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1 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Mdd - 3 Relação Patógeno x Hospedeiro. Infecções Conceito: Invasão ou entrada de microrganismos em determinados hospedeiros. Nem sempre a relação do microrganismo com o hospedeiro vai causar doença, há relações a ex: da comensal no qual o microrganismo e o hospedeiro Co existem. Epidemiologia: PAÍSES DESENVOLVIDOS: As doenças infectocontagiosas podem ser causadas por um aspecto de imunossupressão, seja imunossupressão devido a uma doença infecciosa EX: HIV ou então devido a transplantes, tumores... Na pirâmide etária há mais idosos. Esses idosos são mais susceptíveis as doenças infecciosas porque o sistema imunológico do idoso acaba ficando mais comprometido naturalmente. (IMUNOSSENESCÊNCIA). PAÍSES EMERGENTES: Nesses países a problemática presente é o pouco saneamento básico que acaba susceptibilizando a determinados tipos de infecções (saneamento é uma das causas principais), e a fome que interfere na síntese de proteínas interferindo na resposta imunológica e na imunidade. Nesses países as crianças são as principais portadoras de doenças infecciosas, principalmente as respiratórias. Como se desenvolve a doença? ❖ Antes: O hospedeiro possui um estado de equilíbrio entre suas células e os microrganismos. O microrganismo causa a doença quando ocorre um desequilíbrio entre as funções de imunidade do próprio indivíduo e as características do microrganismo. 2 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS O ser humano possui mais de 100 a 1.000 vezes mais microrganismos existentes dentro do seu corpo – MICRORGANISMOS COMENSAIS, principalmente no trato gastrointestinal – do que células. Microrganismos atuam como uma função protetora porque estes organismos comensais formam nichos, que permite a flora bacteriana, flora microbiana – no trato gastrointestinal... A função protetora dos microrganismos comensais faz com que os organismos patogênicos, que causam doenças, não consigam se proliferar. Quando ocorre um desequilíbrio, ex quando há à perda desses microrganismos comensais ou quando tem a proliferação de um microrganismo patogênico que supere em termos de números os microrganismos comensais a doença se instaura. ❖ Meios de transmissão: CUTÂNEA: A pele é um mecanismo de defesa, constitui a imunidade inata. QUORUM SENSING: atua como forma de comunicação bacteriana, visto que uma bactéria libera um elemento químico no meio e outras bactérias que fazem parte daquela cepa bacteriana conseguem detectar aquele elemento químico e conseguem se aproximar daquelas bactérias que estão liberando o elemento, FORMANDO, PORTANTO, UM NICHO ou colônia bacteriana. Quando uma pessoa usa muito antibiótico sem critério isso pode matar essas bactérias que fazem parte dessa micro flora comensal e favorecer aqueles microrganismos patogênicos e resistentes. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES: VIRULÊNCIA: TEM HAVER COM A QUANTIDADE DE MICRORGANISMOS, (CARGA VIRAL). Tem haver com a capacidade de driblar os mecanismos de defesa, por isso se ele for muito virulento vai ter mais microrganismos que conseguem driblar as defesas do paciente infectado. PATOGENICIDADE: É a CAPACIDADE desse microrganismo de CAUSAR A DOENÇA. Mesmo uma pequena quantidade de microrganismos é capaz de causar a doença – Esse é muito patogênico. TEM HAVER COM GRAVIDADE INFECTIVIDADE: Capacidade do microrganismo SER TRANSMITIDO E ENTRAR, infectar o hospedeiro e/ou célula. Contagio. 3 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS É um mecanismo de defesa porque ela é INPERMEAVEL e porque possui alguns aspectos de PH que acabam permitindo a defesa contra o microrganismo. Para que haja uma infecção cutânea é preciso causar uma lesão na pele para que o microrganismo consiga atravessar. Pode ocorrer por queimaduras, mordidas e cortes... As infecções não necessariamente precisam entrar profundamente na pele. Devido ao desequilíbrio imunidade x carga viral parasitaria podem aparecer infecções oportunistas como infecções fúngicas e determinadas formas de micose. ORAL: Vai atravessar principalmente o trato gastrointestinal. Esse tipo de