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Anti Inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) - Farmacologia Medicina

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Aula 1 Humberto Azzi
3P - Medicina
FCMS/JF
AINEs
Vão atuar sobre um dos grupos de autacóides que a gente vem estudando. Na última aula 
estudamos as prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos e vários autacóides derivados do ácido 
araquidônico. Em outras aulas estudamos outros autacóides, como a bradicinina, serotonina, 
histamina e etc. A aula de hoje trata-se de medicamentos que inibem a produção daqueles 
autacóides que vimos nas aulas anteriores.
Principais efeitos:
efeitos anti-inflamatórios
efeitos analgésicos
efeitos antipiréticos
Os AINEs geralmente tem um caráter um pouco ácido, então são transportados na corrente 
plasmática ligados a albumina. Então, cerca de 90-98% deles quando distribuídos já na corrente 
sanguínea está ligada à albumina. Eles apresentam um grau de de absorção muito bom, mas 
podem ter interações nessa absorção, por exemplo, alimentos ou medicamentos antiácidos 
podem diminuir a sua absorção. 
A classificação dos AINEs por semelhança química (painel A), seletividade da isoforma da ciclo-
oxigenase (COX) (painel B) e meia-vida plasmática (painel C). O quadro da seletividade de COX 
foi elaborado a partir de dados publicados em Warner e Cols.
Aula 1 Humberto Azzi
3P - Medicina
FCMS/JF
Painel A: Como podemos perceber existe uma lista grande de AINEs neste painel, que podem ser 
classificados de acordo com vários critérios. Então, no dia a dia podemos encontrar uma 
classificação diferente para cada um, por exemplo, uma classificação baseada em sua 
semelhança química. Então, alguns são ácidos salicílos, outros são ácidos acéticos, assim como 
também podem ser ácidos fenilacéticos e etc. 
Painel B: Outra maneira de classifica-los é quanto a seletividade para inibição da COX. COX é 
aquela enzima que converte o ácido araquidônico em prostaglandinas. Existe a COX-1, existe a 
COX-2. Alguns tem uma seleção maior para COX-1 e outros possuem uma seleção maior para a 
COX-2. Assim como alguns não são seletivos, chamados também de tradicionais ou clássicos.
Painel C: Os AINEs podem ser classificados também de acordo com sua meia-vida. Existem os 
que possuem meia-vida curta próxima a 1h, e outros com uma meia-vida longa de até 60h (como 
no caso do Piroxicam). 
Mecanismo de Ação:
Os AINEs vão atuar da seguinte maneira: A sua ação é a inibição da Cicloxigenase (COX). Então, 
a COX é uma enzima que vai converter o ácido araquidônico. O ácido araquidônico vem dos 
fosfolipídeos que tem na membrana plasmática. Então, os fosfolipídeos que vem da membrana 
plasmática vão acabar originando através de fosfolipases o ácido araquidônico, que vai ser 
substrato para as enzimas, por exemplo, lipoxigenase 5 ou 12 e também a cicloxigenase (que é 
essa COX que a gente tá falando). A COX então vai formar prostaglandinas i2, f2, d2, e2 e 
tromboxano a2. De um modo geral, as prostaglandinas apresentam um efeito vasodilatador e um 
efeito álgico. Mas isso varia de acordo com a prostaglandina, por exemplo, a F vai induzir 
contração da musculatura lisa, a i2 vai diminuir a agregação plaquetária e etc. Então, a COX será 
inibida pelos AINEs. Então esse é basicamente o mecanismo de ação dos AINEs.
A consequência desse mecanismo são suas ações farmacológicas.
Ação Anti-Inflamatória: 
Redução das prostaglandinas vasodilatadoras (PGE2, prostaciclina) está associada a menor 
vasodilatação e, indiretamente, menos edema. O acúmulo de células inflamatórias não é reduzido.
