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29 Infecção por HIV-AIDS

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1
A AIDS foi descrita pela primeira vez pelo Center for
Disease Control (CDC) em 1981. Caracteriza-se pela
perda da imunidade celular com supressão dos linfócitos T
- CD4. Com isso, o organismo torna-se altamente
susceptível ao desenvolvimento de infecções oportunistas,
tumores, doença constitucional e complicações
neurológicas.
Seu agente etiológico é o HIV (Human
Immunodeficiency Vírus ou Vírus da Imunodeficiência
Humana) que foi isolado em 1983 e que pode ser
transmitido pelo sangue, sêmen, fluído pré-seminal, fluído
vaginal, leite materno e outros fluídos que contenham
sangue. O fluído cerebroespinhal ao redor do cérebro e da
medula espinhal, o líquido sinovial que circunda as
articulações ósseas e o líquido amniótico que circunda o
feto são outros fluídos que podem transmitir o HIV. Saliva,
lágrimas e urina não contêm HIV suficiente para a
infecção.
A transmissão perinatal contribui com cerca de 3 a 5
% dos casos de infecção, porém esta transmissão pode
ser drasticamente reduzida (para apenas 1%) com o uso
correto de anti-retrovirais (Chemin).
ESTAGIOS DA INFECÇÃO PELO HIV
Após a exposição e transmissão do HIV para o
hospedeiro, o vírus espalha-se por todo o corpo e a
contagem de células CD4+ cai drasticamente. Uma reação
imunológica pode restabelecer a contagem de CD4+ ao
normal e equilibrar a replicação de HIV – período de
latência. O período aparente de estado de latência pode
durar em torno de 8 a 10 anos até que a replicação do HIV
reduza novamente as células CD4+ e aumente o risco de
Infecções Oportunistas. Os principais reservatórios da
infecção são o Sistema Nervoso Central e o Trato
Gastrointestinal (Krause, 2010).
Segundo Cuppari (2005), Chemin a doença divide-se
em 3 estágios. Cuppari e Chemin usam a classificação da
doença do CDC. Segundo a Krause a doença divide-se
em 4 estágios:
1)Infecção aguda por HIV
Constitui o período imediatamente após a infecção
primária, quando ocorre rápida replicação viral. Ocorre
entre 2 a 4 semanas (Krause 2010) após a infecção. 40-
90% das pessoas desenvolvem uma síndrome aguda com
sintomas gripais caracterizada por febre, mal-estar,
cefaléia, mialgia, síndrome da linfadenopatia, úlceras orais,
artralgia, perda de apetite e peso, faringite e erupção
cutânea que podem durar de poucos dias a 01 mês.
O período entre a soroconversão (desenvolvimento de
anticorpos contra o HIV) varia de 01 semana a vários
meses e, ao aparecimento no sangue destes anticorpos, os
indivíduos com ou sem sintomas terão o teste positivo para
HIV. A carga viral e extremamente alta e os indivíduos
apresentam-se bastante suscetíveis à infecções.
2) HIV Assintomático (Krause) / Estágio inicial da doença
(Cuppari e Chemin)  Poucos sintomas perceptíveis. Pode
durar de meses até 10 anos.
Contagem de células CD4 > 500 células / mm³
(Cuppari e Chemin)
Declínio da contagem de CD4 de 50 células/mm³ por
ano
Sintomatologia:
- Chemin e Cuppari – dermatites e linfadenopatia
- Krause - alterações subclínicas: Diminuição da
massa magra sem perda de peso, deficiência de
vitamina B12 e susceptibilidade a patógenos oriundos
da água e dos alimentos.
3) HIV Sintomático (Krause) / Estágio intermediário da
doença (Cuppari e Chemin)  É quando os sintomas
aparecem.
Contagem de células CD4 entre 200 e 500
células/mm³ (Cuppari e Chemin)
Sintomatologia:
- Cuppari e Chemin – candidíase oral e vaginal,
neuropatia periférica, displasia cervical, herpes zoster e
febre.
- Krause - Febre, sudorese, problemas cutâneos, fadiga
e outros sintomas que não são considerados definidores
da AIDS. Pode ocorrer também declínio no status
nutricional ou na composição corporal.
4) AIDS ou HIV avançado (Krause) / Condições
associadas à imunodeficiência grave / Estágio final
(Cuppari e Chemin)  Diagnóstico reservado a indivíduos
com pelo menos uma das condições clínicas bem definidas
e com ameaça de vida associada à imunossupressão
induzida pelo HIV – infecções oportunistas, doenças
neurológicas, tumores, etc. (Quadro - 2)
Contagem de células CD4< 200 células/mm³ (Cuppari e
Chemin)
Quantidade não considerável de indivíduos infectados
pelo HIV não exibe sinais de progressão da doença
mesmo após 12 nos ou mais (infecção por uma linhagem
menos virulenta ou características protetoras do sistema
imunológico).
A contagem de CD4 é o principal instrumento utilizado
para classificação do estágio de infecção pelo HIV. A
KRAUSE (2013) apresenta a classificação proposta pelo
NIH (2009).
Categoria clínica Contagem CD4 Recomendação
Assintomático,
AIDS
<350 cels/mm3 Tratar
Assintomático 350 – 500
cels/mm3
Tratamento
recomendado
Assintomático >500 cels/mm3 Observar
posicionamento
clínico e
comorbidades
Sintomático
(AIDS, sintomas
graves)
Qualquer valor Tratar
Gestação,
nefropatias
associada a HIV,
coinfecção com
vírus B quando
tratamento para
HBV é indicado
Qualquer valor tratar
HIV / AIDS Prof. José Aroldo Filho
goncalvesfilho@nutmed.com.br
2
Quadro 1 - Contagens de células CD4 e condições associadas
3
INFECÇÕES OPORTUNISTAS E COMPLICAÇÕES.
São comuns as infecções oportunistas por bactérias,
fungos e protozoários ou vírus. São, geralmente, a causa
de febre, diarréia, má absorção, perda de peso, entre
outros sintomas. Podem gerar rápida depleção nutricional
por aumentar as necessidades metabólicas
simultaneamente à diminuição da ingestão protéico-
calórica. (Chemin e Krause)
Doença Maligna
O Sarcoma de Kaposi (SK), os linfomas não-Hodgkin e
o câncer cervical são determinantes da AIDS para um
indivíduo HIV (Krause, 2010).
O SK é uma doença maligna das endoteliais, que se
manifesta como nódulos purpúricos que podem ser
indolores ou causar queimação quando presentes no TGI.
As lesões de SK na cavidade oral e esôfago podem causar
dor e dificuldade de mastigação e deglutição, além de
estar associadas a náuseas e vômitos, e as lesões no TGI
têm sido implicadas na diarréia e obstrução intestinal
(Krause e Chemin).
O SK afeta indivíduos portadores de AIDS com
freqüência 20 mil vezes maior do que a população em
geral (Krause).
Os linfomas podem envolver o intestino delgado, e
ocasionar má absorção, diarréia, ou obstrução intestinal. O
linfoma primário no cérebro pode causar alterações na
personalidade e nas habilidades motoras e cognitivas
(Krause).
Doenças Neuromusculares
Imediatamente após a infecção, o HIV entra no cérebro
e pode resultar em encefalopatia do HIV (demência por
AIDS), mielopatia, neuropatia e neuropatia periférica.
Os sintomas de demência por AIDS podem ser:
deterioração cognitiva (concentração, recordação,
desenvolvimento de nova memória, linguagem), função
motora (coordenação, modo de andar, controle da bexiga)
e comportamento (psicose, depressão, afastamento).
A mielopatia (doença da medula espinhal) pode ocorrer
em até 25% daqueles com doença avançada por HIV e
pode resultar em paralisia parcial das extremidades
inferiores (paraparesia).
A neuropatia periférica – Perda sensorial, dor, fraqueza
dos músculos das mãos ou pernas e dos pés – pode ser
causada pela infecção por HIV ou toxicidade por AZT
(Krause).
