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Aula10 Apostila1 QMK65RR8GW

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Aula 10
Direito Internacional Público e Privado p/ Magistratura Federal (Curso Regular)
Professor: Ricardo Vale
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
!ULA 10 
DIREITO!INTERNACIONAL!PRIVADO! 
(PARTE !SPECIAL! 
 
Contratos Internacionais ............................................................................... 3 
1 - Conceitos Iniciais: .................................................................................. 3 
2 - Cl‡usula de fora maior e cl‡usula de hardship: ..................................... 5 
3 - Termos Internacionais de ComŽrcio (INCOTERMS): ............................... 6 
3.1- Generalidades: .................................................................................. 6 
3.2- INCOTERMS 2010: ............................................................................. 9 
3.2.1- EXW (Ex Works- named place of delivery): .................................. 10 
3.2.2- FCA (Free Carrier - named place of delivery): ............................... 11 
3.2.3- FAS (Free Alongside Ship Ð named port of shipment): ................. 11 
3.2.4- FOB (Free on Board- named port of shipment): ............................ 12 
3.2.5- CPT (Carriage Paid To Ð named place of destination): .................. 12 
3.2.6- CIP (Carriage and Insurance Paid To - named place of destination):
 ............................................................................................................... 13 
3.2.7- CFR (Cost and Freight Ð named port of destination): .................... 14 
3.2.8- CIF (Cost, Insurance and Freight Ð named port of destination): ... 15 
3.2.9- DAT (Delivered at Terminal Ð named terminal at port or place of 
destination): ........................................................................................... 15 
3.2.10- DAP (Delivered at Place Ð named place of destination): ............. 16 
3.2.11- DDP (Delivered Duty Paid Ð named place of destination): .......... 16 
3.2.12 - Classifica‹o dos INCOTERMS: .................................................. 17 
Protocolo de Las Le–as ................................................................................ 25 
1- Introdu‹o: ........................................................................................... 25 
2 - Coopera‹o e Assistncia Jurisdicional: ............................................... 26 
3 - Igualdade de Tratamento Processual: .................................................. 26 
4 - Reconhecimento e Execu‹o de Sentenas e de Laudos Arbitrais: ........ 27 
5 - Informa‹o do Direito Estrangeiro: ...................................................... 29 
Presta‹o de Alimentos no Exterior ............................................................. 32 
1-Introdu‹o: ............................................................................................ 32 
2- Conven‹o de Nova York: ...................................................................... 32 
Lista de Quest›es ......................................................................................... 37 
Gabarito ....................................................................................................... 43 
   
 
 
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Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
 
Ol‡, pessoal! Tudo bem? 
Na aula de hoje, dando continuidade ao nosso curso para a Magistratura 
Federal, estudaremos sobre os seguintes t—picos, relacionados ao Direito 
Internacional Privado: 
Contratos internacionais. Cl‡usulas t’picas. Protocolo de Las Len‹s. 
Presta‹o de Alimentos no Estrangeiro. 
Abraos, 
Ricardo Vale 
  
   
 
 
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Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
Contratos Internacionais 
1 - Conceitos Iniciais: 
A globaliza‹o econ™mico-comercial aumentou o grau de integra‹o e 
vincula‹o entre pessoas f’sicas e jur’dicas no cen‡rio internacional. A conduta 
desses agentes em suas rela›es comerciais Ž regida pelos contratos 
internacionais, que s‹o instrumentos destinados a regular as obriga›es e 
direitos das partes, materializando a vontade origin‡ria de cada uma delas. 
Mas o que Ž um contrato? Quais suas caracter’sticas principais? 
Para responder essa pergunta, temos que recorrer ao direito civil e ˆ Teoria 
Geral dos Contratos! 
Segundo a doutrina civilista, contratos s‹o neg—cios jur’dicos originados a 
partir de um acordo de vontades, que cria, modifica ou extingue direitos. 
Por meio de um contrato, se estabelece um v’nculo jur’dico entre duas ou mais 
pessoas. S‹o elementos constitutivos de um contrato os seguintes: as 
partes, o objeto, o local de celebra‹o e o local de execu‹o. 
Mas o que seriam ent‹o Òcontratos internacionaisÓ? 
A defini‹o do conceito de contrato internacional n‹o Ž algo corriqueiro, 
havendo diferentes vis›es doutrin‡rias sobre o assunto. No Brasil, a posi‹o 
dominante Ž no sentido de considerar-se que contrato internacional Ž 
o que possui elementos que possibilitem sua vincula‹o a sistemas 
jur’dicos diferentes. Nesse sentido, se os elementos constitutivos de um 
contrato (partes, objeto, local de celebra‹o e local de execu‹o) estiverem 
conectados a mais de um Estado, este ser‡, por excelncia, internacional.1 
O contrato de compra e venda internacional Ž um instrumento jur’dico 
consensual, bilateral, oneroso, comutativo e t’pico. Mas o que significa 
cada uma dessas caracter’sticas? 
Bem, para entendermos cada uma dessas caracter’sticas, temos que falar um 
pouco sobre direito civil! Nesse sentido, os contratos podem se classificar de 
diferentes formas: 
a) Consensuais ou reais: S‹o consensuais os contratos que se 
reputam perfeitos e acabados com a aceita‹o das partes (consenso). 
S‹o reais os contratos que somente se consideram formados com a 
entrega efetiva da coisa. O contrato de compra e venda, por considerar-
                                                        
1 STRENGER, Irineu. Contratos Internacionais do ComŽrcio. 4. ed. S‹o Paulo: LTR, 1998. 
   
 
 
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se formado com a aceita‹o da proposta, classifica-se como 
consensual. 
b) Bilaterais (sinalagm‡ticos) ou unilaterais: S‹o bilaterais os 
contratos que envolvem obriga›es rec’procas, isto Ž, quando os 
contratantes s‹o simultaneamente credor e devedor um do outro. Por 
sua vez, s‹o unilaterais os contratos em que apenas uma parte se obriga 
perante a outra. O contrato de compra e venda envolve obriga›es 
rec’procas e, portanto, Ž bilateral ou sinalagm‡tico. 
c) Onerosos ou gratuitos: S‹o onerosos os contratos em que h‡ 
contrapresta›es. Por outro lado, s‹o gratuitos os contratos dos quais 
apenas uma parte tira proveito. O contrato de compra e venda, por 
envolver contrapresta›es (o comprador paga o preo e o vendedor 
entrega a mercadoria) classifica-se como oneroso. 
d) Comutativos ou aleat—rios: S‹o comutativos os contratos que 
envolvem presta›es equivalentes e cuja equivalncia pode ser aferida. 
Nos contratos comutativos, as presta›es s‹o certas e definidas. Os 
contratos aleat—rios, por sua vez, envolvem presta›es incertas de uma 
ou de ambas as partes. Nesse tipo de contrato, as presta›es ficam na 
dependncia de um fato futuro e imprevis’vel. Os contratos de comprae 
venda se classificam como comutativos. 
e) T’picos ou at’picos: S‹o t’picos os contratos que possuem previs‹o 
na lei por serem os mais comuns e importantes. Os at’picos, por sua vez, 
n‹o encontram previs‹o legal. O contrato de compra e venda est‡ 
previsto em diversas legisla›es nacionais e, inclusive, em conven›es 
internacionais. Portanto, trata-se de um contrato t’pico. 
Esquematizando: 
 
 
   
 
 
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Quando se fala em contratos internacionais celebrados por empresas 
brasileiras, h‡ duas quest›es importantes a serem definidas: 
- Qual ser‡ a legisla‹o aplic‡vel ao contrato? Para responder essa 
perguntar, precisamos observar o que disp›e a Lei de Introdu‹o ˆs 
Normas do Direito Brasileiro (LIDB). Segundo o art. 9¼ da LIDB, para 
qualificar e reger as obriga›es, aplica-se a lei do pa’s em que estas 
tiverem sido constitu’das. Importante ressaltar que a obriga‹o (ex: 
contrato) reputa-se constitu’da no domic’lio do proponente (quem faz a 
proposta). 
- Qual ser‡ a jurisdi‹o competente para apreciar controvŽrsia 
envolvendo o contrato? A resposta para essa pergunta est‡ no art. 88 
do C—digo de Processo Civil, que disp›e que a autoridade judici‡ria 
brasileira Ž competente quando: i) o rŽu, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; ii) a obriga‹o tiver de ser 
cumprida no Brasil e; iii) a a‹o se originar de fato ocorrido ou de ato 
praticado no Brasil. 
Em que pese a previs‹o desse dispositivo do CPC, as partes poder‹o decidir, 
em cl‡usula contratual espec’fica, qual o foro competente para apreciar 
controvŽrsia envolvendo o contrato. 
 
2 - Cl‡usula de fora maior e cl‡usula de hardship: 
As opera›es de compra e venda internacional est‹o sujeitas a diversos fatos 
imprevis’veis e inevit‡veis que fogem do controle das partes (fator 
aleat—rio). Podem ocorrer, por exemplo, fen™menos da natureza (terremotos, 
tsunamis, tempestades), acontecimentos de ordem pol’tica (guerras, 
revolu›es, greves) ou mesmo crises econ™micas. Tudo isso pode vir a frustrar 
a execu‹o do contrato. 
A cl‡usula de fora maior e a cl‡usula de hardship existem, justamente, 
para fazer frente a essas situa›es imprevis’veis e inevit‡veis, buscando 
restabelecer o equil’brio contratual. A l—gica de ambas as cl‡usulas repousa no 
princ’pio Òrebus sic stantibusÓ, segundo o qual caso haja uma altera‹o 
substancial das circunst‰ncias que envolveram a forma‹o do contrato, este 
poder‡ ser alterado. 
Nesse sentido, a cl‡usula de fora maior e a cl‡usula de hardship s‹o muito 
importantes nos contratos internacionais de compra e venda, sendo 
fundamental que, ao celebrarem contratos de compra e venda, as empresas 
prevejam essas cl‡usulas, uma vez que qualquer opera‹o est‡ sujeita ˆ 
ocorrncia de circunst‰ncias imprevistas e inevit‡veis. Destaque-se que a 
   
 
 
