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Micobacterias(tuberculose e Hanseníase)

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Micobacterias(Leishmaniose e 
Tuberculose) 
Referencia bibliográfica:Murray.Microbiologia 
Médica.7 ed Capítulo 25:Mycobacterium 
 
O gênero Mycobacterium consiste em bacilos 
aeróbios, imóveis, não formadores de 
esporos, que medem de 0,2 a 0,6 × 1 a 10 μm. 
Os bacilos, ocasionalmente, formam 
filamentos ramificados que podem ser 
interrompidos. A parede celular é rica em 
lipídios, o que torna a superfície hidrofóbica e 
a micobactéria resistente a vários 
desinfetantes e colorações comuns de 
laboratório. Uma vez corados, os bacilos não 
podem ser descorados com soluções ácidas; 
por isso são chamados de bactérias 
acidorresistentes. 
Pelo fato de a parede celular das 
micobactérias ser complexa e este grupo de 
microrganismo ser exigente, muitas 
micobactérias crescem lentamente, dividindo-
se a cada 12-24 horas e requerendo um 
período de oito semanas para que o 
crescimento seja detectado em culturas de 
laboratório. 
As micobactérias são uma causa significativa 
de morbidade e mortalidade, principalmente 
em países com recursos médicos limitados. 
Atualmente, mais de 150 espécies de 
micobactérias já foram descritas, muitas das 
quais associadas a doenças humanas Apesar 
da abundância de espécies de micobactérias, 
apenas as seguintes espécies e grupos causam 
a maioria das infecções humanas: M. 
tuberculosis, M. leprae, complexo M. avium, 
M. kansasii, M. fortuitum, M. chelonae e M. 
abscessus. 
 
- não apresentam cápsula 
-Fracamente Gram positivos 
-Alcool resistentes(BAAR) 
-aerobios obrigatórios 
-Sensível a ação de calor e radiação 
ultravioleta= sensível a luz solar 
-Resistente a dessecação e ao ambiente 
escuro-podem sobreviver por anos no 
ambiente externo 
-Intracelulares que infectam e proliferam-se 
no interior de macrófagos 
 
Tuberculose(Mycobacterium 
Tuberculosis) 
 
Patogênese e Imunidade 
-Sem fatores de virulência clássicos 
-Crescimento lento com tempo de geração de 
24 hrs 
-Infecções que podem durar a vida toda do 
individuo(Inflamação crônica) 
-Imovel 
-Componentes lipídicos que estão envolvidos 
na patogênese(evita fusão do fagossoma com 
lisossoma) 
-Invade macrofago 
M. tuberculosis é um patógeno intracelular 
que é capaz de estabelecer infecções que 
duram a vida toda. No momento da 
exposição, M. tuberculosis entra pelas vias 
aéreas respiratórias e partículas infecciosas 
penetram nos alvéolos, onde são fagocitadas 
pelos macrófagos alveolares. Ao contrário do 
que acontece com a maioria das bactérias 
fagocitadas, M. tuberculosis evita a fusão do 
fagossoma com o lisossoma (pelo bloqueio da 
molécula específica que faz esta ligação, 
autoantígeno 1 do endossoma primário 
[EEA1]). Ao mesmo tempo, o fagossoma é 
capaz de se fundir com outras vesículas 
intracelulares, permitindo acesso a nutrientes 
e facilitando a replicação dentro do vacúolo. A 
bactéria fagocitada também é capaz de evadir 
a morte no macrófago mediada pelos 
intermediários reativos do nitrogênio, 
formados entre o óxido nítrico e ânions 
superóxido, através da catabolização desses 
oxidantes formados. 
 
