Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Glauber Rogério Barbieri Gonçalves Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 G643s Gonçalves, Glauber Rogério Barbieri Sistemas de informação [recurso eletrônico] / Glauber Rogério Barbieri Gonçalves ; [revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. ISBN 978-85-9502-227-0 1. Computação. 2. Sistemas de Informação. I. Título. CDU 004.78 Revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon Graduado em Desenvolvimento de Sistemas Especialista em Formação Pedagógica Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as características básicas de uma infraestrutura de tec- nologia da informação (TI). � Comparar a infraestrutura tradicional com a infraestrutura baseada em serviços e na computação em nuvem. � Relacionar os riscos e os benefícios proporcionados por uma infraes- trutura de computação em nuvem. Introdução Uma boa infraestrutura no setor de transportes, por exemplo, significa que os veículos vão trafegar em vias de boa qualidade, seguras e adequadas às necessidades desse modal. Trazendo para o mundo corporativo, uma boa infraestrutura de TI deve ofertar aos serviços a condição de que os dados trafeguem seguros e cumpram seu papel de gerar as informações tão necessárias ao gerenciamento empresarial. Quanto melhores forem às condições de infraestrutura, melhor será a performance empresarial, portanto, você deve ficar atento às novida- des nesse setor e sempre verificar os novos rumos tomados para bem dimensionar a infraestrutura correta para cada organização. Há uma tendência chamada de computação em nuvem, e esse as- sunto sugere a necessidade de construção de infraestruturas complexas de TI, exigindo dos usuários instalações, configurações e atualização de sistemas de software. Neste texto, você irá estudar as principais carac- terísticas de uma infraestrutura tradicional de TI e das infraestruturas baseadas em serviços e na computação em nuvem. Infraestrutura tradicional de TI O que chamamos de infraestrutura tradicional de TI são os componentes que ofertam suporte de todos os sistemas de informação na empresa. Em geral, são compostos por hardware; software; tecnologia de gestão de dados; tecnologia de rede e de telecomunicações e os serviços de tecnologia. Atualmente, os computadores são apresentados das mais diversas formas, como estações de trabalho, smartphones, netbooks, leitores de e-books e computadores de médio e grande porte, como os servidores. A infraestrutura é a base da capacidade de TI que a empresa idealiza para o bom andamento do negócio, de maneira que suas decisões sejam amparadas por serviços rápidos e seguros. Cada empresa deve estabelecer uma infraestrutura que comporte a demanda dos negócios atuais, e que possa ser rapidamente alterada em função de fu- turos negócios, com isso não devem ter recursos escassos, mas sim recursos adequados a essas demandas. A infraestrutura interna da empresa, muitas vezes, necessita de conexão com outras infraestruturas, como a pública de telecomunicações, ou mesmo a rede mundial de computadores. Você deve saber também que os serviços de infraestrutura incluem ser- viços de rede, provisão de computação, gerenciamento de banco de dados, expertise em P&D (pesquisa e desenvolvimento), etc. Esses serviços podem ser prestados internamente ou providos por provedores de serviços externos. Atualmente, as aplicações de infraestruturas apresentam-se compartilhadas e padronizadas, como é o caso de ERP (Enterprise Resource Planning), CRM (Customer Relationship Management), entre outros. Uma infraestrutura de TI combina toda a capacidade compartilhada de TI de uma empresa em uma plataforma para negócios realizados eletronicamente. Ela comporta os clusters, conforme você verá a seguir: � Administração da TI � Canais eletrônicos integrados � Comunicações � Administração de dados � Gestão das instalações � Segurança e risco � Aplicações de infraestrutura � Administração das facilidades de TI � Arquitetura e padrões de TI 77Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II � P&D de TI � Educação e treinamento em TI Por isso, uma boa infraestrutura de TI deve andar lado a lado com o pla- nejamento da empresa, assim, deixando mais fácil a tomada de decisão, que