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CONCEITO • Retirada cirúrgica da vesícula biliar. • Cirurgia mais frequente trato digestivo devido à grande incidência litíase vesicular. • Colelitíase: cálculo na vesícula • Coledocolitíase: cálculo no colédoco • Colecistite: inflamação da vesícula • Colangite: inflamação das vias biliares • Colestase: estase da bile (por obstrução ou outras causas) • Colecistostomia: drenagem da vesícula biliar geralmente percutânea Colecistite aguda RELEVÂNCIA ANATÔMICA Localização: • Quadrante superior direito (hipocôndrio direito) • 45º cicatriz umbilical • Fundo da vesícula aproximadamente 2 dedos abaixo do rebordo costal • Entre segmentos IVa e V: o 1 – colédoco o 2 – vesícula biliar o 3 – ducto cístico o 4 – ducto hepático direito o 5 – ducto hepático esquerdo 1. Vesícula biliar 2. Artéria cística 3. Linfonodo cístico (Calot-Mascagni) 4. Artéria hepática própria 5. Aorta 6. Veia porta 7. Artéria gastroduodenal • Cuidados: artéria hepática direita e artéria gástrica direita Ducto cístico: • Cuidados: ducto hepático comum e colédoco Triângulo de Calot: • Limite direito: ducto cístico • Limite esquerdo: ducto hepático comum • Limite superior: artéria cística Triângulo Hepatocístico: • Limite direito: ducto cístico • Limite esquerdo: ducto hepático comum • Limite superior: borda hepática inferior • Internamente: artéria cística Variações da artéria cística: • 74% configuração normal • 20% dupla e bifurcada VARIAÇÕES DOS DUCTOS BILIARES EXTRA-HEPÁTICOS Configuração usual Ducto biliar acessório Ducto biliar acessório leito hepático Ducto de Luschka Ducto hepático direito com inserção longa no ducto colédoco Junção anormal do ducto cístico anterior e lateral esquerda Junção anormal do ducto cístico posterior e lateral esquerda Inserção longa do ducto cístico FATORES DE RISCO PARA LITÍASE • 4 Fs: o Idade (Forty) o Sexo feminino (Female) o Hormônios e gestação (Fertily) o Obesidade (Fat) • Perda rápida de peso (cirurgias bariátricas) • Doença, ressecção ou derivação ileal • Vagotomia troncular • Hemólise crônica (anemias, doenças autoimunes, púrpuras) • Fator racial (população indígena) • Dislipidemia • Sedentarismo • Diabetes, síndromes metabólicas e hiperinsulinismo • Medicamentos (Fibratos, Ceftriaxona) • Dietas e jejum prolongado • Hereditariedade • Cirrose • Infecção vias biliares (crônicas) • Nutrição parenteral total, traumas, grandes queimados (colecistite acalculosa) INDICAÇÕES PARA COLECISTECTOMIA • Calculose biliar (fatores risco) • Colecistite aguda ou crônica (calculosa ou alitiásica) • Malformação • Fístula pós-colecistotomia • Peritonite biliar • Neoplasias benignas (pólipos acima 10,0 mm) • Neoplasias malignas (T1a) Hipoplasia da vesícula biliar COLELITÍASE Quadro clínico: • MAIORIA ASSINTOMÁTICOS (75-80%) • Dor aguda contínua em hipocôndrio direito e/ou epigastro com ou sem irradiação para escápula. • Maior intensidade no início e melhora gradual em 24 horas. • Náuseas e vômitos. • Episódios esporádicos e associados após alimentação rica em gordura. Exame físico: • Dor abdominal à palpação Diagnóstico: • Ultrassom abdominal (padrão ouro) • Movimento da massa hiperecogênica quando paciente muda decúbito COLECISTITE Processo inflamatório agudo ou recidivante que acomete a vesícula biliar. • 95% litiásica: obstrução do ducto cístico por cálculos. Dor típica (cólicas): • Constante, no hipocôndrio direito e/ou epigástrio com irradiação para região dorsal superior direita, escápula direita ou interescapular • Dor persistente: acima de 6 horas (aguda) – abaixo de 4 horas (crônica) • Anorexia, náusea e vômitos • Distensão e eructação • Febre inicia baixa • Persistindo a obstrução: o Inflamação → edema → compressão vascular → isquemia → necrose → perfuração Exame físico: • Massa palpável no hipocôndrio direito (plastrão): apenas 20% dos pacientes • Icterícia (se colangite, coledocolitíase ou pancreatite associadas) • Sinal de Murphy + • Interrupção da inspiração por dor à compressão do hipocôndrio direito (ponto cístico) Laboratorial: • Leucocitose • Provas F(x) hepáticas alteradas ((TGO, TGP, bilirrubinas, fosfatase alcalina elevadas) • Enzimas pancreáticas Imagem: • Ultrassom o Sensibilidade: 85% o Especificidade: 95% • Espessamento da parede da vesícula (> 4 mm) – exceto ascite, hepatopatia, insuficiência cardíaca congestiva • Distensão da vesícula (> 8 cm) • Cálculos na vesícula • Líquido perivesicular • Murphy ultrassonográfico (especificidade > 90%) • Tomografia / RNM (colangioressonância): diagnóstico diferencial • Colecistite Enfisematosa (Clostridium, E. Coli, pseudomonas, etc.) PROCEDIMENTO CIRÚRGICO • Colecistectomia aberta • Colecistectomia videolaparoscópica (padrão ouro) COLECISTECTOMIA ABERTA 1. Paciente em posição supina, com cirurgião de pé à esquerda do paciente 2. Antissepsia com clorexidina e colocação dos campos cirúrgicos 3. Laparotomia subcostal direita (incisão de Kocher) • Aproximadamente 2,5 cm abaixo rebordo costal. • O ventre do músculo reto abdominal deve ser seccionado por eletrocautério, evitando-se sangramentos. • Vantagem: boa exposição hepática e vias biliares + possibilidade ampliar lateral e medial • Laparotomia mediana (rápida e suspeita de outras patologias associadas) 4. Inspeção da cavidade 5. O auxiliar afasta o fígado superiormente, exposição do leito vesicular, com Válvulas de Doyen e mantem o posicionamento das compressas e o afastamento visceral: antro gástrico e primeira porção duodenal. 6. Alguns cirurgiões puncionam o fundo da vesícula para aspiração do conteúdo biliar (facilita manipulação e palpação e evita migração de cálculos) 7. Tração do fundo da vesícula (na bolsa de Hartman), clampeando área puncionada, com pinça de Foerster (em anel), expondo o ligamento hepatoduodenal 8. Pode ser utilizada a técnica retrógrada ou fundocística (do fundo até infundíbulo) ou anterógrada (do infundíbulo até o fundo) 9. Identifica-se o triângulo de Calot e com o auxílio de uma pinça anatômica sem dentes + uma Mixter realiza-se dissecção do pedículo da vesícula 10. Inicialmente pelo ducto cístico, que é reparado com fio 2-0, e posteriormente liga-se e repara-se a artéria cística 11. Após o reparo das estruturas do pedículo, inicia-se o descolamento da vesícula biliar do seu leito hepático com o auxílio do eletrocautério 12. Ligadura e secção do ducto cístico entre os nós 13. Retirada da vesícula da cavidade abdominal 14. Cauterização do leito hepático (ligar ductos Luschka) e peritonização do ligamento hepatoduodenal 15. Revisão da hemostasia e da cavidade 16. Fechamento da parede abdominal por planos VIDEOCOLECISTECTOMIA 1. Posicionamento • Técnica americana x francesa: 2. Pneumoperitônio • Técnica aberta (Hasson) • Tecn. Fechada (agulha de Veress) • (Insuflação baixa < 3 mmHg até 15 mmHg) 3. Trocater 10/12 mm supra-umbilical e epigástrico + trocater 5 mm hemiclavicular e linha axilar anterior 4. Traciona-se o fundo da vesícula biliar direção posterior 5. Identifica-se Triângulo de Calot 6. Traciona-se infundíbulo (abrir “janela”) 7. Identificação e clipagem ducto cístico e artéria cística 8. Dissecção da vesícula do leito hepático 9. Retirada da vesícula da cavidade abdominal COLANGIOGRAFIA TRANSOPERATÓRIA Indicações: • Anatomia difícil • Suspeita de coledocolitíase • Suspeita de lesão da via biliar • Injeta-se contraste e solução fisiológica • Avaliação fluorescência por radioscopia COLEDOCOLITÍASE• Retirada cálculos via transcístico usando um cateter Basket/Dormia • Cateter balão tipo Fogarty • Coledocotomia, extrai os cálculos, faz coledocoplastia • Dreno de Kehr • Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) • Papilotomia na Ampôla de Vater SITUAÇÕES ADVERSAS • Síndrome de Mirizzi • Anatomopatológico: adenocarcinoma de vesícula biliar • Colecistectomia é o tratamento em T1a (lâmina própria/mucosa) – se Lfns negat. • Colecistectomia com ressecção hepática da fossa vesical (2 cm margens) + dissecção linfonodal para T1b a T2 • Hepatectomia ampliada para tumores invasivos (88% mortalidade) COMPLICAÇÕES
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