Doença Hepática por HIV
A hepatite C (HCV) é agora considerada como uma
infecção oportunista de HIV, e a doença hepática consiste,
atualmente, na causa predominante de morte por
HIV/AIDS. Indivíduos que apresentam simultaneamente
HIV e HCV evidenciam curso mais rápido da AIDS e de
morte (Krause, 2010). A função hepática pode ser
comprometida com o uso de terapia anti-retroviral
altamente ativa e pela infecção por citomegalovírus (CMV),
criptosporídeos e hepatite B ou por hepatopatias malignas,
como SK ou linfoma. A dosagem de drogas deve ser
ajustada àqueles com doença hepática (Krause).
Tuberculose (TB) e Doenças Pulmonares
O M. Tubercusosis e a co-infecção pelo HIV podem
induzir ativação imunológica e rápido aumento da taxa de
replicação do HIV.
Embora a maioria dos casos de TB afete os pulmões,
a doença também pode acorrer, especialmente nos
infectados por HIV, em outros sítios, como laringe, nódulos
linfáticos, cérebro, rins e osso.
O tratamento precocee agressivo de TB e HIV é
crítico para controlar a progressão de ambas as doenças.
As recomendações dietéticas são quantidades liberais de
proteína e calorias, cálcio e vitamina D suficientes – mas
não excessivo; ferro; vitamina B6 e vitamina A
suplementares (pois o caroteno é precariamente
convertido), líquidos adequados (a menos que contra-
indicado) e ajuste de medicações para TB devido às
interações de droga-nutriente (Krause).
Nefropatia associada ao HIV
Pode ocorrer uma síndrome de insuficiência renal
progressiva, nefropatia associada a HIV. A proteinúria
também pode resultar de infecções repetidas, depleção de
volume ou drogas nefrotóxicas (Krause).
Distúrbios Gastrointestinais e Pancreáticos
A diarréia crônica pode persistir na ausência de
patógenos entéricos identificáveis como resultado do que
se conhece por enteropatia por AIDS. Indivíduos com esta
condição podem ter atrofia de vilosidades e testes
anormais de função do intestino delgado. Devido à
vulnerabilidade das pessoas com a supressão imunológica
aos patógenos de origem alimentar e da água, a
segurança da água e dos alimentos é uma preocupação.
TRATAMENTO MÉDICO
A progressão da doença varia de indivíduo para
indivíduo, e as decisões sobre o tratamento devem ser
individuais. As metas gerais do tratamento médico do HIV
são (Krause):
1) Prolongar e melhorar a qualidade de vida a longo
prazo;
2) Restaurar e preservar a função imunológica;
3) Maximizar a supressão de replicação viral.
4) Otimizar e estender a utilidade das terapia
atualmente disponíveis;
5) Minimizar a toxicidade das drogas;
6) Controlar seus efeitos colaterais.
Terapia Anti-Retroviral (TAR)
O objetivo principal da terapia anti-retroviral é a
prevenção da replicação viral, suprimindo o vírus ao nível
mais baixo possível e assim a progressão da doença por
HIV, com a utilização de diferentes drogas que agem em
vários estágios de replicação do HIV. Para Chemin, é
consenso que o tratamento anti-retroviral específico deva
ser composto de uma associação de, no mínimo, 3 drogas.
A combinação de 2 inibidores de transcriptase reversa com
um inibidor de protease é a associação mais freqüente.
Krause coloca que a terapia consiste na combinação de
pelo menos 2 agentes anti-retrovirais, pois o uso de
somente uma substância não suprime a atividade viral e
não é recomendada.
4
É necessário ao menos 95% de adesão à terapia
medicamentosa para que ela apresente a eficácia
adequada (Krause, 2010 e Dan, 2009).
1) Inibidores da Transcriptase Reversa  drogas que
bloqueiam a ação da enzima transcriptase reversa que
age convertendo o RNA viral em DNA, inibindo a
replicação do vírus. Exemplos: zidovudina (AZT),
didanosina, zalcitabina, lamivudina, estavunida,
nevirapina, delavirdina.
2) Inibidores da Protease  drogas que agem no último
estágio da formação do HIV impedindo a ação da
enzima protease, fundamental para a clivagem das
cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em
proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada
partícula do HIV. Exemplos: ritonavir, indinavir,
saquinavir, nelfinavir.
Os efeitos colaterais gastro-intestinais são os mais
precoces no uso destas drogas. Os efeitos irritantes menos
significativos frequentemente diminuem após as primeiras
semanas do início do tratamento.
- Chemin: nauseas, vômitos, desconforto abdominal,
neuropatia periférica, tonturas e efeitos sobre o SNC.
- Krause, 2010: febre e sudorese noturna, diarréia,
náuseas, anorexia, disestesia (dor causada pelo leve toque
na pele), cefaléia grave, perda de peso, sintomas vaginais,
sinusite, problemas oculares, tosse, falta de ar, “sapinho”,
e dor oral.
O uso de terapias anti-HIV potentes, principalmente
inibidores de proteases, tem aumentado, a longo prazo, a
incidência de obesidade, resistência à insulina, DM2,
hipercolesterolemia, pancreatite, hipertrigliceridemia e
lipodistrofia na população com HIV/AIDS (Krause/
Chemin). Os suplementos geralmente recomendados para
essas condições são: w-3 , ácido alfa - lipoico e L-carnitina
(Krause, 2010).
Nem todos os pacientes toleram a TAR. Entre as
reações que levam a risco de vida estão: necrose hepática,
síndrome de Stevens-Johnson, acidose lática e
hipersensibilidade (Krause, 2010).
5
6
RELAÇÃO ENTRE SUBNUTRIÇÃO E AIDS
A desnutrição desempenha papel independente e
significante na morbidade e mortalidade (Dan, 2009).
Problemas que levam à subnutrição podem envolver
ingestão, absorção, digestão, metabolismo e uso de
nutrientes, além de dispnéia, doença neurológica ou
alterações da boca e do esôfago e também infecções e
febre, que aumentam drasticamente as necessidades
nutricionais (Chemin e Krause). O metabolismo e o
transporte de lípides também pode ser afetado pelas
infecções oportunistas, provocando perda de massa
corporal (Chemin).
Modelos de Subnutrição:
Dan 2009: Apresenta 2 modelos.
Desnutrição protéico-calórica (DPC), que ocorre
devido à  da ingestão alimentar e/ou má absorção e
que com a oferta calórica promove-se aumento do peso
e anabolismo e; (Dan)
Wasting Syndrome (Síndrome Consuptiva) – que é
uma complicação que pode ocorrer em todos os
estágios da infecção pelo HIV (é diagnóstica para AIDS
nos indivíduos HIV positivos em que não foi identificada
outra causa para os sintomas)
7
Segundo o Dan, esta é uma síndrome multifatorial com
etiologia na inadequada ingestão calórica, má absorção,
alterações metabólicas e atividades de citocinas. Está
associada a  capacidade de usar gordura para produção
de energia, perdas desproporcionais de massa magra e
relativa preservação da água corpórea extracelular.
Chemin; Cuppari, 2005: Consideram apenas o segundo
modelo descrito acima.
Krause, 2010: Considera a Síndrome Consuptiva descrita
acima como Síndrome de emaciação pelo HIV – Condição
definidora da AIDS (Estágio 4 da doença).
Definição de Síndrome Consuptiva:
Dan 2009; Chemin; Cuppari; Krause:
- Perda de peso não intencional de 10% ou mais do
peso usual;
- Diarréia (> 02 evacuações líquidas por > 30 dias),
- Fraqueza crônica,
- Febre por mais de 30 dias intermitente ou constante e
- Perda de massa celular corpórea. (Krause de 2010 –
não considera esta característica)
A Krause de 2010 relata ainda, perda de peso,
depleção de massa muscular, redução da espessura das
pregas cutâneas e do perímetro braquial, diminuição da
capacidade total de ligação de ferro, decréscimo no nível
de potássio e água intracelular e hipoalbuminemia (Krause,
2010). Deve-se monitorizar as alterações a fim de
identificar dados preocupantes relativos à emaciação e ao
peso: peso < 90% do peso Ideal ou IMC < 18,5 kg/m²;
perda de peso > 10% do peso anterior a doença; ou perda
de peso > 5% nos últimos 6 meses (Krause, 2010).
