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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA CAROLINE SANTOS PEREIRA ANÁLISE DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS: DESVENDANDO O TECIDO EPITELIAL E O TECIDO CONJUNTIVO NO MICRÓSCOPIO ÓPTICO 2019 CAMPINA GRANDE – PB CURSO DE FÁRMACIA CAROLINE SANTOS PEREIRA ANÁLISE DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS: DESVENDANDO O TECIDO EPITELIAL E O TECIDO CONJUNTIVO NO MICRÓSCOPIO ÓPTICO Relatório de prática realizada no Laboratório de Histologia e Citologia apresentado ao Centro de Ciências Biológicas, Curso de Bacharelado em Farmácia, na sede da Universidade Estadual da Paraiba, como registro parcial de aprovação da disciplina de Histologia Geral. Orientador: Prof. Me. Sebastão Tilbert Campina Grande – PB 2019 SUMÁRIO RESUMO ...................................................................................................................03 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................04 2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................06 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................07 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................14 4 RESUMO Este presente relatório tem como objetivo a descrição e discussão dos resultados obtidos através da análise de lâminas histológicas no Laboratório de Histologia e Citologia da Universidade Estadual da Paraiba. Os tecidos analisados, que são o foco desse relatório, integram inúmeras funções no nosso organismo, se interligando para criação de um ambiente interno que facilite as trocas de substâncias e que possibilite a proteção adequada aos orgãos. Nesse sentido, vê-se características essenciais de ambos os tecidos e suas diferenças, como por exemplo, a grande quantidade de matriz extracelular (MEC) no tecido epitelial em detrimento da pouca quantidade de MEC no tecido conjuntivo, tornando a prática conectada com o referencial teórico estudado, facilitando a aprendizagem. Dessa forma, concretiza-se um conhecimento prático e teorico devido a orientação do professor, Sebastião Tilbert e a técnica de laboratório, Maria Honório Oliveira. 5 1 INTRODUÇÃO Diferentemente de organismos multicelulares, o corpo humano não troca nutrientes e excretas com o ambiente externo, precisando, portanto, de um ambiente interno de fluido extracelular para trocas gasosas, nutrição e liberação de excretas. Nesse sentido, devido ao grau de complexidade do corpo humano, se faz mister a presença de sistemas especializados para conservação do ambiente interno, assim, as unidades biológicas, chamadas de células, organizam-se em tecidos, definidos como um conjunto de células semelhantes que desempenham a mesma função geral. Por sua vez, um conjunto de tecidos constitui os órgãos, que unidos, com funções associadas, constituem os sistemas orgânicos. A pele é o maior órgão do corpo humano, integrante do sistema tegumentar, tem como principal função atuar como estrutura de proteção, além de participar de processos fisiológicos fundamentais para o funcionamento do corpo humano. Como órgão, em conformidade com o supracitado, apresenta- se formada por tecidos que agem de modo integrado no desempenho de determinadas funções típicas da pele. Geralmente divide-se a pele em duas camadas principais: a epiderme e a derme. Cada uma delas é composta por várias sub-camadas. A epiderme, que é a camada mais superficial e avascular, é formada por tecido epitelial enquanto que a derme é composta por tecido conjuntivo que é altamente vascularizado, auxiliando na nutrição da epiderme. O tecido epitelial, um dos focos desse relatório, tem como características principais a organização em células justapostas poliédricas com pouca matriz extracelular que se aderem firmemente umas às outras devido à presença de junções intercelulares tornando possível o desenvolvimento de uma de suas funções primordiais: o revestimento, tal revestimento pode ser interno ou externo e está estritamente ligado à proteção, absorção de moléculas e percepção de estímulos. Há também células epiteliais que atuam na secreção, podendo se reunir e formar glândulas. O tecido epitelial não é vascularizado e toda sua nutrição é feita por difusão a partir dos capilares existentes no conjuntivo, adjacente ao epitélio. Os epitélios podem ser classificados quanto ao número de células, quando são formados por uma só camada de células, são nomeados de epitélios simples, já aqueles formados por mais de uma camada celular são chamados de estratificados. Há, ainda, os pseudo- 6 estratificados que são epitélios compostos por uma única camada de células de diferentes alturas, dando a impressão de serem estratificados. Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em pavimentosos (células achatadas), cúbicos e prismáticos (células alongadas). O tecido conjuntivo, diferentemente do tecido epitelial, possui poucas células e matriz em maior volume. A matriz é composta por substância fundamental e fibras. É ricamente vascularizada, com exceção dos ligamentos, cartilagens e tendões. São responsáveis pelo estabelecimento e pela manutenção da forma do corpo. Nas células do tecido conjuntivo estão presentes fibroblastos, macrófagos, mastócitos e adipócitos. Inclusive, a visualização de fibroblastos foi possível na análise da primeira lâmina de tecido conjuntivo. A matriz abundante desse tecido é composta por substância fundamental, também chamada de amorfa e fibras. A amorfa tem a função de manter as células unidas, além de proporcionar um ambiente interno que contribui para as trocas celulares. Há no tecido conjuntivo a presença de fibras colágenas, elásticas e reticulares que fornecem força e sustentação, podem ser vistas com facilidade na última lâmina analisada. Retificando, é de extrema importância o trabalho laborial de reconhecimento dos tecidos nas lâminas histológicas, proporcionando um conhecimento integrado com a aula teórica, que facilita o aprendizado do aluno. Nesse sentido, o foco desse relatório é apresentar o tecido epitelial e o tecido conjuntivo de forma microscópica, indicar suas diversas características e exemplificar suas classificações por meio de imagens capturas na leitura de lâminas histológicas, bem como revelar outras regiões do corpo humano que esses dois tecidos integram. 7 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 MATERIAL UTILIZADO Microscópico óptico 10 Lâminas histológicas permanentes Lápis Folha Câmera do celular Quadro para desenho de estruturas Caneta de quadro Jalecos 2.2 METODOLOGIA A metodologia aplicada consistiu na observação das lâminas histológicas através da microscopia óptica com registro em quadro, feitos pelo professor e pela técnica de laboratório. Além da indicação da realização de desenhos pelos alunos de cada lâmina de acordo com as objetivas microscópicas. 8 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente, no dia 16 de agosto de 2019, realizou-se a análise do tecido epitelial. A primeira lâmina com objetiva de 10x é de tecido epitelial de revestimento estratificado de transição que compõe a bexiga, nele pode-se ver também a presença de tecido conjuntivo e feixes musculares. Vale ressaltar que a forma das células superficiais na bexiga é originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação do órgão. Na microscopia, há presença de células superficiais achatadasna parte superior da lâmina enquanto que na parte inferior, têm-se impressão de células superficiais com formato cúbico. FIGURA 1 – primeira lâmina FIGURA 2 – primeira lâmina por outro ângulo Fonte: Caroline S. Pereira (2019) Fonte: Caroline S. Pereira (2019) Posteriormente, foi visto no microscópio 2 uma lâmina com amostra dos rins. O tecido dessa lâmina foi classificado como epitélio simples pavimentoso. Na micrografia com objetiva de 40x foi possível perceber a presença de corpúsculos renais. O interior do corpúsculo contém uma rede capilar a partir da qual o líquido é filtrado para entrar no espaço urinário ou espaço capsular (EC) e, em seguida, no túbulo contomado proximal (TCP). 9 FIGURA 3 – segunda lâmina Fonte: Caroline S. Pereira (2019) FIGURA 4 – segunda lâmina representando o corpúsculo renal Fonte: Turma de farmácia da uepb (2019.2) Em seguida, a terceira lâmina com objetiva de 10x, utilizada foi de um tecido presente na língua, classificado como epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. O tecido epitelial estratificado pavimentoso não queratinizado é geralmente encontrado na boca, esôfago, vagina e canal anal, com superfície úmida tem como funções principais a proteção e prevenção de perda hídrica. 