levará a empresa a alcançar seus objetivos e metas. Para as escolhas devem, então, ser considerados a acessibilidade, a adaptabilidade, a dependência e a gerenciabilidade de todo o conjunto. Infraestrutura em nuvem Antes de falarmos na infraestrutura baseada na computação em nuvem, vale a pena versar um pouco sobre o tema cloud computing (computação em nuvem) que se trata da capacidade de computação infinitamente disponível e flexível. A nuvem é tudo aquilo que fica por detrás da conexão. As preocupações com a largura de banda, espaço de armazenamento, poder de processamento, confiabilidade e segurança, são postas de parte. Basta uma ligação à nuvem e as necessidades, em termos de tecnologias de informação, são satisfeitas, portanto a nuvem é o local onde você pode acessar seus aplicativos e serviços contando com o armazenamento de seus dados de uma forma segura. Com isso, você pode acessar de qualquer lugar um espaço quase que infinito em tamanho, o termo surgiu na década de 1960, mas tomou forma nos anos de 1990 com o advento da necessidade empresarial de mais rapidez e robustez no processamento de seus dados. A infraestrutura baseada na computação em nuvem está se tornando uma prática bastante habitual para as organizações, a “nuvem” é uma metáfora para a Internet ou infraestrutura de comunicação entre os componentes ar- quiteturais, isso tudo baseado em uma abstração que oculta a complexidade da própria infraestrutura. A Figura 1 mostra as interligações da computação em nuvem, composta por alguma centena de milhares de máquinas físicas ou nós físicos de baixo custo por meio de uma rede. Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II78 Figura 1. Interligação da computação em nuvem. Fonte: Sousa et al. (2010). As máquinas físicas podem variar de capacidade, mas tem as mesmas configurações de software, e dentro delas existe um número variável de má- quinas virtuais (VM) ou nós virtuais em execução. Esse tipo de computação é uma evolução dos serviços e produtos de TI por demanda. Segundo o National Institute of Standards and Technology (NIST), a computação em nuvem é composta por cinco características essenciais: � Self-service sob demanda: essa característica diz que o usuário pode adquirir unilateralmente recursos computacionais, como tempo de proces- samento no servidor ou armazenamento na rede, conforme sua demanda, sem precisar de interação humana com os provedores de cada serviço. � Amplo acesso: os recursos solicitados podem ser encontrados nas disponibilidades da rede e acessados por meio de qualquer mecanismo padronizado que permita o uso por plataformas do tipo thin, como celulares, laptops e PDAs (personal digital assistants). � Pooling de recursos: os usuários não precisam ter conhecimento da localização física dos recursos computacionais, eles podem estar em qualquer lugar, basta saber que esses recursos estão organizados em um pool para servir múltiplos usuários, usando um modelo multi- -tenant ou multi-inquilino, com diferentes recursos físicos e virtuais, dinamicamente atribuídos e ajustados. � Elasticidade rápida: essa característica aparece para o usuário como sendo uma busca e utilização ilimitada, pois pode ser adquirida em qual- quer quantidade e a qualquer momento, tudo isso devido ao fato de que os recursos veem de forma rápida e elástica, quase que automaticamente. 79Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II � Serviço medido: esses acessos são controlados automaticamente pelos sistemas em nuvem, otimizando, assim, a utilização dos recursos por meio deuma capacidade de medição, afinal, esse uso pode ser moni- torado e controlado possibilitando transparência para o provedor do serviço e para os usuários que o utilizaram para satisfazer suas deman- das. Em geral, são considerados o tipo de serviço para armazenamento, o processamento, a largura de banda e as contas de usuários ativas. O NIST prevê três modelos de serviço que você verá no Quadro 1, esses modelos são de grande importância, pois definem um padrão arquitetural para soluções da computação em nuvem. Plataforma com um Serviço PaaS PaaS é o termo indicado quando o fornecedor entrega uma plataforma de desenvolvimento de software que pode ser usada em diferentes ambientes, ou mesmo