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Análise psicológica do filme ilha do medo

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ANÁLISE DO FILME ILHA DO MEDO – PERSONAGEM ANDREWS LAEDDIS 
A história tem início com a chegada do delegado Edward Daniels e seu assistente Chuck Aule a 
uma ilha, na qual funciona um manicômio e eles teriam sido designados para solucionar o 
desaparecimento de uma das pacientes. Após descerem da balsa que os trouxe, Daniels logo 
percebe uma tensão extrema por parte da equipe de segurança do local, como também, durante 
o primeiro interrogatório com a equipe de funcionários sobre o desaparecimento, é observado 
pelo delegado um tom de ironia nas respostas das enfermeiras para as indagações feitas por ele. 
Isto posto, todos esses acontecimentos podem ser explicados, pois, na verdade, tudo se tratava 
de uma encenação, ou um psicodrama. Edward Daniels na verdade se chamava Andrew Laeddis, 
um veterano da segunda guerra que após retornar se tornou delegado e casou-se, porém, sua 
esposa que possuía transtornos mentais assassinou seus três filhos, e Laeddis ao chegar em casa 
a matou com um tiro. Com isso, após todos os acontecimentos que envolveram sua família, sua 
situação mental deteriorou-se, tendo em vista que é possível observar durante o filme que ele 
carregava um transtorno de stress pós traumático da guerra. 
Dessa forma, a partir desse psicodrama, que consistia numa terapia de grupo promovida pelos 
psiquiatras que tratavam Andrew, é possível explicar as atitudes de medo e ironia expressas 
pelos profissionais uma vez que se tratava de um interno do manicômio. Paciente este que se 
tornava perigoso por ser um militar treinado. Para que a experiência fosse possível, 
suspenderam a medicação que o mantinha parcialmente controlado, a clorpromazina, o que fez 
surgir efeitos de abstinência, tais como tremor, náusea, vômito, vista embaraçada, visões, 
dentre outros. 
A partir disso, é possível inferir algumas características e atitudes observadas no paciente 
Andrew Laeddis que são compatíveis com o TP Paranóide. Dentre estas, ele atribui que a piora 
de seu estado de saúde se dá por estar sendo drogado pelos remédios e cigarros que lhe eram 
fornecidos, hipótese essa que é confirmada por uma visão de Noyce, que seria uma psiquiatra 
foragida, na qual a mesma confirma o que Laeddis desconfiava. Outro exemplo se deu no início 
do filme, quando Andrew sentiu a necessidade de explicar ao psiquiatra que fingia ser seu 
parceiro, detalhes criados por ele da morte de sua esposa após uma simples pergunta sobre a 
causa do falecimento, o que mostra uma posição de desconfiança e defesa extrema. 
Vale salientar que durante as alucinações o seu subconsciente sempre lhe acusava das 
atrocidades que cometeu, como quando sua falecida esposa aparecia acusando Andrews de 
assassinato, como também, na marcante frase dita pela psiquiatra que o mesmo criou: “você 
não pode descobrir a verdade e matar Laeddis ao mesmo tempo. Você tem que escolher”. 
Assim, o transtorno paranoide de Andrew Laeddis o faz criar histórias fantasiosas tais como 
teorias da conspiração envolvendo quem está em volta dele, que são embasadas por suas 
alucinações, e sempre que algo tenta trazer a verdade ele reage de forma extremamente 
agressiva o que o torna um paciente perigoso de se conviver. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2018.

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