nascidos pré-termo ou com baixo peso (menor de 1500g), a recomendação é de suplementação com 2mg/kg/dia a partir do 30º dia até os 12 meses. Já para os prematuros com baixo peso (entre 1000g e 1500g) a recomendação de suplementação é de 3mg/kg/dia até os 12 meses; e para recém-nascidos com menos de 1000g, de 4mg/kg/dia. Após o 1º ano de vida, a suplementação em todos os casos reduz-se para a dose de 1mg/kg/dia por mais 12 meses2,32. A dose de suplementação profilática com ferro elementar recomendada é diferenciada (30mg/ dia) para crianças entre 2 e 12 anos residentes em regiões com prevalência de anemia ferropriva superior a 40%. 3. Explanar o amadurecimento dos aspectos ósseos e dentarios Maturação óssea e a erupção dentária são fatos que complementam a avaliação do crescimento da criança. O crescimento ósseo é o resultado de um controlado processo de ossificação endocondral. Produz-se uma estrutura cartilaginosa, na placa epifisária, que vai sendo substituída por tecido ósseo na direção da metáfise. A placa epifisária é uma estrutura entre a epífise óssea a metáfise do osso. Os hormônios tireoidianos e GH são fundamentais para o crescimento ósseo. De forma proporcional ao crescimento ósseo, ocorre a maturação progressiva dos núcleos epifisários até a fusão completa entre epífise e metáfise. O desenvolvimento dentário inclui a mineralização, a erupção e a queda. A mineralização começa no início do 2º trimestre e prossegue até os 3 anos de idade partes dos dentes decíduos e até os 25 anos para os permanentes. A erupção começa pelos dentes incisivos dos 6 aos 8 meses, progredindo lateralmente. A mudança dos dentes primários para os permanentes ocorre por volta dos 6 anos, e a erupção dos permanente pode-se iniciar até 5 meses após a queda dos decíduos. FASES DENTIÇÃO RESUMOPED KATARINA ALMEIDA A erupção dentária no bebé : O nascimento dos primeiros dentes de leite pode ser um pouco incómodo para o bebé, fazendo com que fique irritável, pois costuma estar mais resmungão do que o habitual e tem a tendência para mordiscar as suas mãos ou qualquer objecto que seja colocado ao seu alcance. No entanto, os casos em que a erupção dentária é bastante dolorosa, chegando a impossibilitar o sono, são reduzidos. Deve-se referir que, ao contrário do que se costuma pensar, a erupção dos dentes não é acompanhada por febre ou problemas como vómitos e diarreia, embora estes sinais e sintomas possam coincidir com o nascer dos dentes, já que nestas idades é habitual que o bebé seja afectado por alguma infecção virai que provoque estas manifestações, sem que exista uma verdadeira relação. Dentição temporária : A primeira dentição é constituída por vinte dentes, os denominados "dentes de leite", cujo rompimento ocorre de forma progressiva, com uma sequência cronológica bastante definida, aproximadamente entre os 6 meses e os 2 anos e meio. Todavia, a idade em que os primeiros dentes se evidenciam varia bastante, pois embora alguns bebés já nasçam com algum dente visível, outros ainda estão desdentados quando cumprem 1 ano. Contudo, é por volta do meio ano, entre os 5 e os 7 meses, que costumam surgir os primeiros dentes, na maioria dos casos os incisivos centrais inferiores. Ao fim de pouco tempo, entre os 6 e os 8 meses, evidenciam-se os incisivos centrais superiores. Em seguida, aparecem os incisivos laterais, primeiro os inferiores, entre os 7 e os 10 meses, e depois os superiores, entre os 8 e os 11 meses. Seguindo a mesma ordem, no primeiro semestre do segundo ano, surgem os primeiros molares superiores, seguidos pouco depois pelos caninos inferiores, os caninos superiores e, por volta dos 2 anos de idade, os primeiros molares inferiores. Os últimos dentes de leite a nascer, até aos 2 anos e meio, são os segundos molares inferiores e superiores, que completam a dentição temporária. A partir dos 6 anos de idade, os dentes de leite começam a cair de forma espontânea, sendo substituídos pelos dentes definitivos. A queda, variável consoante os casos, segue igualmente uma ordem cronológica bastante definida: em primeiro lugar, entre os 6 e os 7 anos, caem os incisivos centrais inferiores, no ano seguinte caem os incisivos centrais superiores e os incisivos laterais inferiores e, entre os 8 e os 9 anos de idade, caem os incisivos laterais superiores. Os caninos inferiores caem entre os 9 e os 11 anos, enquanto que os caninos superiores caem entre os 11 e os 12 anos. Os primeiros molares caem entre os 10 e os 12 anos, em primeiro lugar os inferiores e, depois, os superiores. Os segundos molares inferiores também caem entre os 10 e os 12 anos, enquanto que os segundos molares inferiores caem entre os 11 e os 13 anos. Dentição definitiva : A segunda dentição é constituída por 32 