A perda de peso de 10 a 15% na AIDS é comum e uma
perda de peso de apenas 05% tem sido associada a maior
risco de infecções oportunistas e morte. O Status
nutricional é o fator principal de sobrevivência e na
ausência da doença, a inanição geralmente leva a morte
quando a vítima alcança 2/3 do peso corporal ideal para a
altura (Krause, 2010).
Atualmente, com as terapias antiretrovirais de alta
eficiência, as complicações caquetizantes da AIDS
passaram a ser mais raras, desde que ocorra adesão ao
tratamento. Ainda assim, a desnutrição ainda é freqüente e
está relacionada à maior morbi-mortalidade, menor
tolerância ao tratamento e maior tempo e reincidência de
internações hospitalares. Os problemas nutricionais que
surgem estão relacionados à própria infecção pelo vírus, à
terapia medicamentosa, incidência de infecções
oportunistas e de tumores. As infecções oportunistas
levam á anorexia e à perda de peso e aumentam a taxa
metabólica basal, piorando a desnutrição e criando um
círculo vicioso.
Na Tab. 01, podemos observar os principais sinais e
sintomas relacionados à desnutrição na AIDS e seus
possíveis motivos e na Tab. 02 Terapia Nutricional na
Diarréia (Karuse, 2010) e Tab. 03 a Terapia nutricional
para enteropatia perdedora de proteínas da AIDS. (Dan)
Pacientes com AIDS são hipermetabólicos, pois têmsua taxa metabólica basal aumentada. Além disso, os
pacientes podem apresentar deficiências de nutrientes
específicos como zinco, selênio, vitamina A, E, C, B6 e
B12 que podem alterar a resposta imune com diminuição
de células CD4, progressão da doença e problemas
neuropsiquiátricos. Na Tab. 04 podemos observar as
repercussões das deficiências de cada um destes
nutrientes para o paciente com AIDS.
Tabela 1 - Sintomas, causas e recomendações para
Desnutrição na AIDS (Cuppari, 2005, Dan 2009 e Krause,
2010)
Sintomas Causa Recomendações
Perda de peso
Inadequada ingestão calórica (náuseas/vômitos,
disfagia, depressão, ansiedade)
Má absorção
 Gasto energético (por infecções, p. ex) (Dan)
> 5% perda de peso usual já  morbi-mortalidade
(Krause)
Adequações da dieta oral, uso de
suplementos ou TNE.
Indicação da terapia Nutricional (Dan, 2009):
Perda de peso > 5% em 3 m ou
Perda de MCC >5% em 3 m e
Redução do IMC para < 18,5 Kg/m²
Anorexia
Deficiência de vitamina A, B6 ou Zn
Disfunções comuns da doença como GI e
metabólicas
Medicações (Uso de AZT  ageusia)
Distúrbios neuropsiquiátricos (depressão,
isolamento social, perda da vontade de viver)
Anormalidades endócrinas (insuficiência da
adrenal, causada por citomegalovírus causa 
apetite e perda de peso, mas a terapia com
corticóide reverte anorexia e promove  peso)
Conseqüência da rádio e quimioterapia
Ação das citocinas
Atenção! Dan, 2009 adiciona:
Induzida por FNT : Transitória
Induzida por interferon e IL-1: Persistente e grave.
Avaliação Nutricional e cálculo ingestão
nutricional
Elaborar cardápio com fracionamento  e
volume 
Usar estimulantes de apetite, se necessário
Verificar necessidade de suplementos orais
e TNE
Ver outras dicas em terapia nutricional
Cuppari, 2014
Critérios de Polsy et al (2001) para síndrome
consuptiva – pelo menos um dos seguintes critérios:
- PP não intencional de 10% nos últimos 12 meses;
- PP não intencional de 7,5% nos últimos 06 meses;
- 5% perda de MCC em 06 meses;
- MCC <35% peso + IMC<27kg/m2 para homens;
- MCC <23% peso + IMC<27kg/m2 para homens;
- IMC<20kg/m2
8
Sintomas Causa Recomendações
Alterações
Cavidade
Oral e
Esofágica
Candidíase Oral  dor, odinofagia, diafagia,
disgeusia
Herpex simples vírus, citomegalovírus (CMV) 
disfagia odinofagia
Herpes-zóster  dor unilateral, erupção vesicular
Criptosporidiose  disfagia
Periodontite  destruição óssea
Gengivite  halitose, sangramento gengival
Úlcera esofágica --. odinofagia
Lesões de sarcoma de Kaposi, Linfoma Não-
Hodgin  disfagia, obstrução
Disgeusia  deficiência nutricional
Drogas
Produção excessiva de muco
Falta de salivação
Encorajar alimentação oral com
modificações dietéticas (evitar ácidos e
condimentados, preferir os macios e úmidos
temperatura ambiente-evitar quentes e
gelados)
Oferecer peq. quant. de alimentos frios
Manter higiene oral e dentária adequada
Estimular produção de saliva
Evitar alimentos de alta viscosidade (purês)
quando existir descoordenação na
deglutição
Dan
Considerar NE quando lesão oral impedir
alimentação por 03 dias
Considerar NPP (7-10 dias) em pacientes
com úlceras esofágicas, hospitalizados, que
não podem passar sonda
Considerar gastrostomia endoscópica em
pacientes domiciliares ou para períodos de
jejum > 10 dias.
Náuseas e Vômitos
Geralmente são temporários
Efeitos colaterais da terapia e infecções
oportunistas no TGI
Identificar toler. alimentar por tentativa e erro
Oferecer alimentos de fácil digestão, evitar
gordura e condimentos
Evitar líquidos junto com as refeições
Equilibrar o horário da medicação indutora
de náuseas/vômitos em relação ao horário
da alimentação
Consumir alimentos frios ou em temperatura
ambiente (Krause, 2010)
Evitar deitar após as refeições
Administrar anti-eméticos antes da refeição
Considerar NPT quando ingestão alimentar
baixa por 07 dias ou com vômito intratável.
Má absorção
Radioterapia
Terapia medicamentosa
Infecção TGI
Correlaciona-se com grau de supressão imune e
com mudanças no IMC
Hipoalbuminemia
Monitorar e repor albumina sérica, que se
baixa, pode contribuir para piora da diarréia.
Ver tabela 02 para condutas nutricionais
para acometimento de AIDS no intestino
Infecção/Sepse Baixa imunidade Tratamento habitual
Alterações Neurológicas
Quadro demencial atinge 60% dos pacientes
(infecção cerebral pelo HIV)
Infecções oportunistas (Toxoplasma gondii,
Cryptococcus neoformans e CMV)
Diagnosticar a causa
Suplementar vitaminas para afastar causas
relacionadas a nutrição
Verificar se apetite normal
Averiguar capacidade de alimentar-se
Adotar cuidados para prevenir aspiração
gástrica que tem seu risco 
Alterações Metabólicas
Os pacientes apresentam 3 tipos: Aumento do
gasto energético, alterações protéicas e lipídicas
(Cuppari, 2005)
Efeitos do vírus
Infecções oportunistas
Mudanças na função da adrenal, endócrina (
concentração de cortisol sérico), hepática, renal e
pancreática.