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reda‹o da cl‡usula de fora maior e da cl‡usula de hardship varia de 
contrato para contrato, n‹o havendo padroniza‹o internacional para isso. 
Mas qual Ž a diferena entre cl‡usula de fora maior e a cl‡usula de hardship? 
Tanto a cl‡usula de hardship quanto a cl‡usula de fora maior existem para 
fazer frente a situa›es imprevis’veis e inevit‡veis. Todavia, a cl‡usula de 
fora maior se aplica quando a execu‹o contratual se torna invi‡vel, 
isto Ž, o contrato se torna inexequ’vel. Por sua vez, a cl‡usula de 
hardship se aplica quando o contrato se torna substancialmente mais 
oneroso, porŽm, ainda assim, poder‡ ser executado. 
Esquematizando: 
 
3 - Termos Internacionais de ComŽrcio (INCOTERMS): 
3.1- Generalidades: 
Quando Ž celebrado um contrato internacional de compra e venda de 
mercadorias, v‡rias cl‡usulas devem ser decididas pelas partes contratuais 
(importador e exportador). Ser‡ necess‡rio determinar onde ser‹o entregues 
as mercadorias ao importador, se ser‡ contratado um seguro da carga ou, 
ainda, quem proceder‡ ao desembarao aduaneiro. Dessa forma, a celebra‹o 
de um contrato dessa natureza n‹o Ž tarefa simples, a ela devendo ser 
concedida especial aten‹o, uma vez que as cl‡usulas contratuais, alŽm de se 
refletirem na forma‹o do preo das mercadorias, permitem que as partes 
possam usufruir de maior segurana jur’dica. 
Os INCOTERMS (International Commercial Terms) foram criados pela C‰mara 
de ComŽrcio Internacional (CCI) em 1936 justamente com o objetivo de 
simplificar a celebra‹o de contratos internacionais de compra e venda. Trata-
se de f—rmulas contratuais que definem as obriga›es de vendedores e 
compradores nesse tipo de contrato. Ao invŽs de se utilizar v‡rias 
   
 
 
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cl‡usulas contratuais, definindo as responsabilidades do exportador e do 
importador em cada fase da cadeia log’stica, Ž muito f‡cil uma œnica formula 
que resuma tudo em poucas letras. Essa Ž a l—gica dos INCOTERMS! Cabe 
destacar que os INCOTERMS n‹o se aplicam aos contratos de presta‹o 
de servios, mas apenas aos contratos de compra e venda de mercadorias. 
Suponha que seja celebrado um contrato de compra e venda entre uma 
empresa brasileira (importadora) e uma empresa estrangeira (exportadora). 
Por —bvio, ser‡ necess‡rio que eles definam onde ocorrer‡ a entrega da 
mercadoria e quais custos ser‹o responsabilidade de cada um. Pode ser 
estabelecido, por exemplo, que a mercadoria ser‡ considerada entregue pelo 
vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de embarque e que, alŽm 
disso, o vendedor ir‡ arcar com o frete e seguro internacionais. Ao invŽs de 
especificar todas essas cl‡usulas no contrato de compra e venda, basta que 
vendedor e comprador digam que ser‡ usado o INCOTERM CIF (Cost, 
Insurance and Freight). Tudo ficou, sem dœvida alguma, muito mais f‡cil! 
A C‰mara de ComŽrcio Internacional (CCI) Ž uma organiza‹o n‹o-
governamental de amplitude global que tem como objetivos promover o 
comŽrcio internacional e o crescimento econ™mico, representando o setor 
empresarial junto aos governos. Para alcanar seus objetivos, a CCI, dentre 
outras a›es, atua na cria‹o de regras uniformes para reger as rela›es 
comerciais. Dentre essas regras, est‹o os INCOTERMS. 
Em virtude de serem criados por uma organiza‹o n‹o-governamental, os 
INCOTERMS n‹o s‹o de utiliza‹o obrigat—ria, ou seja, s‹o usados 
facultativamente pelas partes em um contrato de compra e venda de 
mercadorias. Eles n‹o s‹o normas internacionais, mas apenas um conjunto 
consolidado e padronizado dos usos e costumes alfandeg‡rios e de 
entrega utilizados no mundo.2 
Mas se n‹o s‹o obrigat—rios, os INCOTERMS possuem algum valor jur’dico? 
Sim. Apesar de serem de utiliza‹o facultativa, os INCOTERMS possuem 
valor jur’dico quando mencionados em um contrato de compra e venda 
internacional. Se as partes contratuais definiram que ir‹o utilizar um 
INCOTERM para regular as obriga›es que regem um determinado contrato, 
elas passam automaticamente a estarem vinculadas a essa f—rmula contratual. 
Essa vincula‹o decorre de dois princ’pios gerais da teoria dos contratos: o 
princ’pio Òpacta sunt servandaÓ e o princ’pio Òlex inter partesÓ. 
AlŽm de definirem as obriga›es de compradores e vendedores em contratos 
internacionais de compra e venda de mercadorias, os INCOTERMS tambŽm s‹o2
 KEEDI, Samir. Transportes, Unitiza‹o e Seguros Internacionais de Carga. 5» edi‹o, 
Ed Aduaneiras, 2011. 
   
 
 
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usados como forma de padronizar as estat’sticas nacionais e 
internacionais de comŽrcio. Nesse sentido, as estat’sticas das exporta›es 
s‹o usualmente apresentadas em base FOB, ao passo que as estat’sticas das 
importa›es s‹o apresentadas em base CIF (valor acrescido do seguro e do 
frete internacional). 
O objetivo dessa padroniza‹o (exporta›es em base FOB e importa›es em 
base CIF) Ž evitar que dois pa’ses contabilizem, ao mesmo tempo, 
custos de transporte e de seguro, o que faria que, ao analisar os nœmeros 
do comŽrcio global, tivŽssemos uma vis‹o distorcida das trocas internacionais. 
Assim, quando o Brasil exporta para os EUA, por exemplo, ele n‹o contabiliza 
em sua balana comercial os valores de frete e seguro; os EUA, entretanto, na 
mesma opera‹o, ir‡ contabilizar esses valores. 
 
A primeira vers‹o dos INCOTERMS foi criada em 1936. Posteriormente, 
seguiram-se diversas outras revis›es, as quais chegaram ao nœmero de 7 
(sete); 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000 e 2010. As sucessivas revis›es 
dos INCOTERMS existem em virtude da necessidade de que as regras 
comerciais acompanhem a evolu‹o das rela›es comerciais entre os pa’ses. 
Levando-se em considera‹o que os INCOTERMS n‹o s‹o normas 
internacionais, uma vers‹o mais atual n‹o revoga a anterior. Dessa 
forma, todas as vers›es dos INCOTERMS, mesmo as mais antigas, ainda 
podem se utilizadas em um contrato de compra e venda internacional de 
mercadorias. Para isso, basta que as partes deixem expl’cito no contrato qual 
ser‡ a vers‹o dos INCOTERMS aplic‡vel. Caso as partes contratuais n‹o 
especifiquem qual vers‹o est‡ sendo utilizada, poder‡ haver dœvidas de 
interpreta‹o, prejudicando a segurana jur’dica da opera‹o. 
Os INCOTERMS tambŽm podem ser objeto de altera‹o pelas partes 
contratuais, desde que elas entrem em acordo. Nesse sentido, Ž poss’vel que 
sejam efetuados aditamentos ou redu›es nas atribui›es do vendedor 
   
 
 
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ou do comprador. Por exemplo, o INCOTERM EXW determina que o 
desembarao de exporta‹o ser‡ feito pelo importador. No entanto, por raz›es 
burocr‡ticas, isso pode ser complexo. Assim, os contratantes podem 
determinar que o INCOTERM a ser utilizado ser‡ o EXW mas que, 
adicionalmente, o exportador ser‡ respons‡vel pelo desembarao de 
exporta‹o. 
O conhecimento exato dos INCOTERMS Ž fundamental para a log’stica de uma 
opera‹o de comŽrcio exterior, pois define o momento em que o vendedor 
transfere ao comprador as responsabilidades quanto aos custos e 
riscos. A transferncia da responsabilidade quanto aos riscos ocorre no 
momento em que o vendedor entrega a mercadoria no local definido pelas 
partes. J‡ a transferncia da responsabilidade quanto aos custos, 
efetiva-se quando cessam as obriga›es de custeio que couberem ao 
vendedor. A depender do INCOTERM utilizado, o momento em que Ž 
transferida a responsabilidade quanto aos riscos n‹o coincide com o momento 
em que Ž transferida a responsabilidade quanto aos custos. 
Os INCOTERMS tambŽm s‹o importantes para a determina‹o do preo das 
mercadorias. Com efeito, cada cl‡usula contratual nos permite identificar os 
elementos que comp›e o preo de uma mercadoria. Ao usar a cl‡usula 
contratual CIF (Cost Insurance and Freight), por exemplo, sabe-se que ao 
preo da mercadoria dever‡ ser somado o valor do frete e seguro 
internacionais. Em virtude disso, os INCOTERMS s‹o conhecidos como 
Òcl‡usulas de preoÓ. 
Destaque-se, ainda, que, ao proceder a escolha dos INCOTERMS, 
exportadores e importadores dever‹o observar as especificidades da 
legisla‹o interna de seus pa’ses. Imaginem, por exemplo, que um 
contrato seja formalizado baseando-se no INCOTERM Ex Works. Nessa f—rmula 
contratual, quem realiza o desembarao para exporta‹o Ž o comprador. Pode 
existir alguma norma no pa’s de origem da mercadoria que n‹o permita que 
uma empresa estrangeira realize o despacho para exporta‹o ou mesmo 
proceda ao licenciamento da opera‹o. Nessa situa‹o, o INCOTERM Ex-Works 
n‹o poder‡ ser utilizado. 
 
3.2- INCOTERMS 2010: 
Passaremos agora a estudar especificamente cada uma das f—rmulas 
contratuais previstas na vers‹o INCOTERMS 2010. Quando oportuno, faremos 
remiss‹o tambŽm a alguns INCOTERMS da vers‹o anterior, para fins de 
compara‹o e de entendimento do que foi alterado com a nova publica‹o da 
CCI. 
   