em um único fornecedor. Para utilizar PaaS, um software deve ser desenvolvido utilizando as bibliotecas de uma determinada plataforma. Isso normalmente permite a escalabilidade do software, com recursos como rodar em múltiplos servidores em grid, alta disponibilidade e resiliência a falhas. Alguns exemplos de fornecedores de PaaS são: VMware, vFabric, SpringSource e Node.js. Amazon Elastic e Microsoft Azure também podem ser classificados como PaaS, se considerarmos toda a oferta disponível. Infraestrutura como um Serviço IaaS IaaS é o termo aplicado quando o fornecedor entrega recursos computacionais de infraestrutura, como servidores, espaço de armazenamento e capacidade de rede, sob uma taxa mensal de utilização. O modelo mais básico seria o aluguel de um servidor físico em um datacenter, em que o cliente não precisa se preocupar com garantia e disponibilidade do servidor, contratação de links e disponibilidade de energia elétrica. Hoje em dia, normalmente é vendido como virtualização de servidores sobre um hypervisor, e os clientes não tem que se preocupar com a camada de drivers, basta contratar uma máquina virtual, indicar o sistema operacional desejado, que o receberá instalado, com toda a parte de rede, IP e roteamento configurados e utilizando recursos compartilhados com outros usuários. Alguns exemplos de fornecedores de infraestrutura são: Amazon S3 e Microsoft Azure, e diversos datacenters pelo mundo. Quando se utiliza virtualização de servidores dentro da empresa, utilizando algum software de gerência avançado como o vCloud Suite, também pode ser considerado como IaaS. Quadro 1. Modelos de serviço. (Continua) Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II80 Para a implantação de um sistema em nuvem o NIST sugere quatro modelos, os quais você verá detalhadamente a seguir: � Nuvem privada: é o modelo no qual a infraestrutura de nuvem é uti- lizada exclusivamente por uma organização, sendo física na empresa ou remota, não deixando de ser administrada pela própria organização. � Nuvem pública: nele a infraestrutura é disponibilizada para o grande público, sendo acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço. � Nuvem comunidade: agrupa uma comunidade que tenha afinidade ou interesses em comum. � Nuvem híbrida: fornece uma infraestrutura composta de uma ou mais nuvens, que podem ser do tipo privada, pública ou comunidade e que continuam a ser entidades únicas, porém conectadas por meio e tecnologia própria ou padronizada que permite o acesso de dados e aplicações. Fonte: Profissionais TI (2017). Software como um Serviço SaaS É considerada SaaS a aplicação para um fim específico que é vendida sob a forma de serviços. Ao contrário da venda de aplicativos como licença de software, que permite o uso do software por tempo ilimitado, a partir da aquisição da licença por um único pagamento. A venda como serviço normalmente é feita como um pagamento mensal, para que o serviço fique disponível no fornecedor, que providencia infraestrutura de servidores e conexões necessárias para a prestação do serviço. Em geral é vista com bons olhos pelos fornecedores e clientes. Os fornecedores porque garantem uma renda fixa mensal independentemente de novas vendas, e os clientes porque pagam apenas pela utilização, normalmente medida em quantidade de usuários ou recursos computacionais alocados para ele, dividindo os custos de uma estrutura maior entre múltiplos clientes que se beneficiam. O principal exemplo de fornecedor de software é a Salesforce, líder mundial em sistema CRM, mas existem diversos serviços mais populares que podem ser classificados como SaaS, como Google Docs, GMail, Office365 e inclusive sites populares como Facebook e Dropbox. Quadro 1. Modelos de serviço. (Continuação) 81Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II Você sabe o que é multi-inquilino? É um dos principais conceitos relacionados a SaaS, dentro desse sistema é a denominação do usuário que o utiliza. Ele refere-se ao uso do mesmo software e instâncias por vários usuários e empresas de forma simultânea, tendo como objetivo disponibilizar os mesmos recursos de software para um maior número de usuários. Gerenciamento de dados em nuvem Os Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) – do