Buscar

Serviços Notariais e Registrais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
2
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
3
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Gildenor Silva Fonseca
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
4
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
5
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
6
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Milena Barbosa de Melo
7
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
8
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
A partir da necessidade de se buscar segurança jurídica nas rela-
ções sociais, observa-se o surgimento do instituto do notariado e registro, 
visto ter o objetivo eminentemente de se estabelecer proteção e, ainda, de 
resguardar determinados direitos os atos realizados no âmbito do notariado 
devem se tornar públicos. E, portanto, ao passo que o sistema notarial traz 
segurança jurídica no âmbito das atividades desenvolvidas pela sociedade 
como um todo existem vários requisitos exigíveis que são prognosticados 
dentre as normas de direito notarial e registral no tocante às instituições 
jurídicas que podem ser identificadas no âmbito do sistema jurídico brasilei-
ro. A presente unidade explora os temais gerais que devem ser estudados 
sobre o direito notarial e registral, suas especificidades e, por fim, as suas 
atribuições, as competências, bem como compreender elementos porme-
norizados da Lei de Registros Púbicos (LRP), que é principal norma a dis-
ciplinar o sistema registral brasileiro, distribuída em seis títulos. Tratar-se-á 
da legislação pertinente que acrescentou novas competências ao direito 
registral, tal como a Lei 11.441/2007. Finalizando com análise acerca do 
instituto da Averbação Premonitória, previsto no art. 828 do CPC. 
Direito notarial e registral. Lei de Registros Públicos. Registro Civil.
9
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
 CAPÍTULO 01
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS REGISTRAL E NOTARIAL
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
18Dos Serviços Notariais e do Registro ____________________________
Competência dos Registradores _________________________________
Competência dos Notários _____________________________________
Recapitulando _________________________________________________
22
24
27
 CAPÍTULO 02
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS
Disposições Gerais _____________________________________________
Escrituração e Ordem de Serviço _______________________________
Nascimento ___________________________________________________
Casamento ____________________________________________________
Do reconhecimento da União Estável ___________________________
Óbitos _________________________________________________________
Atos sujeitos a Registros Especiais ______________________________
Das Averbações e Anotações ___________________________________
Recapitulando _________________________________________________
34
35
38
41
43
44
47
51
54
10
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
 CAPÍTULO 03
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS
Registro Geral _________________________________________________
Registro Especial ______________________________________________
Do Procedimento de Registro das Pessoas Jurídicas ____________
Registro de Títulos e Documentos ______________________________
Registro de Imóveis ____________________________________________
Lei nº 11.441 de 2007 – Inventário e Divórcio por Escritura Pública
Averbação Premonitória _______________________________________
Recapitulando ________________________________________________
Fechando a Unidade __________________________________________
Considerações Finais __________________________________________
Referências ___________________________________________________
59
61
62
63
66
75
76
78
83
86
87
11
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O texto normativo que se refere à LRP é reconhecidamente 
bastante complexo em virtude sua extensão e amplitude. Portanto, a Lei 
6.015/1973 foi dividida em vários títulos, no sentido de se tentar facilitar 
o processo de compreensão de seu conteúdo. 
No decorrer do processo de leitura da LRP torna-se perceptível 
a estrutura sistematizada prática que carrega temas importantes no âm-
bito do direito, nomeadamenteem Direito Civil, já que pode ser observa-
da na vida de toda a sociedade, a presença de atos formais, como é o 
caso do processo de registro de nascimento e, ainda, o de casamento. 
Dessa maneira, reconhecer que o Direito Civil acompanha a vida do 
indivíduo em todos os momentos no processo de desenvolvimento de 
sua personalidade faz parte do processo de valorização deste ramo do 
direito privado. 
É importante destacar o entendimento de que maioria dos 
conceitos que serão trabalhados neste estudo são oriundos da Lei 
6.015/1973, em virtude de serem termos técnicos que surgem com o 
advento da referida lei onde, portanto, haverá sempre, quando neces-
sária, a menção das normas próprias de cada matéria a ser abordada.
 Ao analisar primariamente a estrutura da lei 6015/1973, ob-
serva-se que ela se encontra fragmentada em seções diversas, nomea-
damente “Disposições Gerais no âmbito das atribuições, disposições 
gerais no âmbito da publicidade, registro de títulos e documentos, escri-
turação, transcrição e averbação, da ordem do serviço, cancelamento, 
registro civil das pessoas naturais e pessoas jurídicas, imóveis e, por 
fim, as disposições finais e transitórias”.
No que se refere ao registro civil das pessoas naturais que se 
encontra previsto na LRP observa-se que o objetivo é analisar todos os 
elementos que giram em torno do estado da pessoa civil, para que seja 
possível formalizar um meio de prova admitido em direito. 
Ademais, deve ser destacado que um dos objetivos primordiais 
da referida norma é dar publicidade aos jurídicos que são devidamente 
formalizados e, conseguem, portanto, ter efeito erga omnes. É justa-
mente por isso que se identifica no instrumento normativo nomeada-
mente, artigo 221º do CC a informação que os referidos documentos 
após a devida transcrição terão seus efeitos para terceiros. 
Como o documento devidamente registrado vincula o patrimô-
nio do devedor, torna-se de substancial importância que as pessoas 
tomem conhecimento de sua existência. Observa-se, portanto, que tal 
circunstância deve alcançar publicidade para conhecimento, tanto da 
coletividade, como de terceiros que estão interessados na demanda, 
mas que possuam interesse nas garantias, além de assegurar a conser-
12
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
vação de documentos por tempo indeterminado.
Por isso, para que seja possível a continuidade da realização 
das atividades que são atribuídas pelo Estado e fazer frente aos novos 
desafios de uma sociedade sempre cambiante – os referidos servidores 
notariais devem estar sempre dispostos a desenvolver um atendimento 
célere e eficiente para as demandas dos usuários de seus serviços.
Portanto, é crucial o acompanhamento da evolução do Direito, 
aliando o conhecimento científico ao progresso técnico exigível para a 
prestação de serviços valorizados e úteis para as pessoas, à sociedade 
e o Estado.
O presente estudo dispõe elementos conceituais sobre o de-
senvolvimento das atividades que giram em torno do registro e, ainda, 
dos notariais, onde serão tratados no capítulo 1 uma Introdução aos 
Direitos Registral e Notarial, bem como os conceitos e Diferenças dos 
Direitos Registral e Notarial; já no capítulo 2, serão abordadas questões 
importantes da LRP, iniciando com o Registro Civil das Pessoas Natu-
rais e as suas peculiaridades e, no capítulo 3, será explanado sobre 
os demais tipos de registros, dentre eles o Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas, o Registro de Títulos e Documentos, os Registros de Imóveis, 
todos contemplados na LRP. O encerramento da unidade abordará a 
legislação extravagante no que tange à Lei 11.441/2007 e, por fim, uma 
breve explanação sobre em que consiste a Averbação Premonitória.
13
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Cabe-nos orientar que no intuito de disponibilizar conceitos 
que venham disciplinar o direito registral, nomeadamente, as matérias 
relativas aos tabelionados de notas e protesto de títulos, torna-se im-
prescindível analisar a legislação que trata as regras estatutárias dos 
notários e registrados que pode ser observado na Lei n. 8.935/1994, 
onde se dará de forma detalhada elementos sobre as normas e prin-
cípios que disciplinam o direito registral e notarial, instituindo elemen-
tos centrais à correta interpretação dos preceitos de que abordam esse 
sistema normativo e, por fim, o conceito de seus institutos imbuídos na 
referida legislação. 
Convém destacar ainda que existe uma diferença marcante 
entre esses dois institutos do direito, enquanto um trata de um direito 
processual restaurador ou reparador que especifica o sistema de ser 
aplicar determinadas regras no âmbito de um caso concreto de direito 
substantivo, o outro tem como pressuposto essencial evitar que deter-
minadas questões jurídicas venham a ser suscitadas e, portanto, o do-
cumento firmado pelos serviços em análise serviria como meio de prova 
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
DIREITOS REGISTRAL E NOTARIAL
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
14
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
em caso de questionamento do direito. 