 
 
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A vers‹o INCOTERMS 2010, publicada pela CCI, possui uma introdu‹o e, logo 
em seguida, uma explica‹o de cada termo. Antes de cada termo, h‡ notas 
de orienta‹o (guidance notes), as quais visam a orientar vendedores e 
compradores na escolha do INCOTERM mais adequado ˆ opera‹o pretendida. 
Uma modifica‹o importante na vers‹o INCOTERMS 2010 Ž que ela afirma 
explicitamente que as notas de orienta‹o (guidance notes) e a 
introdu‹o n‹o integram a estrutura dos INCOTERMS, possuindo car‡ter 
de meras orienta›es 3. 
AlŽm disso, na vers‹o INCOTERMS 2010, o texto deixa expl’cito que as 
f—rmulas contratuais nele previstas podem ser usadas tanto em contratos 
de compra e venda internacionais como em contratos de compra e 
venda domŽsticos. O objetivo Ž permitir que as empresas, ao usar os 
INCOTERMS em contratos domŽsticos, possam se acostumar com sua 
utiliza‹o. Destaque-se que essa previs‹o n‹o existia na vers‹o INCOTERMS 
2000. 
Vamos ao estudo de cada um dos INCOTERMS da vers‹o 2010! 
 
3.2.1- EXW (Ex Works- named place of delivery): 
O termo EXW Ž o que representa maior n’vel de obriga›es ao comprador e, 
simultaneamente, o menor n’vel de obriga›es para o vendedor. Quando esse 
INCOTERM Ž utilizado, o vendedor se compromete a disponibilizar a 
mercadoria ao comprador em seus pr—prios dom’nios (nas suas 
pr—prias instala›es). Em outras palavras, as obriga›es do vendedor se 
encerram no momento em que ele acondiciona a mercadoria na embalagem de 
transporte. 
Costuma-se dizer que, no INCOTER EXW, a mercadoria Ž entregue pelo 
vendedor ao comprador no Òch‹o da f‡bricaÓ e, a partir da’, todas as despesas 
ser‹o de responsabilidade do comprador. O comprador dever‡ arcar atŽ 
mesmo com as despesas de carregamento no ve’culo transportador. 
Nos INCOTERMS em geral, o desembarao aduaneiro de exporta‹o ser‡ 
sempre de responsabilidade do exportador (vendedor), enquanto o 
desembarao aduaneiro de importa‹o ser‡ de responsabilidade do 
importador (comprador). No entanto, para o INCOTERM EXW, atŽ mesmo o 
                                                        
3 KEEDI, Samir. Transportes, Unitiza‹o e Seguros Internacionais de Carga. 5» edi‹o, 
Ed Aduaneiras, 2011. 
   
 
 
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desembarao aduaneiro de exporta‹o ser‡ de responsabilidade do importador 
(comprador). Esse Ž o œnico INCOTERM em que isso ocorre! 
Ao vincular esse termo em um contrato de compra e venda, Ž necess‡rio que 
se identifique explicitamente onde ser‡ entregue a mercadoria, ou seja, dever‡ 
ser nomeadoum local de entrega na origem. O INCOTERM EXW pode ser 
usado para qualquer tipo de transporte ou mesmo para o transporte 
multimodal. 
 
3.2.2- FCA (Free Carrier - named place of delivery): 
O termo FCA (Free Carrier) imp›e a obriga‹o de que o vendedor entregue a 
mercadoria ao transportador, seja na propriedade do pr—prio vendedor 
ou em outro local designado. A partir da’, todos os custos e riscos ir‹o 
correr por conta do comprador. Teremos, ent‹o, duas situa›es poss’veis: 
a) Mercadorias entregues ao transportador no estabelecimento 
do vendedor: as despesas de carregamento do ve’culo ser‹o 
responsabilidade do vendedor. 
b) Mercadorias entregues em outro local designado: o vendedor 
entregar‡ as mercadorias prontas para serem desembarcadas. Percebe-
se que, nesse caso, o vendedor embarcou as mercadorias em um ve’culo 
e levou-as a um local designado. Nesse local, as despesas de 
descarregamento ser‹o de responsabilidade do comprador. 
No INCOTERM FCA, o desembarao aduaneiro de exporta‹o fica por conta do 
vendedor (exportador) e o desembarao aduaneiro de importa‹o ser‡ 
responsabilidade do comprador (importador). Dessa forma, a execu‹o das 
formalidades alfandeg‡rias e o pagamento dos direitos aduaneiros s‹o de 
responsabilidade do vendedor. 
O FCA pode ser utilizado em qualquer modo de transporte ou mesmo para 
o transporte multimodal. 
 
3.2.3- FAS (Free Alongside Ship Ð named port of shipment): 
O termo FAS (Free Alongside Ship) estabelece que as mercadorias dever‹o 
ser entregues pelo vendedor ao comprador ao lado do navio no porto 
de embarque nomeado. A partir da’, todas as despesas e riscos ser‹o de 
responsabilidade do comprador. Considerando que a mercadoria Ž entregue 
   
 
 
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ao lado do navio, as despesas de carregamento deste ser‹o de 
responsabilidade do comprador. 
O FAS pode ser utilizado apenas para o transporte mar’timo ou hidrovi‡rio 
interior (o pr—prio nome j‡ nos indica isso!). O desembarao aduaneiro de 
exporta‹o Ž responsabilidade do exportador e o desembarao aduaneiro de 
importa‹o fica por conta do importador. 
 
3.2.4- FOB (Free on Board- named port of shipment): 
Na vers‹o INCOTERMS 2000, esse termo estabelecia que a mercadoria seria 
considerada entregue ao comprador no momento em que ela Òtranspusesse a 
amurada do navioÓ no porto de embarque. Essa reda‹o gerava alguns 
problemas e dificuldades de interpreta‹o. Em raz‹o disso, o termo FOB foi 
alterado na revis‹o INCOTERMS 2010. 
Segundo a vers‹o INCOTERMS 2010, o termo FOB imp›e ao vendedor a 
obriga‹o de entregar a mercadoria ao comprador a bordo do navio 
designado pelo comprador, no porto de embarque. A partir desse 
momento, Ž transferida toda a responsabilidade pelos custos e riscos do 
vendedor ao comprador. 
O INCOTERM FOB somente pode ser utilizado para o transporte mar’timo ou 
hidrovi‡rio interior. O desembarao aduaneiro de exporta‹o fica a cargo do 
exportador (vendedor), enquanto o desembarao aduaneiro de importa‹o Ž 
responsabilidade do importador (comprador). 
 
3.2.5- CPT (Carriage Paid To Ð named place of destination): 
O INCOTERM CPT (Carriage Paid To) estabelece que o vendedor dever‡ 
entregar a mercadoria ao transportador no local acordado e, alŽm 
disso, arcar com as despesas referentes ao frete internacional atŽ um 
local designado. 
Quando esse termo Ž usado em um contrato de compra e venda, pode-se 
identificar que a transferncia da responsabilidade quanto aos riscos 
ocorre em momento diverso da transferncia da responsabilidade 
quanto aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos Ž transferida pelo 
vendedor ao comprador no momento em que a mercadoria Ž entregue ao 
transportador no local acordado. J‡ a responsabilidade quanto aos custos 
persiste com o vendedor atŽ a chegada ao local de destino. 
   
 
 
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Um detalhe importante: o local nomeado, que acompanha o INCOTERM CPT, 
n‹o Ž onde a mercadoria ser‡ entregue ao transportador, mas sim atŽ onde o 
frete internacional ser‡ pago. Dessa forma, quando se usa o INCOTERM CPT- 
Porto de Santos, significa que o frete ser‡ pago atŽ o Porto de Santos e, ainda, 
que esse porto est‡ situado no pa’s de destino (pa’s importador). Essa Ž uma 
particularidade dos INCOTERMS do Grupo ÒCÓ! 
O termo CPT pode ser utilizado para qualquer tipo de transporte, inclusive 
o multimodal. O desembarao aduaneiro de exporta‹o ser‡ de 
responsabilidade do vendedor (exportador); por sua vez, o desembarao 
aduaneiro de importa‹o ser‡ de responsabilidade do comprador (importador). 
 
3.2.6- CIP (Carriage and Insurance Paid To - named place of 
destination): 
O INCOTERM CIP Ž bem similar ao CPT. Nele, o vendedor tem a obriga‹o de 
entregar a mercadoria ao transportador no local acordado e, alŽm 
disso, arcar com as despesas referentes ao frete e ao seguro 
internacionais. 
Nesse termo, a transferncia da responsabilidade quanto aos riscos tambŽm 
ocorre em momento diferente ao da transferncia da responsabilidade quanto 
aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos encerra-se no 
momento da entrega da mercadoria ao transportador; a 
responsabilidade quantos aos custos, no momento em que a mercadoria 
chega ao local de destino. 
AlguŽm poderia perguntar: ÒSe o vendedor tem que pagar o seguro 
internacional, a responsabilidade quanto aos riscos Ž mesmo transferida no 
momento da entrega da mercadoria ao transportador?Ó 
Sim. De fato, o vendedor deve contratar o seguro internacional. No entanto, a 
ap—lice de seguro tem como benefici‡rio o comprador. Essa Ž a maior prova de 
que a responsabilidade quanto aos riscos se transfere no momento da entrega 
da mercadoria ao transportador. Cabe destacar que o seguro internacional 
contratado pelo vendedor dever‡ possuir a cobertura m’nima (que equivale a 
110% do valor da opera‹o!) 
Assim como no INCOTERM CPT, o local nomeado ser‡ o local de destino 
da mercadoria, atŽ onde o frete e o seguro internacional ser‹o pagos. 
Dessa maneira, se estiver previsto em um contrato o INCOTERM CIP Ð Porto 
de Paranagu‡, isso significa que o frete e o seguro internacionais ser‹o pagos 
atŽ esse porto e que trata-se de uma importa‹o brasileira. 
   
 
 
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O termo CIP pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o 
multimodal. O desembarao aduaneiro de exporta‹o ser‡ de 
responsabilidade do vendedor (exportador), enquanto o desembarao 
aduaneiro de importa‹o ficar‡ por conta do comprador (importador). 
 