 
Biologia ,Virulencia e Doença: 
-Acidoresistentes 
-A doença se da principalmente pela resposta 
do hospedeiro à infecção 
-A infecção primaria é pulmonar 
-A Disseminação para qualquer sitio do corpo 
ocorre mais comumente em pacientes 
Imunocomprometidos 
Diagnóstico: 
- Os testes de pele da tuberculina e o teste da 
liberação de IFN-γ são marcadores sensíveis 
de exposição ao microrganismo 
- A microscopia e a cultura são testes 
sensíveis e específicos 
- A detecção direta com sonda molecular é 
pouco sensível, exceto para espécimes com 
esfregaços acidorresistentes positivos 
- A identificação é comumente realizada 
utilizando-se sondas moleculares espécie-
específicas 
Tratamento,Prevenção e Controle: 
Os regimes de tratamento prolongados com 
múltiplos fármacos são necessários para 
evitar o desenvolvimento de cepas resistentes 
aos antimicrobianos 
 
Isoniazida (INH), etambutol, pirazinamida e 
rifampicina por dois meses, seguidos por 
quatro a seis meses de INH e rifampicina, ou 
combinação alternativa de fármacos 
A profilaxia para a exposição à tuberculose 
pode incluir INH por seis a nove meses ou 
rifampicina por quatro meses; pirazinamida e 
etambutol ou levofloxacina são usados por 
seis a 12 meses após exposição a M. 
tuberculosis resistente aos antimicrobianos 
Imunoprofilaxia com o bacilo de Calmette-
Guérin (BCG) em países endêmicos 
 
Controle da doença é feito pela vigilância 
ativa, intervenção profilática e terapêutica, e 
monitoramento cuidadoso dos casos 
HIV, Vírus da imunodeficiência humana; INH, 
isonicotinil-hidrazina. 
Em resposta à infecção por M. tuberculosis, 
os macrófagos secretam interleucina-12 (IL-
12) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α). 
Essas citocinas aumentam a inflamação 
localizada por meio do recrutamento de 
células T e células natural killer (NK) para a 
área dos macrófagos infectados, induzindo a 
diferenciação das células T em células TH1 
(células T auxiliadoras), com subsequente 
secreção de interferon-γ (IFN-γ). Na presença 
de IFN-γ, os macrófagos infectados são 
ativados, levando ao aumento da fusão 
fagossoma-lisossoma e morte intracelular. 
Além disso, o TNF-α estimula a produção de 
óxido nítrico e intermediários reativos do 
nitrogênio relacionados, levando ao aumento 
da morte intracelular. Os pacientes com 
produção diminuída de IFN-γ ou TNF-α, ou 
aqueles que apresentam defeitos nos 
receptores para estas citocinas, estão em 
maior risco de contrair infecções graves por 
micobactérias. 
 
Granuloma ou Tubérculo 
A efetividade da eliminação bacteriana está 
em parte relacionada ao tamanho do foco da 
infecção. Macrófagos alveolares, células 
epitelioides e células gigantes de Langhans 
(células epitelioides fundidas) com 
micobactérias intracelulares formam o cerne 
central de uma massa necrótica, que é 
circundada por uma densa parede de células 
T CD4, CD8, NK e macrófagos. Esta estrutura, 
denominada granuloma, evita a posterior 
disseminação da bactéria. Se uma pequena 
carga antigênica estiver presente no 
momento que os macrófagos forem 
estimulados, o granuloma formado será 
pequeno e a bactéria será destruída com 
dano tecidual mínimo; entretanto, se o 
número de bactérias presentes for grande, os 
granulomas grandes necróticos ou caseosos 
tornam-se encapsulados com fibrina, que 
efetivamente protege a bactéria da morte 
pelos macrófagos. 
A bactéria pode permanecer dormente neste 
estágio ou pode ser reativada anos mais 
tarde, quando a responsividade imunológica 
do paciente diminui como resultado da idade 
avançada ou de doença ou terapia 
imunossupressora. Este processo é a razão 
pela qual pacientes expostos a M. 
tuberculosis podem não desenvolver a 
doença até idades mais avançadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tuberculose Secundaria 
Pulmonar 
A tuberculose secundaria(também chamada 
do adulto,pós-primaria ou de 
reativação),ocorre por reativação do foco 
primário(por queda da imunidade) ou por 
reinfecção exógena( o Individuo entra 
novamente em contato com o bacilo da 
tuberculose).O quadro de tuberculose 
secundaria pode evoluir para formas: 
-Cavernas pulmonares 
-Tuberculose pleural 
-Tuberculose Miliar 
-Tuberculose intestinal(disseminação 
hematogenica) 
 