De acordo com Loureiro (2017), o direito notarial tem sido en-
tendido como um complexo normativo que se destina às atividades de-
senvolvidas pelo indivíduo e, por isso, possui conteúdo específico, sen-
do por tal motivo, considerado um ramo do direito autônomo que tem 
um fundamento principiológico que visa a publicidade dos atos. 
A natureza do direito notarial é de direito adjetivo, já que é for-
mado por um conjunto de elementos (regras e princípios) cujo intuito 
é estruturar os ramos do direito e, de maneira mais especial, o direito 
empresarial e, ainda, o civil. Sendo assim, compreende-se a área do di-
reito registral como a que se destina a compreender as formas notariais 
como essenciais para sedimentação desta área do direito e, portanto, 
perceber que as formas notariais são instrumentos essenciais para se 
cumprir o que está especificado na norma. (Loureiro, 2017 p. 9)
Nessa conjuntura, a Lei n. 8.935, de 1994, mais especifica-
mente em seu artigo 6º, I e II confere ao notário ou tabelião a aptidão de 
formalizar juridicamente a pretensão das partes e interferir nas ações 
e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma le-
gal ou autenticidade. Dessa maneira, evidencia-se o caráter formal e 
instrumental do exercício notarial, formalizada no denominado direito 
Notarial.
O complexo de normas que se destina ao processo de estru-
turação dos serviços notariais e registrais de modo que seja possível 
garantir uma eficiente prestação de serviços notariais conforme estabe-
lecido no artigo 1º da LNR. E, portanto, torna-se necessário que tenham 
de acordo com o artigo 3º da mesma norma amplo conhecimento do 
direito privado e também de aspectos do direito público. E, para que as 
atividades sejam definidas de acordo com o especificado na lei anterior, 
os servidores deverão seguir estritamente o disposto no artigo 30º da 
LNR onde observa a necessidade de se manter atualizado sobre os 
regulamentos administrativos que se referem à sua atividade.
Implica dizer que, através do desempenho das atividades dos 
notariais, ocorrerá tendo por fundamento o sistema legal, e em conso-
nância ao especificado pelo sistema normativo pátrio, a relação jurídi-
ca que antes era apenas material, se converterá numa relação jurídica 
distinta, que segundo Loureiro (2017) deve ser empregada em função 
da necessidade em validar determinados negócios jurídicos do sistema 
notarial, bem como conferir autenticidade, legitimidade e permanência 
dos fatos jurídicos, tendo como objetivo garantir maior segurança a cir-
culação de bens, dos direitos pessoais e, por fim, dos direitos patrimo-
niais dos indivíduos. 
A compreensão do que seria direitoregistral e notarial tem 
15
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
como pressuposto essencial perceber o desenvolvimento regular e 
sadio das relações jurídicas, através de um sistema fundamental que 
pretende impedir a concretização de situações irregulares, anormais e 
duvidosas, que desencadeariam as partes a conflitos e no que pertine à 
defesa das pretensões resultantes das respectivas relações. 
Por fim, torna-se adequado perceber que, o ramo do direito em 
análise não possui como objetivo solucionar o litigio, mas apenas em se 
adiantar ao litígio, pois deseja, na verdade, impedir que determinados 
conflitos venham a aparecer. 
Dessa maneira, a definição estabelecida por Loureiro (2017) 
compreende o direito notarial como sendo um:
“conjunto de normas e princípios que regulam a função do notário, a orga-
nização do notariado e os documentos ou instrumentos redigidos por este 
profissional do direito que, a título privado, exerce uma função pública por 
delegação do Estado”. (LOUREIRO, 2017 pg.10)
E, observa-se, nesse momento, uma grande semelhança no 
que tange à definição de direito registral apresentada pelo mesmo autor.
“conjunto de normas e princípios que regulam a atividade do registrador, o 
órgão do Registro, os procedimentos registrais e os efeitos da publicidade 
registral, bem como o estatuto jurídico aplicável a este profissional do direito”. 
(LOUREIRO, 2017 pg.10)
E muito embora exista semelhança conceitual nesse processo, 
a única similaridade se dá especificamente em seu objetivo, onde o ins-
tituto legal aplicável aos agentes e profissionais do direito, consiste em 
determinar as formas de acesso às atividades específicas, os direitos, 
as obrigações, seus impedimentos e as respectivas responsabilidades. 
No que pertine às competências, modos de atuação, e suas 
atribuições, existem diferenças importantes nas normas que compõem 
os direitos registral e notarial. Segundo Loureiro (2017 p.8) O notário é 
aquele profissional/jurista do habitual da pessoa comum, responsável 
pela sua aplicação e aprimoramento das relações que surgem na área 
do direito privado. Portanto, considera-se como uma pessoa que vem 
auxiliar as partes de maneira imparcial para o cumprimento dos atos e 
negócios jurídicos mais significativos das esferas pessoal e patrimonial 
da vida dos indivíduos envolvidos. 
Dessa forma, o notário é aquele profissional que estará na 
realização dos negócios jurídicos, que atua no sentido de orientar as 
partes antes da concretização dos negócios, escuta as respectivas 
pretensões, inteira-se dos bens da vida por pretendidos pelas partes, 
16
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
recomenda sobre os riscos, benefícios, sobre os aspectos tributáveis/
fiscais e as implicações jurídicas do ato almejado e, por fim, estrutura a 
formalização do negócio jurídico solene para respaldar, portanto, seus 
efeitos na sociedade. Trata-se, prontamente, de um operador do direito 
de intimidade dos envolvidos, de livre escolha dos mesmos, com a ob-
servância das limitações territoriais estabelecidas pelas normas.
Por outro lado, o Registrador é compreendido como sendo um 
funcionário relacionado a um órgão ou organização criada para se rea-
lizar divulgação a todos os membros população, determinadas circuns-
tâncias jurídicas de particular relevância. Quer seja por repercutirem 
nos âmbitos jurídicos de todos ou por serem essenciais no cumprimento 
às exigências para a transição do conteúdo jurídico e econômico, estas 
situações subjetivas devem estar acessíveis a informação de todos os 
cidadãos. 
Segundo Loureiro (2017 p. 12) pela referida norma, criou-se al-
gumas espécies de registros, que permitem assim, garantir a publicida-
de das diversas situações jurídicas, e para isso, existem vários tipos de 
registradores que possuem especialidades e funções distintas. Devido a 
grande variedade de registros e registradores, em virtude da dificuldade 
no processo de unificação do direito registral, de maneira que a própria 
doutrina trata de diversos direitos registrais existentes, como exemplo o 
direito das pessoas jurídicas, naturais, mobiliários, de notas etc. 
Dessa maneira, o processo se aperfeiçoa em nossa legislação 
quando se percebe que as normas são comuns para ambos os insti-
tutos e podem ser observadas no que tange ao ingresso na atividade 
entre os artigo 14 a 19, no caso do exercício privado entre os artigo 20º 
e 21º, no caso da responsabilidade entre os artigos 22º e 24º, a incom-
patibilidade de impedimentos entre os artigo 25º e 27º , no caso dos 
direitos e deveres estão previstos entre os artigos 28º a 30º , a questão 
relacionada com os atos de responsabilidade disciplinar entre os artigo 
31º a 36º, a fiscalização da atividade entre os artigo 37º a 38º e, por fim, 
os elementos relacionados com a extinção da delegação no artigo 39º. 
Segundo Loureiro (2017 p.12) a natureza jurídica e finalidade 
das funções de ambos são bastante parecidas, como previsto entre os 
artigos 1º a 3º da Lei. No que se refere às diferenças dos profissionais 
do direito que exercem a função notarial devem ser observados os ca-
pítulos II e III, do Título I. 
No caso das funções atinentes aos notários observa-se em es-
pecial o art. 6, que observa: a) formalizar a vontade das partes; b) inter-
vir nos atos e negócios jurídicos onde as partes desejem ou necessitem 
dar forma legal ou autêntica aos respectivos negócios; c) autenticar os 
fatos do mundo jurídico. 
