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Dominação, resistência e suas narrativas https://youtu.be/te1QEhjbofU Identificar e analisar, por meio de documentos históricos de natureza diversa, narrativas e discursos que permearam o contexto do Imperialismo europeu e do Neocolonialismo na África e na Ásia. Objetivos da aula Habilidade do Currículo Paulista (EM13CHS101): Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. Análise de documentos históricos 3 min. Atlas pittoresque, planche 14. Domínio público. Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Atlas_pittoresque_pl_014.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. DOCUMENTO I Como você identificaria/ descreveria os personagens retratados nesta imagem? Devolutiva da interação Elaborado especialmente para o CMSP. Atlas pittoresque, planche 14. Domínio público. In: Jules Dumont d'Urville. Voyage au Pôle Sud et dans l'Océanie sur les corvettes L'Astrolabe et La Zélée, 1841-1854. Wikimedia Commons. Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Atlas_pittoresque_pl_014.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. A gravura que você acabou de analisar é de autoria do oficial naval e explorador francês Jules Dumont d'Urville, publicada em sua obra Voyage au pole sud et dans l'Océanie (Viagem ao Polo Sul e Oceania). Nela, d’Urville classificou os nativos daquelas regiões como Homo monstrosus, ou gigantes da Patagônia. EUROCENTRISMO Eurocentrismo Eurocentrismo. Wikipedia (CC BY-SA 3.0). Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eurocentrismo Acesso em: 4 fev. 2021. Wikimedia Commons (CC0 01). Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eurocentrismo#/media/Ficheiro:Meridiano_de_greenwich.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. O eurocentrismo é uma visão de mundo que tende a colocar a Europa (assim como sua cultura, seu povo, suas línguas etc.) como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna, sendo ela, necessariamente, a protagonista da história humana. Resumidamente, trata-se da ideia de que a Europa é o centro da cultura do mundo. Mapa do globo terrestre com o Meridiano de Greenwich: exemplo de visão eurocêntrica. Carl von Linnè e as “variedades humanas” Racismo científico. Wikipedia (CC BY-SA 3.0). Adaptado. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo_cient%C3%ADfico. Acesso em: 4 fev. 2021 Os Americanus: vermelhos, coléricos, justos; cabelos pretos, lisos e grossos; teimosos, zelosos, livres; pintam-se com linhas vermelhas e são regulados pelos costumes. Os Europeanus: brancos, sanguíneos, acastanhados; com cabelos abundantes e compridos; olhos azuis; gentis, agudos, inventivos; cobertos por roupas fechadas e governados por leis. Os Asiaticus: amarelos, melancólicos, rígidos; cabelos pretos, olhos escuros; severos, altivos, gananciosos; cobertos por roupas soltas e governados por opiniões. Os Afer ou Africanus: negros, fleumáticos, relaxados; cabelos pretos e frisados; pele sedosa, nariz achatado, lábios túmidos; [...] astutos, preguiçosos, lascivos, descuidados; ungem-se com gordura e são governados por caprichos. Cientificismo e racismo São Paulo Faz Escola, 2021. Caderno do Aluno, História, 3ª série EM, vol. 1, p. 123. A ciência, atrelada aos avanços tecnológicos, auxiliou na propagação dos discursos de dominação da Europa em relação aos povos afro-asiáticos. Utilizando parâmetros da teoria darwinista sobre os fenômenos sociais, a teoria justificava a vitória do mais “forte” sobre o mais “fraco” – como uma “seleção natural”. Ou seja, a novidade, no século XIX, foi a criação de uma concepção de raça como um atributo biológico e cientificamente “legítimo”. Se o preconceito é algo antigo, a ciência, amparando a noção de raça, criou critérios morfológicos, como cor de pele e formato do nariz e crânio, para justificar biologicamente uma inferioridade característica em determinadas raças. Foi o caso de teorias de Francis Galton (eugenia) e das concepções de raça hierarquizadas, ainda no século XVIII, concebidas por Carl Von Linnè. https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/SPFE_EM_3%C2%AA-s%C3%A9rie_volume-1.pdf . 