Prévia do material em texto
Distúrbio ginecológico benigno comum definido pela presença de glândulas e estroma endometriais fora do endométrio. Hormônio-dependente, sendo encontrada sobretudo nas mulheres em idade reprodutiva. Podem ser assintomáticas, subférteis ou apresentar graus variáveis de dor pélvica. 1,6 caso para cada 1.000 mulheres entre 15 e 49 anos. Nas mulheres assintomáticas, a prevalência de endometriose varia de 2 a 22%. Ocorrência de menstruação retrógrada por meio das trompas de Falópio com subsequente disseminação do tecido endometrial no interior da cavidade peritoneal. Propagação anômala linfática ou vascular de tecido endometrial. Os achados de endometriose em sítios incomuns, como peritônio ou região inguinal, corroboram essa teoria. Sugere que o peritônio parietal seja um tecido pluripotencial que possa sofrer transformação metaplásica para tecido histologicamente indistinguível do endométrio normal. Propõe que alguns fatores hormonais ou biológicos possam induzir a diferenciação de células indiferenciadas em tecido. Essas substâncias podem ser exógenas ou liberadas do endométrio Os macrófagos estão em maior número nas mulheres com endometriose, mas não suprimem a proliferação endometrial, o estimulam. As NK sofrem redução de sua citotoxicidade. Extensão da metaplasia celômica. Propõe que um fator bioquímico endógeno pode induzir o desenvolvimento das células indiferenciadas em tecido endometrial. O estrogênio tem papel importante como causador de endometriose. Os implantes endometrióticos expressam aromatase e 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo 1, enzimas responsáveis, respectivamente, pela conversão de androstenediona em estrona e de estrona em estradiol. E são deficientes em 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo 2, que inativa o estrogênio. A endometriose apresenta um estado de resistência relativa à progesterona, que impede a atenuação da estimulação do estrogênio nesse tecido. Há evidências de um padrão hereditário familiar para a endometriose (principalmente de 1º grau) Ligação com uma região no cromossomo 10q26 e 20p13. Gene EMX2 e PTEN. Exposição pode desempenhar um papel no desenvolvimento da endometriose (TCDD) e outros compostos do tipo dioxina. A correlação entre o risco de doença e o volume ou duração da menstruação é menos consistente. Especialmente os úteros bicornos ou didelfo predispõem a casos de endometriose avançada. Pode aumentar o risco de endometriose. A prática de exercícios regulares e o tabagismo podem diminuir o risco da moléstia. A classificação American Society for Reproductive Medicine (ASRM) permite descrever a extensão da doença, diferenciar entre doença superficial e invasiva, correlacionar melhor os achados cirúrgicos e os resultados clínicos e descrever a morfologia da lesão endometriótica como branca, vermelha ou preta. Nesse sistema, a endometriose é classificada como: Ultrassonografia: transabdominal e transvaginal. A sensibilidade e a especificidade da UTV para diagnóstico de endometriomas variam, respectivamente, entre 64 e 90% e entre 22 e 100%. Tomografia computadorizada: para diagnosticar e avaliar a extensão da endometriose intestinal. Imagem por ressonância magnética: essa modalidade tem sido crescentemente usada como método não invasivo para diagnóstico da endometriose. Laparoscopia diagnóstica (com ou sem biópsia): principal método usado para o diagnóstico de endometriose. A visualização laparoscópica dos endometriomas ovarianos tem sensibilidade e especificidade de 97 e 95%, respectivamente. Caracteriza-se pela presença de implantes superficiais no peritônio; Caracterizada por implantes superficiais no ovário ou cistos (endometriomas); Uma lesão que penetra a parede com uma profundidade de 5 mm ou mais. Doença mínima: implantes isolados e sem aderências significativas Doença leve: implantes superficiais, sem aderências significativas Doença moderada: múltiplos implantes, aderências evidentes Doença grave: múltiplos implantes superficiais e profundos, aderências densas e firmes Dispareunia Infertilidade Obstrução (intestino e ureter) Dor defecatória Dor (cíclica ou não) Disúria Em geral, o exame da vagina e do colo uterino não revela sinais de endometriose. Ocasionalmente, lesões azuladas ou parecidas com queimadura por pólvora podem ser observadas no colo uterino ou no fórnice posterior da vagina. A palpação de órgão pélvico pode revelar anormalidades anatômicas sugestivas de endometriose. A presença de nódulos e de sensibilidade ao toque no ligamento uterossacral podem refletir doença ativa ou fibrose ao longo do ligamento. Se esse resumo te ajudou de alguma maneira, pague um café para a Giulia.