17
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
No que pertine acerca dos profissionais registradores, a lei de 
8.935, em seu art. 12, conceitua-os apenas como:
“Oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das pessoas 
jurídicas, civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas compete à 
prática dos atos relacionados na legislação pertinente aos registros públicos, 
de que são incumbidos”. (BRASIL, 1994)
Assim sendo, as atribuições e competências dos registradores 
por serem diferentes das do notário, estão mais devidamente funda-
mentadas pela Lei 6.015/1973. Ademais, em grande parte dos países 
latinos, que considera e operador do direito como o responsável por 
intervir nos negócios e atos jurídicos que surgem entre os indivíduos, 
com o objetivo de favorecer a proteção preventiva dos direitos destes 
particulares. Tal modelo está consagrado na Constituição brasileira de 
1988, em especial no art. 236 e, ainda, nos dispositivos correlatos que 
tratam dessas questões, nomeadamente, a Lei 8.935/1994. 
Destaca-se ainda que, por mais que seja um ramo do direito de 
certa forma autônomo, não se pode pensar neste ramo em específico. 
Como se sabe, o Direito deve ser pensado de maneira integra, ou seja, 
não se deve permitir a sua fragmentação. Dessa forma, o direito notarial 
deve estar relacionado com os demais ramos do direito: tais como sua 
íntima relação com o direito civil, o direito empresarial, como também 
com o direito administrativo. 
O conceito de um ramo de Direito Autônomo, não implica sua 
total independência do direito notarial com relação o sistema normativo 
integral. Dessa maneira, ao indicar a autonomia do direito registral, des-
taca-se que as atividades que são desenvolvidas no âmbito desta área 
possuem um sistema jurídico que não depende dos demais. E caso se 
apliquem determinados instrumentos de outra área especifica do direito, 
no ramo notarial, poderá haver prejuízo substancial no funcionamento 
desta área. Entretanto, a aplicação de elementos principiológicos valo-
rizam a espécie do direito em análise, pois, visa tão somente o cumpri-
mento de direitos essenciais à integridade humana. 
De tal modo, pode ser compreendido que os instrumentos ju-
rídicos em análise (direito registral e notarial) são uma área específica 
que é estuda pela ciência do direito e, por isso, estãosusceptíveis ao 
processo de mudança e aperfeiçoamento que as demais áreas. Essa 
questão pode ser observada especificamente no aperfeiçoamento da 
jurisprudência e doutrinas especializadas, bem como o surgimento de 
novos institutos jurídicos, instituições de ensino em que estudam o direi-
to notarial no país, confirmam a realidade acima apontada. 
18
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DO REGISTRO
Ao analisar alguns elementos observados na Lei n. 8.935/94, 
mais especificamente os artigos 1º e 3º, observa-se que os profissionais 
objetos do tópico devem ser reconhecidos como aqueles que possuem 
as atribuições de garantir a validade dos atos e negócios jurídicos para 
que, em sequência, se observe a eficácia. Sendo assim, os atos reali-
zados pelo notário e registrador visam à validade e publicidade jurídica 
para que, a partir de então, os particulares envolvidos nesse processo 
tenham segurança e, portanto, consigam obter eficácia na realização 
dos atos que estão envolvidos. 
Conforme os arts. 1 e 3 da Lei 8.935/94 definem-se o notário 
e o registrador como profissionais do direito, que possuem fé pública, 
cuja atribuição vem a resguardar a segurança, eficácia, validade e pu-
blicidade dos negócios e atos jurídicos. Em suma, são agentes públicos 
especializados no ramo do direito privado, incumbidos de garantir a se-
gurança preventiva dos atos e negócios jurídicos. 
Estes serventuários do Direito possuem como mister, constituir 
e transferir direitos, tornando-os eficazes diante da comunidade com 
objetivo de impedir determinados vícios que venham a prejudicar as 
relações jurídicas como um todo, pois, se sabe que, em casos de erro 
identificado nos atos, não haverá segurança no trânsito das informa-
ções. 
Em virtude de atribuições outorgadas pelo Estado, os notários 
e registradores possuem fé pública, caracterizada por aspecto duplo: no 
âmbito dos fatos, tem presunção de veracidade pelos atos praticados; 
no âmbito do direito, possuem autenticidade e legitimidade dos negó-
cios e atos documentados levados para dar publicidade do registro. 
Segundo Loureiro (2017 p.15) os profissionais que estão sob 
a égide desse estudo podem exercer tanto a função que é delegada 
pelo Estado, como se viu anteriormente, como podem desenvolver as 
atribuições de maneira privada, e por tal motivo são qualificados no con-
ceito de praticarem o exercício privado da atividade pública, tal situa-
ção ocorre quando exercem a função certificadora/autenticadora, onde 
concede validade dos atos que podem ocorrer em sua presença. No 
entanto, possuem características de profissional liberal. 
Portanto, a partir das informações que foram apresentadas an-
teriormente, observa-se que não se pode considerar as pessoas que 
exercem a função de notário e registrador não revestem o caráter, de 
profissional liberal e, ainda de funcionário público e, diante disso, obser-
va-se que reveste um caráter duplo, nomeadamente, o direito adminis-
19
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
trativo e o direito privado, onde o primeiro se preocupa com as relações 
eminentemente que ocorrem entre os agentes públicos, como é o caso 
do exercício da função pública, delegações e outorga de poderes, res-
ponsabilidade administrativa e funcional, e subordinação à fiscalização 
do poder Judiciário. No campo do direito privado, aplica-se a relação e 
vínculo instituído pelas partes.
Quando se trata de responsabilidades contratual e extracontra-
tual quanto aos danos causados, observa-se nas palavras de Loureiro 
(2017 p.15) que vários países, compreendem que os notários e regis-
tradores podem ser responsabilizados apenas pelos atos que forem 
caracterizados como culposos (responsabilidade subjetiva). Verificando 
essa incidência também em nosso ordenamento jurídico, por se tratar 
de uma relação jurídica de direito privado. 
Serviços
Na Lei 8395/94 não existe uma especificação expressa sobre a 
definição própria das atividades que são oferecidas tanto pelos notários, 
como também pelos registradores, mas apresenta uma noção que pode 
ser concluída pelas normas desta lei. Pelo que se compreende dessa 
norma, a definição dos serviços em análise nesse estudo, tanto pode 
significar segundo artigo 5º LNR informa que pode ser uma atividade, 
conforme se depreende do art. 4º, em que dispõe “como sendo serviços 
notariais e de registros que devam ser prestados; um local ou sede da 
função (ambiente que seja de acesso fácil público e que oferecendo se-
gurança para o devido arquivamento dos livros e documentos notariais 
e registrais) e; um conjunto de competências ou atribuições”.
Os sentidos de sede e feixe de atribuições também são utiliza-
dos no art. 26, parágrafo único, da LNR, que dispõe “a possibilidade de 
instalar mais de um dos serviços de notas e de registros públicos nas 
cidades que comportarem tal medida em razão de seu porte demográ-
fico e econômico”. 
Os notários e os oficiais cartorários devem exercer seu mister 
conforme especificado no artigo 4º da referida lei ao indicar que deverá 
ser no:
“território do Município no qual recebeu os poderes por meio de delegação, 
em local de fácil acesso ao público e que ofereça segurança para o arquiva-
mento/armazenamento, devendo atender o público, por cerca de 6 horas diá-
rias, em dias e horários fixados nas normas da Corregedoria Geral da justiça 
estadual ou em normas editadas pela autoridade judiciária local/municipal 
responsável pela fiscalização da atividade notarial”.
20
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Deve ser lembrando ainda que, conforme art. 43, “cada serviço 
notarial e registral deverá funcionar em uma só edilidade, sendo vedada 
a possibilidade de criação de sucursal cartorária”. 
No meio social e jurídico, o termo cartório é algo bastante utili-
zado e, portanto, observa-se que independente da questão, os serviços, 
cartórios ou serventias extrajudiciais constituem, segundo a doutrina e 
a jurisprudência, um conjunto de institutos técnicos e administrativos 
específicos, seja em razão de sua função (serviços de notas, serviço de 
registro de imóveis, etc.), quer seja pela jurisdição onde são exercidos 
os atos para os quais a lei lhes conferiu competências. 
Apesar de constituir um centro ou feixe de competências ou 
atribuições, a unidade de serviço que funciona extrajudicialmente, e, 
consequentemente, o responsável pelo funcionamento, não compõe a 
estrutura da Administração Pública. 