Pacientes com AIDS ESTÁVEIS: Variações
de 9, 12 e até 25% de  na TMB 9 a 12%
(Cuppari)
Pacientes com AIDS + INFECÇÃO
SECUNDÁRIA: Variações de 29 a 34% de 
da TMB (Dan, 2009). 29% (Cuppari)
Xerostomia (boca seca)
Krause, 2010
Utilizar alimentos umedecidos ou servidos
com molho
Ingerir líquidos durante e entre as refeições
Realizar boa higiene oral
Considerar uma terapia profilática anti-
fúngica
Mastigar gomas de mascar sem açúcar ou
balas de menta
Dificuldade de respiração
Krause, 2010
Usar alimentos concentrados em nutrientes
e energia e fáceis de serem ingeridos
9
Sintomas Causa Recomendações
Fadiga
Krause, 2010
Sono, relaxamento e exercícios adequados
Dieta adequada, especialmente ricos em
vitamina B12, A, C, folato caroteno e zinco –
quantidades inadequadas podem causar
fadiga
Evitar o uso de cafeína, álcool, fumo e
drogas
Evitar estresse e fazer tratamento para
ansiedade e depressão
Identificar e tratar as possíveis causas da
anemia
Perda de massa celular
corpórea
Krause, 2010
Dieta: 500 kcal além das necessidades
diárias (40-50 kcal/kg de peso atual e 1,6-
1,8g/kg peso atual/dia)
Corrigir a deficiência de testosterona
Exercício de resistência
Considerar uso de agentes anabólicos
Amenizar os sintomas associados: identificar
os alimentos que exacerbam e melhoram
Observações importantes quanto à Tabela 1:
A diarréia é o sintoma GI inicial em AIDS e pode estar associada a anormalidades nas vilosidades e alterações na barreira
mucosa, o que favorece a translocação bacteriana e fúngica possibilitando infecções sistêmicas. (Dan e Cuppari). As
pessoas com maior risco de desenvolver diarréia são aquelas com contagem de células CD4 inferior a 200-250 células/mm³.
(Krause)
Na AIDS ocorrem mudanças metabólicas semelhantes a SEPSE com desarranjo metabólico intermediário e perda de
proteínas (mesmo com ingestão alimentar adequada). (Dan)
A hipertrigliceridemia de jejum pode ocorrer e relaciona-se com níveis de  de -interferon circulante. (Dan)
Tabela 2 – Intervenções Nutricionais para a Diarréia (Krause, 2010)
Tab 03 Dietoterapia para Acometimento intestinal em AIDS (A diarréia crônica pode persistir na ausência de patógenos
identificáveis e é conhecida como enteropatia da AIDS) (Dan 2009)
Comprometimento Dietoterapia Nutrição Enteral Nutrição Parenteral
Total do intestino delgado
Gordura < 20%
 Fibra
 Resíduo e lactose
Evitar cafeína
Iniciar com reversão parcial ou
total do acomentimento.
 Resíduo
 Lactose
Dieta elementar (gordura <
5%)
Optar por ela, inicialmente
10
Comprometimento Dietoterapia Nutrição Enteral Nutrição Parenteral
Parcial do intestino
delgado
Gordura < 20% Indicada com características
iguais a anterior
Raramente indicada
Do intestino grosso  Gordura ou usar TCM
 Fibra
 Resíduo e lactose
Evitar cafeína
 Resíduo e Fibra
 Lactose
 Gordura
Raramente indicada
Enteropatia inespecífica
 Gordura (observar tolerância)
 Lactose
Incluir pectina
 alimentos com alto teor de
frutose (Krause)
 líquidos
 Gordura (observar
tolerância)
 Lactose
Raramente indicada
Tab. 04 Repercussões das deficiências de micronutrientes em AIDS (KRAUSE,2013)
11
Avaliação Nutricional e Necessidades
Nutricionais
A avaliação nutricional pode ser realizada pelos
métodos convencionais, porém, a utilização de contagem
total de linfócitos e teste cutâneo de sensibilidade
retardada não devem ser utilizados (Cuppari coloca
contagem linfocitária como opção de exame laboratorial a
ser utilizada), pois estas funções estão prejudicadas nesta
população que é imunodeprimida e, portanto, não são
indicativos do estado nutricional. A avaliação da massa
celular por bioimpedância (observar ângulo de fase) pode
auxiliar como fator prognóstico para morbidade e
mortalidade no estágio inicial da doença. Além disso, um
valor de ângulo de fase alto em pacientes em terapia anti-
retroviral foi associado com baixo risco relativo de
mortalidade quando ajustado com a carga viral e contagem
de CD4 (Cuppari, 2005).
Normalmente, na infecção pelo HIV, mulheres perdem
mais gordura que massa magra durante estágios iniciais e
avançados da consumpção/emaciação, enquanto homens
perdem maiores quantidades de massa corpórea magra e
poupam gordura corpórea. (Krause). Devido às alterações
na composição corporal, a gordura não é um marcador
prognóstico sensível (Krause).
Segundo a Krause, (2010), as medidas de avaliação
nutricional úteis, além do peso e da altura, incluem
circunferências da cintura, quadril e pescoço, como
também cálculos de massa magra (usando PCT e CMB) e
massa celular corpórea (usando a BIA) Cuppari (2005)
sugere avaliar a distribuição da gordura corporal medindo-
se a circunferência da cintura.
O aconselhamento nutricional é um componente
essencial no tratamento da emaciação associada ao HIV.
De maneira simples, manter e recuperar o peso e a massa
magra corporal requer (1) eliminar ou amenizar os efeitos
deletérios do agente infeccioso; (2) fornecer ampla
ingestão calórica nutricional; e (3) realizar quantidade
suficiente de exercício físico (Krause, 2010). O exercício
de resistência adequado é importante para assegurar o
ganho de massa magra. Foi descoberto que o exercício
físico moderado 3 a 4 vezes na semana aumenta as
contagens de CD4+ e oferece um efeito mais protetor que
o exercício diário. (Krause)
Quando há inadequada ingestão oral de nutrientes,
sugerem-se algumas intervenções para corrigi-la:
1)Orientação nutricional;
2) Uso de orexígenos e
3) Uso de suplementos orais.
Os objetivos fundamentais da terapia nutricional (TN) são:
(Krause)
1) manter e expandir o conhecimento e habilitação
nutricionais;
2) Manter ou restaurar o peso corporal saudável e a
morfologia normal;
3) Preservar ou restaurar o estado de proteína somático e
visceral ótimos;
4) Prevenir as deficiências ou excessos de nutrientes que
sabidamente comprometem a função imunológica (
proteínas, calorias, cobre, zinco, selênio, ferro; ácidos
graxos essenciais; piridoxina; folato; e viataminas A, C e
E).
5) Tratar ou minimizar as complicações relacionadas ao
HIV ou medicação que interferem na ingestão ou na
absorção de nutrientes;
6) Corrigir as anormalidades metabólicas;
7) Apoiar os níveis de drogas terapêuticos ótimos;
8) Prolongar e otimizar a qualidade de vida.
A AIDS é incurável e a TN não pode evitar o resultado
final da doença, mas pode melhorar a resposta ao
tratamento, minimizar a piora da função imunológica,
diminuir a perda de massa corpórea e melhorar a
qualidade de vida do paciente. (Dan 2009) A American
Dietetic Association (ADA) recomenda intervenção e
educação nutricional em todos os estágios da infecção
pelo vírus HIV. (Dan)
Todos os pacientes com AIDS ou infectadas pelo HIV
devem receber orientações nutricionais para procurar
evitar ou recuperar a desnutrição e as outras possíveis
alterações nutricionais. Além das alterações dietéticas
citadas na tabela 1, Cuppari sugere algumas outras
alterações alimentares frente às seguintes situações
clínicas:
Dicas alimentares para pacientes com AIDS com
perda do apetite: (Cuppari, 2005)
 Refeições fracionadas;
 Comer mais no período da manhã quando o apetite
está melhor;
 Consumir os alimentos de sua preferência;
 Comer alimentos com alta densidade calórico-
protéica;
 Tomar medicamento com sucos, leite (quando
possível)
 Tomar sopas, caldos, mingaus e vitaminas
engrossados com módulos;
 Praticar de 10-15 minutos de atividade física antes das
refeições;
 Evitar líquidos durante as refeições;
 Comer em ambiente tranqüilo e agradável;
 Mastigar bem os alimentos.
Dicas alimentares para pacientes com náuseas / vômitos:
(Cuppari)
 Preferir alimentos salgados e secos;
 Fracionar as refeições e oferecer pouco volume;
 Preferir alimentos de mais fácil digestão: batatas
cozidas, arroz, frango, iogurte, aveia;
 Preferir as frutas maçã, pêra, banana-maçã;
 Consumir sucos e vitaminas;
 Mastigar bem os alimentos;
 Comer em ambiente tranqüilo e agradável
 Oferecer alimentos à temperatura ambiente ou
resfriados
Tab. 05 Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS
Nutrientes HIV/AIDS Assintomáticos AIDS Sintomáticos
Calorias
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 25 a 30
kcal/kg peso atual ao dia
Krause: GEB x 1,3 para manutenção
Dan (2009) As necessidades não são
diferentes de outros grupos de pacientes.