10 FIGURA 5 – terceira lâmina Fonte: Caroline S. Pereira (2019) A quarta lâmina, por sua vez, correspondeu ao tecido epitelial estratificado de transição queratinizado, encontrado na pele, em especial a epiderme, através de uma micrografia com objetiva de 10x pode-se vê uma grossa camada de queratina acima das várias camadas de células epiteliais. A forma das células epiteliais nessa região varia conforme sua localização, nesse sentido, são cubóides, na região basal, e, à medida que se afastam da base do epitélio, tornam-se poliédricas até ficarem achatadas na superfície do epitélio. Esse tecido, assim como o anterior supracitado, tem como função prevenir a perda de água além de revestir protegendo a pele. FIGURA 6: quarta lâmina Fonte: Turma de Farmácia da UEPB (2019.2) A quinta e última lâmina do tecido epitelial representa as vias respiratórias da cavidade nasal. É composta por tecido epitelial 11 pseudoestratificado cilíndrico ciliado que detém camadas de células com núcleos em diferentes alturas onde todas as células se apóiam na lâmina basal, mas nem todas alcançam a superfície ou lúmen, como foi possivel a visualização na micrografia com objetiva de 10x. O tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado é um tecido que tem como principais funções a proteção, secreção e o transporte por cílios de partículas aderidas ao muco nas passagens respiratórias. O tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado localiza-se no revestimento da traqueia, brônquios e cavidade nasal, sendo um tecido de quase exclusividade às vias aéreas do sistema respiratório de mamíferos. FIGURA 7: quinta lâmina FONTE: Caroline S. Pereira (2019) FIGURA 8: quinta lâmina com foco em outra extremidade FONTE: Turma de Farmácia da UEPB (2019.2) 12 No dia 23 de agosto de 2019, observou-se lâminas histológicas com tecido conjuntivo. No primeiro microscópico, administrado na objetiva de 40x, foi possível reconhecer a presença do tecido conjuntivo denso pela abundância de fibras em detrimento de células. Esse tecido compõe as fossas nasais, há também a presença do epitélio pavimentoso estratificado. É comum o predomínio de fibroblastos e fibras colágenas no tecido conjuntivo denso, na figura 10 pode-se ver os fibrócitos com um núcleo mais achatado no meio da figura, além dos fibroblastos que detém um núcleo mais avantajado. FIGURA 9 – primeira lâmina de tecido conjuntivo denso FONTE: Caroline S. Pereira (2019) FIGURA 10 – primeira lâmina de tecido conjuntivo denso aumentada para visualização dos fibroblastos e fibrócitos FONTE: Adrielle Lima Costa (2019) 13 Posteriormente, a segunda lâmina com objetiva de 40 representa o tecido conjuntivo denso não modelado da língua. É possível notar a presença de uma quantidade maior de fibras do que células, característica primordial desse tipo de tecido, além disso, a disposição dessas fibras estão de forma não modelada. FIGURA 11 – segunda lâmina de tecido conjuntivo denso FONTE: Turma de Farmácia da UEPB (2019.2) Na terceira lâmina, verificou-se a presença do tecido conjuntivo frouxo presente na traqueia, envolta de um capilar sanguíneo. Esse tecido é responsável por preencher espaços não ocupados por outros tecidos, apoiar e nutrir células epiteliais, envolver nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos., além disso, desempenha um importante papel em processos de cicatrização do corpo. Há presença de 3 tipos de fibras principais: colágenas, elásticas e reticulares. No meio da figura 12, é possível notar a presença de um corte transversal de uma artéria. Nesse tecido conjuntivo frouxo há uma presença maior de amorfa em relação a fibras, foi visto que ele se encontra geralmente na parte periférica dos tecidos. FIGURA 12 – Terceira lâmina de tecido conjuntivo frouxo 14 FONTE: Turma de Farmácia UEPB (2019.2) No microscópio 4, encontra-se tecido conjuntivo denso pertencente ao ureter com objetiva de 40x. FIGURA 14 – Quarta lâmina de tecido conjuntivo denso Fonte: Turma de Farmácia UEPB (2019.2) Na última lâmina, no microscópio número 5, pode-se notar a presença do tecido conjuntivo denso pertencente ao feixo vascular nervoso, é possível notar um corte evidenciando a presença de um vaso. Há fibras elásticas dispostas de forma modelada no tecido. 15 FIGURA 15 e 16 – Quinta lâmina de tecido conjuntivo denso modelado Fonte: Turma de Farmácia UEPB (2019.2) 16 4 REFERÊNCIAS ROSS, Michael H.; PAWLINA, Md Wojciech. Histologia: texto e atlas: Correlações com Biologia Celular e Molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. "Histologia da pele" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2019.Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio4.php. Acesso em: 25 ago. 2019. TORQUATTO, E.F.B.; LIMA, B.; BRANCALHÃO, R.M.C.; GUEDES, N.L.K.O. Tecido epitelial, 2016. Disponível em: http://projetos.unioeste.br/projetos/microscopio/index.php?option=com_phocag allery&view=category&id=10&Itemid=77 Acesso em: 25 ago. 2019.
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