De maneira diferente da que é apresentada pelos órgãos car-
torários que funcionam fora do ambiente judicial, não possuem crité-
rios de hierarquia no âmbito da administração, visto que as atribuições 
concedidas se referem tão somente à pessoa física e, não, à pessoa 
jurídica de direito público (CENEVIVA, 2010 p.30)
Ademais, no que tange à localização e remuneração dos servi-
dores que se encontram desenvolvendo serviços nos cartórios extraju-
diciais, não existe dependência do setor público, por isso, a autonomia 
é absolutamente completa na prestação de serviços e, ainda, não pode 
ser considerada como extensão do serviço público no âmbito da enti-
dade privada. Dessa maneira, observa-se que tanto a figura do oficial, 
como a do tabelião estão inseridos no contexto da iniciativa privada e 
sua remuneração depende, tão somente, com os valores auferidos a 
partir dos emolumentos que são pagos pelos que se utilizaram do ser-
viço cartorário. 
Nesse sentido CENEVIVA (2010, p. 39) apresenta de maneira 
evidente as questões relacionadas ao funcionamento dos cartórios.
“Os notários e os oficiais cartorários devem exercer seu mister no território do 
Município no qual recebeu os poderes por meio de delegação, em local de 
fácil acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento/arma-
zenamento, devendo atender o público, por cerca de6 horas diárias, em dias 
e horários fixados nas normas da Corregedoria Geral da justiça estadual ou 
em normas editadas pela autoridade judiciária local/municipal” (CENEVIVA, 
2010 p.39)
Dessa maneira, fica perceptível a exata distinção entre serviço 
e atividade delegada. Nesse caso a pessoa do registrador que também 
é definido de tabelião e, portanto, se torna o responsável no exercício 
21
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
do papel público delegado pelo próprio Estado (art. 236 da CF) e, como 
visto, segundo Loureiro (2017 p.67) deve prestá-la em um determinado 
local físico, onde concentrará o pessoal e os meios e instrumentos ade-
quados para o cumprimento de suas atribuições legais e conservação 
dos documentos originais que lavra (os livros de notas), dentre outros 
papéis e documentos. É neste ambiente que o notário deverá ser en-
contrado diuturnamente a fim de prestar os serviços que lhes foram 
atribuídos e, portanto, o cartório passa a ser reconhecidamente como o 
seu domicilio de cunho profissional. 
Entretanto, destaca-se ainda o disposto na Lei 8.935/1994 no 
que se refere a interrupção da concessão feita pelo Poder público que, 
muito embora haja a extinção da prestação de serviços, não incorrerá, 
contudo, na extinção da serventia. E, nesse caso, a lei permite que no 
prazo de seis meses, seja aberto um concurso para que provimento do 
cargo. 
A norma em comento evidencia, portanto, a diferença primor-
dial entre elementos que fazem o cartório funcionar, nomeadamente, 
profissionais e as atribuições que lhes são concedidas. E, nesse con-
texto, o tabelião reveste a competência de realizar os atos de ofício, nas 
esferas civil, administrativa e penal. Tanto o serviço cartorário quando 
o próprio cartório não possui personalidade jurídica e, por conseguinte, 
não é sujeito de direito e não assume deveres: é apenas um domicílio 
profissional do agente público (do notário e registrador).
Criação das delegações
Não é possível identificar, na legislação brasileira, a especi-
ficação da quantidade de notários e, ainda, como deve ser disposta 
pela autoridade responsável no processo de organização do sistema 
notarial. Contudo, a especificação da quantidade de notários vem a 
corresponder exatamente às serventias notariais, já que esta é o centro 
onde o tabelião passa a realizar as atribuições que lhes foram designa-
das pelo Estado. 
Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal decidiu que cabe 
aos Estados, através de lei que deve ser proposta por iniciativa do po-
der judiciário, suprimir e, ainda, criar cartórios, o que equivale a dizer, 
fixar e modificar o número de notários para cada município daquela en-
tidade da federação. De fato, na ADI 4.140/GO, nossa Corte suprema 
arrimou o entendimento quanto à matéria relativa à criação e ordenação 
das serventias extrajudiciais e dos serviços por elas desempenhados, 
inseridas no campo da organização judiciária, para a qual se estabelece 
a criação de lei que seja de iniciativa dos tribunais de justiça, conforme 
22
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
dispõem os arts. 96, inciso II, alínea d, e art. 125, parágrafo primeiro, da 
Constituição.
As sedes em que serão exercidas as atividades de registro e 
notariais deverão ser criadas por lei. E de acordo com o artigo 39º § 2º 
da LNR informa-se que 
“as atividades especificas que lhes foram delegadas, serão exercidas pelos 
aprovados em concurso público de provas e títulos. Convém observar que as 
serventias precedem a viabilidade de delegação, bem como também, sobre-
viverão em caso de sua extinção”. 
Segundo a norma vigente, não se pode cumular atribuições 
relacionadas com os serviços registrais e notariais, contudo, cabendo 
exceção em municípios que não suportam mais de um destes servi-
ços, em razão do volume de serviços ou da receita. A competência de 
registros de imóveis não concilia com a função notarial, visto que não 
se admite que o registrador venha a qualificar e redigir, ao mesmo tem-
po, o título notarial. Do contrário, estariam abalados princípios registrais 
básicos, como o da segurança jurídica e o da legalidade, uma vez que 
o registrador deve atuar como “fiscal” dos atos notariais, verificando a 
observância dos requisitos extrínsecos e a acessibilidade do título ao 
fólio real. (LOUREIRO, 2017 p.40)
Não se permite ainda a divisão de apenas uma única serventia 
extrajudicial em filiais, em virtude do disposto no art. 43 da Lei 8.935/94 
e, ainda no artigo 236º da CF, que apresentam a obrigatoriedade de o 
serviço notarial e registral funcionarem em apenas um único local. 
COMPETÊNCIA DOS REGISTRADORES
Tendo como pressuposto essencial da atividade notarial ser 
necessariamente a publicidade e, portanto, seria uma atividade dirigida 
a tornar conhecido um acontecimento, uma circunstância ou uma rela-
ção jurídica de modo que produzam determinados efeitos em relação 
a terceiros. Este é um conceito amplo, que se refere à publicidade em 
todo o campo do direito, mas que pode apresentar contornos singula-
res ou excepcionais, dependendo do fato ou do direito que se pretende 
tornar notório. 
Em princípio, qualquer que constitua o serviço registral, dentre 
aqueles enumerados no art. 5 da NNR, a publicidade produz efeitos 
jurídicos materiais de prova plena e oponibilidade erga omnes (eficácia) 
dos fatos e situações jurídicas publicadas ou mesmo requisito prévio 
para a constituição de direitos e outras situações jurídicas. Sendo as-
23
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
sim, no ordenamento jurídico brasileiro a existência da publicidade é de 
extrema importância, pois, concede segurança na ação dos atos reali-
zados no âmbito notarial. 
A publicidade no âmbito registral para toda a sociedade civil 
é estabelecida por razões de ordem pública, no sentido de garantir o 
normal exercício dos direitos subjetivos, em execução de uma série de 
valores ou interesses superiores (igualdade, estabilidade dos direitos, 
crédito territorial, livre circulação, liberdade civil e de formas) que obri-
gam o seu tratamento especial (legislação registral) e uniforme (unidade 
jurídica e econômica). De acordo com Loreiro (2017), “não pode haver, 
pois, disparidade de efeitos substantivos em base a distintas publicida-
des registrais. Apenas há uma forma, que que não seja o direito formal, 
e sim um direito material, afiançado processualmente, já que é impos-
sível ir mais além da própria essência dos direitos na articulação de 
sistemas de proteção’.” 
A publicidade registral aparece, assim, como um requisito de 
ordem distinta, segundo a natureza do direito ou do ato, visto ser, a pu-
blicidade, um requisito de exercício de direitos, muito embora o ampa-
ro judicial destes registros garanta não apenas a legitimidade do pleito 
que decorre de uma situação jurídica, mas também mantém estável a 
titularidade, facilitando, portanto, a prova judicial e extrajudicial de sua 
existência (publicidade formal). Não obstante a lição da doutrina su-
pracitada, no nosso direito os efeitos materiais variam conforme qual 
espécie de publicidade jurídica, ou seja, do Registro.
