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1 Stephane D’arc – 3° Semestre UNIME Estresse x Sistema Endócrino Introdução O que é estresse? É uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça, provocando alterações físicas e emocionais. Síndrome Geral da Adaptação ao Estresse (SAG): Alterações que o nosso organismo faz frente a algum fator estressor. Possui fases distintas: Fase de Alerta: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor. Fase de Resistência: É quando corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. Fase de Exaustão: nessa fase podem surgir diversos comprometimentos físicos em forma de doença. Ativação da Resposta ao Estresse Dois componentes que estão bem distinguidos e envolvidos na ativação da resposta ao estresse são o eixo HPA e o SNA. Assim, a resposta do organismo ao estresse está associada à sua ativação, acarretando mudanças nas concentrações de vários mediadores relacionados ao estresse. A ativação do eixo HPA inicia-se através dos impulsos nervosos originários do estresse que são transmitidos para o hipotálamo. O hipotálamo, por sua vez, secreta o CRH*hormônio liberador de corticotrofina, o qual passa pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário, chegando até a hipófise anterior. Neste local, o CRH induz a secreção do ACTH*hormônio adrenocorticotrófico, que flui pela corrente sanguínea até o córtex da adrenal, induzindo a secreção de glicocorticóides como o cortisol e aldosterona. Já o SNA ativado resulta na secreção de acetilcolina, que induz a medula da adrenal a liberar epinefrina e norepinefrina na corrente sanguínea. Uma vez liberadas, as catecolaminas induzem aumento da frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo para os músculos, da glicemia e do metabolismo celular, na tentativa de favorecer um melhor desempenho físico e mental durante o estresse. → A ativação do SNA, que ocorre em segundos, permite a resposta adaptativa ao estressor → O eixo HPA, por sua vez, apresenta uma resposta mais lenta, envolvendo a liberação dos glicocorticóides, os quais, dependendo da quantidade em que são secretados, podem levar à imunossupressão. A ativação sustentada ou frequentemente repetitiva dos dois eixos, sem a presença de recuperação, resulta em desenvolvimento de doenças. Essa ativação sustentada é o resultado da prolongada exposição ao estressor, ao qual o indivíduo não consegue se adaptar. • Elevada pressão sanguínea pode ser considerada sinal de desregulação do SNA • A hiper- ou hiposecreção de cortisol é um indicativo da desregulação do eixo HPA. Por outro lado, as respostas desencadeadas pelo estímulo estressor podem ser reguladas por complexos mecanismos de feedback frente aos mediadores neuroendócrinos. Regulação da ativação do eixo HPA: feedback negativo O feedback negativo é um mecanismo regulatório que inibe a liberação exacerbada dos hormônios pituitários-adrenais durante a ativação do eixo HPA induzida pelo estresse. A inibição do eixo HPA pelo feedback negativo é mediada pelos glicocorticóides e por seus receptores no hipocampo, hipotálamo e na pituitária. Este fenômeno exercido pelos glicocorticóides sobre a secreção de ACTH e de CRH limita a duração da exposição total do organismo aos próprios glicocorticóides, inibindo deste modo seus efeitos imunossupressores. Os receptores envolvidos nesta ação inibitória sobre eixo HPA incluem o receptor mineralocorticóide (MR), que responde a níveis basais de glicocorticóides, e o receptor para glicocorticóide (GR) que responde a concentrações mais altas, devido a diferenças na sensibilidade destes receptores a estes hormônios. A RESPOSTA FISIOLÓGICA AO ESTRESSE (ESSE AQUI FOI OUTRO ARTIGO) É um resumo do que foi abordado acima. O célebre endocrinologista canadense Hans Selye foi o primeiro a formular o conceito de estresse. Ele observou que organismos diferentes apresentam um 2 Stephane D’arc – 3° Semestre UNIME mesmo padrão de resposta fisiológica para uma série de experiências sensoriais ou psicológicas que têm efeitos nocivos em órgãos, tecidos ou processos metabólicos (ou são percebidas pela mente como perigosas ou nocivas). Tais experiências são, portanto, descritas como estressoras. Obs: Precisamos ter em mente que o estresse é algo fisiológico do nosso corpo.. o problema está na recorrência desse estresse, o qual passa a ser considerado como patológico. A reação do organismo aos agentes estressores divide- se em: Estágio alarme, o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema neuroendócrino. As glândulas adrenais, ou suprarrenais, passam então a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina, noradrenalina e cortisol), que aceleram o batimento cardíaco, dilatam as pupilas, aumentam a sudorese e os níveis de açúcar no sangue, reduzem a digestão, contraem o baço (que expulsa mais hemácias, ou glóbulos vermelhos, para a circulação sanguínea, o que amplia o fornecimento de oxigênio aos tecidos) e causa imunossupressão (ou seja, redução das