inglês, Data Base Management System (DBMS) – em nuvem já são utilizados e têm ainda muito potencial para atrair clientes de diversos setores da economia, não mais se limitando a grandes corporações. Afinal, toda e qualquer organização tem como meta maximizar resultados e essa maximização passa por um grande controle de custos, essa metodologia de armazenamento vem para auxiliar na redução de custos, pois proporciona essa redução por meio da utilização de infraestrutura e sistemas de terceiros. Entre as vantagens para os usuários, os SGBD em nuvem proporcionam, segundo Curino et al. (2010): � Previsibilidade e custos mais baixos, proporcionais à qualidade do serviço (QoS) e cargas de trabalho reais; � Baixa complexidade técnica, devido às interfaces de acesso unificado e à delegação de tuning e administração dos SGBD; � Elasticidade e escalabilidade, proporcionando a percepção de recursos quase que infinitos, com a ressalva que os provedores têm que serem capazes de garantir essa capacidade; � A alusão de recursos infinitos, sob cargas de trabalho dinâmicas; � Custos operacionais mais baixos associados a cada usuário. Conforme o mundo empresarial vai mudando e exigindo mais dos siste- mas, esses sistemas e suas arquiteturas também vão evoluindo, para tentar fornecer uma visão de armazenamento e escalabilidade infinitos. Com isso a uma enorme oportunidade para que essa área seja ainda mais explorada. Esse gerenciamento requer alguns requisitos básicos, Curino et al. (2010) apresentam esses requisitos da perspectiva do usuário, do provedor e dos requisitos adicionais, conforme você pode ver no Quadro 2. Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II82 Fonte: Adaptado de Curino et al. (2010). Requisitos do usuário U1 – API* simples com poucas configurações e administração (ex. sem tuning) U2 – Alto desempenho, com vazão e escalabilidade U3 – Alta disponibilidade e confiança, sem falhas U4 – Acesso fácil às características avançadas, ou seja, uma fácil procura (mineração de dados) Requisitos do provedor P1 – Atender o ANS ou SLA* do usuário, por exemplo, em uma demanda alta de trabalho P2 – Limitar hardware e custo de energia (ex. multiplexação intensiva) P3 – Limitar o custo com administração (ex. curso com mão de obra) Requisitos extras de nuvem pública P1 – Esquema de preços: barato, previsível e proporcional ao uso (elasticidade) P2 – Garantias de segurança e privacidade para que o usuário tenha confiança no serviço P3 – Baixa latência (relevante para OLPT* e aplicações WEB) *API, Application Programming Interface; ANS, Acordo de Nível de Serviço; SLA, Service Level Agreement; OLPT, Online Transaction Processing (ou processamento de transações em tempo real). Quadro 2. Requisitos básicos de gerenciamento. Percebe-se, então, que os usuários querem uma interface simples, rápida e que esteja ao seu alcance para a tomada de decisão, já o provedor busca o atendimento aos acordos de nível de serviço eatender a demanda de busca de dados. 83Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II A elasticidade é o tamanho do impacto que a alteração em uma variável (ex. preço) exerce sobre outra variável (ex. demanda). Em sentido genérico, é a alteração percentual de uma variável, dada a alteração percentual em outra, ceteris paribus (GOMES JUNIOR, 2009). Na TI, a elasticidade pode ser definida como a capacidade de um sistema de modificar dinamicamente os recursos computacionais utilizados por uma aplicação. Banco de dados como um serviço Com o advento dessa nova forma de gestão de dados, o usuário agora pode utilizar o serviço de dados por meio de diversas funcionalidades, como a configuração das bases de dados, os esquemas, as interfaces padronizadas de interação com a base e a carga de dados no serviço. Assim as despesas e as atividades de gerenciamento dos aplicativos de banco de dados são transferidas dos usuários para o provedor de serviços DaaS. Funciona assim: os usuários (inquilinos) contratam o serviço fornecido por um provedor e esse provedor mantém um conjunto de banco de dados hospedados, em geral, em um centro de dados. A função do provedor nesse momento é garantir a disponibilidade, o desempenho e a qualidade dos serviços para atender a demanda dos usuários em seu