O Registro Civil das Pessoas Naturais possui o objetivo de pro-
var fatos e atos jurídicos que pertinem a regulamentação da identidade 
civil, estado civil dos indivíduos. Se as qualidades pessoais não preci-
sam ser obrigatoriamente objeto de inscrição para existir, tais registros 
podem ser indispensáveis para a prova de situações que facilitem a pro-
teção e o exercício de direitos da personalidade (nome, imagem, etc.), 
bem como a oponibilidade destes direitos ou situações (v.g. capacida-
de, idade, parentesco, etc.). Conforme dispõe o art. 13 da Lei 8.935/94, 
oficial de registros civis de pessoas naturais tem como competência a 
formalização de atos registrais (em acepção ampla), nos termos do art. 
129 daLei 6.015/73, além da expedição das certidões respectivas e 
outros atos previstos em lei. 
O oficial do registro civil das pessoas jurídicas tem por atribui-
ção desempenhar as funções que surgem no âmbito dos atos notariais 
e registrais, mas que não desempenhem a empreendimento/empresa e 
averbamentos respectivos, além de matrículas de jornais e empresas de 
imprensa (arts. 114 e 122 da LRP). O assentamento dos atos de criação 
dos institutos como as sociedades simples, a EIRELI, as associações 
24
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
(inclusive as sindicais), as fundações, as organizações religiosas e par-
tidos políticos é essencial para a constituição da personalidade jurídica. 
Por meio da publicidade permitida por este órgão, é possível conhecer 
quem são as pessoas que compõem tais coletividades (sócios ou asso-
ciados), os respectivos capitais, finalidades, órgãos de administração e 
representação, dentre outras informações relevantes para a segurança 
das relações jurídicas. 
No que tange ao Registro de Títulos e Documentos, a publicida-
de favorece a segurança dinâmica, ao fornecer dados sobre o conteúdo 
de contratos, títulos de maneira de possibilitar a conservação de todas 
as provas emitidas. Deste formato, os sujeitos podem obter dados es-
senciais para a concretização de negócios e contratos, o que possibilita-
rá que as relações jurídicas fiquem estáveis. E entre os artigos 127 e 129 
da LRP observa-se que o registro é competente para registrar e averbar 
documentos relativos a certos contratos para que produzam efeitos em 
relação a indivíduos que estejam envolvidos na relação jurídica.
E segundo o artigo 167º que “ao agente público responsável 
pelo registro de bens imóveis a lei confere a autoridade da realização 
de atos de inscrição da propriedade e outros direitos reais imobiliários e, 
ainda, de determinados direitos pessoais que a lei atribui àquele servi-
ço”. Tal atividade será dirigida a tornar cognoscível uma situação jurídi-
ca real, e que persegue como finalidade primordial a proteção do crédito 
e a seguridade do tráfico jurídico. 
Quanto à competência do oficial de registro de distribuição, é 
estipulada no art. 14 da LNR “provir à repartição justa para os serviços 
de semelhante natureza (quando previamente exigida), anotar as co-
municações auferidas dos órgãos e serviços competentes, além das 
averbações respectivas”. 
COMPETÊNCIA DOS NOTÁRIOS
A competência notarial pode ser conceituada como as aptidões 
do oficial público em garantir formalmente e juridicamente o interesse 
das partes envolvidas no negócio jurídico, quando intervém nos atos e 
negócios jurídicos que precisam dar a devida formalidade legal, bem 
como a de certificar ou autenticar fatos. (Loureiro, 2017 pg.45)
Sendo assim, de acordo com o que se estabelece a partir da 
Lei n. 8.935/94 no que tange às funções do notário identifica-se:
“1 – formalização das vontades de forma juridicamente possível das par-
tes envolvidas; 2 – Intervenção em negócios jurídicos e atos dos as partes 
necessitem ou desejem formalizar legalmente, conferindo-lhe autenticidade, 
25
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
permitindo sua redação ou ainda em redigir as ferramentas adequadas, man-
tendo os originais e emitindo cópias autênticas de seu conteúdo; e 3- auten-
ticação dos fatos”. (BRASIL, 1994)
Portanto, de acordo com a própria lei em comento indica que “a 
competência do tabelião de notas, de forma exclusiva, é o processo de 
lavratura de escrituras e procurações públicas, bem como de testamen-
tos públicos e aprovação dos cerrados; a lavratura de atas notariais; 
bem como realizar atos de reconhecimento e, ainda, de autenticação 
de firmas, que vem a ser a garantia da certificação da assinatura do 
usuário”. 
Destaca-se que os tabeliães, no âmbito das suas atribuições, 
poderão desenvolver sem nenhuma restrição as funções de gestão bem 
como, possíveis situações que podem ser consideradas imprescindí-
veis, demandando o que lhe incumbir, sem restrições maiores do que 
os emolumentos previstos para aquele ato. 
Conforme se vê, as atribuições do notário são bastante amplas 
e podem ser classificadas em duas espécies de atividades: a legitima-
dora e a certificadora. A primeira atividade, como o próprio nome indica, 
consiste em legitimar, com sua intervenção, os atos e negócios jurídi-
cos solenes celebrados pelas partes. E segundo Loureiro (2017 p.45), 
observe que a função certificadora consiste em dar autenticidade, vera-
cidade e certeza aos atos e fatos jurídicos que forem apresentados ao 
notário para verificação. 
Portanto, as atribuições que integram a função do notário são 
as seguintes: a) formalização da vontade das partes de forma jurídica 
e; b) a intervenção nos atos e negócios jurídicos dos quais as partes 
queiram e pleiteiem dar formato legal e de autenticidade, permitindo a 
redação ou até mesmo em redigir os instrumentos apropriados. A fun-
ção certificadora resta clara na autenticação de fatos e expedição de 
certidões. 
De acordo com o especificado no art. 7 da LRP, determinados 
documentos possuem competência exclusiva do oficial tabelião de no-
tas e, portanto, são atribuições exclusivas do oficial notário, de forma 
que não podem ser realizadas por qualquer outro profissional do direito, 
quer exerça função pública ou privada. A única exceção legal, integrante 
do direito interno por força de tratados internacionais na área da diplo-
macia, é o funcionário de órgão consular, quando pode exercer ativida-
de notarial em consulados brasileiros. 
No que se refere às sentenças judiciais, observa-se que pos-
suem o mesmo valor existente em uma escritura pública e, portanto, de-
vem ser inscritas no Registro de Imóveis, e como exemplo, observa-se 
26
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
o caso da sentença homologatória de divórcio ou separação em que um 
dos cônjuges faz doação de imóvel ao outro ou aos filhos. 
Conforme se percebe no dispositivo legal, apenas algumas 
matérias, mas de amplíssimo alcance, podem constituir objeto dos ins-
trumentos notariais: o interesse jurídico privado das partes, de conteú-
do patrimonial ou não, em atos entre vivos ou mortis causa. Por isso 
alguns doutrinadores, ao se referirem às competências notariais, falam 
em competência exclusiva e competência concorrencial. 
De maneira exemplificativa, no que tange à competência exclu-
siva, identifica-se o caso da intervenção que está prevista no art. 108 
do CC “como compra, venda e a doação de imóvel com valor superior 
a trinta salários mínimos, salvo as exceções legais (v.g. contratos de 
aquisição de imóveis financiados por instituição financeira), os pactos 
antenupciais, a superfície, as atas notariais, etc. São exemplos de com-
petência concorrencial os testamentos (admitem-se testamentos parti-
culares e especiais), separação e divórcio; inventário e partilha e, por 
fim; as cartas de sentença”. 
De acordo com a jurisprudência, o processo de modificação 
de pactos antenupciais pode ser feito pelo notário, desde que possua 
autorização prévia do juiz de direito, ou determinada pelo próprio magis-
trado. Além dos atos e instrumentos notariais, o tabelião tem competên-
cia para assessorar as partes, atuando como um profissional imparcial 
e independente, ou seja, como uma espécie de mediador para que as 
partes possam realizar as transações preliminares estando em igualda-
de em celebrar o negócio jurídico que lhe permita obter os bens da vida 
desejados. 
Cabe-lhe, ainda, realizar as diligências necessárias para o 
cumprimento de seu mister, quais sejam: solicitar certidões sobre o 
imóvel, certidões de ações judiciais reais e pessoais, pagamento de 
tributos, dentro outros atos necessários para o aperfeiçoamento do do-
cumento notarial.
