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Pediatria Lucas Magalhães de Oliveira HEPATITE A VHA CARACTERÍSTICAS CLÍNICA Diagnóstico sorológico • Família: Picornaviridae • RNA pequeno e simétrico • Resistente a calor (1 hora a 60graus), frio (5 graus), meio ácido (pH 3), detergentes não iônicos e sais biliares • Mantém estável em TGI e, por longos períodos, em água residual-risco de transmissão fecal-oral por alimentos não higienizados. • Patogênese relacionada a resposta imune, celular e humoral - se o pct tiver resposta exagera, ele faz quadro de hepatite fulminante. • Transmissão fecal-oral • Mais transmissível no período pré-ictérico até final da primeira semana de icterícia • Doença global com 3 áreas: – Elevada endemicidade: países pobres - não tem vacinação – Endemicidade intermediária - já faz vacinação – Baixa endemicidade: não fazem a vacina e por isso tem um risco de epidemia, o que geralmente não acontece pelo bom contexto social, cultural do país. • Países desenvolvidos: alta susceptibilidade a epidemia • Na maioria, assintomáticos ou oligossintomáticos • Não há portador crônico!!! Hep A é Aguda! • Possíveis manifestações: – Hepatite Aguda com manifestações colestáticas prolongadas: icterícia por mais de 12 semanas, não é o habitual, por que geralmente com 1 mês se resolve – Hepatite Aguda com manifestações extra-hepáticas (infrequente): artrite e vasculite cutânea - são mais comum na B do que na A – Hepatite Aguda de curso atípico (4 a 20% casos): manifestações clínicas ou bioquímicas por 8 a 40 semanas • Hepatite A – IgM: positiva por 4 a 6 meses – IgG: memória imunológica Obs: se o seu pct tem um quadro de hepatite e não tem historia de relações sexuais, não recebeu transfusão sanguinea, mas tbm não é imunizado, não deve-se pensar em hepatite B, porque o contágio é sexual e sanguineo, então tem que pensar em contágio fecal- oral e em hepatite A. Profilaxia – Vacina, saneamento básico... – Imunoglobulina para contactentes até 2 semanas após contato: menores de 1 ano, imunodeprimidos e hepatopatas crônicos, pct vacinado não precisa da imunoglobulina!!! Prognóstico - Favorável, sem risco de cronicidade Forma fulminante: 0,5% HEPATITE B VHB CARACTERÍSTICAS CLÍNICA DIAGNÓSTICO • Hepadnavírus citopatogênico e hepatotrópico • Genoma: DNA de cadeia dupla • Replicação em hepatócitos • Antígenos: – HbsAg: antígeno de superfície – HbcAg: contém genoma viral – HbeAg: polipeptídeo encontrado em soropositivos para HbsAg. Sua presença indica replicação viral. Porém, sua ausência não exclui esta possibilidade – Pct HbeAg + à pct com franca replicação viral. • Período de incubação: 50 a 180 dias (média 60-90 dias) • Transmissão: – Parenteral – Oral–oral: pouco efetiva – Sexual – Vertical • 95% ao nascimento • 5% intrauterina • Transmissão vertical: – Mãe HbeAg+ : 90% chance de doença crônica ativa para neonato – Mãe HbsAg+ e HbeAg- : 20% chance de doença crônica para neonato = isso mostra como o HbeAg é marcador de replicação viral e risco de cronificação da dç • Transmissibilidade: depende do estado de portador – Doença aguda: final da incubação até período variável de tempo após surgimento da icterícia • Replicação no hepatócito • Integração do genoma viral ao genoma celular na infecção crônica Hepatocarcinoma relaciona-se a alteração de regulação dos genes do hepatócito a que se incorporou o genoma viral. • Aguda: - Manifestações extra-hepáticas comuns: • Período prodrômico: artrite, exantema, linfadenomegalia • Complicações: GNDA, poliarterite nodosa, anemia aplásica • Aguda com evolução fulminante • Estado de portador – Hepatite Crônica: grande preocupação - Cirrose - Carcinoma hepatocelular • Hepatite B – HBsAg: antígeno da hepatite B, indica infecção! – Anti-HBsAg: surge 2 sem a 2 meses após desaparecimento do antígeno. Positivo em 80% daqueles que se tornam HbsAg- (negativo): anticorpo contra o antígeno – Anti-HBcAg: positiva 1 