3.2.7- CFR (Cost and Freight Ð named port of destination): 
A vers‹o INCOTERMS 2000 (vers‹o anterior) dispunha que, no termo CFR, a 
mercadoria se considerava entregue ao comprador no momento em que 
Òtranspunha a amurada do navioÓ no porto de embarque. Como essa reda‹o 
gerava dœvidas e polmicas de interpreta‹o, o INCOTERM CFR foi alterado na 
nova vers‹o. 
Na vers‹o INCOTERMS 2010, o termo CFR estabelece que o vendedor dever‡ 
entregar a mercadoria ao comprador a bordo do navio no porto de 
embarque e, adicionalmente, arcar com as despesas de frete atŽ o porto de 
destino. 
Quando se usa esse INCOTERM, h‡ dois pontos cr’ticos, isto Ž, a 
responsabilidade quanto aos custos Ž transferida em local diverso ao 
da transferncia da responsabilidadequanto aos riscos. A 
responsabilidade do vendedor quanto aos riscos cessa no momento em que ele 
entrega a mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. J‡ a 
responsabilidade quanto aos custos se encerra com a chegada da mercadoria 
ao porto de destino designado. 
O local nomeado ser‡ o porto de destino da mercadoria, atŽ onde o 
vendedor dever‡ arcar com o frete internacional. Aproveitando a oportunidade, 
vamos a uma r‡pida compara‹o entre os termos CFR e FOB, no que diz 
respeito ao local nomeado. Vamos l‡! 
- CFR Ð Porto de Santos: Nesse caso, o Porto de Santos Ž o local de 
destino das mercadorias. Trata-se de uma importa‹o brasileira. 
- FOB Ð Porto de Santos: Aqui, o Porto de Santos Ž o local onde a 
mercadoria ser‡ embarcada com destino ao exterior. Trata-se de uma 
exporta‹o brasileira. 
O termo CFR somente pode ser utilizado no transporte aquavi‡rio. Mais uma 
vez, o desembarao aduaneiro de exporta‹o cabe ao vendedor, enquanto o 
desembarao aduaneiro de importa‹o compete ao comprador. 
 
   
 
 
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3.2.8- CIF (Cost, Insurance and Freight Ð named port of destination): 
O termo CIF tambŽm teve a reda‹o alterada em rela‹o ˆ vers‹o anterior, 
cabendo ao vendedor entregar a mercadoria ao comprador a bordo do 
navio no porto de embarque e, adicionalmente, arcar com as despesas 
referentes ao frete e ao seguro internacionais. 
Nesse INCOTERM, tambŽm h‡ dois momentos distintos quanto ˆ 
transferncia de responsabilidades. A responsabilidade quanto aos riscos Ž 
transferida ap—s a entrega da mercadoria a bordo do navio; por sua vez, a 
responsabilidade do vendedor quanto aos custos se encerra com a chegada da 
mercadoria no porto de destino. 
O seguro internacional contratado pelo vendedor dever‡ ter a cobertura 
m’nima, o que equivale a 110% do valor da opera‹o. 
O local nomeado ser‡ o porto de destino da mercadoria, que ser‡ atŽ onde o 
vendedor arcar‡ com as despesas de frete e seguro internacionais. O termo 
CIF somente pode ser utilizado no transporte aquavi‡rio (mar’timo ou 
hidrovi‡rio interior). 
O desembarao aduaneiro de exporta‹o ser‡ responsabilidade do vendedor 
(exportador), enquanto o desembarao aduaneiro de importa‹o caber‡ ao 
comprador (importador). 
 
3.2.9- DAT (Delivered at Terminal Ð named terminal at port or place of 
destination): 
O termo DAT (Delivered at Terminal) Ž uma novidade do INCOTERMS 2010 em 
rela‹o ˆ vers‹o anterior. Ele substituiu o termo DEQ (Delivered Ex Quay), que 
impunha ao vendedor a obriga‹o de entregar a mercadoria no cais, isto Ž, em 
um terminal portu‡rio. 
Com a introdu‹o do INCOTERM DAT, passa a ser poss’vel a entrega da 
mercadoria tambŽm em um terminal externo. Por meio desse termo, o 
vendedor entrega as mercadorias ao comprador em um terminal 
nomeado, j‡ desembarcadas do ve’culo transportador. Considera-se 
terminal Òqualquer local, coberto ou n‹o, como um cais, armazŽm, p‡tio de 
continer ou terminal de carga rodovi‡rio, ferrovi‡rio ou aŽreoÓ. 4 
                                                        
4
 KEEDI, Samir. Transportes, Unitiza‹o e Seguros Internacionais de Carga. 5» 
edi‹o, Ed Aduaneiras, 2011. 
   
 
 
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Esse INCOTERM pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, 
inclusive o multimodal. Na exporta‹o, os tr‰mites aduaneiros ser‹o de 
responsabilidade do vendedor, enquanto na importa‹o caber‹o ao comprador. 
 
3.2.10- DAP (Delivered at Place Ð named place of destination): 
O termo DAP (Delivered at Place) tambŽm Ž uma inova‹o da vers‹o 
INCOTERMS 2010, tendo substitu’do os termos DAF, DES e DDU. Vejamos 
rapidamente o que disp›em esses INCOTERMS da vers‹o anterior: 
- DAF (Delivered at Frontier): o vendedor entrega a mercadoria 
embarcada no ve’culo transportador no ponto de fronteira designado, 
mas antes da divisa alfandeg‡ria do pa’s de destino. 
- DES (Delivered Ex Ship): o vendedor entrega a mercadoria ao 
comprador a bordo do navio no porto de destino. 
- DDU (Delivered Duty Unpaid): o vendedor entrega a mercadoria no 
estabelecimento do comprador, n‹o desembarcada do ve’culo 
transportador. 
O INCOTERM DAP, por sua vez, imp›e que o vendedor dever‡ entregar a 
mercadoria em um local de destino nomeado, ainda embarcada no 
ve’culo transportador. Esse destino poder‡ ser um porto, um ponto de 
fronteira ou atŽ o estabelecimento do comprador. 
Se a mercadoria for entregue em um porto embarcada no navio que a 
transportou, o DAP estar‡ cumprindo a fun‹o do antigo DES. J‡ se a 
mercadoria for entregue em um ponto de fronteira, ele cumprir‡ a fun‹o do 
DAF. Por œltimo, se a entrega for no estabelecimento do comprador, ser‡ 
cumprida a fun‹o do antigo DDU. 
Esse termo poder‡ ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive 
o multimodal. O desembarao de exporta‹o caber‡ ao vendedor e o 
desembarao de importa‹o ficar‡ por conta do comprador. 
 
3.2.11- DDP (Delivered Duty Paid Ð named place of destination): 
Enquanto o termo EXW (Ex Works) apresenta o maior n’vel de obriga›es para 
o comprador, o termo DDP (Delivered Duty Paid) Ž o que apresenta maiores 
responsabilidades para o vendedor. 
   
 
 
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Esse INCOTERM estabelece que o vendedor dever‡ entregar a mercadoria 
no local de destino designado, embarcada no ve’culo transportador e, 
alŽm disso, arcar com o pagamento dos direitos aduaneiros. Destaque-
se que o local de destino designado poder‡ ser o estabelecimento do 
comprador. 
O DDP poder‡ ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o 
multimodal. Tanto o desembarao aduaneiro de exporta‹o quanto o 
desembarao aduaneiro de importa‹o ser‹o de responsabilidade do vendedor 
(exportador). Em raz‹o disso, considera-se que, no DDP, a mercadoria Ž 
entregue ao comprador j‡ desembaraada para importa‹o. 
 
3.2.12 - Classifica‹o dos INCOTERMS: 
Conforme j‡ estudamos, na vers‹o INCOTERMS 2010, h‡ 11 termos 
contratuais, os quais podem ser divididos da seguinte forma5: 
a) Divis‹o em Grupos por Modos de Transporte: H‡ INCOTERMS que 
podem ser utilizados apenas no transporte aquavi‡rio; outros INCOTERMS 
podem ser utilizados para qualquer modal de transporte ou atŽ mesmo 
transporte multimodal. 
Podem ser utilizados apenas no transporte aquavi‡rio os seguintes termos: 
FAS (Free Alongside Ship), FOB (Free on Board), CFR (Cost and Freight) e 
CIF (Cost, Insurance and Freight). 
Podem ser utilizados em qualquer tipo de transporte ou no transporte 
multimodal os seguintes termos: EXW (Ex Works), FCA (Free Carrier), CPT 
(Carriage Paid To), CIP (Carriage and Insurance Paid To), DAT (Delivered at 
Terminal), DAP (Delivered at Place) e DDP (Delivered Duty Paid) 
b) Divis‹o em Grupos para Seguro: H‡ apenas dois INCOTERMS em que h‡ 
obriga‹o de contrata‹o do seguro. S‹o os termos contratuais CIF (Cost, 
Insurance and Freight) e CIP (Cost and Insurance Paid To), os quais imp›em 
ao vendedor a contrata‹o do seguro internacional. Nos outros 9 (nove) 
INCOTERMS, poder‡ haver contrata‹o de seguro internacional, mas este n‹o 
ser‡ obrigat—rio. 
c) Divis‹o em Grupos para Entrega: Quanto ao local de entrega, os 
INCOTERMS podem ser divididos em quatro grupos, cada um deles tendo como5 A classifica‹o que apresentamos baseia-se no entendimento de Samir Keedi, um dos 
maiores especialistas brasileiros no assunto e que, inclusive, atuou diretamente na elabora‹o 
dos INCOTERMS 2010. 
   
 
 
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inicial uma letra (E, F, C e D). Os INCOTERMS iniciados com as letras E, F e C 
s‹o utilizados em contratos de partida; os INCOTERMS iniciados com a letra 
D s‹o utilizados em contratos de chegada. Assim, temos a seguinte divis‹o: 
- Grupo E: EXW (Ex Works) 
- Grupo F: FCA (Free Carrier), FAS (Free Alongside Ship) e FOB (Free on 
Board). 
- Grupo C: CPT (Carriage Paid To), CIP (Carriage and Insurance Paid 
To), CFR (Cost and Freight), CIF (Cost, Insurance and Freight) 
- Grupo D: DAT (Delivered at Terminal), DAP (Delivered at Place) e DDP 
(Delivered Duty Paid). 
Na vers‹o INCOTERMS 2000 (vers‹o anterior e que ainda pode ser usada!), 
n‹o existiam os termos DAT (Delivered at Terminal) e DAP (Delivered at 
Place). Esses termos substitu’ram os antigos DEQ (Delivered Ex Quay), DAF 
(Delivered at Frontier), DES (Delivered Ex Ship) e DDU (Delivered Duty 
Unpaid). Na vers‹o INCOTERMS 2000, t’nhamos, portanto, 13 (treze) termos; 
na vers‹o 2010, s‹o 11 (onze). 
 