Ou seja, vai atuar na inibição daquelas prostaglandinas vasodilatadoras. Na inflamação, 
encontramos alguns processos patológicos que são: dor, rubor, calor e edema. Além disso 
também pode ocorrer a perda de mobilidade. Então, a inflamação tem essas manifestações. E no 
caso o edema, o calor e o rubor, tem haver com a vasodilatação. Então há o rubor porque fica a 
vasodilatação gerada pela prostaglandina e2 e pela prostaciclina (que é a prostaglandina i2), ela 
vai provocar avermelhamento da região, com isso chega mais sangue e fica quente (aumenta o 
calor) e o edema porque há um maior extravasamento de plasma. Então, se a produção destas 
prostaglandinas vai ser inibida pela inibição da COX, a gente tem um certo controle da inflamação. 
Mas, temos que destacar que a migração das células para aquele local é um evento que não 
depende muito da prostaglandina, ela depende mais dos leucotrienos. Então, não há uma 
diminuição do acúmulo de células inflamatórias, mas sim uma diminuição desses eventos mais 
relacionados com a vascularização. 
Aula 1 Humberto Azzi
3P - Medicina
FCMS/JF
Efeito analgésico:
Diminuição na síntese de prostaglandinas significa menor sensibilização das terminações 
nervosas nociceptivas a mediadores da inflamação como as próprias prostaglandinas, a 
bradicinina e a 5-hidroxitriptamina.
O alívio da cefaleia resulta provavelmente de uma redução da vasodilatação causada pelas 
prostaglandinas.
O efeito analgésico ocorre da seguinte maneira: Algumas prostaglandinas são algicas. No gráfico, 
a prostaglandina vai se ligar no receptor de prostaglandina (receptores acoplados a proteina G). 
Esses receptores promovem o aumento da entrada de carga positiva na célula despolarizando a 
célula que, no caso, é um neurônio nociceptivo. Então, quanto mais prostaglandina tiver liberada 
perto dessa terminação nervosa mais disparo teremos ali por esse neurônio nociceptivo. Essa 
prostaglandina pode ser gerada, por exemplo, no caso de uma inflamação, aumento da 
temperatura, aumento/diminuição do PH, enfim, alguma alteração química ou física pode 
promover a liberação dessa prostaglandina que gera o estímulo doloroso. Com isso, se houver a 
inibição da sua produção terá uma inibição da propagação desse estímulo doloroso. Então, essa é 
a maneira que ocorre uma diminuição do efeito algico. Ou seja, os AINEs apresentam um efeito 
analgésico. Lembrando que esses AINEs é o utilizado com analgésico a partir de dores 
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inflamatórias consideradas até leves/moderadas, é recomendado usar os AINEs. Lembrando que 
o tratamento, em virtude de uma dor mais forte, são os opiódes. Em alguns casos a cefaléia ,por 
exemplo, consegue ser tratada com AINEs e outros não. As vezes numa enxaqueca, como vimos, 
é usado AINEs junto com um outro medicamento exclusivo para enxaqueca, como somatriptana.
Efeito Antipirético:
Este efeito deve-se em parte a diminuição da prostaglandina mediadora (produzida em resposta 
ao pirógeno inflamatório, a interleucina 1) que é responsável pela elevação do ponto de ajuste 
hipotalâmico para o controle da temperatura, causando febre.
Antipirético é um termo que se refere ao controle do calor. Então quando o paciente está com 
febre isso é resultante da produção de prostaglandinas, produção de moléculas que alteram o 
controle da temperatura no hipotálamo. Então, uma dessas moléculas são as prostaglandinas, 
outras são as interleucinas, são moléculas do sistema imunológico, são outros autacódides 
chamados de citocinas. Por exemplo, o TNF-alfa, o interferon-gama, fator de necrose tumoral, 
prostaglandina e2, são todas moléculas que no hipotálamo irão desregular o seu funcionamento e 
causar a elevação da temperatura corporal. Então a sua produção acontece quando temos 
infecção por vírus, bactérias, fungos, protozoários, vermes, enfim, todos aqueles parasitas. Mas 
também acontece em casos de lesões celulares, então associamos muito o aumento da 
temperatura a partir de infecção mas há casos que a temperatura aumenta por outros fatores, 
como politraumatismos ou até mesmo quando estamos num ambiente mais quente, por exemplo. 
