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RESUMO SOBRE JUSTIÇA RESTAURATIVA

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Brenda Amengol 
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RESUMO SOBRE JUSTIÇA RESTAURATIVA 
* A Justiça Restaurativa é um movimento que vem ocorrendo desde a década de 70 no 
Canadá e nos Estados Unidos e que tenta trazer uma abordagem do crime não pelo viés 
da culpabilidade, mas pela possibilidade de um encontro das pessoas (vítima, ofensor e 
comunidade) que foram afetadas diretamente ou indiretamente pelo dano. O método 
restaurativo é uma forma diferente de se trabalhar o conflito sem estigmatização, ele não 
modifica o sistema penal, mas transforma as experiências que as pessoas têm nesse 
sistema. 
* Instituída formalmente no Brasil pela Resolução 225, de 2016, do Conselho Nacional 
de Justiça, a justiça restaurativa ganhou naquele ano o nome de Política Nacional de 
Justiça Restaurativa no Poder Judiciário. Experiências nesse campo, porém, já vinham 
sendo realizadas desde 2005 na cidade de Porto Alegre, segundo informe do Ministério 
Público do Paraná. 
* A Justiça Restaurativa é aplicada em infrações de menor e maior potencial ofensivo. 
Consiste em reuniões mediadas por um facilitador entre vítima, ofensor e comunidade. É 
da vítima o papel de decidir onde, quando e qual a duração de cada reunião. O objetivo é 
que as partes cheguem a um acordo para responsabilização do ofensor com reparação de 
danos. Exemplos: atropelamento, agressão física ou moral, furto, importunação sexual. 
No Brasil tem-se trabalhado na maioria das vezes como crimes mais leves, já em outros 
países, a preferência é pelos crimes mais graves, pois os resultados são mais perceptíveis. 
* Quando um indivíduo agride outro, seja física, psíquica ou moralmente, é muito difícil 
que esse dano seja reparado. Em primeiro lugar, por causa da lentidão das ações judiciais. 
Mas mesmo quando há condenação, o encarceramento, por si só, não conserta os estragos, 
tampouco impede que, cumprida a pena, o autor do delito volte a delinquir. 
* Nós pensamos automaticamente em punição quando olhamos algo que causa um dano 
a outra pessoa, sendo contrário a lei. Logo depois pesamos que aquela pessoa deve ser 
penalizada com sofrimento. No entanto, devemos nos ater a reflexão de, será que essa 
pessoa sendo penalizada está satisfazendo o outro? Será que quem recebe a pena está 
sendo transformado, está “melhorando” sendo punido? Será que isso está satisfazendo a 
Brenda Amengol 
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polícia? Essa reflexão e insatisfação fez com que em 1974 no Canadá, o primeiro conflito 
fosse resolvido pelo movimento contemporâneo de justiça restaurativa. 
* Em 2002, a ONU definiu a Justiça Restaurativa como uma nova resposta ao crime, 
respeitando a dignidade e igualdade das pessoas, construindo entendimento e a harmonia 
mediante vítima, ofensor e comunidade, o tripé da Justiça Restaurativa. Com o tempo, 
essa “resposta ao crime” foi sendo modificada para qualquer ato que causasse algum 
dano. A Justiça Restaurativa não cessa enquanto não for satisfeita a necessidade da vítima 
(quando está quiser obter informação e seu caso for visto de forma mais empática), 
ofensor (quando este assumir a responsabilidade) e comunidade. 
* Vale ressaltar que a base da Justiça Criminal brasileira é retributiva, o foco é no crime 
e na punição do infrator, quanto maior o dano causado, maior a pena. Já a Justiça 
Restaurativa é uma alternativa efetiva ao sistema tradicional de justiça retributiva, 
especialmente em relação a crimes de menor potencial ofensivo, evitando a 
estigmatização da vítima e do ofensor, e pensando em formas efetivas de pacificação 
social, tendo em vista que foca em quem sofreu o dano e do que necessita devido a este 
dano, bem como, quem tem a obrigação de atender a esta necessidade. 
* Não é um método para aliviar a pena, mas uma forma de responsabilizar o ofensor e dar 
um novo “olhar” para a vítima, a fim de que ela tenha uma resposta mais adequada para 
suprir suas necessidades. Para que o processo restaurativo ocorra, ambas as partes 
precisam aceita-lo, e, o ofensor precisa ter condições reais de se responsabilizar, de 
reparar e de mudar seu comportamento. 
* A justiça restaurativa deve ser conduzida de forma a proporcionar uma oportunidade 
singular para as pessoas, a fim de que se inicie um processo de efetiva cicatrização dos 
efeitos do crime e responsabilização pela conduta ofensiva por meio de um procedimento 
que possui três fases. A primeira é chamada de pré-mediação em sessão individual; a 
segunda é chamada de pré-mediação em sessão conjunta; e a terceira é chamada de 
círculos restaurativos.

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