1. (Advogado PETROBRçS Ð 2010) Analise a cita‹o a seguir, sobre 
cl‡usula comumente utilizada nos contratos internacionais. 
ÒEspecialmente nos contratos de longa dura‹o, as circunst‰ncias 
podem se modificar de tal maneira no momento da execu‹o a ponto 
de torn‡-la anormalmente onerosa e desequilibrada. ƒ preciso prever 
essas situa›es de forma especial, mormente se o direito aplic‡vel 
desconhecer essa f—rmula e for extremamente apegado ao contrato-
lei. ƒ muito utilizada na indœstria petrol’fera e em contratos chamados 
Òturn-keyÓ, alŽm da ‡rea de constru›es e infraestrutura. Com essa 
cl‡usula, o contrato passa a ter uma v‡lvula de escape, que, acionada, 
permite a evolu‹o e modifica‹o do que foi pactuado, em vista das 
novas circunst‰ncias, mas sem afastar de todo a obrigatoriedade da 
palavra empenhada.Ó 
ARAUJO, N‡dia de. Contratos internacionais. Rio de Janeiro: Renovar, 
2009, pp. 319-320 
O excerto acima trata da cl‡usula de: 
   
 
 
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a) fora maior. 
b) pacta sunt servanda. 
c) hardship. 
d) arbitragem. 
e) altera‹o unilateral dos contratos. 
Coment‡rios: 
Da leitura do texto, percebe-se que ele est‡ se referindo ˆ ocorrncia de 
situa›es imprevis’veis e inevit‡veis que tornam o contrato 
substancialmente mais oneroso para uma das partes. O contrato continua 
sendo exequ’vel, porŽm a sua execu‹o Ž bem mais onerosa. Esse trecho diz 
respeito ˆ cl‡usula de hardship. O gabarito Ž a letra C. 
2. (AFRF-2003) Nos contratos internacionais de compra e venda, a 
diferena entre cl‡usula de fora maior e a cl‡usula de hardship reside 
em que na primeira, a circunst‰ncia Ž imprevista mas evit‡vel, 
enquanto que na segunda Ž imprevista e inevit‡vel; na primeira, o 
contrato se torna exequ’vel e na segunda, inexequ’vel. 
Coment‡rios: 
H‡ 2 (dois) erros na quest‹o: 
1) A cl‡usula de hardship e a cl‡usula de fora maior dizem respeito a 
situa›es imprevis’veis e inevit‡veis. 
2) A cl‡usula de fora maior se aplica quando o contrato se tornou 
inexequ’vel. J‡ a cl‡usula de hardship se aplica quando o contrato se 
tornou substancialmente mais oneroso. 
Quest‹o errada. 
3. (CODESP-SP-2011) A reda‹o da cl‡usula de fora maior Ž igual 
em todos os contratos, pois Ž estabelecida pela C‰mara de ComŽrcio 
Internacional. 
Coment‡rios: 
A reda‹o da cl‡usula de fora maior varia de contrato para contrato. Quest‹o 
errada. 
   
 
 
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4. (CODESP-SP-2011) Objetivando regular modifica›es 
imprevis’veis que possam gerar desequil’brios econ™micos entre as 
partes, podem ser inseridas nos contratos de compra e venda 
internacionais cl‡usulas hardship. 
Coment‡rios: 
A cl‡usula de hardship serve para regular modifica›es imprevis’veis e 
inevit‡veis que gerem desequil’brios econ™micos entre as partes, tornando o 
contrato substancialmente mais oneroso, porŽm exequ’vel. Quest‹o correta. 
5. (Advogado PETROBRAS Ð 2012) Ao pedir uma proposta para 
importa‹o de G‡s Liquefeito de Petr—leo (GLP), o fornecedor indica o 
preo do produto em d—lares norte-americanos, FOB no porto de 
embarque a ser indicado pela compradora. Em uma compra e venda 
FOB, segundo os Incoterms, o(a) 
a) frete est‡ inclu’do no preo da mercadoria. 
b) frete ser‡ pago a bordo, ap—s confirmado o embarque. 
c) preo inclui um frete exclusivo para o Brasil. 
d) preo da mercadoria n‹o inclui o frete. 
e) cota‹o inclui o frete e os custos de embarque. 
Coment‡rios: 
Quando se utiliza o INCOTERM FOB, a mercadoria Ž considerada entregue a 
bordo do navio no porto de embarque. Todos os custos a partir da’ s‹o da 
responsabilidade do comprador. Logo, em uma compra e venda FOB, n‹o est‡ 
inclu’do o valor do frete internacional. A resposta Ž a letra D. 
6. (Advogado PETROBRAS Ð 2011) Na compra e venda internacional 
de mercadorias, Ž comum fazer referncia aos Incoterms Ð Termos 
Comerciais Internacionais para determinar componentes de preo e 
responsabilidades dos contratantes. Os Incoterms: 
a) est‹o previstos na Conven‹o de Viena sobre compra e venda internacional 
de mercadorias de 1980. 
b) foram publicados pela C‰mara de ComŽrcio Internacional (CCI) e s‹o um 
exemplo da Nova Lex Mercatoria. 
   
 
 
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c) foram recepcionados no Brasil pela ratifica‹o do tratado que criou os 
Incoterms 2000 e seu protocolo opcional de 2010. 
d) tm fora normativa porque a C‰mara de ComŽrcio Internacional Ž uma 
organiza‹o internacional. 
e) s‹o destinados especificamente a contratos celebrados fora do pa’s. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. Os INCOTERMS foram criados pela C‰mara de ComŽrcio 
Internacional (CCI). Eles n‹o est‹o previstos na Conven‹o de Viena. 
Letra B: correta. De fato, os INCOTERMS foram publicados pela CCI. A 
assertiva diz, ainda, que s‹o eles s‹o a nova Òlex mercatoriaÓ. Quando se fala 
em Òlex mercatoriaÓ, a referncia que se faz Ž ao sistema jur’dico 
desenvolvido pelos comerciantes da Europa medieval, baseado em usos e 
costumes. Pois bem, os INCOTERMS podem ser considerados um exemplo da 
nova Òlex mercatoriaÓ, uma vez que eles n‹o s‹o normas jur’dicas, tendo sido 
criados por uma organiza‹o n‹o-governamental: a CCI. 
Letra C: errada. Os INCOTERMS foram criados pela CCI, que Ž uma 
organiza‹o n‹o-governamental. Logo, eles n‹o s‹o objeto de um tratado 
internacional. 
Letra D: errada. A CCI Ž uma organiza‹o n‹o-governamental. 
Letra E: errada. Os INCOTERMS se aplicam a contratos de compra e venda 
internacionais e domŽsticos. 
O gabarito Ž a letra B. 
7. (ACE-2008)- Apesar de amplamente disseminado, Ž facultativo o 
emprego dos INCOTERMS na celebra‹o de um contrato de comŽrcio 
exterior; mas, uma vez acordado o seu uso, o termo escolhido adquire 
fora contratual, definindo, ent‹o, a reparti‹o dos custos e os direitos 
e as obriga›es das partes em rela‹oˆs condi›es de entrega e 
transferncia de propriedade da mercadoria objeto do contrato. 
Coment‡rios: 
Os INCOTERMS s‹o de utiliza‹o facultativa, mas quando mencionados em um 
contrato de compra e venda adquirem fora contratual e vinculam as partes. 
Quest‹o correta. 
   
 
 
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8. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a vers‹o INCOTERMS-
2010, na f—rmula contratual EXW, a obriga‹o b‡sica do vendedor 
consiste em disponibilizar a mercadoria no seu pr—prio 
estabelecimento, para que ent‹o transfira a responsabilidade sobre ela 
para o comprador. 
Coment‡rios: 
No INCOTERM EXW, a mercadoria Ž considerada entregue pelo vendedor no 
ch‹o da f‡brica, isto Ž, em seu pr—prio estabelecimento. Trata-se do 
INCOTERM que envolve maior grau de responsabilidade para o comprador. 
Quest‹o correta. 
9. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a vers‹o INCOTERMS-
2010, na f—rmula contratual FOB, cabe ao vendedor arcar com todas as 
despesas atŽ o momento em que a mercadoria Ž colocada a bordo do 
navio indicado pelo comprador, no porto de embarque. 
Coment‡rios: 
Na vers‹o INCOTERMS 2010, a f—rmula contratual FOB prev que a 
mercadoria ser‡ considerada entregue pelo vendedor ao comprador a 
bordo do navio no porto de embarque. Cabe destacar que na vers‹o 
INCOTERMS 2000, havia uma pequena diferena. E isso pode ser objeto de 
ÒpegadinhaÓ em prova! Naquela vers‹o, estava previsto que nos INCOTERMS 
FOB, CIF e CFR a mercadoria seria considerada entregue ap—s Òtranspor a 
amurada do navioÓ no porto de embarque. Cuidado! O que vale hoje Ž que a 
mercadoria ser‡ considerada pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no 
porto de embarque. Quest‹o correta. 
10. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a vers‹o INCOTERMS-
2010, na f—rmula contratual CIF, o vendedor apenas tem a 
responsabilidade de disponibilizar a mercadoria a bordo do navio 
indicado pelo comprador no porto de embarque e arcar com o frete atŽ 
o porto de destino. 
Coment‡rios: 
No INCOTERM CIF, o vendedor disponibiliza a mercadoria a bordo do navio no 
porto de embarque e, adicionalmente, arca com o frete e o seguro 
internacionais. A assertiva se esqueceu de mencionar a obriga‹o do vendedor 
de arcar com o seguro internacional. Quest‹o errada. 
11. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a vers‹o INCOTERMS-
2010, na f—rmula contratual DAT, compete ao vendedor entregar a 
mercadoria ao transportador indicado pelo comprador, no local 
   
 
 