O fato é que, necessitando uma ação farmacológica importante nos AINEs é o efeito 
ANTIPIRÉTICO. 
Efeitos indesejáveis comuns (dose -dep):
Gastrointestinais:
Erosaão/úlceras gástricas (15% - 30% dos pacientes)
Anemia por hemorragias GI
Dor abdominal dor abdominal
Náuseas
Anorexia
Perfuração
Diarreia
A maioria dos AINEs são dose dependentes, ou seja, quanto maior a dosagem utilizada mais 
efeitos adversos irão surgir. Já vimosque na região gástrica há o muco, que impede a ação dos 
ácidos gástricos comuns naquela região para neutralizar a acidez do suco gástrico. Esse muco é 
produzido por prostaglandinas, principalmente a COX-1 gera produção de prostaglandina i2 e e2 
envolvidas com a produção de muco. Como essas prostaglandinas são inibidas com os AINEs 
tem-se uma diminuíção da proteção mucosa alcalina e isso pode levar a erosão dessa camada 
mucosa propiciando o surgimento de feridas ali, denominadas úlceras gástricas. Em casos onde 
esse ferimento/úlcera ele continua frequente pode gerar hemorragias. Então, existem casos em 
que o paciente chegou com hemorragia gástrica muito intensa resultante do uso exacerbado de 
AINEs, como utilizar AS em grande quantidade, o qual sabemos que é utilizada em grande 
quantidade no tratamento de doenças cardiovasculares. Então, o paciente usou uma dose maior, 
tinha úlcera e chegou com hemorragia muito grave e não conseguiu reverter o quadro e acabou 
morrendo. Esses são dois efeitos importantes que tempos que levar em consideração para o uso 
de AINEs.
Aula 1 Humberto Azzi
3P - Medicina
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Renais
Aumento da retenção de sódio e água
Edema, piora da função renal em pacientes renais/cardiacos/cirroticos
Menor eficácia de medicamentos anti-hipertensivos
Menor eficácia de diuréticos
Redução da excreção de uratos
Hiperpotassemia
Quanto maior a idade do paciente mais atenção deve se dar para esses efeitos. Por exemplo, os 
AINEs vão aumentar a retenção de sódio e água, e isso para um paciente idoso pode ser perigoso 
pois ele provavelmente é hipertenso, pois a prevalência da hipertensão é muito grande na 
população mundial. Então, usando AINEs ele tem uma tendencia maior em reter sódio, 
propiciando o surgimento do edema que complica mais ainda quadros que naturalmente geram 
esse edema. Então, nesses pacientes tem que se ter um cuidado maior devido a esses sintomas/
efeitos-adversos. 
Hipersensibilidade
Rinite vasomotora
Asma
Urticária
Rubor
Hipotensão
Choque
Os AINEs também podem causar reações alérgicas, existem pacientes que tem alergias a AS, por 
exemplo. Em aulas passadas quando comentamos sobre bradicinina em que há o edema 
agioneurótico, onde há uma vasodilatação muito brusca/intensa. Esse fato pode acontecer 
naquele paciente o qual faz utilização de IECA, podendo desenvolver esse edema onde o 
paciente tem inchaços na glote por exemplo podendo problematizar a vida do indivíduo. Então, há 
casos em que a hipersensibilidade aos AINEs que merecem atenção. 
Plaquetas
Inibição da ativação plaquetária
Propensão e equimoses
Maior risco de hemorragias
Os AINEs também influenciam na coagulação do sangue, pois eles impedem a ativação 
plaquetária que estarão envolvidas justamente com a formação do trombo. E alguns são na 
verdade anticoagulantes, são secretados pelo endotélio impedindo a coagulação. Então, há 
momentos em que esses AINEs podem causar hemorragias dependendo do caso, por exemplo, 
quando ele impede a produção de tromboxano a2 que é pro-agregante plaquetário e, caso onde 
há inibição da ativação plaquetária. Vai depender da propriedade em que cada um daquela lista 
de AINEs apresenta e desempenham com maior potencial.