7 Análise de documentos históricos 3 min. DOCUMENTO II Poema O fardo do homem branco “Pegai o fardo do Homem Branco Enviai vossos melhores filhos Andai, condenai seus filhos ao exílio Para servirem aos vossos cativos; Para esperar, com chicotes pesados O povo convulsionado e selvagem Vossos cativos, tristes povos, Metade demônio, metade criança”. O que seria, afinal, o fardo do homem branco, de acordo com o poema? Poesia de Rudyard Kipling, publicada em 1894. Tradução livre. Fonte: Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/ wiki/The_White_Man%27s_Burden. Acesso em: 20 set. 2019. https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/SPFE_EM_3%C2%AA-s%C3%A9rie_volume-1.pdf 8 Devolutiva da interação Elaborado especialmente para o CMSP. São Paulo Faz Escola, 2021. Caderno do Aluno, História, 3ª série EM, vol. 1, p. 123. O termo missão civilizadora, cunhado pelos franceses, e o termo fardo do homem branco, usado pelos ingleses, sintetizam o discurso da “superioridade dos brancos europeus”. Apoiados por teorias raciais pseudocientíficas, essas narrativas permitiram a disseminação do imperialismo, sob o pretexto de “civilizar” os povos “inferiores”, carentes de cultura, tecnologias, leis e ordem. DOCUMENTO III – Discurso de ministro francês em 1885. “As raças superiores têm um direito sobre as raças inferiores. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores.” https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/SPFE_EM_3%C2%AA-s%C3%A9rie_volume-1.pdf 9 Importante! © Pixabay Elaborado especialmente para o CMSP. Não devemos esquecer que teorias como a eugenia, o darwinismo social, a antropometria, o branqueamento, entre outras, são crenças pseudocientíficas que justificaram o racismo e apoiaram comportamentos discriminatórios na virada do século XIX para o XX. Atualmente, as teorias do racismo científico não são consideradas ciência! NADA justifica o racismo!!! https://pixabay.com/pt/illustrations/papel-de-parede-racismo-corrida-5252806 10 Análise de documentos históricos 2 min. DOCUMENTO IV Autor não identificado (CC0) Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gandhi_in_jail_caricature.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. Na charge, vemos o pacifista hindu Mahatma Ghandi tendo o momento de sua prisão assistido por uma “multidão de Ghandis”. Qual mensagem essa charge pretende passar? https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/SPFE_EM_3%C2%AA-s%C3%A9rie_volume-1.pdf 11 Devolutiva da interação Mahatma Gandhi. Wikipedia (CC BY-SA 3.0). Adaptado. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi Acesso em: 4 fev. 2021. Autor não identificado (CC0) Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gandhi_in_jail_caricature.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. A charge, intitulada Lord Willingdon’s Dillema (O dilema de Lorde Willington), mostra Gandhi sendo preso por Lord Willingdon, uma autoridade britânica, no início da década de 1930. O desenho representa a compreensão de que colocá-lo tantas vezes na prisão terminou por ser uma forma de multiplicar seus ensinamentos. https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/SPFE_EM_3%C2%AA-s%C3%A9rie_volume-1.pdf 12 Após a Primeira Guerra Mundial (1914-18), movimentos de resistência aos britânicos ganharam força na Índia. O principal deles, liderado pelo advogado e ativista Mohandas Karamchand Ghandi, ou Mahatma Ghandi, consistia na desobediência civil, forma de resistência pacífica que consistia em não reconhecer a autoridade daqueles que discriminavam os hindus em sua própria terra. Entre as açõesde desobediência, destacavam-se: Confeccionar as próprias roupas; Não pagar impostos; Boicotar produtos ingleses; Não obedecer às leis discriminatórias. Ghandi e a desobediência civil Elaborado especialmente para o CMSP. Independência da Índia e do Paquistão Gandhi em Allahabad em1931. Autor não identificaado (CC0) Wikimedia Commons. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi#/media/Ficheiro:Gandhi_Allahabad_1931.jpg Acesso em: 4 fev. 2021. Na década de 1930, Ghandi era o principal líder da resistência pacífica hindu, ganhando projeção internacional. Impactado pelos efeitos econômicos e políticos da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o Império Britânico decidiu reconhecer a independência da Índia em 1947. Parte de seu território, de maioria islâmica, foi transformado em um novo Estado, a República do Paquistão. Acusado de favorecer politicamente os muçulmanos por parte dos nacionalistas hindus, Ghandi foi assassinado por um deles, em janeiro de 1948. Atividade complementar Portal Geledés https://www.geledes.org.br/agostinho-neto/ Acesso em: 4 fev. 2021 Estudo de caso: resistência e independência na África - Angola Pesquise sobre a vida e obra do escritor angolano Agostinho Neto, que se tornou o primeiro presidente de Angola, em 1975. Os ideais de independência, liberdade e resistência ao colonialismo foram difundidos por meio de sua poesia. Vida e obra de Agostinho Neto. Saiba mais aqui: #HistoriaCMSP
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