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Educação Profissional: Teoria e Prática

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: TEORIA E 
PRÁTICA
AS DUAS RACIONALIDADES QUE 
ORIENTAM A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
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Olá!
Na final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Analisar a temática da Educação Profissional e suas modalidades; 2.
proceder à realização das tarefas dadas nesta aula; 3. participar do estudo de modo a atingir os objetivos
propostos.
Considerando que a teoria crítica emancipatória destaca o conceito de Emancipação Humana, pode-se afirmar
então que esta concepção estimula mudanças reais e concretas na concepção de ensino, do conteúdo, do método
e das condições das possibilidades da prática pedagógica também na Educação profissionalizante.
O ensino na concepção crítico-emancipatória deve ser um ensino construído pelos alunos numa visão de mundo
que se apresenta a partir da aquisição do conhecimento.
Baseado na concepção crítica do ensino e a partir dos questionamentos, o estudante acaba por entender a
estrutura autoritária dos processos institucionalizados e impostos pelo sistema educacional e social.
O autor Kunz (1994) apresenta algumas de suas limitações.
“A primeira delas diz respeito à deficiência das práticas efetivamente testadas na realidade concreta, que
questionava, criticava e dava a entender que tudo estava errado na Educação (...), sem, no entanto, fornecer
elementos para uma mudança ao nível de prática.”
Pode-se comentar então que a tarefa da Educação crítica é promover condições para que as estruturas
autoritárias sejam extintas e o ensino encaminhado no sentido de uma racionalidade emancipatória.
Podendo para tal utilizar-se da linguagem que tem um papel importante no agir comunicativo funcionando como
uma forma de expressão do mundo social, para que todos possam participar em todas as instâncias de decisão.
Considerando as orientações didáticas, nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o papel do professor na
concepção crítico-emancipatória confronta, num primeiro momento, o aluno com a realidade do ensino.
Na primeira, os alunos descobrem, pela própria experiência manipulativa, as formas e meios para uma
participação bem sucedida..
Na segunda, em atividades de movimentos se manifestando pela linguagem ou representação cênica, o que
experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição.
Na terceira e última fase, os alunos aprendem a perguntar e questionar sobre suas aprendizagens e descobertas,
com a finalidade de entender o significado cultural da aprendizagem.
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A teoria instrumental tem o papel de fornecer os elementos específicos para uma pedagogia crítica-
emancipatória em suas sequências e nos seus procedimentos regrados.
A didática comunicativa fundamenta a função do esclarecimento e da prevalência de racionalidade comunicativa,
na qual se desenvolvem ações comunicativas, ou intenções simbolicamente mediadas.
A emancipação aqui é entendida como o processo que mede o uso da razão crítica e todas as ações, sendo elas:
social, cultural, política, econômica e subjetiva do sujeito e que deve ser desenvolvido pela educação. Este
processo também induz à autorreflexão, possibilitando aos alunos um estado de maior liberdade além da
aquisição de conhecimentos de seus verdadeiros interesses.
Assim, a emancipação pode ser entendida como o processo de libertar a jovem das condições que limitam o uso
da crítica e todo o seu agir social e profissional se desenvolveu pela educação.
A emancipação só é quando os responsáveis pela vida cidadã do indivíduo, ou seja, os agentes sociais, se tornam
elucidados e identificam a causa da dominação e/ou alienação.
Uma forma dinâmica do professor trabalhar com seus alunos é caminhar para uma educação emancipatória por
meio da promoção da ação e da comunicação objetivando expressar entendimentos do mundo social e do mundo
subjetivo.
Considerando que cada aula segue um plano de curso, inserido em um currículo elaborado pelo professor,
apresentado e discutido com os alunos e que cada aula tem uma essência que apresenta um conteúdo a ser
desenvolvido, um objetivo atingido a ser, uma metodologia que orienta a ação e, um prazo ou tempo total em
meses a ser cumprido, torna-se interessante elaborar arranjos materiais para alcançar as deficiências de cada
aluno.
Kunz chama a atenção, no entanto, que a transformação não pode se resumir a esses pontos que ele chama de
transformação prática. Esse tipo de transformação, de uma prática exigente para um menos exigente, segundo o
autor, não garante a condição crítica-emancipatória do ensino. O que vai garantir a condição crítica-
emancipatória, aliada à transformação prática, é a transformação do sentido individual e coletivo das atividades
da instituição requerendo, para isso, o elemento reflexivo.
Fique ligado
Lembre-se Para se alcançar tais fases, a estrutura do trabalho deve estar apoiada em
pressupostos teóricos com base em critérios de uma ciência humana e social, formando
alicerces do conhecimento para um agir racional e com comunicação.
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Na concepção crítica-emancipatória (KUNZ, 2001b, p. 148), segundo a leitura de BUSSO, Gilberto L. e VINDITTI
JÚNIOR; Rubens, o ensino 
"deve obrigatoriamente incluir o reflexo sobre o Mundo Vivido e respectivo Mundo do Movimento do
aluno", pois "entre a dimensão de determinada visão de mundo e uma visão correspondente de
Homem, existe uma relação muito grande pela tensa se pode chegar a interpretar a Educação como
um processo real (KUNZ, 2001a, p. 135)".
Segundo Kunz, sobre HOMEM E MUNDO, 
"a dimensão política contida em toda a ação educacional é resultado de uma consequência lógica
expressa pela imagem de Homem e Mundo que fundamenta toda a teoria educacional" (Ibid, p. 136).