Epidemiologia 
 
Embora a tuberculose possa ser estabelecida 
em primatas e animais de laboratório como as 
cobaias, os seres humanos são o único 
reservatório natural. A doença é disseminada 
com o contato íntimo pessoa-pessoa pela 
inalação de aerossóis infecciosos. Partículas 
grandes são aprisionadas na superfície da 
mucosa e removidas pela ação ciliar da árvore 
respiratória. Porém, partículas pequenas 
contendo de um a três bacilos da tuberculose 
podem alcançar os espaços alveolares e 
estabelecer a infecção. 
Contagio:-Um individuo bacilifero de uma comunidade 
pode infectar entre 10 e 15 pessoas num ano 
a depender do tipo de ambiente e duração da 
exposição 
- Somente pessoas doentes com tuberculose 
pulmonar e laríngea transmitem a doença 
- Transmissão por fala,espirros e tosse 
-Somente o núcleo das gotículas em 
suspensão (núcleos de Wells) com diâmetro 
de até 5 micra que podem atingem os 
brônquios e alvéolos (1 a 2 bacilos). 
- Não há transmissão por roupas, lençóis, 
copos e outros objetos, pois os bacilos 
dificilmente se dispersarão em aerossóis. 
- transmissão depende da capacidade da 
fonte produzir gotículas-núcleos (1 a 250/h) , 
no sarampo 5.000/h 
- > convivência > possibilidade de infecção 
(tempo necessário para uma infecção bem 
sucedida 100 e 200h) 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) 
estima que um terço da população mundial 
esteja infectado por M. tuberculosis. 
Atualmente são nove milhões de novos casos 
e dois milhões de mortes por M. tuberculosis 
por ano (i.e., uma morte a cada 20 segundos). 
As regiões com maior incidência da doença 
são a África Subsaariana, o Sudeste da Ásia e 
o Leste da Europa. 
Outra população com risco aumentado para a 
tuberculose são os desabrigados, os 
dependentes de álcool e drogas, os 
presidiários e indivíduos infectados com o 
vírus da imunodeficiência humana (HIV). Por 
ser difícil erradicar a doença nesses pacientes, 
a disseminação da infecção para outros 
indivíduos, incluindo trabalhadores da área de 
saúde, é um problema de saúde pública 
significativo. No caso de M. tuberculosis 
resistente aos antimicrobianos, isso é 
particularmente verdadeiro, pois pacientes 
que recebem tratamento inadequado podem 
permanecer infecciosos por um longo tempo. 
 
Características Clínicas 
Embora a tuberculose possa envolver 
qualquer órgão, a maioria das infecções em 
pacientes imunocompetentes é restrita aos 
pulmões. O foco pulmonar inicial se localiza 
nos campos pulmonares médio ou inferior, 
onde os bacilos da tuberculose podem se 
multiplicar livremente. A imunidade celular 
do paciente é ativada, e a replicação das 
micobactérias cessa na maioria dos pacientes 
dentro de três a seis semanas após a 
exposição ao microrganismo. 
Aproximadamente 5% dos pacientes expostos 
a M. tuberculosis progridem para a doença 
ativa dentro de dois anos, e outros 5% a 10% 
apresentam a doença em algum momento ao 
longo da vida. 
 