nível de exigência. As organizações que venham a utilizar essa formatação terão consigo um ambiente altamente escalável, disponível e rápido, ou seja, terão a qualidade de serviço (do inglês, Quality of Service – QoS) requerida cumprida. Além de terem reduzidos seus custos físicos de hardware e software, garantindo uma boa base de dados para a tomada de decisão. Os sistemas multi-inquilino são flexíveis, pois atendem dois aspectos fundamentais: a base de suporte para múltiplas versões do aplicativo, por exem- plo, em várias regiões geográficas; o poder de evoluir o esquema base e suas extensões de forma dinâmica, enquanto o banco de dados está em execução. Como vimos anteriormente, há três principais modelos de fornecimento de serviços, software, infraestrutura e plataforma. Há também o modelo como um serviço, que engloba os serviços de infraestrutura, plataforma, software, desenvolvimento e suporte, assim gerando um ambiente integrado. Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II84 As tecnologias de QoS permitem atender aos requisitos de serviço de uma carga de trabalho ou um aplicativo, medindo a largura de banda da rede, detectar alteração de condições da rede (como congestionamento ou disponibilidade de largura de banda) e priorizar, ou limitar, o tráfego de rede. Por exemplo, você pode usar a QoS para priorizar o tráfego de aplicativos que reconhecem latência (como voz ou streaming de vídeo), e para controlar o impacto do tráfego que não reconhece latência (como transferências de dados em massa). As tecnologias de QoS permitem atender aos requisitos de serviço de uma carga de trabalho ou um A QoS fornece os recursos a seguir (MICROSOFT, c2017). � Gerenciamento de largura de banda. � Classificação e marcação. � Controle de fluxo baseado em prioridade. � QoS baseada em políticas e QoS do Hyper-V. Características do gerenciamento de dados em nuvem Há duas classes de sistemas que organizam o gerenciamento de dados em nuvem, a primeira diz que o gerenciamento serve para apoiar aplicações com muitas atualizações, e a segunda afirma que o gerenciamento permite análise dos dados e suporte a decisão. Quando nos referimos ao apoio de aplicações, subdividimos essa função, em que uma delas afirma que o objetivo do sistema é apoiar uma única aplicação, com uma grande quantidade de dados, e a outra que diz que o objetivo do sistema é apoiar um grande número de aplicações, cada uma delas com um número menor de dados. Ambas as situações são válidas e diversos teóricos versaram sobre elas, porém todos enfatizam que o essencial, como característica do ambiente em nuvem, é o gerenciamento autônomo. Além dessa característica essencial, o gerenciamento em nuvem ainda conta como características a distribuição, que conta com poucos centros de dados; um ambiente composto por recursos homogêneos em centro de dados; operações para acesso aos dados simples (API), Structured Query Language (SQL) ou variações; tem atualizações frequentes, transações ACID ou varia- 85Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II ções; replicação com garantia de QoS e transparência; uma granulosidade da replicação fina; controle global, central ou distribuído; e alterações dinâmicas, com escalabilidade e suporte para cargas de trabalho inesperadas. Assim sendo, esse sistema se diferencia em muito do tradicional, pois conta com menos interferência humana, alta alternância na carga de trabalho e uma variedade de infraestruturas compartilhadas. Em muitas dessas estru- turas não haverá administradores de SGBD, ou de sistemas para ajudar os desenvolvedores que acessam um banco de dados, fazendo com que a busca pela solução seja automatizada ao máximo. A virtualização pode aumentar a agilidade, a flexibilidade e o dimensio- namento da TI e, ao mesmo tempo, permitir uma economia significativa. A implantação de cargas de trabalho é mais rápida, o desempenho e a disponibi- lidade são maiores e as operações se tornam automatizadas. Tudo isso resulta em uma TI mais simples de gerenciar e mais barata para se ter e operar. Os benefícios adicionais incluem (VMWARE, c2017): � Reduzir despesas operacionais e de capital; � Minimizar ou eliminar o tempo de inatividade; � Aumentar a produtividade, a eficiência, a agilidade e a