Diretrizes AMB (2011) – 30 – 35kcal/kg
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 35 a 40 kcal/kg de
peso ao dia
Krause: GEB x 1,5 para ganho de peso
 13% para cada °C, se febre
Dan (2009) As necessidades não são diferentes de
outros grupos de pacientes
Diretrizes AMB (2011) – 40kcal/kg
12
Proteína
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 0,8 a 1,25 g
proteína/kg peso ao dia
Krause (2010) – 1,0 a 1,4 g/kg para
manutenção
Dan (2009) Fases estáveis da doença: 1,2 a
1,5 g/Kg/dia
Diretrizes AMB (2011) – 1,2 g/kg
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 1,5 a 2 g
proteína/kg de peso ao dia, ou até 2 a 3 g de
proteína/kg de peso ao dia
Krause (2010) 1,5 – 2,0 g/kg para repleção
 10% para cada °C, se febre
Dan (2009) Fases da doença aguda: 1,5 g/kg/dia
Diretrizes AMB (2011) – 1,5 g/kg
Relação Kcal não
protéica / g nitrogênio
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 120:1
relação kcal não protéicas:g nitrogênio
-
Gordura
Cuppari (2005) - -3 pode melhorar a função
imunológica
Se dislipidemia, seguir recomendações para
esta patologia
Usar TCM se má absorção
Administrar com -3 pode melhorar a função
imunológica Krause.
Se dislipidemia, seguir recomendações para esta
patologia
Carboidratos Se diabetes seguir recomendações para esta
patologia
Se diabetes seguir recomendações para esta
patologia
Líquidos e eletrólitos
(Krause)
30 a 35 ml/kg 30 a 35 ml/gg, quantidades adicionais de líquidos e
eletrólitos para compensar perdas com diarréia,
náusea, vômito, febre prolongada e sudorese noturna
Reposição de Na, K e Cl se diarréia e vômitos
Vitaminas e Minerais Suprir 100% das recomendações múltiplos de
vitaminas A, E, B6, B12 e zinco. (Cuppari,
2005)
Utilizar suplemento fornecendo 100% das
necessidades + um suplemento básico de
complexo B
Suprir 100% das recomendações múltiplos de
vitaminas A, E, B6, B12 e zinco. (Cuppari, 2005)
Utilizar suplemento fornecendo 100% das
necessidades + um suplemento básico de complexo
B
OBS Dan (2009): Durante a fase de recuperação após infecção oportunista, o hipermetabolismo e as necessidades
energéticas permanecem aumentados entre 20 – 30%.
Tab. 06 Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS – Cuppari (2014)
Estágio
Estágio A
Assintomático /
peso estável
Estágio B
Sintomático /
complicações do HIV,
necessidade de
ganho de peso
Estágio C
Infecções
oportunistas e/ou
AIDS (CD4<200)
Estágio C
com desnutrição
grave
Obesidade
Energia
(kcal/kg)
30 – 35kcal/kg
PA
35 - 40kcal/kg PA 40 – 50kcal/kg PA Iniciar com 20kcal/kg
PA, aumentar
gradualmente evitando
sindrome de
realimentação
20 – 25 kcal/kg PAj
Proteínas
(g/kg)
1,1 – 1,5g/kg PA 15 – 2,0g/kg PA 2,0 – 2,5g/kg PA Aumentar
gradualmente
Utilizar PAj para
cálculo das
recomendações
Lipídeos
(% VCT)
20 – 35% VCT
CHO
(% VCT)
45 – 65% VCT
Fibras 25 – 30g/dia
Micronutrientes: entre 100 e 150% da RDA, com atençãoespecial aos antioxidantes.
OBS: A oferta de proteínas deve atender esta
recomendação em pacientes com sobrepeso. Entretanto, a
ingestão energética deve ser adaptada ao peso desejado
do paciente.
Recomendações para alcançar adequada Terapia
Nutricional:
 Nutrição oral ad libidum sem intervenção se o peso e
as condições estiverem adequadas;
 Usar suplementos orais se perda de peso > que 10%
em 6 meses (aumentar a ingestão energética em 50% do
paciente desnutrido);
 Em casos de diarréia, usar fórmulas de baixo peso
molecular e suplementar sódio até 2400mgL. Considerar
também o uso de fibras solúveis.
Quanto à Terapia Nutricional, faz ainda mais algumas
considerações:
 Para cálculo da necessidade energética, utiliza-se a
equação de Harris Benedict, multiplicando-se pelo
fator estresse e de atividade ( 1,25). Quando possível
deve-se utilizar calorimetria indireta.
 Macronutrientes  carboidratos e gorduras devem
seguir as recomendações normais para idade. No
caso de má absorção manifestada por diarréia
recomenda-se dieta hipolipídica e utilização de TCM e
fórmula com peptídeos.
 Estudos utilizando ácidos graxos ômega 3
demonstram efeitos benéficos na diminuição da
hipertrigliceridemia e melhora da massa corporal
magra em pacientes com AIDS.
 A utilização de fórmulas imunomoduladoras tem
mostrado melhora da resposta imunológica e
diminuição da perda de massa magra nos pacientes
com AIDS.
13
 As necessidades de vitaminas e minerais podem estar
aumentadas nestes pacientes. As recomendações
encontram-se no quadro a seguir.
Chemin também coloca alguns aspectos práticos que
devem ser cuidados durante a TN do indivíduo HIV
positivo:
 A ênfase na higiene de mãos é indispensável para
evitar as infecções oportunistas;
 Orientar o pacientes sobre a importância de higiene
oral adequada;
 A água deve ser mineral e filtrada quando não for
possível, deve ser fervida e clorada;
 Os legumes, verduras e frutas devem ser lavadas em
água corrente e depois deixadas de molho em solução
clorada por cerca de 15 minutos;
 Carnes cruas ou mal passadas e peixes crus devem
ser evitados.
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
As indicações para TN em pacientes com AIDS são as
mesmas que em qualquer outro paciente. Aos pacientes
que conseguem ingerir alimentação oral, mas não atingem
adequadamente suas necessidades nutricionais
recomenda-se suplementação oral. Quando o VET não é
alcançado por via oral, apesar dos esforços pode ser
usada a nutrição enteral (NE) exclusiva ou em associação
com a via oral ou parenteral, quando o TGI está
preservado. Ela está indicada especialmente quando
existem lesões orais ou esofágicas e o paciente não
consegue comer adequadamente. Se o paciente
apresentar diarréia e má absorção (em geral, causada pela
perda excessiva de sais biliares), pode-se usar uma
fórmula a base de peptídeos e uma parte da gordura como
TCM. Se o suporte nutricional durar 4-6 semanas deve ser
feito com sonda gástrica, se não providenciar uma
enterostomia.
A nutrição parenteral total (NPT) pode ser usada
quando o paciente não tolera via oral nem nutrição enteral
em quantidades suficientes para atingir suas necessidades
nutricionais ou na vigência de diarréia intratável, obstrução
intestinal, vômito incoercível ou na contra-indicação de NE.
De uma maneira geral sugere-se que a NPT em AIDS:
(Dan)
É útil em pacientes com doenças infecciosas
susceptíveis ao tratamento antimicrobiano e na
síndrome de má absorção com diarréia, na ausência de
patógeno definido de infecção oportunista;
É de difícil manuseio em pacientes com afecções
pulmonares devido a complicações relacionadas com
volume hídrico e carga metabólica;
A incidência de infecções bacterianas ligada a cateter de
NPT de longa permanência em AIDS é superior à outras
populações de doentes;
Não deve ser indicada rotineiramente em pacientes
definidos como em “fase final”, sendo estas situações
seu uso discutido com paciente e família dentro de uma
perspectiva realista;
Não existem evidências que o uso de NPT como medida
isolada prolongue a vida do paciente internado por AIDS.