dentes e o seu rompimento inicia-se até aos 6 ou 7 anos, altura em que ainda não caíram os dentes de leite, com uma ordem bastante definida. O rompimento dos dentes definitivos começa com os primeiros molares inferiores e superiores definitivos, que se situam ao lado dos segundos molares temporários. Pouco depois, e à medida que os dentes de leite vão caindo, os orifícios consequentes vão sendo ocupados pelos correspondentes dentes definitivos, primeiro os incisivos centrais e, depois, os incisivos laterais e os caninos. Os primeiros e segundos pré-molares surgem entre os 10 e os 13 anos e, ao contrário dos restantes dentes, costumam aparecer em primeiro lugar os superiores e, depois, os inferiores. Os segundos molares inferiores e superiores caem entre os 12 e os 13 anos, enquanto que os terceiros molares, os "dentes do siso", levam mais algum tempo, nunca aparecendo antes dos 15 anos, podendo até levar mais 10 anos ou nem chegarem a aparecer. De qualquer forma, as idades referidassão apenas aproximadas, já que existe uma grande variabilidade em relação ao momento de erupção dos diferentes dentes. 4.Abordar os acidentes domésticos mais prevalentes e suas medidas preventivas (0-6 meses, 7m-1 ano, 1-2 anos, 2-6 anos) QUEIMADURA : A queimadura, a terceira causa de morte por trauma, é um dos acidentes mais frequentes em Pediatria, ocupando o primeiro lugar dentre os de ocorrência domiciliar1. As lesões produzidas por líquidos quentes são as mais comuns, especialmente em menores de cinco anos, enquanto a maioria dos acidentes fatais é determinada pela chama. No Brasil, o álcool líquido é o agente que mais produz queimaduras extensas e profundas. Já os acidentes por corrente elétrica, produtos químicos, contato com corpos superaquecidos e radiação surgem com menor frequência. Primeiro grau:Atinge a camada superficial da pele, que fica vermelha, quente e dolorosa, mas não forma bolhas. Ocorre por exemplo quando a pessoa fica exposta ao sol por períodos prolongados.A cura espontânea ocorre em 3 a 6 dias, sem deixar cicatrizes. Segundo grau:Atinge mais profundamente a pele, que se apresenta dolorosa, vermelha e com bolhas. O edema (inchaço) e a dor são importantes. É comumente observada nas queimaduras por líquidos quentes.A evolução depende da gravidade das lesões: quando menos profundas, a cura pode ocorrer em cerca de duas semanas sem deixar cicatrizes ou com cicatrizes discretas. As mais profundas demoram várias semanas e podem resultar em cicatrizes significativas Terceiro grau:Todas as camadas da pele são lesadas. A ferida é seca, brancacenta ou marrom, e a dor é menos intensa devido aos danos nos nervos. Observada freqüentemente nas queimaduras por chama, nas queimaduras químicas e elétricas.O tratamento é complexo, exigindo cirurgia plástica reparadora com enxerto de pele. Fisiopatologia Não só a pele é acometida na queimadura, toda a criança se torna enferma. Destacam-se os distúrbios hidreletrolíticos, metabólicos e imunológicos. A chama, em ambientes fechados, pode ainda provocar intoxicação por monóxido de carbono (CO) e lesões da mucosa do aparelho respiratório. A lesão cutânea ocorre a temperaturas superiores a 44ºC e não se estabiliza após cessar a ação do agente. Do ponto de vista histopatológico, a queimadura apresenta três camadas: necrose de coagulação (mais superficial), de estase (intermediária) e hiperemia (profunda) . Medidas preventivas: Deixe álcool líquido e outros combustíveis trancados em casa. Utilizar velas, lampiões, incensos e cigarros acessos somente em lugares altos. Guardar fósforos e isqueiros longe das crianças, evitar fogos-deartifício. As tomadas eléctricas devem ser cobertas com capas plásticas protetoras para impedir que as crianças introduzam objetos como grampos dentro das tomadas. Não use fios de extensão inadequados nem os deixe ao alcance de crianças, evite aparelhos eléctricos velhos e possivelmente inseguros, pois muitos incêndios domésticos ocorrem devido à fiação, tomadas e aparelhos defeituosos. Bloquear o acesso da criança à cozinha, que é o lugar mais perigoso da casa, é ali que ocorre a maioria das queimaduras por escaldadura. As panelas devem sempre ficar com os cabos direcionados para a região central do fogão e as bocas de trás devem ser utilizadas preferencialmente. Quando o fogão não estiver sendo usado fechar o registo do gás. Os pais devem ser orientados a não deixar copos, xícaras ou pratos contendo líquidos quentes perto das bordas de mesas ou pias. QUEDAS : As quedas representam a principal causa de atendimentos em serviços de emergência e de internações em crianças de zero a nove anos de idade. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou que 50% dos atendimentos em crianças nessa faixa etária foram devidos a esta causa. Os dados mostram ainda que o perigo nem sempre está nas ruas. • As quedas são o fator causal mais prevalente em todas as faixas etárias pediátricas, particularmente na de 0 a 1 ano3. À medida que a criança cresce, outros fatores começam a ter maior relevância, como os acidentes de transporte, os acidentes relacionados ao lazer e, finalmente, à violência física. • Nas crianças de 0 a 1 ano, a causa principal é a queda do colo, do leito ou de alguma mobília; nas de 1 a 9 meses, acrescentam-se as quedas da própria altura (perda de equilíbrio por imaturidade da coordenação motora, tropeções), as quedas de brinquedos, etc.. Em idades posteriores, aparecem as quedas associadas às atividades esportivas. RESUMOPED KATARINA ALMEIDA • O sexo mais afetado, em mais de 60% dos casos, é o masculino, provavelmente em função do comportamento mais inquieto dos meninos • O local de ocorrência mais frequente de quedas, no grupo de 0 a 9 anos, é o próprio domicílio, em virtude do fato de que as crianças nesta faixa etária lá permanecem mais tempo; a escola, no grupo de 10 a 14 anos; e recintos esportivos, nos adolescentes de 15 a 19 anos • Como consequência desses traumas, nos lactentes predominam as contusões; em crianças de 2 a 5 anos, os ferimentos cortocontusos; e no grupo de 6 a 9 anos, as fraturas de ossos das extremidades • Há um tipo de queda particularmente grave que ocorre em zonas densamente habitadas, com casas que não possuem quintal para as crianças se divertirem, que é a queda da laje. Geralmente são lesões de baixa gravidade, embora, menos comumente, as quedas na infância possam levar a quadros complexos e graves • . MEDIDAS PREVENTIVAS : Em lactentes: 1. Nunca deixe bebês sozinhos em qualquer local da casa, particularmente em camas, sofás, trocadores, beliches, mesmo que a criança ainda não tenha adquirido a capacidade de rolar. 2. Tenha certeza que colocou grades de proteção em qualquer móvel utilizado para a criança dormir. 3. Cuidado na escolha de cadeiras para oferecer a alimentação. Devem ter base alargada, trava e cinto. Sempre supervisionar a criança, mesmo que ela esteja contida na cadeira com dispositivos de segurança. Em pré-escolares e escolares: 4. Disponha os móveis de maneira que a supervisão de seu filho possa ser constante e direta. 5. Trave portas e bloqueie o acesso às áreas perigosas da casa, como lavanderia, cozinha e área externa. 6. Remova tapetes e utilize material de borracha em banheiros. 7. instale grades protetoras em escadas e áreas de risco da casa, e oriente os familiares para sempre fechá-las após o uso. 8. Instale redes ou grades de proteção em todas as janelas dos apartamentos ou casas do tipo sobrado. 9. Mantenha os móveis afastados das janelas. INTOXICAÇÕES EXOGENAS;Trata-se do aparecimento de sinais e sintomas devido ao contato com substâncias químicas que prejudicam o organismo das pessoas, podendo provocar danos graves e até a morte. De modo geral, qualquer substância, se utilizada na quantidade incorreta, de forma inadequada ou mesmo se estiver fora da data de validade pode causar intoxicação. Em crianças, geralmente ocorre de forma acidental e no ambiente doméstico. As crianças de 1 a 4 anos de idade são as mais afetadas. O motivo disso é o grande tempo que passam em casa, onde ficam expostas a um grande número de produtos tóxicos disponíveis e armazenados de forma incorreta; as embalagens inseguras desses produtos; e a pouca informação que pais e responsáveis têm sobre as formas de prevenção de acidente. Em casa, vários produtos podem causar intoxicação nas crianças. Entre eles: medicamentos, produtos de limpeza, inseticidas, tintas, graxas, xampus, cremes e cosméticos diversos, bebidas alcoólicas, dentre outros. Há, ainda, o risco de intoxicações dentro de casa e no jardim, por conta de contato com plantas tóxicas e animais peçonhentos, como cobras, aranhas, escorpiões, lacraias e abelhas. A prevenção é fundamental para evitar casos de intoxicação com criança e adolescentes. Para tanto, há um conjunto de medidas simples quepodem ser adotadas no cotidiano. Seguir essas orientações reduz o risco do surgimento de problemas desse tipo, conforme detalhado na lista abaixo: 1) Manter medicamentos em locais fechados e fora do alcance das crianças (evite guardá-los em “mesinhas de cabeceira” ou gavetas de armários abaixo de 1,5 metro); 2) Não usar medicamentos vencidos ou sem orientação médica, ler com atenção as instruções da receita e da bula e, ao medicar uma criança, não dizer que é bala ou outra guloseima; 3) Dar preferência a embalagens de medicamentos que tenham tampas de segurança, pois embora não garantam que a criança não abrirá a embalagem, dificultam bastante, a tempo de que alguém intervenha; 4) Não oferecer embalagens ou frascos contendo medicamentos para uma criança brincar. Afinal, remédio não é brinquedo! 