27
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
ISTR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: Titular de 
Serviços de Notas e de Registros - Provimento
A respeito do tratamento Constitucional conferido aos serviços 
notariais e de registro, avalie as assertivas a seguir.
I. Lei federal estabelecerá normas especiais para fixação de 
emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais 
e de registro. 
II. O Estado responde, apenas subsidiariamente, pelos atos dos ta-
beliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, 
causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o 
responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbida-
de administrativa. 
III. Caberá ao Poder Judiciário fiscalizar os atos dos notários, dos 
oficiais de registro e de seus prepostos, sem prejuízo da fiscaliza-
ção exercida pelo Ministério Público e pelos órgãos fazendários. 
IV. Apresentam-se como atividades jurídicas que são próprias do 
Estado, porém, exercidas por particulares, sempre pessoas natu-
rais, mediante delegação ou concessão do Poder Público. 
Assinale a alternativa correta.
A) As assertivas III e IV são falsas.
B) As assertivas I, II e IV são falsas. 
C) As assertivas I, II e III são verdadeiras.
D) Apenas as assertivas II e IV são verdadeiras.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: TJ-SC Prova: Titular de Serviços 
de Notas e de Registros - Provimento
Sobre a atividade notarial e registral, marque a alternativa correta:
I. Os notários e oficiais de registro gozam de independência no 
exercício de suas atribuições, têm direito à percepção dos emolu-
mentos integrais pelos atos praticados na serventia e só perderão 
a delegação nas hipóteses previstas em lei. 
II. São direitos do notário e do registrador exercer opção, nos ca-
sos de desmembramento ou desdobramento de sua serventia e or-
ganizar associações ou sindicatos de classe e deles participarem. 
III. Os agentes fazendários têm o dever de fiscalizar o recolhimento 
dos impostos, não recaindo tal obrigação aos notários, referente 
aos tributos incidentes sobre os atos que devem praticar, sendo tal 
28
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
dever exclusivo dos registradores. 
IV. Manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua ser-
ventia, guardando-os em locais seguros e atender as partes com 
eficiência, urbanidade e presteza, são alguns dos deveres dos no-
tários e dos oficiais de registro.
A sequência correta é: 
A) Apenas a assertiva I está correta. 
B) Apenas as assertivas I, II e IV estão incorretas. 
C) As assertivas I, II, III e IV estão incorretas. 
D) Apenas a assertiva III está incorreta. 
QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Pro-
va: Procurador do Município – 2ª Classe
A respeito do direito registral imobiliário, assinale a opção correta. 
A) De acordo com o princípio da instância, uma vez verificada uma in-
correção em registro cartorário, qualquer pessoa poderá requerer sua 
retificação ao oficial registrador.
B) Até que ocorra eventual cancelamento, será válido o ato de registro 
que apresente vício ou irregularidade intrínseca.
C) O ato de registro não é considerado ato administrativo, pois é prati-
cado por particular e não por servidor público.
D) No caso de pedido de retificação do registro por omissão ou erro, o 
oficial, ao verificar que a situação é complexa por envolver vários títulos, 
poderá deixar de decidir e remeter o pedido à via judicial.
E) No sistema de registro imobiliário vigente, o ato de registro documen-
ta um negócio jurídico de compra e venda.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRM-PR Prova: Profissional de 
Suporte Administrativo
No que se refere aos conceitos e às características das operações 
com cartórios, julgue o item seguinte.
Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter priva-
do, por delegação do Poder Público.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: TJ-RO Prova: Titular de Serviços 
de Notas e de Registros - Provimento
Assinale a alternativa correta: 
29
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
A) Especificamente em relação aos notários e oficiais de registro, a res-
ponsabilidade civil só será discutida se comprovada a responsabilidade 
criminal, com sentença penal condenatória transitada em julgado. 
B) De acordo com o disposto na Lei n. 8.935/1994, a responsabilidade 
criminal dos notários e oficiais de registro será individualizada, como 
ocorre quando da aplicação do Direito Penal aos demais agentes pú-
blicos, aplicando-se na integralidade a legislação relativa aos crimes 
contra a administração pública, por se tratar de atividade delegada. 
C) É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio 
das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio. 
D) De acordo com o disposto na Lei n. 8.935/1994, a responsabilidade 
civil dos notários e oficiais de registro é subsidiária, não respondendo 
eles direta ou pessoalmente pelos prejuízos que causarem a terceiros, 
exceto nos casos de dolo direito.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Os serviços notariais e registrais são regidos, principalmente, pelo dis-
posto na Lei nº 8.935/94, levando ainda em consideração os disposi-
tivos presentes na Constituição Federal da República de 1988. Assim 
é correto afirmar que direito registral e direito notarial são sinônimos? 
Caso a resposta seja não, diferencie os dois ramos do Direito.
TREINO INÉDITO
Assunto: Conceito de Serviços
Os serviços podem ser compreendidos como algo que é produzido ao 
mesmo tempo em que é consumido, sendo que a sua aquisição nem 
sempre significa a posse de algum bem por parte do cliente. Nesse 
sentido, assinale a única alternativa que não contém uma característica 
fundamental formadora da definição dos serviços notarias ou registrais:
A) Atividade da qual depreende-se os serviços notariais e de registro 
devem ser prestados.
B) Local ou sede da função.
C) Um feixe de competências e/ou atribuições.
D) Tangibilidade é uma das características desse serviço.
E) Todas as alternativas se referem aos serviços notariais ou registrais.
NA MÍDIA
A COMPETÊNCIA LIMITADA DOS REGISTRADORES DE IMÓVEIS 
QUANTO AO ITCMD
30
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Não são raras as vezes, que nos deparamos com notas devolutivas, 
onde os registradores de imóveis diante do seu compreensível zelo, 
agem como verdadeiros ficais fazendários.
Assim, mesmo que o inventário judicial tenha sido devidamente homolo-
gado (partilha), o ITCMD correspondente devidamente recolhido e antes 
ter passado no “crivo” da respectiva fazenda estadual, nos deparamos 
com exigências quanto à forma e inclusive valor recolhido.
Fonte: JusBrasil
Data: 17 de agosto de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://leandroaugusto.jusbrasil.com.