Orexígenos
São os medicamentos usados para melhorar a
ingestão de nutrientes e estimular a retenção calórica e
nitrogenada. É importante lembrar que para assegurar o
ganho de massa magra é necessário exercício físico
adequado.
Na Tab.07, podemos observar os orexígenos utilizados na
AIDS e seus efeitos.
Orexígeno Efeito Efeitos colaterais
Estimulante do apetite
Acetato de Megestrol
Dronabinol
Derivado da progesterona, estimula o apetite (mais eficaz
sem infecções ou lesões que podem interferir com
ingestão e absorção de nutrientes)
Estimulante de apetite mais potente (Krause, 2010).
Melhora sensação de bem-estar (Dan, 2009).
 lipogênese,  testostenora,  peso e a gordura, mas
não massa magra
Componente psíquico da marijuana (cannabis sativa)
Efeitos adversos e indesejáveis ao SNC(Krause, 2010).
Atuam na preservação de Massa magra (MM) (Krause,
2010)
 apetite,  peso,  náuseas,  disposição e índice de
Karnofsky (avalia qualidade de vida)
(Dan, 2009) Efeitos colaterais:
Trombose venosa profunda
Amenorréia REVERSÍVEL (mulheres)
Impotência REVERSÍVEL (homens)
Ansiedade,  concentração, confusão e
sonolência, taquicardia, palpitação e
vasodilatação
14
Supressores de
Citocinas
Ácidos graxos -3
Pentoxifilina
Talidomida
N – acetilcisteína.
Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo
Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo
Promove  significativo do peso
Diminuem a quebra protéica (Krause, 2010).
Talidomida  Promove  de peso. Eficácia em estudos
por curto período de tempo, sem estudos a longo prazo
(Dan, 2009).
-
-
Sonolência e outros efeitos
neurológicos, não usar em grávidas
Agentes Anabolizantes
Hormônio do
Crescimento
IGF-1
Esteróides
Anabolizantes
 peso,  massa magra ( oxidação de proteínas) e 
gordura ( oxidação de lipídios),  excreção urinária de
nitrogênio,  desempenho físico e qualidade de vida
Não estimula apetite ou  GE,  massa magra pelo uso
de gordura para energia
Insuline-like Growth Factor 1 – estimula  massa magra
em < grau que o GH
Testosterona – resultados conflitantes, mas sugeres-se
que  massa magra,  peso e melhora qualidade de vida.
Promovem equilíbrio de nitrogênio(Krause, 2010).
Oxandrolona – derivado da testosterona para uso oral 
 peso,  massa magra,  apetite,  atividade física.
Decanoato de nandrolona -  peso e  massa magra,
porém não aprovado para uso, somente em anemia por
IRC.
Diarréia, artralgias, mialgias e edema
de membros inferiores
-
Uso controverso  risco de
hepatotoxicidade (Krause, 2010).
Requerem ingestão calórica adequada
e exercícios de resistência progressivos
para manter e maximizar o aumento de
massa magra.
Dan (2009) A síndrome consuptiva não
é uma indicação aprovada para o uso
destes agentes.
Lipodistrofia Periférica
Em alguns anos, os problemas clínicos de achados de
desnutrição mudaram para o achado de atrofia de gordura
subcutânea e acúmulo de gordura visceral frente ao uso
das novas medicações, principalmente inibidores de
protease. Os principais agentes envolvidos com a
lipodistrofia são a estavudina e zidovudina (Krause, 2010).
O uso de terapia anti-retroviral atual leva a mudanças
corpóreas e uma série de anormalidades metabólicas. A
síndrome é composta de 03 fatores principais:
1) mudança na forma do corpo; 2) hiperlipidemia e 3)
resistência à insulina.
É essencial diferenciar as alterações na composição do
corpo, que indicam emaciação, lipodistrofia ou obesidade,
de uma perda de peso saudável e não ameaçadora
(Krause, 2010).
A presença de complicações morfológicas podem
mascarar a desnutrição –conhecida como Wasting
Syndrome. Pacientes tratados com inibidores de protease
podem silenciosamente perder massa celular corpórea
(MCC), enquanto o ganho de peso acontece às custas de
gordura corpórea sem modificações na massa magra (MM)
(Dan, 2009).
As medidas de CC, CQ e RCQ, CB, C busto e C
pescoço, além de peso, devem ser realizadasa cada 3 a
6 meses.
A BIA: útil para identificar emaciação, mas não é útil na
identificação de redistribuição de gordura (lipodistrofia)
(Krause, 2010).
As mudanças metabólicas e na forma do corpo (Figura 2)
consistem em:
 Aumento da cintura e afinamento das extremidades (
tecido adiposo visceral e  tecido adiposo
subcutâneo);
 Proeminência das veias das pernas e braços;
 Nas mulheres, aumento das mamas e diminuição das
coxas;
 Mudanças na face incluem traços de pele acentuados,
perda de gordura lateral e dobra nasolabial;
 Aumento de gordura dorsocervical (buffalo hump -
corcova de búfalo); (Obs. Dan, 2009 - pacientes sem
uso de Inibidores de proteases também apresentaram
buffalo hump)
 Aumento do LDL-colesterol e VLDL-colesterol,
triglicerídeos (especialmente no uso de ritonavir) e
diminuição de HDL-colesterol;
Obs. Dan, 2009 – a terapia com inibidor de protease
está associada com  de LDL e VLDL, mas não com
 de HDL (ou seja, o HDL não se altera)
 Pode ocorrer HAS;
 Alteração no metabolismo glicídico, resistência à
insulina, diabetes;
 Baixas concentrações de testosterona sérica em
mulheres e homens
 Alterações no metabolismo ósseo (perda óssea,
osteopenia e osteoporose)  atribuídos a pouca
massa corporal, definhamento, nutrição precária, uso
de corticóide e deficiência hormonal, além da própria
terapia antiretroviral.
Necrose avascular ou osteonecrose  atribuídos à
hiperlipidemia, abuso de álcool, pancreatite, uso de
corticóide e hipercoagulabilidade.
15
Obs.: segundo a Krause , o GER pode  com lipodistrofia e
resistência à insulina.
Alterações mais encontradas: (Dan)
 Geral  alterações na distribuição da gordura
corporal, hipertrgliceridemia e resistência à insulina.
 Homens  hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e
hipeglicemia.
Diabetes mellitus, hipertrigliceridemia e
hipercolesterolemia devem ser tratados da mesma maneira
que em outras circunstâncias clínicas, com dieta, atividade
física e, se necessário, medicações.
O mecanismo que leva ao desenvolvimento das
alterações metabólicas e anatômicas (lipodistrofia) em
pacientes HIV é multifatorial: (Cuppari)
 Homologia estrutural e molecular entre o sítio catalítico
dos inibidores de protease e uma proteína do
metabolismo lipídico;
 Apoptose dos adipócitos relacionada ao uso de
inibidores de protease;
 Toxicidade da mitocôndria relacionada a droga anti-
retroviral inibidora de transcriptase reversa análoga de
nucleosídeo;
 Desregulação de TNF-alfa;
 Inibição do citocromo P450 relacionada aos inibidores
de protease;
 Hipercortisolismo (síndrome pseudo-Cushing);
 Efeito local do HIV sobre a produção de cortisol;
 Alteração de hormônio esteróides.
Exercícios aeróbicos podem desempenhar função
importante na redução da adiposidade troncular, junto à
uma dieta moderada em gordura e CHO e com alto teor de
fibras (Krause, 2010).
Fig 01. Fotos mostrando as alterações corporais ocasionadas pela lipodistrofia: A) Proeminência das veias no braço, B)
Corcova de búfalo, C) Mudanças faciais e D) Afinamento dos braços e aumento da gordura abdominal.