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determinado, momento a partir do qual a responsabilidade pelo bem 
corre por conta do comprador. 
Coment‡rios: 
O INCOTERM que prev que o vendedor dever‡ entregar a mercadoria ao 
transportador indicado pelo comprador Ž o FCA (Free Carrier). O INCOTERM 
DAT (Delivered at Terminal) prev que a mercadoria ser‡ considerada 
entregue pelo vendedor ao comprador em um terminal nomeado, j‡ 
desembarcadas do ve’culo transportador. Destaque-se que esse terminal ser‡ 
no pa’s de destino. Quest‹o errada. 
12. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a vers‹o INCOTERMS-
2010, na f—rmula contratual FCA, compete ao vendedor arcar com 
todas as despesas, incluindo a libera‹o para a exporta‹o, atŽ o 
momento em que a mercadoria Ž colocada ao lado do costado do 
navio, no porto de embarque. 
Coment‡rios: 
O INCOTERM que prev que o vendedor dever‡ arcar com todas as despesas 
atŽ o momento em que a mercadoria Ž colocada ao lado do costado do navio, 
no porto de embarque, Ž o FAS (Free Alongside Ship). O INCOTERM FCA prev 
que a mercadoria ser‡ entregue pelo vendedor ao transportador designado. 
Quest‹o errada. 
13. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa opera‹o de compra e venda 
internacional foi adotada, pelo comprador e vendedor, a cl‡usula 
Incoterms-2000, DES - Delivered Ex-Ship (Entregue a partir do navio). 
Por essa cl‡usula, os bens s‹o colocados ˆ disposi‹o do comprador a 
bordo do navio e no porto de destino, n‹o desembaraados para 
importa‹o. 
Coment‡rios: 
O INCOTERM DES n‹o existe na vers‹o INCOTERMS 2010, mas n‹o Ž por isso 
que deixaremos de estud‡-lo. Lembre-se de que uma nova vers‹o dos 
INCOTERMS n‹o revoga as vers›es anteriores, que poder‹o continuar sendo 
usadas. O INCOTERM DES previa que a mercadoria seria considerada 
entregue pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de 
destino, n‹o desembaraada para importa‹o. Quest‹o correta. 
14. (AFRF 2002.1- adaptada) - Num determinado contrato de compra 
e venda internacional foi adotada a cl‡usula Incoterms EXW - Ex works 
(significando Na Origem). Por essa cl‡usula, o vendedor entrega as 
mercadorias quando ele as coloca ˆ disposi‹o do comprador, no porto 
   
 
 
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de embarque designado, n‹o desembaraados para exporta‹o e n‹o 
carregados em qualquer ve’culo coletor. 
Coment‡rios: 
O INCOTERM EXW (Ex Works) prev que o vendedor ir‡ disponibilizar as 
mercadorias em seu pr—prio estabelecimento, n‹o desembaraada 
para exporta‹o e n‹o carregadas em qualquer ve’culo coletor. Em 
outras palavras, as mercadorias s‹o disponibilizadas no ch‹o da f‡brica. A 
partir da’, todos os custos correm por conta do comprador. Quest‹o errada. 
15. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa compra e venda internacional, 
vendedor e comprador conveniaram determinada cl‡usula Incoterms-
2010, atravŽs da qual ficou acertado que as mercadorias ser‹o 
entregues pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de 
embarque e j‡ desembaraados para exporta‹o. A partir desse 
momento o comprador arca com todos os custos e riscos, de perda ou 
dano ˆs mercadorias, inclusive contrato de transporte. A cl‡usula 
conveniada FOB - Free on Board (Livre ˆ bordo). 
Coment‡rios: 
O INCOTERM FOB (Free On Board) prev que o vendedor ir‡ entregar as 
mercadorias ao comprador a bordo do navio no porto de embarque. A 
partir da’, todos os custos e riscos correr‹o por conta do comprador. 
Destaque-se que o desembarao de exporta‹o Ž realizado pelo exportador. 
Essa Ž, ali‡s, a regra geral para todos os INCOTERMS, ˆ exce‹o do EXW. 
Quest‹o correta. 
16. (ACE-2002)- Os Termos Internacionais de ComŽrcio 
(INCOTERMS) s‹o um conjunto de regras e tŽcnicas que orientam uma 
opera‹o de compra e venda internacional no tocante ˆ forma‹o do 
preo da mercadoria transacionada e ˆ defini‹o das modalidades de 
transporte a serem utilizadas. 
Coment‡rios: 
Os INCOTERMS s‹o f—rmulas que definem os direitos e obriga›es do 
vendedor e do comprador em um contrato de compra e venda 
internacional. Embora o INCOTERM influencie na determina‹o do preo da 
mercadoria transacionada, seu objetivo n‹o Ž esse. Quest‹o errada. 
 
   
 
 
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Protocolo de Las Le–as 
1- Introdu‹o: 
O Protocolo de Las Le–as foi assinado em 1992, tendo sido internalizado no 
ordenamento jur’dico brasileiro pelo Decreto n¼ 6.891/2009. ƒ tambŽm 
chamado de Acordo de Coopera‹o e Assistncia Jurisdicional em 
matŽria civil, comercial, trabalhista e administrativa do MERCOSUL. AlŽm de 
vincular todos os Estados-membros do MERCOSUL, o Protocolo de Las Len‹s 
tambŽm obriga a Bol’via e o Chile,que s‹o apenas membros associados do 
bloco. 
Mas de que trata o Protocolo de Las Le–as? Com qual objetivo ele foi 
celebrado? 
O objetivo do Protocolo de Las Le–as Ž promover e intensificar a 
coopera‹o jurisdicional em matŽria civil, comercial, trabalhista e 
administrativa entre os Estados-parte. Observe que o Protocolo de Las Le–as 
n‹o versa sobre coopera‹o em matŽria penal. 
O Protocolo de Las Le–as trata de maneira bem ampla sobre a coopera‹o 
jurisdicional em matŽria civil, comercial, trabalhista e administrativa. Ele Ž 
dividido nas seguintes partes: 
a) Cap’tulo I: Coopera‹o e assistncia jurisdicional. 
b) Cap’tulo II: Autoridades Centrais. 
c) Cap’tulo III: Igualdade de tratamento processual. 
d) Cap’tulo IV: Coopera‹o em atividade de simples tr‰nsito e cartas 
rogat—rias. 
e) Cap’tulo V: Reconhecimento e Execu‹o de Sentenas e de Laudos 
Arbitrais 
f) Cap’tulo VI: Instrumentos Pœblicos e Outros documentos 
g) Cap’tulo VII: Informa‹o do Direito Estrangeiro 
h) Cap’tulo VIII: Consultas e Solu›es de ControvŽrsias 
i) Cap’tulo IX: Disposi›es Finais 
   
 
 
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Em nosso estudo, n‹o iremos detalhar um a um todos os dispositivos do 
Protocolo de Las Le–as. Ao contr‡rio, estudaremos apenas aquilo que nos 
interessa para a prova. 
 
2 - Coopera‹o e Assistncia Jurisdicional: 
Segundo o art. 1¼, do Protocolo de Las Le–as, Òos Estados Partes 
comprometem-se a prestar assistncia mœtua e ampla coopera‹o 
jurisdicional em matŽria civil, comercial, trabalhista e administrativaÓ. Para 
isso, cada Estado parte dever‡ indicar uma Autoridade Central encarregada 
de receber e dar andamento a pedidos de assistncia jurisdicional. No caso do 
Brasil, a Autoridade Central Ž o MinistŽrio da Justia. 
Ent‹o, imagine que seja proposta aqui no Brasil uma a‹o judicial contra um 
cidad‹o argentino. A competncia internacional Ž do juiz brasileiro, ou seja, Ž 
o juiz brasileiro o respons‡vel por julgar o caso. Nessa situa‹o, haver‡ 
necessidade de o juiz brasileiro expedir carta rogat—ria, seja para citar o 
argentino no processo, intim‡-lo ou atŽ mesmo para a produ‹o de provas. 
Temos, nesse caso, a necessidade de coopera‹o jurisdicional. As 
Autoridades Centrais indicadas pelos Estados-parte ir‹o se comunicar 
diretamente, dando andamento ao pedido de assistncia jurisdicional. Assim, 
no exemplo apresentado, tornar-se-‡ mais simples o tr‰mite da carga 
rogat—ria expedida pela autoridade judici‡ria brasileira. 
Segundo o art. 12, do Protocolo de Las Le–as, a autoridade jurisdicional 
encarregada do cumprimento de uma carta rogat—ria aplicar‡ sua lei interna 
no que se refere aos procedimentos. Assim, o STJ aplicar‡ a lei brasileira no 
que diz respeito aos procedimentos para o cumprimento das cartas rogat—rias. 
O Protocolo de Las Le–as, portanto, n‹o uniformizou os procedimentos 
para o tr‰mite das cartas rogat—rias. 
Cabe destacar que o Protocolo de Las Le–as estabelece que a carta rogat—ria 
poder‡ ter, mediante pedido da autoridade requerente, tramita‹o 
especial, admitindo-se o cumprimento de formalidades adicionais na diligncia 
da carta rogat—ria, sempre que isso n‹o seja incompat’vel com a ordem pœblica 
do Estado requerido. 
 
3 - Igualdade de Tratamento Processual: 
O art. 3¼, do Protocolo de Las Le–as, estabelece o princ’pio da igualdade de 
tratamento processual. Por esse princ’pio, um argentino (residente na 
   
 
 
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Argentina) ter‡ igualdade de condi›es com um brasileiro no acesso ao 
Poder Judici‡rio brasileiro, a fim de defender seus direitos e interesses. Essa 
regra se aplica tambŽm ˆs pessoas jur’dicas constitu’das, autorizadas ou 
registradas de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes. 
Art. 3 - Os nacionais, os cidad‹os e os residentes permanentes ou 
habituais de um dos Estados Partes gozar‹o, nas mesmas condi›es dos 
nacionais, cidad‹os e residentes permanentes ou habituais de outro 
Estado Parte, do livre acesso ˆ jurisdi‹o desse Estado para a defesa de 
seus direitos e interesses. 
Para materializar essa igualdade de tratamento processual, o Protocolo de Las 
Le–as estabelece que nenhuma cau‹o ou dep—sito poder‡ ser imposto 
em raz‹o da qualidade de nacional, cidad‹o ou residente permanente ou 
habitual de outro Estado parte. Nesse sentido, n‹o Ž porque um indiv’duo Ž 
argentino que dele ser‡ exigida cau‹o para ingressar com a‹o judicial 
perante a Justia brasileira. N‹o, n‹o. Esse argentino ter‡ as mesmas 
condi›es de um brasileiro no acesso ˆ Justia brasileira. Somente ser‡ dele 
exigida cau‹o se essa tambŽm fosse uma exigncia do brasileiro. 
 