semana ou pouco mais após início da doença. A classe IgM é o marcador mais importante da fase aguda – HBeAg: indica replicação viral (HBsAg tb será +) – Anti-HBeAg: pode ser positivo em pacientes crônicos HBsAg+ (forma crônica) Prognóstico: • Evolução pode ser mais grave – Forma fulminante em menos de 1% – Forma crônica: tanto mais frequente quanto mais jovem. Neonatos: 80 a 90% risco. Profilaxia: – Vacina – Imunoglobulina à RN de mãe HBsAg+: vacina + imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida para evitar evolução crônica da dç. HEPATITE C CARACTERÍSTICAS CLÍNICA DIAGNÓSTICO • Não há descrição de forma fulminante • Infecção inaparente ou sintomatologia escassa na fase aguda: mal estar e icterícia • Infecção por via vertical assintomática por anos • Relativamente benigna na infância - pode ser passada materno-fetal; na criança é mais benigna do que nos adultos • Dano hepático crônico e elevada morbimortaliade na vida adulta • Relacionado a Carcinoma hepatocelular - Ensaios sorológicos Elisa de segunda ou terceira geração Imunoblot (Não definem doença aguda ou crônica: demoram meses a positivar e podem manter positivos por anos) Ensaios moleculares: PCR Prognóstico - Benigna na infância - Infecção na faixa etária pediátrica pode funcionar como fator protetor para forma crônica. (Benigno na infância, o maior problema é na fase adulta). HEPATITE D HVD CARACTERÍSTICAS CLÍNICA DIAGNÓSTICO • Vírus delta: RNA • Capacidade de replicação autônoma • Necessita do VHB para organização final e excreção para fora do fígado - o pct para ter acometimento do fígado pela hepatite D, ele precisa primeiro ser infectado pela hepatite B, se ele não for, o vírus D não irá causar nenhum problema ao fígado desse pct. • Transmissão semelhante a VHB – Parenteral e sexual: mais importantes • Distribuição universal: – Brasil: Amazônia Ocidental • Usuários de drogas injetáveis e com vida sexual promíscua são mais predispostos • Duas formas de infecção: 1) Coinfecção: - Contaminação simultânea VHB e VH 2) Superinfecção - Portador crônico do VHB se contamina com VHD - essa contaminação pode agravar o quadro clínico do pct e piorar o desfecho deste. 1) Na coinfecção VHB e VHD = os mesmos da Hep B: – Pode apresentar forma aguda benigna com evolução dependente do VHB – Pode haver síntese maciça de VHD e hepatite fulminante 2) Na superinfecção: evolução aguda benigna ou grave – Quando já há hepatopatia crônica: rápida evolução para formas mais graves inclusive com insuficiência hepatica Considerar em portadores de VHB com má evolução e proveniente de áreas endêmicas – Ac anti VHD: marcador sorológico. 1) Coinfecção: Anti-HBcIgM + e Anti-VHD IgM +: adquiriu as duas doenças simultaneamente 2) Superinfecção: HBsAg+, Anti-HBcIgM neg, Anti- VHD IgM+ : já tinha a doença crônica, não produziu anti-HBc pela cronicidade da dç e agora foi infectado pelo vírus D. Prognóstico Infecção crônica pelo VHD é a principal causa de cirrose em crianças e adultos jovens de áreas endêmicas HEPATITE E VHE CARACTERÍSTICAS CLÍNICA DIAGNÓSTICO - RNA vírus • Causa mais doenças em adultos – Letalidade: 1 a 2% da população geral – Letalidade das grávidas: 10 a 20% • Período de incubação: 15 a 60 dias • Contaminação por água • Transmissibilidade: uma semana antes dos sintomas e persiste por 2 semanas • Semelhante a Hepatite A • Pode evoluir para formas fulminantes em gestantes • Não há relato de forma crônica - Anti-VHE IgM+ desde final da primeira semana de doença até 4 a 6 meses - Anti-VHE IgG- negativa após 12 meses da infecção - Pesquisar após exclusão de Hepatite A, B, C, MI(mononucleose) e CMV.Prognóstico - Sem relatos de cronificação OUTROS VÍRUS • Vírus G • Vírus TT - Flaviviridae: RNA - Encontrado em associação com portadores crônicos do VHC - Transmissão parenteral, sexual e vertical - Circoviridae: DNA - Indícios de transmissão fecal-oral
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