 
A probabilidade de a infecção evoluir para 
doença ativa é uma função tanto da dose 
infecciosa como da competência imune do 
paciente. Por exemplo, a doença ativa se 
desenvolve em um ano após a exposição em 
aproximadamente 10% dos pacientes que são 
infectados pelo HIV e apresentam uma 
contagem baixa de células T CD4. Em 
pacientes HIV-negativos há um risco de 10% 
para o desenvolvimento da doença durante 
toda a vida. 
Em pacientes HIV-positivos, a doença aparece 
antes do início de outras infecções 
oportunistas, apresenta duas vezes mais 
probabilidade de se disseminar para sítios 
extrapulmonares e pode progredir 
rapidamente para a morte. 
Os sinais e sintomas clínicos da tuberculose 
refletem o sítio da infecção, com a doença 
primária usualmente restrita ao trato 
respiratório inferior. A doença é insidiosa no 
início. Os pacientes tipicamente apresentam 
queixas não específicas de mal-estar, perda 
de peso, tosse e suores noturnos. O escarro 
pode ser escasso ou sanguinolento e 
purulento. A produção de escarro com 
hemoptise está associada à destruição do 
tecido (p. ex., doença cavitária). O diagnóstico 
clínico é amparado por: (1) evidência 
radiográfica de doença pulmonar (2) teste de 
reatividade da pele positivo; e (3) detecção 
laboratorial da micobactéria, seja por 
microscopia ou cultura. Um ou ambos os 
lobos superiores dos pulmões são 
normalmente envolvidos em pacientes com 
doença ativa, incluindo pneumonite ou 
formação de abscesso e cavitação. 
A tuberculose extrapulmonar pode ocorrer 
como resultado da disseminação 
hematogênica dos bacilos durante a fase 
inicial de multiplicação. Pode não haver 
evidência de doença pulmonar em pacientes 
com tuberculose disseminada. 
 
 
Diagnóstico 
Clinico: 
-Relato de contato com pessoas com 
tuberculose 
-Sintomas e sinais sugestivos: 
1)Tosse seca ou produtiva por 3 semanas ou 
mais 
2)febre vespertina 
3)Perda de peso 
4)Sudorese Noturna 
5)dor de cabeça 
- Presença de fatores de risco:pessoas que 
vivem com HIV,câncer e etilistas. 
Laboratorial: 
Baciloscopia(escarro) 
Teste rápido molecular para 
tuberculose(TRM-TB) 
-Cultura e teste de sensibilidade aos 
antimicrobianos 
-PCR 
Diagnostico por imagem: 
-Radiografia de tórax 
- Tomografia computadorizada de tórax 
Diagnostico Histopatologico: 
-Biópsia 
Diagnostico de Infecção latente: 
- Prova tuberculínica-PT(nates chamado de 
PPD) 
 
 
 
 
Hanseníase ou 
Lepra(Mycobacterium Leprae) 
 
-Doença altamente infecciosa 
Contexto Histórico 
O bacilo Mycobacterium leprae tem andado 
pelo mundo há muito tempo. Já no século 6 
a.C., havia referências à temida doença por ele 
causada: a hanseníase. Acredita-se que a 
doença tenha surgido no Oriente e se espalhado 
pelo mundo por tribos nômades ou 
por navegadores, como os fenícios. 
Também conhecida como lepra ou mal de 
Lázaro, antigamente a enfermidade era 
associada ao pecado, à impureza, à desonra. 
Por falta de um conhecimento específico, a 
hanseníase era muitas vezes confundida com 
outras doenças, principalmente as de pele e 
venéreas. Daí o preconceito em relação ao seu 
portador: a trasmissão da doença pressupunha 
um contato corporal, muitas vezes de natureza 
sexual e, portanto, pecaminoso. 
Narrativas religiosas associavam as marcas na 
carne aos desvios da alma: eram os sacerdotes, 
e não os médicos, que davam o diagnóstico. No 
Velho Testamento, o rei Uzziah foi punido por 
Deus com a doença, por ter realizado uma 
cerimônia exclusiva aos sacerdotes. Mesmo 
sendo rei, teve que ir morar numa casa isolada 
e não foi enterrado no cemitério dos soberanos. 
Já no Novo Testamento, é marcante o episódio 
em que Cristo “limpa” um leproso. 
Quando não eram enviados para leprosários e 
excluídos da sociedade, os doentes não podiam 
entrar em igrejas, tinham que usar luvas 
e roupas especiais, carregar sinetas ou 
matracas que anunciassem sua preseça e, para 
pedir esmolas, precisavam colocar um saco 
amarrado na ponta de uma longa vara. Não 
havia cura e ninguém queria um leproso por 
perto! 
Somente em 1873, a bactéria causadora da 
moléstia foi identificada pelo norueguês 
Armauer Hansen, e as crenças de que a doença 
era hereditária, fruto do pecado ou castigo 
divino foram afastadas. Porém, o preconceito 
persistiu, e a exclusão social dos acometidos foi 
até mesmo reforçada pela teoria de que o 
confinamento dos doentes era o caminho para a 
extinção do mal. 
No Brasil, até meados do século XX, os doentes 
eram obrigados a se isolar em leprosários e 
tinham seus pertences queimados, uma política 
que visava muito mais ao afastamento dos 
portadores do que a um tratamento efetivo. 
Apenas em 1962 a internação compulsória dos 
doentes deixou de ser regra. 
O avanço das pesquisas comprovou que a 
hanseníase nem é uma doença tão contagiosa 
assim. Terapias foram desenvolvidas e, em 1981, 
a OMS passou a recomendar a poliquimioterapia. 
Em muitos paises desenvolvidos, a hanseníase 
já foi erradicada. 
Desde 1995, o tratamento é gratuitamente 
oferecido para os pacientes do mundo todo, e, 
nesse mesmo ano, no Brasil, o termo lepra e seus 
derivados foram proibidos de serem empregados 
nos documentos oficiais da Administração, em 
uma tentativa de reduzir o estigma da doença. 
Esse estigma, porém, vai muito além da 
denominação. Associada ao pecado na 
Antiguidade, a hanseníase hoje evidencia 
desigualdades sociais, afetando sobretudo as 
regiões mais carentes do mundo. Por isso, o 
preconceito persistee muitas pessoas ainda 
acreditam que apenas os pobres adquirem a 
doença. No entanto, apesar de ser trasmitida mais 
facilmente quando as condições sanitárias e de 
habitação não são adequadas, a hanseníase não 
escolhe, nem nunca escolheu, classe social. 
 