capacidade de resposta da TI; � Aprovisionar aplicativos e recursos mais rápidos; � Ativar a continuidade de negócios e a recuperação de desastres; � Simplificar o gerenciamento de data centers; � Criar um data center real definido por software. Alguns tipos de virtualização são a virtualização de armazenamento, que é o compartilhamento de armazenamento físico de dispositivos em várias redes; e a virtualização de hardware, que é a mais realizada pelas empresas, cujo principal objetivo é compartilhar os recursos de hardware, em vez de dedicar servidores para as aplicações. Avaliação de serviços de dados em nuvem Quanto às avaliações, os sistemas de dados em nuvens apresentam diferenças significativas em relação à infraestrutura tradicional. Como você sabe, os sis- temas tradicionais pressupõem a existência de configurações fixas de recursos, essas configurações tratam exclusivamente da otimização de desempenho, e seus objetivos ficam baseados na busca dos dados com uma máxima rapidez possível. Para isso, o investimento normalmente é alto. Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II86 Já no ambiente em nuvem esses custos são minimizados, pois eles são compartilhados e, portanto, acabam por serem mais atualizados e tem seu investimento focado apenas na quantidade utilizada. É claro que o sistema pode apresentar falhas, por isso deve trabalhar duro para garantir a disponibilidade com consistência. Esse ponto é fundamental, afinal uma consistência fraca representa alto custo operacional. Os serviços de computação em nuvem contam com segurança, e essas questões são fundamentais para sua avaliação, pois os usuários têm que confiar e saber que os provedores dos serviços ofertam responsabilidade e privacidade nos dados. A infraestrutura em nuvem tem, ainda, um longo caminho a ser percor- rido, tanto para as organizações que já utilizam como para as que vão ainda entrar no sistema. Os gerenciamentos de dados estão evoluindo muito, e os usuários já contam com opções para uma melhor escolha de acordo com sua demanda. Vale ressaltar que, na escolha da melhor forma de utilização, você deve considerar a segurança, a qualidade do serviço de dados, a escalabilidade e o valor de investimento disponível na organização, para que a área de TI possa entregar os objetivos e metas propostas pelo planejamento, garantindo, assim, o sucesso empresarial. Cinco tendênciasem segurança de dados Veja a seguir a lista das tendências de segurança de dados (PIZZOLATO, 2015): 1. Uso da inteligência artificial para combater ataques: a sugestão de uti- lização do Big Data tem alta capacidade de tratar e interpretar grandes volumes de bytes trafegados na web. 2. Contratação de serviços externos de especialistas em segurança de dados: a maioria das multinacionais utilizam empresas com expertise em segurança de dados para monitorarem remotamente seus sistemas e protegê-los de vulnerabilidades, ataques criminosos, perda ou violação na integridade de dados corporativos. Atualmente, a terceirização da segurança da informação promete chegar também às pequenas e médias empresas em expansão, que perceberão o ótimo custo × benefício do outsourcing nesse segmento. Isso porque, por meio dessa estratégia, é possível garantir gerenciamento de dados com as melhores tecnologias do mercado, além de assegurar liberdade para que sua equipe de TI se dedique apenas ao core business da organização. 3. Maior uso da autenticação de dois fatores em sistemas empresariais: seria o acréscimo de uma camada adicional de segurança no processo de 87Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II login de acesso a um sistema corporativo – promete ser uma tendência sem volta na área de segurança de dados. Muito usada por instituições bancárias, essa nova metodologia minimiza consideravelmente o risco de uma senha ser roubada e usada para acessar indevidamente os dados da empresa. 4. Novos sistemas de segurança aplicacional em nuvens: a migração do armazenamento de dados em discos rígidos para sua alocação em serviços de computação em nuvem exige o desenvolvimento de novos recursos de proteção, como sistemas de backups periódicos, hierarqui- zações de acesso e desenvolvimento de sistemas de detecção especia- lizados em nuvem, os quais deverão ser comercializados por sistema pay-per-use, software as a service (SaaS) ou, nesse caso específico, Segurança como Serviço. 