br/artigos/735235206/a-competencia-limitada-dos-registradores-
-de-imoveis-quanto-ao-itcmd?ref=feed
NA PRÁTICA
Abaixo é possível observar uma peça jurídica de suma importância no 
âmbito do serviço notaria e registral. Peça essa que faz parte do dia a 
dia na prática desse profissional. Trata-se da procuração pública. Veja-
mos na íntegra abaixo:
PROCURAÇÃO PÚBLICA (VENDA DE IMÓVEL) 
Procurador: JOSÉ SANTOS 
Mandante: JOSÉ SILVA 
Finalidade: Venda de Imóvel 
Válida até XX/XX/XXXX 
S A I B A M todos os que virem esta escritura pública de mandato que 
aos XX dias do mês de XX do ano de dois mil e XX (XX/XX/XXXX), na 
cidade de XXXXXX, Estado de XXXXXXXX, República Federativa do 
Brasil, neste Tabelionato de Notas, perante mim, escrevente autorizado 
pelo tabelião, compareceu como mandante JOSÉ SILVA, nacionalida-
de, profissão, estado civil, capaz, portador da cédula de identidade RG 
nº XXXXXX-SSP/XX, inscrito no CPF-MF sob nº XXX.XXX.XXX-XX, do-
miciliado e residente na cidade de XXXXXX, Estadode XXXXXXXX, na 
Rua YYYYYYYY, nº YYYY, bairro YYYYYYY, CEP AAAAA-AAA. Reco-
nheço a identidade do presente e sua capacidade para o ato, do que 
dou fé. E por ele me foi dito que por esta escritura pública de manda-
to, nos termos de direito, nomeia e constitui seu bastante procurador, 
JOSÉ SANTOS, nacionalidade, profissão, estado civil, portador(a) da 
cédula de identidade RG nº XXXXXXSSP/XX, inscrito no CPF-MF sob 
31
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
nº XXX.XXX.XXX-XX, domiciliado e residente na cidade de XXXXXX, 
Estado de XXXXXXXX, na Rua YYYYYYYY, nº YYYY, bairro YYYYYYY, 
CEP AAAAA-AAA. Confere a este procurador amplos e gerais poderes 
para vender, compromissar a venda, ceder e transferir direitos ou obri-
gações, anuir ou de qualquer outra forma alienar, a quem convier, pelo 
preço e condições que convencionar, o seguinte imóvel: DESCRICAO 
DO IMOVEL, CEP AAAAAAAA, no XXº Subdistrito - BAIRRO ou SUB-
DISTRITO, no Distrito, Município, Comarca e XXº Oficial de Registro 
de Imóveis da comarca de NNNNNNNNNNNNNNNNN, perfeitamente 
descrito e caracterizado na matrícula nº YYYYYYYY, podendo para tan-
to, dito procurador, assinar e outorgar as escrituras que forem necessá-
rias, públicas ou particulares, provisórias ou definitivas, receber, passar 
recibos e dar quitações, estipular cláusulas e condições, estabelecer 
preços, forma e local de pagamento, assinar recibos de sinal e princípio 
de pagamento, transmitir posse, domínio, direitos e ações, dar caracte-
rísticos, metragens e confrontações, autorizar registros e averbações; 
retificar, ratificar, rescindir, responder pela evicção legal, representá-lo 
perante quaisquer repartições públicas federais, estaduais ou munici-
pais, autarquias, prefeituras, serviços notariais e registrais, e onde mais 
for preciso, tudo assinando, promovendo ou requerendo, juntar e de-
sentranhar documentos, assinar formulários e requerimentos, prestar 
informações e esclarecimentos, acompanhar os processos administra-
tivos, pagar os tributos e emolumentos devidos, aceitar recibos e quita-
ções; enfim, praticar todos os atos necessários ao fiel cumprimento do 
presente mandato, inclusive substabelecer. Assim diz, pede e lavro a 
presente que, lida em voz alta, acha em tudo conforme, aceita, outorga 
e assina. Escrita pelo escrevente NNNNNNNNNNNNN e assinada pelo 
tabelião NNNNNNNNNNNNNNNN. Dou fé. Emolumentos: R$ XXXX, 
Ao Estado: R$ XXXX, IPESP: R$ XXXX, Registro Civil: R$ XXXX, Tribu-
nal de Justiça: R$ XXXX, Santa Casa: R$ XXXX, Total: R$ XXXX.
Fonte: https://www.26notas.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/06/
Minutas-para-estudo_Livro-Tabelionato-de-Notas_2013-v2.pdf
PARA SABER MAIS
Acesse os links:
ANTUNES, Luciana Rodrigues. Introdução ao Direito Notarial e Re-
gistral. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 10, n. 
691, 27 maio 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6765. 
Acesso em: 8 maio 2020.
32
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
FRANZOI, Francielli Schmoller; FRANZOI, Fabrisia. Sem data. Disponí-
vel em: https://www.anoreg.org.br/site/2018/07/04/artigo-a-importancia-
-da-atividade-notarial-e-registral-por-francielli-schmoller-e-fabrisia-fran-
zoi/. Acesso em 28 de Abril de 2020. 
http://lms.ead1.com.br/upload/biblioteca/modulo_1270/VGGL2V4U0I.
pdf
 
REZENDE, Alexsandro. As atividades notariais e registrais sob o en-
foque social. Disponível em: <http://www.notariado.org.br/index.php?p-
G=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=NTYyNQ==> Acesso em: 10 Abril. 
2020.
33
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Registrar um indivíduo é, de fato, de substancial importância 
para o funcionamento integral da sociedade, pois, esta questão gira em 
torno do exercício da cidadania. Dessa maneira, observa-se que ou-
tras entidades passam a considerar como sujeitos de direito os agentes 
numa relação jurídica, que são sujeitos de direito subjetivo obedecendo 
a um dever jurídico. A personalidade pode ser entendida como a ca-
pacidade para ser sujeito das relações jurídicas. Assim, “pessoa; em 
seu sentido jurídico, entende-se como o indivíduo capaz de gozar de 
direitos e adquirir obrigações”. Equivale, ao alcunhado sujeito de direito, 
em conformidade ao previsto no artigo 1º do CC que institui quando 
especifica os direitos e deveres para as pessoas capazes no âmbito da 
ordem civil. 
Sendo assim, observa-se duas espécies de sujeitos de direito, 
nomeadamente, física e jurídica. Segundo o código civil, entende-se 
pessoa natural, aquele indivíduo que possui autonomia absoluta e que 
ainda, possui livre-arbítrio e capaz de se integrar ao mundo, bem como 
modificá-lo para que possa atingir seus próprios fins. 
REGISTRO CIVIL
DAS PESSOAS NATURAIS
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
34
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
De forma diferente ao que se encontra especificado sobre o es-
tudo da pessoa natural, não é possível perceber que na pessoa jurídica 
não se estabelece de maneira prévia, uma situação que tenha cunho 
social, cujo direito se limita a identificar e reconhecer, mas sim a entes 
que progridem coletivamente os interesses humanos. Além disso, tam-
bém atuam na vida social, da mesma forma que as pessoas naturais, 
cujo objetivo seria atender determinadas necessidades e finalidades 
para essas.
Portanto, o Direito segue o especificado por esses intérpretes 
como centros de atribuição das situações jurídicas, cabendo ao Esta-
do através de regras jurídicas, garantir a identidade dos sujeitos, res-
guardar a pessoa humana e tutelar seus interesses legítimos. Afinal, o 
Estado atua como um terceiro agente que o poder-dever de garantir a 
identidade civil dos indivíduos e, em consequência, obtém-se determi-
nadas obrigações que vêm a compor a personalidade jurídica. O Direito 
nos dias atuais pode ser compreendido por todos os indivíduos que 
possuem personalidade e, assim, desde o nascimento com vida, devem 
ser tratados livremente onde deverá respeitar as escolhas e atitudes (no 
âmbito privado) do indivíduo. 
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pelos elementos estatais, permitem-se identificar, no que tan-
ge à situação da pessoa e se considerar individualmente essas infor-
mações, compreende-se na produção de efeitos jurídicos, já a soma 
destas circunstâncias jurídicas vinculadas a estes dados, poderá surtir 
efeitos no que tange à pessoa em relação à lei. E. no que se refere 
ao estado da pessoa, compreende-se como conjunto de características 
dos indivíduos que a norma considera para assim estabelecer seus efei-
tos jurídicos. 
Na mesma concepção, entende-se que o estado é uma situa-
ção subjetiva autônoma que deriva do ordenamento jurídico, o qual atri-
bui à pessoa um conjunto homogêneo de direitos, obrigações, poderes, 
deveres, etc., de acordo com a posição concreta de uma pessoa em 
relação a um dado grupo social. (LOUREIRO, 2017 pg. 70)
Trata-se de um interesse juridicamente relevante, que possui 
um conteúdo próprio e, por isso, é tutelado pelo Direito. Conforme uma 
concepção mais antiga e estrita, o estado é a posição que uma pessoa 
ocupa em um grupo político: a nação ou a família. Para a doutrina atual, 
na estipulação da concepção de estado, deve-se ter em vista a sua fun-
ção instrumental como uma técnica idônea para assegurar a igualdade 
35
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
substancial dos indivíduos. (LOUREIRO, 2017 pg. 70)
O status, portanto, não deve ser considerado um conceito neu-
tro e abstrato, mas sim um instrumento a possibilitar o tratamento desi-
gual das pessoas, conforme as suas desigualdades, estabelecendo os 
respectivos estatutos singulares. (LOUREIRO, 2017 pg. 70)
Assim, estado é a posição jurídica de uma dada pessoana 
sociedade à qual pertence, estabelecida por suas qualidades, atributos 
e até mesmo pelo papel que exerce no grupo social em dado momento. 
Esta posição produz efeitos jurídicos relevantes e se apresenta como 
um conjunto unitário e complexo de direitos, deveres, poderes, faculda-
des, múnus, etc. (LOUREIRO, 2017 pg. 71)
Dessa maneira, a condição auferida não exprime uma relação 
jurídica no que se refere ao processo de subordinação jurídica para com 
a sociedade e até mesmo com a família, nem tampouco a outro ser na 
sociedade em que vive. 