BA DC
16
EXERCÍCIOS HIV/AIDS
1) Para manter o estado nutricional de pacientes
aidéticos, o requerimento de calorias preconizado para
o ganho de peso é:
(A) GEB x 1,0
(B) GEB x 1,3
(C) GEB x 1,5
(D) GEB x 1,1
2) Segundo Cuppari, quando o paciente com SIDA
apresenta náuseas e vômitos, o nutricionista pode
orientar a ingestão de:
(A) Alimentos doces e úmidos
(B) 3 grandes refeições ao dia
(C) Frutas como melão e melancia
(D) Alimentos salgados e secos
3) A diarréia é o sintoma gastrintestinal inicial mais
freqüente na SIDA. As modificações dietéticas
adequadas para tratar este sintoma, no acometimento
total do intestino delgado, são:
(A) Teor de lipídeos < 20%; fibra solúvel; teor de resíduos
diminuído; retirar lactose; evitar cafeína
(B) Teor de lipídeos de 30%; fibra solúvel; teor de
resíduos normal; manter lactose; manter cafeína
(C) Teor de lipídeos > 20%; fibra solúvel; teor de resíduos
normal; manter lactose; manter cafeína
(D) Teor de lipídeos de 30 a 35%; fibra insolúvel; teor de
resíduos normal; retirar lactose; evitar cafeína
4) O uso de medicações, inibidores de protease em
pacientes HIV positivos pode cursar com lipodistrofia.
As estratégias corretas para seu tratamento são:
(Concurso da Residência Nutrição-HUPE 2004)
(A) manutenção da medicação e suplementação de anti-
oxidantes
(B) manutenção da medicação e restrição dietética de
gorduras saturadas
(C) manutenção da medicação e suplementação de ácidos
graxos ômega 3
(D) manutenção da medicação e restrição dietética de
carboidratos simples
5) As metas nutricionais para indivíduos HIV+
assintomáticos consistem em reduzir a perda de peso,
preservar massa magra e evitar deficiências
nutricionais. Os micronutrientes que irão diminuir a
resposta leucocitária proliferativa são: (HUPE 2002)
(A) zinco e selênio
(B) cobre e selênio
(C) zinco e manganês
(D) cobre e manganês
6) Sobre o tratamento nutricional de um paciente com
AIDS é correto afirmar que: (PMRJ-2001)
(A) as necessidades protéicas são de 1,5 a 2,0g /kg para
a manutenção do estado nutricional
(B) as necessidades protéicas são de 1,0 a 1,4g /kg para
manutenção do estado nutricional
(C) a restrição protéica não e indicada em pacientes com
doenças hepática severa
(D) o uso de triglicerideos de cadeia media prejudica a
absorção de gorduras
(E) a reposição de líquidos e eletrólitos e desnecessária
na presença de vômitos e diarréia
7) B.P.C., 35 anos, com diagnóstico de SIDA, apresentou
perda ponderal involuntária de 20% do peso corporal,
diarréia há 2 meses (4 evacuações ao dia) e febre
intermitente. No momento, encontra-se em tratamento
de pneumonia e candidíase oral. A oferta preconizada
de energia e proteína é: (UERJ/UNIRIO 2005)
(A) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de
peso/dia
(B) 25 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de
peso/dia
(C) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 1,25 g de proteínas/Kg de
peso/dia
(D) 30 Kcal/Kg de peso/dia e 1,0 g de proteínas/Kg de
peso/dia
(E) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 0,8 g d proteínas/Kg de
peso/dia.
8) Qual o percentual de energia e proteína,
respectivamente que deve ser acrescido na dieta para
cada grau celsius de elevação da temperatura corporal
acima do normal? (Comando da Marinha 2004)
(A) 10% / 5%
(B) 12% / 8%
(C) 13% / 10%
(D) 15% / 12%
(E) 20% / 15%
9) Nos pacientes com Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) são encontradas, com certa freqüência,
EXCETO:
(A) dislipidemia e resistência insulínica.
(B) desnutrição e perda de peso.
(C) deficiência de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais
zinco e selênio.
(D) alterações neurológicas.
esteatose hepática e constipação.
10) A terapia com inibidor de protease utilizada em
pacientes com AIDS provoca, dentre outras, as seguintes
alterações que poderão influenciar o acompanhamento
nutricional:
(A) Aumento da gordura abdominal e do LDL colesterol
(B) Aumento da gordura periférica e do LDL colesterol
(C) Aumento da gordura periférica e do HDL colesterol
(D) Aumento da gordura abdominal e HDL colesterol
11) O hormônio do crescimento tem sido recomendado na
terapia nutricional do paciente com AIDS, porque o
mesmo:
(A) Reduz gasto energético e aumenta massa corpórea
magra
(B) Aumenta o peso corpóreo e massa corpórea magra
(C) Aumenta massa corpórea magra e adiposa
(D) Reduz gasto energético e massa corpórea magra
12) A dieta destinada a paciente com AIDS, acometidos
por mucosite e estomatite, deve ter:
(A) Consistência reduzida, menor densidade calórica e
redução no conteúdo de sal
(B) Consistência normal, maior densidade calórica e
redução do conteúdo de sal
(C) Consistência normal, menor densidade calórica, e
aumento do conteúdo de sal
(D) Consistência reduzida, maior densidade calórica, e
redução no conteúdo de sal
17
13) Paciente apresenta o seguinte quadro: dislipidemia e
resistência insulínica; desnutrição e perda de peso;
deficiências de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais
zinco e selênio, eainda, alterações neurológicas. È um
quadro de paciente: (Prefeitura Municipal de Campo de
Brito – 2005)
(A) Com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
(B) Com doença neoplásica
(C) Politraumatizado.
(D) Hipovolêmicos.
(E) Com tuberculose intestinal.
14) A utilização de megadoses de vitaminas e minerais na
terapia nutricional do paciente portador do HIV tem como
fundamento: (Residência – HUPE/2000)
(A) Fortificar o sistema imune
(B) Reduzir a replicação do vírus
(C) Possibilitar a redução de lipídeos
(D) Prevenir infecções por leveduras
(E) Propiciar menores casos de diarréia
15) Mulher de 25 anos, IMC de 16kg/m2, com diagnóstico
de AIDS, internou com quadro de febre, diarréia intensa,
tendo como causa Mycobacterium avium intracillulare.
Sabendo que o exame radiológico apontou para um
comprometimento parcial do intestino delgado, a terapia
nutricional a ser adotada é a do tipo: (Residência –
HUPE/2003)
(A)Parenteral total
(B)Enteral elementar
(C)Parenteral periférica
(D)Líquida sem resíduos
16) Pacientes com SIDA apresentam anormalidades
séricas significantes de micronutrientes. A diminuição das
células CD4, juntamente com a progressão da doença e o
aumento da mortalidade estão associadas à deficiência da
seguinte vitamina: (Residência – HUPE/2004)
(A) A
(B) B6
(C) B12
(D) C
17) Pacientes com SIDA, podem apresentar cardiomiopatia
congestiva (Doença de Keshan), em decorrência da
deficiência de: (Residência – HUPE/1998)
(A) Fósforo
(B) Selênio
(C) Cobre
(D) Zinco
(E) Sódio
18) A gravidade da desnutrição em pacientes aidéticos
aumenta com a progressão da infecção pelo HIV.