defesas do organismo). A função dessa resposta fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de luta ou fuga ao estresse. No segundo estágio (adaptação), o organismo repara os danos causados pela reação de alarme, reduzindo os níveis hormonais. No entanto, se o estresse continua, o terceiro estágio (exaustão) pode provocar o surgimento de uma doença associada à condição estressante. De modo geral, pode-se afirmar que o organismo humano está muito bem adaptado para lidar com estresse agudo, se ele não ocorre com muita frequência. Mas quando essa condição se torna repetitiva ou crônica, seus efeitos se multiplicam em cascata, desgastando seriamente o organismo. REFERÊNCIAS TSIGOS, Constantine; CHROUSOS, George P. Hypothalamic–pituitary–adrenal axis, neuroendocrine factors and stress. Journal of psychosomatic research, v. 53, n. 4, p. 865-871, 2002. BAUER, Moisés Evandro. Estresse. Ciência hoje, v. 30, n. 179, p. 20-25, 2002. Atuação dos hormônios na resposta ao Estresse A resposta ao estresse resulta em uma cascata de reações onde ocorre a interação dos sistemas endócrino, imunológico e nervoso através de mediadores químicos. As vias ativadas no estresse correspondem ao SNAS e ao eixo HHA (COMO JÁ FALAMOS AI EM CIMA). O Sistema Nervoso Autónomo (SNA) possui duas grandes divisões: componente Simpático (SNAS) e o sistema Parassimpático (SNAP). Sabemos que eles agem de forma antagônica no nosso organismo... • O SNAS é o adrenérgico ou excitatórios e libera adrenalina e noradrenalina que atuam em receptores α e β adrenérgicos. • O SNAP ou colinérgico atua antagonizando o SNAS. Os receptores adrenérgicos, denominados α e β, estão presentes em diferentes tecidos. Os receptores α se dividem em α1 e α2 e são mediadores de ação estimulatória de adrenalina e noradrenalina sobre o músculo liso. Os receptores β, são mediadores de ação inibitória sobre a mesma musculatura e se dividem em β1 e β2. → Os receptores α promovem vasoconstrição e aumenta a concentração de Ca+ intracelular. → Os β propiciam a vasodilatação no músculo esquelético e no fígado, além de aumentar a frequência cardíaca. No Hipotálamo, mais precisamente no Locus Cereleus (LC) e no Núcleo Paraventricular (PVN), são processados os sinais sensoriais, os quais induzem a liberação Hormônio Liberador de Corticotrofina (CRH) e da Arginina Vasopressina (AVP). O CRH provoca a secreção do Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise. O ACTH atua no córtex suprarrenal e estimula a secreção de hormônios adrenocorticais, bem como o cortisol. 3 Stephane D’arc – 3° Semestre UNIME Legenda da imagem: Sistema NervosoAutônomo e Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal. Sistemas responsáveis pelo estresse. As suprarenais são glândulas situadas na cavidade retroperitonial, acima de cada rim. Cada uma delas é formada pela seguinte estrutura: medula, localizada na parte mais interna da glândula, onde são secretadas as catecolaminas, representadas pela adrenalina, noradrenalina e dopamina. Zona reticular e zona fasciculada, que correspondem ao córtex, onde são secretados os androgênios suprarenais e os glicocorticóides. Além da zona glomerular secretora de mineralocorticoides. O cortisol é um glicocorticoide importante para manter a homeostasia corpórea. Ele atua aumentando o catabolismo proteico no músculo, reduzindo a síntese de proteínas, levando aminoácidos ao fígado para a gliconeogênese, aumentando a lipólise, fornecendo glicerol ao fígado, e reduzindo o uso da glicose pelos tecidos e a sensibilidade à insulina. Esse hormônio é necessário durante períodos em jejum, pois induz a utilização das reservas energéticas do organismo. Quando um estressor ativa o sistema neuroendócrino, catecolaminas e glicocorticóides são liberados induzindo respostas fisiológicas e alterações no sentido de adaptação à situação estressora. A intensidade varia de acordo com a reação do organismo ao estressor, e com o tempo que o individuo é exposto. Quando em condições normais, o cortisol liberado na corrente sanguínea emite sinais para o SNC parar de estimular a liberação de hormônios pelas adrenais, desse modo o organismo retorna ao estado normal e equilíbrio homeostático. A ativação do sistema HHA é tão importante quanto o desligamento, evitando assim danos ao organismo pela liberação continuada desses hormônios. → Os efeitos mais característicos do estresse são: aceleração dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, sudorese, contração do baço levando mais eritrócitos para a corrente sanguínea com aumento da oferta de oxigênio. Em situação de estresse contínuo, uma maior quantidade de catecolaminas, glicocorticóides e, principalmente, de cortisol são liberados. Dessa forma, acontece uma perturbação fisiológica, saindo do estado natural do corpo, de modo que o estresse torna-se patológico. REFERÊNCIA: MESMO ARTIGO DE HANNA. 5ab3cf1e2dd4514f8a321a8a2c7767827c9e5ab173fcc455947cad9c00c77acd.pdf
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