5. Segurança do endpoint: o fato de alguns tradicionais sistemas de pro- teção de redes já não serem mais tão eficientes quanto eram há alguns anos, tem feito ressurgir o interesse das empresas na segurança do endpoint. Os profissionais da área de TI deverão direcionar seus olhos para os equipamentos (tablets, smartphones, PCs ou Mac), em busca da implementação de tecnologias que permitam respostas mais simples e “cirúrgicas” aos incidentes, como o AdmFirewall, uma referência nacional em proteção. 1. Uma infraestrutura de tecnologia de informação (TI) bem estruturada apresenta quatro características fundamentais que devem ser analisadas pelos gestores no momento da tomada de decisão sobre como adquirir hardware, software, redes e dispositivos de comunicação e banco de dados para a organização. Identifique a opção que apresenta corretamente essas quatro características. a) Acessibilidade, adaptabilidade, dependência e gerenciabilidade. b) Acessibilidade, adaptabilidade, dependência e manutenibilidade. c) Acessibilidade, dependência, maleabilidade e manutenibilidade. d) Adaptabilidade, assessoramento, dependência e gerenciabilidade. e) Adaptabilidade, dependência, gerenciabilidade e recuperação. 2. A computação em nuvem evoluiu a partir da virtualização – uma abordagem que permitiu infraestruturas de TI mais flexíveis e de custos mais baixos. Em Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II88 relação à virtualização, assinale a alternativa correta. a) A virtualização, especialmente a de software, implica em corte de gastos, pois permite o aumento na flexibilidade dos ativos de TI da empresa. b) A virtualização de armazenamento é o compartilhamento de armazenamento físico de dispositivos em várias redes. c) A virtualização de hardware é a que consome mais recursos financeiros, pois a organização necessita duplicar seu parque de equipamentos tecnológicos. d) A virtualização de rede reduz os recursos disponíveis em uma rede por meio do aumento de carga da rede em partes que possam ser gerenciadas. e) A virtualização de telecomunicações pode ser considerada como o principal tipo de virtualização realizada atualmente pelas empresas. 3. A ideia da computação em nuvem é armazenar aplicativos e informações nos centros de dados dos provedores e não nos servidores locais da empresa. Quando uma grande empresa ou uma agência governamental com diversas localizações estabelecem suas próprias nuvens, entende-se que foi estruturada uma: a) Nuvem comunitária. b) Nuvem híbrida. c) Nuvem privada. d) Nuvem proprietária. e) Nuvem pública. 4. A computação em nuvem torna mais fácil o uso de serviços que, no passado, teriam sido classificados como software e seria necessária sua compra, instalação e manutenção em diversas máquinas individuais. Considerando os diversos modelos de fornecimento dos serviços na nuvem, identifique a alternativa que apresenta a conceituação correta. a) Comunicação como um serviço: neste modelo toda a comunicação da empresa é realizada automaticamente por dispositivos inteligentes localizados na nuvem. b) Infraestrutura como um serviço: neste modelo o fornecedor do software é o responsável pela estrutura necessária para a disponibilização do sistema aos usuários. c) Software como um serviço: neste modelo toda a infraestrutura é fornecida como um serviço, não apenas determinado software, mas como um conjunto de aplicativos. d) Telecomunicações como um serviço: neste modelo as ferramentas de desenvolvimento são disponibilizadas e compartilhadas em um ambiente na nuvem. e) Tudo como um serviço: neste modelo a ideia é utilizar tudo como um serviço, englobando infraestrutura, plataforma, software, desenvolvimento e suporte. 5. A computação em nuvem é uma inovação que efetivamente auxilia as empresas em termos de infraestrutura de TI. Entretanto, ela apresenta diversos riscos que 89Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II devem ser considerados pelos gestores no momento da análise da viabilidade de sua adoção. Identifique a opção que apresenta um risco vinculado diretamente com a computação em nuvem. a) Danificação física do equipamento. b) Indisponibilidade do servidor. c) Pagamento de recursos na nuvem não utilizados pela empresa. d) Queima de equipamentos da organização. e) Vazamento de informações empresariais. CURINO, C. et al. Relational cloud: the case for a database service. Cambridge: MIT, 2010. Technical Report MIT-CSAIL-TR-2010-014. GOMES JUNIOR, W. R. Conceito elasticidade e fatores da elasticidade. 