Normalmente, instalam-se deficiências múltiplas, tais
como: (Residência – HUPE/1996)
(A) Cálcio, ferro e manganês
(B) Vitamina E, glutamina e cobre
(C) Magnésio, arginina e vitamina K
(D) Riboflavina, vitamina D e vitamina A
(E) Ácido fólico, ácido ascórbico e selênio
19) O tratamento nutricional de pacientes portadores da
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana,
sintomático e com uma contagem de células CD4< 250
células/mm³ deve ser efetuado com: (Prefeitura RJ/2008)
(A) nutrição parenteral central, preferencialmente
(B) suplementação de TG de cadeia longa
(C) restrição de carboidratos complexos
(D) 1,5 a 3 g de proteína/kg/peso dia
20) João Alberto tem 45 anos e foi encaminhado para
avaliação no ambulatório de Nutrição em Aids de uma
unidade de saúde. Sua contagem de CD4 mais recente é
de 350 células/mm
3
. Seu peso no momento da consulta é
de 65 Kg e altura de 1,68m. Durante a aplicação do
recordatório de 24 horas relatou preferência por alimentos
liquidificados em função de candidíase oral. O nutricionista
que atendeu João Alberto prescreveu uma dieta com
aporte diário de proteínas (em grama) e calorias (em Kcal)
por Kg de peso, respectivamente, de: (Residência
HUPE/2009)
(A) 1,0 / 30
(B) 1,5 / 35
(C) 1,25 / 40
(D) 2,0 / 45
21)No caso de diarréia resultante de enteropatia da
síndrome da imunodeficiência adquirida, uma
intervenção nutricional correta é a: ( Itaocara, 2010)
(A) aumentar o sorbitol, hexóis e manitol (suco de maça e
pêra)
(B) aumentar o teor lipídico da dieta para aumentar a oferta
calórica
(C) aumentar o consumo de bebidas cafeinadas
(D) reduzir alimentos de alto teor de frutose sucos, uva,
mel, nozes e refrigerante
(E) aumentar a oferta de lactose para uma oferta
adequada de proteínas
22) Homem, 35 anos com AIDS sintomática, apresentando
quadro de candidíase esofagiana, perda ponderal
recente associada com diarréia baixa. Dados do
paciente: h=1,75m, h²=3,06 m², IMC=17,33kg/m².
Calcule a necessidade energética e de proteína para esse
paciente, conforme proposto por Silva e Mura (2007)
(PMERJ 2010):
(A) VET= 1855,7 kcak; proteína=42,41 g/dia
(B) VET+ 2385,9 kcal; proteína= 185,57 g/dia
(C) VET=2120,8 kcal; proteína = 106,04g/dia
(D) VET= 2651 kcal; proteína=79,52 g/dia
23) Com relação às alterações nutricionais nos pacientes
com AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida),
julgue as assertivas assinalando (V), se forem verdadeiras
e (F), se forem falsas (EAOT,2011)
( ) A desnutrição em pacientes soropositivos caracteriza-
se pela perda ponderal e involuntária de 30% do peso
corporal.
( ) Indivíduos com infecção pelo HIV/AIDS apresentam
anormalidades séricas significativas dos seguintes
micronutrientes: vitaminas D e C, e os minerais cálcio e
magnésio.
( ) O isolamento social, a depressão e ansiedade são
fatores psicológicos da doença que podem levar o paciente
à anorexia.
( ) Os pacientes com AIDS apresentam três tipos de
alterações metabólicas: aumento do gasto energético,
alterações proteicas e lipídicas.
18
Assinale a alternativa que contém a sequência correta de
letras, de cima para baixo.
a) F – F – V – V
b) V – V – V – V
c) V – F – F – F
d) F – V – V – F
24) Na doença causada pelo vírus da imunodeficiência
adquirida, é comum a menor tolerância à gordura. Nesse
caso, é recomendado (FIOCRUZ 2010):
(A) o óleo de peixe associado ao óleo TCM (triglicerídeos
de cadeia média), porque pode melhorar a função
imunológica.
(B) o uso proibido do TCM (triglicerídeos de cadeia média),
pois é rapidamente absorvido.
(C) o uso de suplementos com base em triglicerídeos de
cadeia longa, para diminuir o nitrogênio nas fezes.
(D) a ingestão normal de colesterol, independentemente
dos níveis séricos.
(E) a ingestão aumentada de gorduras trans.
25) São complicações decorrentes da infecção pelo HIV e
comprometedoras do estado nutricional, exceto
(Residência UFF 2011):
(A) candidíase oral.
(B) diarreia.
(C) dislipidemia.
(D) febre.
26)Trata-se de sugestão dietética usada para alívio dos
sintomas apresentados pelo paciente portador de infecção
pelo vírus HIV (Residência UFF 2011):
(A) Dieta com baixo teor de gordura e lactose para corrigir
a constipação.
(B) Refeições pequenas e frequentes para aumentar a
ingestão oral de nutrientes.
(C) Alimentos macios e úmidos para alívio das náuseas.
(D) Preparações salgadas para facilitar a ingestão de
alimentos em caso de candidíase oral.
27) Quanto às necessidades nutricionais de pacientes
infectados pelo HIV, o que se deve considerar?
(Residência UFF 2011):
(A) A necessidade de energia aumenta em 13% e a de
proteínas em 10% para cada grau Celsius de elevação de
temperatura acima do normal.
(B) As necessidades de energia e de proteínas aumentam,
e independem da progressão da doença e de
complicações.
(C) Em pacientes com diarreia, está indicada a
suplementação de ácidos graxos de cadeia longa.
(D) Os suplementos de minerais são contraindicados para
esses pacientes.
28)Sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS), é correto dizer: (Residência UFF 2011):
(A) A diarreia pode persistir nesses pacientes, mesmo na
ausência de patógenos e, devido a isso, não é indicada
uma dieta com baixo teor de gordura para auxiliar o
tratamento.
(B) As necessidades proteicas nesses pacientes podem
ser estimadas em 0,8 a 1,2g/kg de peso para manutenção
e de 1,3 a 1,8g/kg de peso para recuperação.
(C) As lesões do Sarcoma de Kaposi, quando acometem a
cavidade oral ou o esôfago de alguns pacientes, podem
causar dor e dificuldade à mastigação e deglutição
(D) A necessidade de ingestão de líquidos nos indivíduos
infectados pelo vírus da imunodeficiência humana é maior.
Além disso, a mesma é calculada como 35 a 40ml/kg de
peso/dia.
29) A introdução da terapia Antirretroviral Altamente Ativa
(Highly Active Antiretroviral Therapy – HAART) modificou,
drasticamente, o prognóstico dos pacientes com HIV/AIDS.
Entretanto, essas drogas apresentam efeitos colaterais
importantes, dentre os quais podemos citar: (Residência
UFF 2011):
(A) lipodistrofia, hipercolesterolemia e cetose.
(B) hiperglicemia, hipertrigliceridemia e acidose láctica.
(C) hiperglicemia, hipercolesterolemia e caquexia.
(D) hipertrigliceridemia, hiperglicemia e cetose.
30) Alice, 42 anos, está internada há 2 meses com relato
de 4 episódios de evacuação líquida/dia e fraqueza. Você,
nutricionista desta enfermaria, observa que a ingestão
alimentar de Alice é de 40% do que lhe é oferecido e amesma atribui o fato a falta de apetite. Informações:
Uso de Zidovudina, lamivudina, nevirapina e pentamidina
Temperatura na internação: 38,3°C
Triglicerídeos = 310
Carga viral: 110000 copias /ml
Albumina = 2,5
Altura: 1,70
Peso usual=60Kg
Peso atual=53Kg
O fatores que definem a síndrome consumptiva em Alice
são: (Residência HUPE 2011)
(A) IMC= 18,3; Carga Viral >100000 copias/ml e diarréia
(B) perda ponderal de 7Kg, T°> 37,8 e fraqueza
(C) Alb <3,5, mais de 3 evacuações líquidas/dia e febre
(D) Ingestão alimentar < 60%, perda de 11% do peso usual
e fraqueza.
31) Quais as recomendações nutricionais de energia e
proteína para os portadores do vírus HIV e
assintomáticos? (Corpo de Saúde da Marinha, 2011)
(A) 25 a 30 kcal/kg peso atual/dia e 0,8 a 1,25g proteína
/kg peso atual/dia
(B) 25 a 30 kcal/kg de peso atual/dia e 1,5 a 2,0g
proteína/ kg peso atual/dia
(C) 30 a 35 kcal/kg de peso atual/dia e 1,2 a 1,5g
proteína/kg de peso atual/dia
(D) 35 a 40 kcal/kg peso atual/dia e 1,2 a 1,5g proteína/kg
peso atual/dia
(E) 35 a 40 kcal/kd peso atual/dia e 1,5 a 2,0g proteína/kg
peso atual/dia
Gabarito:
1) C 2)D 3)A 4)B 5)A 6)B 7)A 8)C
9)E 10)A 11)B 12)D 13)A 14)A 15)B 16)A
17)B 18)E 19)D 20)B 21)D 22)C 23)A 24)A
25)C 26)B 27)A 28)C 29)B 30)B 31)A

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