4 - Reconhecimento e Execu‹o de Sentenas e de Laudos Arbitrais: 
Em direito internacional, Ž regra plenamente aceita que os atos do Poder 
Pœblico de um Estado somente ter‹o efic‡cia no territ—rio de outro 
Estado se por ele forem aceitos. Assim, uma sentena judicial estrangeira, 
para ter validade no Brasil, precisa ser homologada, procedimento este que, 
segundo a CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justia (STJ). 
O Protocolo de Las Le–as, contrariando essa regra geral, estabelece a efic‡cia 
extraterritorial das sentenas e laudos arbitrais emanadas dos seus 
Estados-parte. Em outras palavras, uma sentena emanada de um Tribunal 
argentino poderia, em tese, ter efic‡cia no Brasil independentemente de 
homologa‹o pelo STJ. Para isso, Ž claro, ela precisaria cumprir certos 
requisitos, elencados no art. 20, do Protocolo de Las Le–as: 
Art. 20 As sentenas e os laudos arbitrais a que se referem o artigo anterior 
ter‹o efic‡cia extraterritorial nos Estados Partes quando reunirem as seguintes 
condi›es: 
a) que venham revestidos das formalidades externas necess‡rias para que 
sejam considerados autnticos nos Estados de origem. 
b) que estejam, assim como os documentos anexos necess‡rios, devidamente 
traduzidos para o idioma oficial do Estado em que se solicita seu 
reconhecimento e execu‹o; 
   
 
 
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c) que emanem de um —rg‹o jurisdicional ou arbitral competente, segundo as 
normas do Estado requerido sobre jurisdi‹o internacional; 
d) que a parte contra a qual se pretende executar a decis‹o tenha sido 
devidamente citada e tenha garantido o exerc’cio de seu direito de defesa; 
e) que a decis‹o tenha fora de coisa julgada e/ou execut—ria no Estado em 
que foi ditada; 
f) que claramente n‹o contrariem os princ’pios de ordem pœblica do Estado em 
que se solicita seu reconhecimento e/ou execu‹o 
Os requisitos das al’neas (a), (c), (d), (e) e (f) devem estar contidos na c—pia 
autntica da sentena ou do laudo arbitral. 
A efic‡cia extraterritorial n‹o se aplica ao reconhecimento e execu‹o de 
qualquer sentena ou laudo arbitral. Ela se aplica apenas ˆs sentenas e 
laudos arbitrais pronunciados nas jurisdi›es dos Estados partes em matŽria 
civil, comercial, trabalhista e administrativa e, ainda, em rela‹o ˆs 
sentenas em matŽria de danos e restitui‹o de bens pronunciados em 
jurisdi‹o penal. 
O Protocolo de Las Le–as tambŽm reconhece que Ž poss’vel a efic‡cia parcial 
de sentena estrangeira ou laudo arbitral. ƒ o que prev o art. 23, segundo o 
qual Òse uma sentena ou um laudo arbitral n‹o puder ter efic‡cia em sua 
totalidade,a autoridade jurisdicional competente do Estado requerido poder‡ 
admitir sua efic‡cia parcial mediante pedido da parte interessadaÓ 
Segundo o art. 19, do Protocolo de Las Le–as, Òo reconhecimento e execu‹o 
de sentenas e de laudos arbitrais solicitado pelas autoridades jurisdicionais 
poder‡ tramitar-se por via de cartas rogat—rias e transmitir-se por 
intermŽdio da Autoridade Central, ou por via diplom‡tica ou consular, em 
conformidade com o direito internoÓ. TambŽm Ž poss’vel que a parte 
interessada tramite diretamente o pedido de reconhecimento ou execu‹o 
de sentena, ou seja, invoque em ju’zo uma sentena ou laudo arbitral de um 
Estado parte. 
Dito tudo isso, cabe destacar o entendimento do STF acerca do Protocolo de 
Las Le–as. Para a Corte Suprema, o Protocolo de Las Le–as n‹o afetou a 
exigncia de que qualquer sentena estrangeira seja submetida ao 
procedimento de homologa‹o. Assim, para o STF, mesmo as sentenas 
estrangeiras provenientes dos Estados-parte do Protocolo de Las Le–as 
dever‹o ser submetidas ˆ homologa‹o pelo STJ. 
ƒ esse o entendimento que prevalece hoje. O Protocolo de Las Le–as, na 
interpreta‹o do STF, teria apenas facilitado os tr‰mites dos 
procedimentos de reconhecimento de sentenas e laudos arbitrais provenientes 
   
 
 
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dos Estados-parte. Contudo, permanece sendo exig’vel a homologa‹o de 
sentenas e laudos arbitrais, mesmo quando oriundos de Estados-parte do 
Protocolo de Las Le–as. 
 
5 - Informa‹o do Direito Estrangeiro: 
Em muitos casos, uma autoridade judici‡ria ter‡ que, em raz‹o das regras 
de direito internacional privado, aplicar o direito estrangeiro em um caso 
sob sua aprecia‹o. Ser‡ importante, nessa situa‹o, que a autoridade 
judici‡ria tenha maiores informa›es sobre o direito estrangeiro. 
Com o objetivo de facilitar o interc‰mbio de informa›es sobre o direito 
estrangeiro, o art. 28, do Protocolo de Las Le–as estabelece que Òas 
Autoridades Centrais dos Estados Partes fornecer-se-‹o mutuamente, a 
t’tulo de coopera‹o judicial, e desde que n‹o se oponham ˆs disposi›es de 
sua ordem pœblica, informa›es em matŽria civil, comercial, trabalhista, 
administrativa e de direito internacional privado, sem despesa algumaÓ. 
O Estado parte que fornecer as informa›es sobre o sentido e alcance legal de 
seu direito n‹o ser‡ respons‡vel pela opini‹o emitida, nem estar‡ 
obrigado a aplicar seu direito, segundo a resposta fornecida. O Estado 
Parte que receber as citadas informa›es n‹o estar‡ obrigado a aplicar, ou 
fazer aplicar, o direito estrangeiro segundo o conteœdo da resposta 
recebida. 
 
17. (AGU Ð 2012) O Protocolo de Las Le–as sobre Coopera‹o e 
Assistncia Jurisdicional em MatŽria Civil, Comercial, Trabalhista e 
Administrativa estabelece, no que se refere ao cumprimento de cartas 
rogat—rias, procedimento uniforme para todos os Estados-partes. 
Coment‡rios: 
N‹o h‡ que se falar em uniformiza‹o de procedimentos para o cumprimento 
de cartas rogat—rias. O Protocolo de Las Le–as estabelece que as autoridades 
encarregadas de dar cumprimento ˆs cartas rogat—rias dever‹o aplicar sua 
lei interna. Quest‹o errada. 
18. (Juiz Federal TRF 1a Regi‹o / 2011) Carlos, argentino, residente 
no Brasil, obteve laudo arbitral proferido pelo Uruguai, condenando 
   
 
 
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Mendes, paraguaio residente no Brasil, ao pagamento de R$ 
10.000,00. 
Com rela‹o a essa situa‹o hipotŽtica e considerando os princ’pios 
b‡sicos da coopera‹o e assistncia jurisdicional que regem o 
MERCOSUL, organiza‹o internacional com personalidade jur’dica 
pr—pria e objetivos espec’ficos, bem como o que disp›e o Protocolo de 
Las Le–as, documento b‡sico de coopera‹o e assistncia jurisdicional 
entre os pa’ses integrantes do MERCOSUL, assinale a op‹o correta. 
a) O lit’gio em quest‹o deve ser resolvido entre o Uruguai e o Paraguai, n‹o 
podendo ser trazido para o Brasil. 
b) Laudo arbitral homologado Ž t’tulo n‹o execut‡vel no Brasil, —bice que n‹o 
existiria caso se tratasse de sentena homologada. 
c) Ap—s a homologa‹o do referido laudo, Carlos poder‡ cobrar a d’vida no 
Brasil. 
d) O Protocolo de Las Le–as n‹o prev situa›es como a descrita na hip—tese. 
e) Sem a devida homologa‹o pelo STF, o citado laudo arbitral n‹o tem valor 
jur’dico no Brasil. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. O lit’gio pode ser trazido ao Brasil, pois Mendes reside neste 
pa’s. Para tanto, ser‡ necess‡ria a homologa‹o do laudo arbitral estrangeiro. 
Letra B: errada. O laudo arbitral, ap—s homologado, se torna t’tulo execut‡vel 
no Brasil. 
Letra C: correta. ƒ isso mesmo! Ap—s a homologa‹o do laudo arbitral, a d’vida 
poder‡ ser cobrada no Brasil. 
Letra D: errada. O Protocolo de Las Le–as trata de situa›es como as descritas 
no enunciado. 
Letra E: errada. A homologa‹o do laudo arbitral deve ser feita pelo STJ. 
O gabarito Ž a letra C. 
19. (FGV / XXI Exame de Ordem Ð 2016) O Acordo de Coopera‹o e 
Assistncia Jurisdicional em MatŽria Civil, Comercial, Trabalhista e 
Administrativa entre os Estados Partes do Mercosul, a Repœblica da 
Bol’via e a Repœblica do Chile, foi promulgado no Brasil por meio do 
   
 
 