infecção pode se dar através dos alimentos, água não tratada ou frutas mal lavadas. O TGI tem vários mecanismos de defesa, EX: a acides do estomago, o PH acaba protegendo o hospedeiro de formas de infeção oral. Para que esse microrganismo que entrou via oral possa causar uma doença é preciso que este organismo tenha mecanismos de virulência, que consiga escapar de todos esses mecanismos de proteção. Outro mecanismo de defesa do TGI é a peristalse, ela avita que os microrganismos consigam aderir na parede. EXCESSÃO: Tem um caso no qual pode haver INFECÇÃO SEM LESÃO NA PELE, é o caso do Schistosoma mansoni, que atravessa a pele com ela intacta. Esse parasita vai liberar no meio, enzimas (Hialuronidases) que são capazes de produzir a degradação de determinadas proteínas da pele (desmogleínas), ao clivar as desmogleínas as enzimas vão desestruturar os desmossomos e permite a abertura da pele. É por isso que o parasito consegue entrar mesmo com a pele intacta - sem lesão. Tem alguns microrganismos que para se proteger da acidez do estomago desenvolve uma espécie de capsula ao seu redor que lhe confere proteção contra o baixo PH do estomago e as enzimas digestivas. Tem alguns microrganismos que vão acabar expressando algumas proteínas na sua superfície (adesinas) que vão permitir que a aderência na parede do TGI fique mais forte. 4 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Outro mecanismo de proteção é a própria produção de anticorpos, EX; imunoglobulinas do tipo A (IGA) que é muito produzida nas criptas intestinais – vilosidades intestinais, onde o indivíduo tem mais células chamadas M, abaixo dessas células M da cripta encontra-se a placa de peyer que tem vários leucócitos que produzem ex: anticorpos que ficam na verdade nas mucosas do TGI (MALT), ajudando a evitar que os microrganismos entrem e atravessem todo esse epitélio do TGI e cair na circulação sanguínea podendo levar a doenças. Outro mecanismo é a própria membrana do TGI. PULMONAR ou AÉREA: O que vai definir essa transmissão é o tamanho da partícula e os mecanismos de defesa que vão driblar o sistema imune. São microrganismos que passam via gotículas, via mucosa ex; no olho. Se o microrganismo for pequeno quer dizer que a distância da transmissão aérea vai ser maior. Ou seja, quanto menor o microrganismo mais ele consegue se dissipar. Microrganismos menores fazem infecções, principalmente, no trato respiratório inferior (ex: tuberculose). Já organismo com o tamanho maior, devido a mecanismos Importante: E. Coli e Salmonela: Conseguem se ligar ao endotélio, se esses microrganismos conseguirem se ligar, proliferar e invadir – atravessar o TGI, chegando ao sangue, esses organismos vão ser capazes de se ligar, através das suas proteínas de superfície, e ativar a proteína plasmática chamada de FIBRONECTINA, essa ligação / ativação faz com que haja o aumento da ativação de um fator (FATOR XII), esse fator XII vai causar uma coagulação bastante exacerbada. Quando há uma ativação dessa resposta coagulativa com muita coagulação, pode haver um excesso de coagulação em uma parte de corpo e hemorragia em outra – característica da COAGULAÇÃO VASCULAR DISSEMINADA CIVD. Isso é uma das características da sepse. ENDOTOXINAS: Toxinas existentes na superfície do microrganismo. EXOTOXINAS: Toxinas que os microrganismos liberam. 5 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS de defesa ex; a produção de muco, espiro e tosse acabam acumulando no trato respiratório superior.GENITO URINÁRIA: Ocorre através das práticas sexuais sem proteção. HPV, HIV... A anatomia também explica algumas formas de infecção principalmente do trato urinário inferior. Nas mulheres por exemplo o canal da uretra das mulheres é menor que o dos homens, então as mulheres tendem a ter uma infecção urinaria mais recorrente que os homens por causa dessa questão anatômica. Além da questão da anatomia, há também as questões hormonais que permitem uma proteção. Alterações hormonais podem desencadear uma causa de transmissões genitais femininas. Candidíase é causada por uma alteração do PH que pode vir por uma alteração hormonal envolvida.
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