16 dez. 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/conceito- -elasticidade-e-fatores-da-elasticidade/36935/>. Acesso em: 08 ago. 2017. MICROSOFT. Visão geral da QoS (Qualidade de Serviço). Redmond, c2017. Disponível em: <ht- tps://msdn.microsoft.com/pt-br/library/hh831679(v=ws.11).aspx>. Acesso em: 07 ago. 2017. PIZZOLATO, R. 5 tendências em segurança de dados para empresas. Mogi das Cruzes: Starti, 2015. Disponível em: <http://www.starti.com.br/blog/5-tendencias-em-segu- ranca-de-dados/>. Acesso em: 07 ago. 2017. PROFISSIONAIS TI. [S.l.]: PTI, 2017. Disponível em: <https://www.profissionaisti.com. br>. Acesso em: 06 ago. 2017. SOUSA, F. R. C. et al. Gerenciamento de dados em nuvem: conceitos, sistemas e de- safios. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 2010, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2010. VMWARE. Virtualization. Palo Alto, c2017. Disponível em: <https://www.vmware.com/ br/solutions/virtualization.html>. Acesso em: 06 ago. 2017. Leituras recomendadas ANTONIO, A. M. Cinco principais definições de uma cloud computing. São Paulo: PMG Academy, [c2017]. Disponível em: <http://www.pmgacademy.com/pt/blog/artigos/ cinco-principais-definicoes-de-uma-cloud-ou-computacao-em-nuvem>. Acesso em: 05 ago. 2017. FERNANDES, C. O que é cloud computing? Rio de Janeiro: Globo.com, 2012. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/03/o-que-e-cloud-compu-ting.html>. Acesso em: 06 ago. 2017. Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II90 http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/conceito-elasticidade-e-fatores-da-elasticidade/3 http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/conceito-elasticidade-e-fatores-da-elasticidade/3 https://msdn.microsoft.com/pt-br/library/hh831679(v=ws.11).aspx https://msdn.microsoft.com/pt-br/library/hh831679(v=ws.11).aspx http://www.starti.com.br/blog/5-tendencias-em-seguranca-de-dados/ http://www.starti.com.br/blog/5-tendencias-em-seguranca-de-dados/ https://www.profissionaisti.com.br https://www.profissionaisti.com.br https://www.vmware.com/br/solutions/virtualization.html https://www.vmware.com/br/solutions/virtualization.html http://www.pmgacademy.com/pt/blog/artigos/cinco-principais-definicoes-de-uma-cloud-ou-computacao-em- http://www.pmgacademy.com/pt/blog/artigos/cinco-principais-definicoes-de-uma-cloud-ou-computacao-em- http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/03/o-que-e-cloud-computing.html http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/03/o-que-e-cloud-computing.html GIOVANANGELO, F. Um pouco sobre banco de dados hierárquico. [S.l.]: PTI, 2011. Disponível em: <https://www.profissionaisti.com.br/2011/12/um-pouco-sobre-banco-de-dados- -hierarquico/>. Acesso em: 06 ago. 2017. NATIONAL Institute of Standards and Technology. Boulder: NIST, 2017. Disponível em: <https://www.nist.gov/>. Acesso em: 05 ago. 2017. POZZEBON, M.; FREITAS, H. M. R. Construindo um EIS (enterprise information system) da (e para a) empresa. Revista de Administração, São Paulo, v. 31, n. 4, p. 19-30, out./ dez. 1996. SALESFORCE BRASIL. O que é cloud computing? Entenda a sua definição e importância. São Paulo, 2016. Disponível em: <https://www.salesforce.com/br/blog/2016/02/o- -que-e-cloud-computing.html>. Acesso em: 06 ago. 2017. WEILL, P.; BROADBENT, M. Leveraging the new infrastructure: how market leaders capi- talize on information technology. Boston: Harvard Business School, 1998. 91Infraestrutura de TI e sistemas de suporte II https://www.profissionaisti.com.br/2011/12/um-pouco-sobre-banco-de-dados-hierarquico/ https://www.profissionaisti.com.br/2011/12/um-pouco-sobre-banco-de-dados-hierarquico/ https://www.nist.gov/ https://www.salesforce.com/br/blog/2016/02/o-que-e-cloud-computing.html https://www.salesforce.com/br/blog/2016/02/o-que-e-cloud-computing.html https://www.nist.gov/ Conteúdo:
Compartilhar