(...) Para a superação (de uma educação através de um sistema 'bancário', citado por Freire) é
necessário uma leitura crítica da Realidade Social, que no campo pedagógico é possível pelo processo
dialético da Ação Comunicativa entre Educador/Educando, na medida em que a Compreensão de
Mundo dos participantes passa a ser analisada e entendida como objeto de conhecimento da ação
educativa (Ibid, p. 145). (...)
Uma formação de consciência no sentido crítico e dialético, o que quer dizer: Consciência e Mundo como
Subjetividade de Objetividade são inseparáveis (Ibid, p. 154-155). (...) 
"A consciência e o Mundo se dão ao mesmo tempo: exterior por essência à consciência, o Mundo é
por essência, essência relativo a ela" (SARTE apud KUNZ, 2001a, p. 155). Sobre SOCIEDADE E
CULTURA, na Concepção Crítica-Emancipatória (KUNZ, 2001a, p. 136) "a educação não é apenas uma
qualificação de indivíduos, no sentido individual. Esta qualificação de Sujeitos capazes de atuarem
através de uma 'ação comunicativa' competente deve visar, também, à Emancipação da Sociedade".
Cada indivíduo, em seu respectivo mundo, estrutura suas experiências interacionais, se estabilizando por
condicionamentos de antecipações recíprocas à medida que os agentes da educação se tornam responsáveis
pelas descobertas feitas pelos alunos, que podem ser mesmo boas ou não, mas que como educadores devem ter
condições de propiciar condições de trabalho os aspectos ou componentes de ordem social, econômica, cultural e
subjetivo dos indivíduos que buscam o conhecimento , não apenas por estar numa escola profissionalizante, mas
também e principalmente porque um dia vai se tornar um profissional.
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Cabe aos agentes educacionais, e aqui citando os docentes, conhecer seus alunos e se adaptar às suas realidades
favorecendo a aquisição dos conhecimentos teóricos, sem contudo descartar os aspectos afetivos e interacionais.
Para melhor concluir este estudo, é necessário refletir o respeito da proposta dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 1998 apud GALVÃO, 2002).
No referido documento, os conteúdos escolares são abordados em três dimensões.
Dimensão
Conceitual
Refere–se à abordagem das regras técnicas, dados históricos das modalidades e ainda
reflexões a respeito da ética, estética, desempenho, satisfação, eficiência.
DimensãoProcedimental
Esfera “do fazer”, tem por base respeito ao conteúdo ensinado pelo professor, que não
deve girar apenas em torno das habilidades motoras e do esporte, mas também da
organização, sistematização de informações e aperfeiçoamento.
Dimensão
Atitudinal
Inclui–se, neste aspecto, as normas, valores e atitudes. Esta dimensão está
intimamente ligada não somente ao aspecto teórico, mas também ao aspecto prático;
vivência dos conceitos.
Estas competências, ao que tudo indica, faz parte do "mundo virtual", são fundamentos que "antecedem" a
prática docente. Para "que as mesmas, os conceitos citados átremos ser organizados em dimensões: conceituais,
procedimentais e atitudinais".
"(...) Assim se forma uma 'Identidade Social' para cada indivíduo. Pedagogicamente são extremamente, neste
processo, como instâncias da Primeira Socialização, que são para a formação desta identidade social do
Educando." (KUNZ, 2001a, p. 141).
Sobre o CONHECIMENTO, a concepção crítica-emancipatória (KUNZ, 2001a, p. 151) defende
"que o campo pedagógico deve ser estruturado como um campo de ação a partir do conhecimento da
prática social - histórico e desse conhecimento e do conhecimento conhecido o saber universal e
históricoamente acumulado para avaliação crítica da Realidade e das relações sociais. Esta ação
deveria estabelecer, assim, a continuidade do conhecimento da prática social ao conhecimento
teórico do professor, deveria proporcionar a dimensão crítica ao educando, o que deveria levar, por
sua vez, à ruptura do conhecimento limitado e da experiência da Realidade Social restrita, e
simultaneamente reagir sobre esta própria Realidade Social no sentido de sua transformação.
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Este sistema de ação deveria estabelecer-se em um sistema circular, ou seja, o conhecimento crítico-teórico e
novamente retornando à prática social concreta. Em um 'processo de ação – reflexão – ação' (Ibid, p. 184).
Sobre educação, a Concepção Crítica-Emancipatória (KUNZ, 2001a) defende o seguinte:
"A educação é vista, desta forma, como uma interação com todos os aspectos conscientes e
socialmente regulamentados, na qual o jovem no percurso de seu desenvolvimento deve ser
qualificado, para assimilar, como dar continuidade ao desenvolvimento da Cultura de uma Sociedade
e neste processo de qualificação, ainda, se tornar uma pessoa independente e responsável."
(BRODTMANN e Outros apud KUNZ, 2001a, p. 136).
"A Educação, no entanto, não pode 'cruzar os braços' e esperar que estas mudanças no plano político,
econômico e social, por intermédio de outras instâncias, aconteçam. Como mudanças em sua
estrutura básica deve ser um objetivo imediato. Neste sentido, o sistema educacional brasileiro tem a
obrigação de antecipar as reformas sociais" (KUNZ, 2001a, p. 159).
O que vem na próxima aula
• Matriz teórica das propostas emancipatórias;
• as visões de Marx e Gramsci;
• o trabalho como princípio educativo da escola unitária.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Discutiu o tema Educação Profissional e as modalidades que a orientação incluindo a totalidade que 
constitui a vida do trabalhador, em suas dimensões no campo econômico, social, cultural, político e 
subjetivo.
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	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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