SNC
Cefaléia
Vertigem
Tonturas
Confusão
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Depressão
Redução do limiar convulsivo
Hiperventilação (salicilatos)
Hiperventilacao quer dizer que gera um aumento da disponibilidade de gás carbônico.
Salicilatos:
Analgésico "caseiro" mais utilizado
Proteção cardiovascular em baixas doses devido ao seu efeito anti-plaquetário
Pode causar “salicismo” e Sindrome de Reye
Para exemplificar um pouco mais, o AAS, que é o Acido Acetilsalicílico e um tipo de salicilato é o 
analgésico caseiro mais utilizado no Brasil devido ao seu fato antiplaquetário uma vez que inibindo 
a COX ele diminui a produção de tromboxano a2, que é um importante anti-agregante plaquetário. 
Então, em doenças resultantes de infarto, por exemplo, o paciente num caso de angina será 
recomendado que faca esse agregante em doses baixas por um longo período de tempo. Mas, 
dependendo do paciente isso pode gerar o Salicismo ou Síndrome de Reye que são quadros 
possíveis em que o paciente pode apresentar. No Salicismo o paciente fica confuso, respiração 
hiperventilada, é um quadro que merece atenção. A síndrome de Reye quando há uma falência do 
figado, então tem-se uma disfunção hepática grande e isso induz o surgimento de encefalopatias 
resultantes da falta de degradação de amônia, por exemplo, mais comuns em crianças. Portanto, 
as crianças não devem utilizar AAS. Quando a criança estiver com a temperatura corporal alta, o 
que é mais recomendado com que seja utilizado o Paracetamol, que tem um bom efeito 
analgésico e anti-pirético, apesar de um fraco efeito anti-inflamatório.
Paracetamol
Bom efeito analgésico e antipirético com fraco efeito anti inflamatório
Possui menos toxicidade gástrica e renal que o AAS e os AINEs
Pode ser utilizado em crianças com infecções virais
Dipirona
Semelhante ao paracetamol com boa atividade analgésica e antipirética com pouca atividade anti 
inflamatória
Proibida por muitos anos sua utilização nos Estados Unidos devido a possibilidade de indução de 
agranulocitose irreversível (saíram estudos dizendo que este fato não acontecia, mas lá ainda é 
proibido)
Largamente utilizado na Europa e Brasil
Assim como o paracetamol pode ser utilizado em crianças. Geralmente, alternando, passa-se o 
paracetamol de 6 em 6 horas e se a febre não abaixar em 3 horas alternasse para a dipirona.
AINEs seletivos para COX-2 (chamados de coxibes)
Tolerabilidade superior aos AINEs não seletivos
 Celecoxibe
 Valdecoxibe e rofecoxibe
 Lumiracoxibe e etoricoxibe
Aula 1 Humberto Azzi
3P - Medicina
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São mais toleráveis. Possui menos efeitos adversos do que aqueles primeiros, uma vez que a 
COX-1 também é ativada durante a inflamação mas ela é muito ativada em outros eventos que 
não são inflamatórios. Mas a COX-2 também é ativada em efeitos inflamatórios e não 
inflamatórios, o fato é que eles apresentam maior tolerabilidade do que os AINEs não seletivos, 
aqueles que inibem a COX-1, mas podem gerar alguns efeitos adversos que são sérios. Então, os 
coxibes podem acabar gerando, apesar de menos efeitos adversos, alguns efeitos adversos 
cardiovasculares e renais. Isso acontece porque o funcionamento dos rins, como a formação da 
urina a formação da renina, dependem muito das prostaglandinas (principalemente a 
prostaglandina e2) e ela é bastante inibida pelos coxibes. Outra causa é a inibição dessas 
prostaglandinas e2 e i2 que no ambiente cardíaco são cardioprotetoras, ajudando a impedir a 
coagulação nas artérias coronárias secretadas pelo endotélio e ainda apresentam também aquela 
relação com tromboxano. Então, vai haver a diminuição do tromboxano e isso pode gerar grandes 
consequências cardiovasculares.

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