A lepra (também chamada doença de Hansen) 
é causada pelo M. leprae. Pelo fato de a 
bactéria se multiplicar muito lentamente, o 
período de incubação é prolongado e os 
sintomas desenvolvem-se em até 20 anos 
após a infecção. Assim como nas infecções 
por M. tuberculosis, as manifestações clínicas 
da lepra dependem da reação imune do 
paciente à bactéria. A apresentação clínica da 
lepra varia da forma tuberculoide à forma 
lepromatosa. Os pacientes com lepra 
tuberculoide (também chamada doença de 
Hansen paucibacilar) apresentam uma forte 
reação imune celular, com muitos linfócitos e 
granulomas presentes nos tecidos e 
relativamente poucas bactérias. Como 
acontece nas infecções por M. Tuberculosis, 
em pacientes imunocompetentes as bactérias 
induzem a produção de citocinas que 
medeiam a ativação de macrófagos, 
fagocitose e eliminação dos bacilos. 
Os pacientes com lepra lepromatosa (doença 
de Hansen multibacilar) possuem uma 
resposta forte aos anticorpos, mas um defeito 
específico na resposta celular aos antígenos 
de M. leprae. Assim, uma abundância de 
bactérias é tipicamente observada nos 
macrófagos da derme e nas células de 
Schwann dos nervos 
 
-Doença crônica,transmissível em todo 
território nacional 
-Agente etiológico:Mycobacterium leprae 
-Atinge Principalmente a pele e os nervos 
periferios 
-Capacidade de Ocasionar lesões neurais 
-Alto poder incapacitante,principal 
responsável pelo estigma e discriminação às 
pessoas acometidas pela doença 
--A infecçãopor hanseníase pode acometer 
pessoas de ambos os sexos e de qualquer 
idade 
-Entretanto,é necessário um longo período de 
exposição á bactéria 
-Pequena parcela da população infectada 
realmente adoece. 
-A terminologia hanseníase é iniciativa 
brasileira para minimizar o preconceito 
secular atribuído a doença,adotado pelo 
ministério da saúde em 1976. 
Características gerais do 
Patógeno-M.Leprae 
-Morfologia Semelhante ao 
M.tuberculosis(bacilos retos ou ligeiramente 
encurvados) 
-BAAR(alcoolc resistentes) 
- Imoveis e não produzem esporos 
-Não cultivados em meios de cultura artificiais 
- Temperatura ótima de crescimento 30 graus 
- Intracelular celular obrigatório sendo o 
homem o único a apresentar a doença 
- Multiplica-se por divisão binaria de 11 a 16 
dias 
- Afinidade por células cutâneas e por células 
dos nervos periféricos 
-Resiste no meio ambiente: 9 dias em 
secreções dessecadas e 46 dias em ambiente 
úmido 
-Baixa patogenicidade- Alta 
infectividade(infectar grande numero de 
indivíduos) 
-Única bactéria conhecida por invadir o 
sistema nervoso periférico 
- Afeta pele,vias aéreas e superiores,SNP e 
olhos 
- Invasão dos nervos e colonização da células 
de schwann 
-Proliferação celular nas células de schawann 
-Prejudica a produção de mielina leas células 
de schwann causando a perda sensorial 
-recrutamento celular e aumento de lesões 
 