5) Guardar/armazenar produtos de limpeza em armários fechados e longe do alcance das crianças; 6) Procurar ter conhecimento da toxicidade das plantas e do local onde se encontram (proximidades de sua residência, escola, local de trabalho, de lazer, etc.), evitando levar mudas tóxicas ou desconhecidas para sua casa, local de lazer ou trabalho ou onde se encontram crianças por longos períodos; 8)Plantas ornamentais como flores, sementes ou frutos atraentes, com espinhos ou grandes quantidades de exsudato (látex) não devem ser colocadas em locais onde há circulação de crianças; 9) Para evitar picadas de animais peçonhentos (cobras, escorpiões, aranhas, etc.) é importante não andar descalço em locais onde esses animais possam estar presentes (usar botas); não colocar as mãos em buracos, montes de telhas, tijolos ou folhagens; e não deixar acumular vegetação ou entulhos nos jardins e quintais. 5. Discutir os aspectos biopsicosocial e a importância do atestado médico para a família Entende-se por atestado (ou certificado) o documento que tem por objetivo firmar a veracidade de um fato ou a existência de determinado estado, ocorrência ou obrigação. É um instrumento destinado a reproduzir, com idoneidade, uma específica manifestação do pensamento médico. Juridicamente, os atestados médicos são considerados instrumentos de fé pública — ou seja, são verdadeiros até que se prove o contrário. Carecem de regulação ou verificação de credibilidade por qualquer órgão público, sendo que se pressupõe sempre, a priori, que as informações contidas nele são verídicas. Somente aos médicos e odontólogos é facultada a prerrogativa do fornecimento de atestados de afastamento de trabalho. “O atestado ou certificado médico, portanto, é uma declaração por escrito de uma dedução médica e de suas possíveis consequências. Tem a finalidade de resumir, de forma objetiva e singela, o que resultou do exame feito em um paciente, sua doença ou sua sanidade, e as consequências mais imediatas. É, assim, um documento particular, elaborado sem compromisso prévio e independente de compromisso legal, fornecido por qualquer médico que esteja no exercício regular de sua profissão. Desta forma, tem unicamente o propósito de sugerir um estado de sanidade ou de doença, anterior ou atual, para fins de licença, dispensa ou justificativa de faltas ao serviço, entre outros.” Ao artigo 473 da Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT), por meio da lei nº 13.257 de 08 de março de 2016, foi acrescido o direito de falta do trabalhador por um dia por ano para acompanhar filho de até seis anos em consulta médica. Problema maior e ainda mais frequente encontramos nos casos em que a criança ou adolescente precisa ser afastado de suas atividades escolares e permanecer em repouso domiciliar. Como dito, não há respaldo legal previsto na CLT para que o médico afaste um dos pais ou responsável de seu trabalho para que eles exerçam os cuidados desse paciente. Outra situação bastante frequente é a dos casos de internação, quando o paciente necessita de um período (às vezes prolongado) de permanência dentro de um hospital. Aqui, recaímos ainda sobre outro problema: é pouco provável que alguém da instituição tenha testemunhado a presença contínua do acompanhante no hospital, de forma a atestar que tal genitor ou cuidador permaneceu acompanhando o menor durante todo esse período. Sendo assim, o conselho dado pelos juristas é o de elaborar um atestado médico em nome do paciente pelo período preconizado de afastamento ou da internação. Munidos desse atestado no nome da criança, os pais ou cuidadores deverão negociar seu afastamento diretamente com o empregador. Em todos esses casos, no entanto, o fornecimento de um atestado afastando o acompanhante de suas atividades laborais não só é indevido como também é ilegal. Ainda mais grave seria fornecer um atestado médico em nome do responsável inventando uma doença e afastando-o por esse motivo. Tal ato é um completo disparate, contrário às leis e aos ditames do Código de Ética Médica ”. A erupção dentária no bebé : O nascimento dos primeiros dentes de leite pode ser um pouco incómodo para o bebé, fazendo com que fique irritável, pois costuma estar mais resmungão do que o habitual e tem a tendência para mordiscar as suas mãos ou qualq... Dentição definitiva : A segunda dentição é constituída por 32 dentes e o seu rompimento inicia-se até aos 6 ou 7 anos, altura em que ainda não caíram os dentes de leite, com uma ordem bastante definida. O rompimento dos dentes definitivos começa com o...
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