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Decreto n¼ 6.891/09, tendo por finalidade estabelecer as bases em 
que a coopera‹o e a assistncia jurisdicional entre os Estados 
membros ser‡ realizada. 
A respeito desse instrumento, assinale a afirmativa correta. 
a) A indica‹o das autoridades centrais respons‡veis pelo recebimento e 
andamento de pedidos de assistncia jurisdicional Ž realizada pelo Grupo 
Mercado Comum. 
b) Os nacionais ou residentes permanentes de outro Estado membro, para que 
possam se beneficiar do mecanismo de coopera‹o jurisdicional em 
determinado Estado membro, dever‹o prestar cau‹o. 
c) Os procedimentos para cumprimento de uma carta rogat—ria recebida sob a 
guarida do Acordo s‹o determinados pela lei interna do Estado em que a carta 
dever‡ ser cumprida, n‹o sendo admitida, em qualquer hip—tese, a observa‹o 
de procedimentos diversos solicitados pelo Estado de onde provenha a carta. 
d) Uma sentena ou um laudo arbitral proveniente de um determinado Estado, 
cujo reconhecimento e execu‹o seja solicitado a outro Estado membro, pode 
ter sua efic‡cia admitida pela autoridade jurisdicional do Estado requerido 
apenas parcialmente. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. N‹o Ž o Grupo Mercado Comum que indica as autoridades 
centrais respons‡veis pelo recebimento e andamento de pedidos de assistncia 
jurisdicional. Cabe a cada um dos Estados-parte indicar uma Autoridade 
Central (art. 2¼). 
Letra B: errada. Nenhuma cau‹o pode ser exigida para que um nacional 
ou residente permanente de um dos Estados-parte se beneficie dos 
mecanismos de coopera‹o jurisdicional decorrente do Acordo (art. 4¼). 
Letra C: errada. A autoridade judici‡ria que for respons‡vel pelo cumprimento 
de uma carta rogat—ria aplicar‡ os procedimentos previstos em sua lei 
interna. Entretanto, nos termos do Acordo de Coopera‹o, a carta rogat—ria 
poder‡ ter, mediante pedido da autoridade requerente, tramita‹o especial, 
admitindo-se o cumprimento de formalidades adicionais na diligncia da carta 
rogat—ria, desde que isso n‹o seja incompat’vel com a ordem pœblicado 
Estado requerido (art. 12). 
Letra D: correta. Caso uma sentena ou laudo arbitral n‹o puder ter efic‡cia 
em sua totalidade, a autoridade jurisdicional competente do Estado 
   
 
 
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requerido poder‡ admitir sua efic‡cia parcial mediante pedido da parte 
interessada (art. 23). 
O gabarito Ž a letra D. 
 
Presta‹o de Alimentos no Exterior 
1-Introdu‹o: 
Com o incremento das rela›es sociais decorrente da globaliza‹o, Ž cada 
vez mais comum que as fam’lias sejam compostas de pessoas de 
nacionalidades diferentes. Em raz‹o disso, s‹o frequentes os casos em que 
pessoas ficam a depender de pens‹o aliment’cia a ser prestada por alguŽm 
que vive em outro Estado. 
A dependncia de presta‹o transnacional de alimentos Ž uma quest‹o de 
ordem humanit‡ria, pois coloca aqueles que dela dependem em situa‹o de 
fragilidade. H‡, afinal, uma sŽria de dificuldades legais e pr‡ticas que 
imp›em obst‡culos ˆ execu‹o de a›es sobre presta‹o de alimentos ou ao 
cumprimento de decis›es relativas ao assunto. 
Com o objetivo de regular a presta‹o transnacional de alimentos e reduzir as 
dificuldades legais e pr‡ticas que envolvem o tema, foi celebrada, em 1956, a 
Conven‹o de Nova York sobre a Cobrana de Alimentos no 
Estrangeiro. 
 
2- Conven‹o de Nova York: 
A Conven‹o de Nova York sobre a Cobrana de Alimentos no Estrangeiro 
prev que cada Estado contratante designe as chamadas ÒAutoridades 
RemetentesÓ e ÒInstitui›es Intermedi‡riasÓ. As ÒAutoridades 
RemetentesÓ s‹o respons‡veis por enviar os pedidos de alimentos feitos 
em um Estado ao outro. Por sua vez, as ÒInstitui›es Intermedi‡riasÓ s‹o 
aqueles que recebem os pedidos de alimentos feitos em outro Estado. 
Com isso, tem-se um fluxo bem claro: 
1) A parte demandante (aquela que pleiteia a obten‹o de pens‹o 
aliment’cia) apresenta o pedido ˆ Autoridade Remetente de seu 
Estado. 
2) Em seguida, a Autoridade Remetente encaminhar‡ o pedido ˆ 
   
 
 
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Institui‹o Intermedi‡ria do outro Estado Contratante (Estado do 
demandado). A Autoridade Remetente transmitir‡ os documentos ˆ 
Institui‹o Intermedi‡ria designada pelo Estado do demandado, a 
menos que considere que o pedido n‹o foi formulado de boa-fŽ. Antes 
de transmitir os documentos a Autoridade Remetente certificar-se-‡ de 
que estes œltimos se encontram, pela lei do Estado do demandante, em 
boa e devida forma. 
 
 No Brasil, as fun›es de ÒAutoridade RemetenteÓ e 
ÒInstitui‹o Intermedi‡riaÓ s‹o desempenhadas pela 
Procuradoria-Geral da Repœblica. 
TambŽm ser‹o transmitidos pela Autoridade Remetente, a pedido do 
demandante, qualquer decis‹o, em matŽria de alimentos, provis—ria ou 
definitiva ou qualquer outro ato judici‡rio emanado. A Institui‹o 
Intermedi‡ria, atuando dentro dos limites dos poderes conferidos pelo 
demandante, tomar‡, em nome deste, quaisquer medidas apropriadas para 
assegurar a presta‹o dos alimentos. Ela poder‡, igualmente, transigir e, 
quando necess‡rio, iniciar e prosseguir uma a‹o alimentar e fazer executar 
qualquer sentena, decis‹o ou outro ato judici‡rio. 
 
 Segundo o art. 6¼, ¤ 3¼, da Conven‹o de Nova York, a lei 
que reger‡ as a›es mencionadas e qualquer quest‹o 
conexa ser‡ a do Estado do demandado, inclusive em 
matŽria de direito internacional privado. 
Em alguns casos, o tribunal ao qual tiver sido submetida a a‹o alimentar 
precisar‡ de documentos e provas. Para obt-los, ser‡ utilizada uma carta 
rogat—ria. A carta rogat—ria dever‡ ser executada com toda a diligncia 
desejada. Se n‹o houver sido executada dentro de um per’odo de 4 (quatro) 
meses a partir da data do recebimento da carta pela autoridade requerida, a 
autoridade requerente dever‡ ser informada das raz›es da n‹o-execu‹o ou do 
atraso. Essa Ž uma regra que existe em raz‹o da relev‰ncia da presta‹o de 
alimentos para a dignidade da pessoa humana. 
E pode ser negada a execu‹o da carta rogat—ria? 
Sim, mas a negativa da execu‹o da carta rogat—ria Ž medida 
excepcional. Isso somente ser‡ poss’vel se: i) a autenticidade do documento 
n‹o tiver sido provada ou; ii) se a Parte Contratante em cujo territ—rio a carta 
rogat—ria dever‡ ser executada, julgar que esta œltima comprometeria a sua 
soberania ou a sua segurana. 
A Conven‹o de Nova York, como se pode ver, tem como objeto facilitar a 
uma pessoa que se encontra no territ—rio de uma das Partes Contratantes a 
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
obten‹o de alimentos aos quais pretende ter direito por parte de outra 
pessoa, que se encontra sob a jurisdi‹o de outra Parte Contratante (art. 1¼). 
Nota-se que, para que seja aplicada a Conven‹o de Nova York, tanto o 
demandante quanto o demandado dever‹o se encontrar em Estados que 
dela sejam contratantes. 
Essa regra revela a aplica‹o do princ’pio da reciprocidade, que tambŽm se 
materializa no art. 18, da Conven‹o de Nova York, segundo o qual Òuma Parte 
Contratante poder‡ invocar as disposi›es da presente Conven‹o contra 
outras Partes Contratantes somente na medida em que ela mesma estiver 
obrigada pela Conven‹oÓ. 
A Conven‹o de Nova York tambŽm Ž regida pelo princ’pio da 
complementaridade. Segundo o art. 1¼, ¤ 2¼, Òos meios jur’dicos previstos 
na presente Conven‹o completar‹o, sem os substituir, quaisquer outros 
meios jur’dicos existentes em direito interno ou internacionalÓ. 
 
20. (Juiz Federal TRF 1a Regi‹o / 2013) Assinale a op‹o correta no 
que se refere ˆ Conven‹o de Nova Iorque sobre a presta‹o de 
alimentos no estrangeiro. 
a) A conven‹o estabelece a competncia obrigat—ria da Corte Interamericana 
de Direitos Humanos para resolver controvŽrsias sobre sua interpreta‹o e 
aplica‹o. 
b) A invoca‹o de suas disposi›es por um Estado-parte contra outro Estado-
parte somente ser‡ poss’vel se o estado invocativo estiver obrigado pela 
conven‹o. 
c) A formula‹o de reservas Ž vedada pela conven‹o. 
d) A conven‹o veda a ades‹o. 
e) A conven‹o n‹o se aplica aos pedidos de modifica‹o das decis›es 
judici‡rias sobre presta‹o de alimentos. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. A Conven‹o de Nova Iorque Ž um tratado de abrangncia 
global (e n‹o regional!). Portanto, uma controvŽrsia envolvendo sua 
interpreta‹o e aplica‹o n‹o ser‡ submetida ˆ Corte Interamericana de 
   
 
 
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Direitos Humanos. 
Letra B: correta. Para que seja aplicada a Conven‹o de Nova York, tanto o 
demandante quanto o demandado dever‹o se encontrar em Estados que 
dela sejam contratantes. 
Letra C: errada. Podem ser apostas reservas ˆ Conven‹o de Nova Iorque. 
Letra D: errada. A Conven‹o de Nova Iorque Ž aberta ˆ ades‹o. 
Letra E: errada. A Conven‹o de Nova Iorque tambŽm se aplica aos pedidos 
de modifica‹o das decis›es judici‡rias sobre presta‹o de alimentos. 
O gabarito Ž a letra B. 
21. (Juiz Federal TRF 1a Regi‹o / 2011) Lucy e F‡bio casaram-se no 
Brasil, onde nasceu Lucas, filho do casal. Quando Lucy e F‡bio se 
separaram, ela e Lucas foram morar nos EUA. Passado um tempo ap—s 
a separa‹o, F‡bio suspendeu

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