Epidemiologia 
A lepra foi primeiramente descrita em 600 
a.C. e foi reconhecida em civilizações antigas 
da China, Egito e Índia. A prevalência global 
da lepra caiu dramaticamente com a 
disseminação da terapia eficaz. Mais de cinco 
milhões de casos foram documentados em 
1985 e pouco mais de 300 mil casos, 20 anos 
depois. Atualmente, 90% dos casos são 
observados no Brasil, Madagascar, 
Moçambique, Tanzânia e Nepal. 
A lepra é disseminada por contato pessoa-
pessoa. Embora a rota mais importante de 
infecção seja desconhecida, acredita-se que 
M. leprae seja disseminada pela inalação de 
aerossóis infecciosos ou pelo contato da pele 
com secreções respiratórias ou exsudados de 
feridas. Numerosas quantidades de M. leprae 
são encontradas em secreções nasais de 
pacientes com lepra lepromatosa. 
M. leprae não cresce em culturas livres de 
células. Dessa forma, a confirmação 
laboratorial da lepra requer achados 
histopatológicos consistentes com a doença 
clínica, teste de pele de reatividade à 
lepromina na lepra tuberculoide ou 
observação de bactérias acidorresistentes em 
material coletado das lesões de pacientes 
com lepra lepromatosa. 
Características clinicas da 
Hanseníase 
 
 
A lepra é uma infecção crônica que afeta a 
pele e os nervos periféricos. O espectro do 
envolvimento tecidual éinfluenciado pelo 
estado imune do paciente, como observado 
previamente. A forma tuberculoide é mais 
branda e caracterizada por manchas de pele 
não pigmentada. A forma lepromatosa está 
associada a lesões de pele desfigurantes, 
nódulos, placas, espessamento da derme e 
envolvimento da mucosa nasal. 
Lepra tuberculoide: 
 
 
 
Lepra lepromatosa: 
 
Classificação da Hanseníase de 
acordo com patogenicidade e 
manifestação 
Paucibacilar ou Unibacilar 
Tuberculose de uma ou poucas lesões de 
tamanhos variáveis,seca e 
descamativa,distribuição assimétrica,poucos 
nervos comprometidos. 
-Baciloscopia negativa(escarro não detecta) 
Tipos: 
-Indeterminada 
-Tuberculoide 
Formas não transmissiveis 
 
Hanseníase Indeterminada: 
 
 
 
 
 
 
 
Hanseníase tuberculoide: 
 
Multibacilar 
-Infitração de forma difusa 
-Multiplas lesões 
-Distribuição simétrica 
-Multiplos nervos comprometidos 
-Baciloscopia positiva(escarro positivo) 
Tipos: 
-Dimorfa 
-Virchoviana ou lepromatosa 
-Altamente transmissiveis 
 
Hanseníase dimorfa: 
 
 
 
 
 
 
Hanseníase Virchowiana ou lepromatosa: 
 
Sinais e Sintomas da 
hanseníase 
 
Diagnostico de Hanseníase 
Clinico: 
 
 
 
 
 
 
 
Laboratorial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento-Dose mensal e 
supervisionada 
 
 
d

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