De acordo com o preceito legal da igualdade formal, mais es-
pecificamente no caput do artigo 5º, todos os indivíduos são iguais e, 
portanto, a compreensão inclui a situação da pessoa, que seria a situa-
ção civil em sentido estrito. 
As leis relativas ao estado das pessoas têm um caráter público, 
uma vez que o estado é a reunião de diversos atributos que constituem 
a personalidade do indivíduo, qualidade de pai, de filho, de cônjuge, de 
nacional, etc. As leis de ordem pública revestem um caráter imperativo 
e, por isso, são normas que, ao contrário das supletivas, não podem ser 
derrogadas pela vontade das partes. 
Destarte, as regras legais que tratam do estado civil são nor-
mas imperativas, uma vez que a ordem pública exige para cada pessoa 
uma situação específica, bem como os direitos e os deveres que daí 
decorrem, sejam fixados de forma clara e uniforme. Entretanto, a situa-
ção não pode ser replicada no que se refere à capacidade, visto que as 
normas relacionas a esse tema estão relacionadas diretamente com a 
proteção.
Esta razão de ordem pública justifica também a instituição de 
um mecanismo estatal de tutela da pessoa humana, como o ponto prin-
cipal do sistema jurídico, que é originada a partir da constatação e, con-
sequentemente, da publicidade do estado civil. 
ESCRITURAÇÃO E ORDEM DE SERVIÇO
Escriturar um documento é um ato considerado de grande re-
levância quando se observa as questões relacionadas com o registro 
36
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
civil das pessoas. Todos esses livros devem ter 300 páginas e cada um 
deles se refere a situações específicas. Segundo o artigo 33º da LRP:
A - Registro de nascimento
B - Registro de casamento
B Auxiliar - Registro de casamento religioso para efeitos civis
C - Registro de óbitos
C Auxiliar - Registro de natimortos
D - Registro de proclamas
E - Registro Residual
(BRASIL, 1973)
O Livro “E” somente existirá em cartórios do 1º Ofício ou da 1ª 
Subdivisão Judiciária, de cada comarca (leia-se jurisdição da comarca 
que pode ser composta de mais de um município). E, segundo Loureiro 
(2017) no que se refere ao formato que pode ser observado dos docu-
mentos, tem-se que:
“Ele possui apenas 150 folhas e serve para o registro de diferentes atos con-
cernentes ao estado civil. Pode o juiz competente, nas comarcas de grande 
movimento, autorizar o desdobramento desse livro, pela natureza dos atos 
que nele devam ser registrados, em livros especiais. É o que ocorre, por 
exemplo, no 1º Ofício do Distrito Federal. Assim, em regra, as Serventias 
do Registro Civil das Pessoas Naturais têm 6 livros, sendo que apenas o 1º 
Ofício de cada Comarca contará com um livro extra, o Livro E, para o regis-
tro dos demais atos relativos ao estado civis não contemplados nos demais 
registros”. (LOUREIRO, 2017 pg. 80)
Conforme dispõe a LRP em comento, para facilitar no momento 
da procura pelos documentos arquivados, a recomendação da norma é: 
“inserir, em cada um dos livros, índice alfabético dos assentos lavrados pelos 
nomes das pessoas a quem se referirem. O índice alfabético pode, conforme 
entendimento do oficial, ser organizado pelo sistema de fichas, desde que 
preencham estas os requisitos de segurança, comodidade e pronta busca”. 
(BRASIL, 1973). 
Ao observar as disposições legais do texto legal de 1973, o 
mesmo pode ser feito por meios eletrônicos, que facilitam e agilizam as 
buscas e, portanto, no que se refere ao processo de escrituração, o ato 
pode ser feito da seguinte maneira:
“Essa escrituração deve ser feita seguidamente, em ordem cronológica de 
declarações, sem abreviaturas, nem algarismos. Ao final de cada assento 
e antes da subscrição e das assinaturas, serão ressalvadas as emendas, 
entrelinhas ou outras circunstâncias que puderem ocasionar dúvidas. Entre 
37
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
um assento e outro, será traçada uma linha de intervalo, tendo cada um o seu 
número de ordem”. (LOUREIRO, 2017 pg. 80).
A Lei de Registros Públicos informa que todos os livros de re-
gistros devem ser divididos em três partes. Cada uma dessas colunas 
tem uma função, assim subdividida, como pode ser observado na tabela 
abaixo:
Tabela 1 – Subdivisão dos livros
ESQUERDA CENTRAL DIREITA
Número de ordem Assento Notas, averbações e retificações
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Todas as vezes em que um ato jurídico for realizado, todos os 
indivíduos que se encontram envolvidos na relação jurídica devem apor 
sua assinatura (ato de anuência) no documento. Se for o caso, devem 
inserir nos assentos qualquer tipo de documento que apresenta uma 
declaração de vontade, desde que esteja em acordo com a norma ou, 
contudo, que seja especificado por sentença. 
No caso da procuração, não se pode esquecer de arquivá-la, 
ressaltando, contudo, as particulares do documento, nomeadamen-
te, data, livro, folha e o ofício em que foram lavradas. Caso qualquer 
dessas pessoas (declarantes e testemunhas) não puder assinar, por 
quaisquer circunstâncias (analfabeto ou com doença que os impede de 
escrever, por exemplo), o serventuário vai declarar essa situação no as-
sento. Assina, então, a rogo outra pessoa e toma-se a impressão digital 
da pessoa que não assinar o documento. 
Sempre que realizado um assento, as partes ou seus procura-
dores e as testemunhas devem assiná-lo. Se for o caso, devem inserir 
nos assentos as consignações perpetradas conforme a lei ou classifi-
cadas por sentença. Os instrumentos procuratórios terão que ser ar-
quivados, apontando-se em seu termo a sua data de realização, qual 
seja o livro, a folha e o ofício em que foram lavradas, fazendo parte do 
instrumento público. 
Antes da assinatura do assento, o documento deve ser lido na 
íntegra para que as partes e as testemunhas tomem ciência e, no caso 
de existir algum elemento em desacordo com os fatos originalmente 
estabelecidos, deverá haver comunicação na hora da assinatura do ato, 
para que se proceda com a realização das modificações, se for neces-
sário. Caso se constate alguma lacuna que inviabilize a continuidade 
do documento e, sendo necessária adição ou emenda de algum termo, 
38
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
devem ser realizadas antes da assinatura ou ainda em seguida, contu-
do, que ocorra antes de outro assento, devendo todos os responsáveis 
assinarem novamente. 
Nesse caso, portanto, a retificação pode ser feita no próprio 
ato, sem maiores formalidades. Do contrário, prevê o art. 40, que retifi-
cações posteriores só poderão ser efetuadas segundo o procedimento 
próprio, previsto nos arts. 109 a 112, como veremos adiante. Isso por-
que segundo Loureiro (2017 p.50) se reputam inexistentes e, portanto, 
ineficazes, qualquer emenda e alteração ulteriores, não devidamente 
ressalvadas ou não lançadas na forma indicada anteriormente. Atenção 
porque o art. 41 trata dessas emendas irregulares como inexistentes, 
não nulas ou anuláveis, mas inexistentes.
Todos os envolvidos no assentos de registro devem atender 
às condições estabelecidas pela lei civil. No entanto, a lei pode admitir 
como testemunha algum parente, em qualquer grau, do registrado, di-
ferentemente da regra civil e processual civil. A partir daí a LRP trata de 
cada um dos registros, específica e pormenorizadamente.NASCIMENTO
O primeiro registro a ser tratado neste estudo será o de nasci-
mento. Inicialmente, é de observar pelo art. 50 da Lei Registros Públi-
cos, estabelece que “qualquer nascimento que acontecer na jurisdição 
nacional seja registrado no lugar em que o parto tiver acontecido ou 
ainda”, na residência dos pais. E, no que tange ao período para ocorrên-
cia do registro de nascimento, observa-se o indicado na tabela abaixo.
Tabela 2 – Prazo para registro
REGRA GERAL 15 DIAS
LUGARES DISTANTES MAIS DE 30 KM DA 
SEDE DO CARTÓRIO
ATÉ 3 MESES
Fonte: Elaborada pela autora (2019)
No caso dos pais possuírem domicílios distintos, os termos es-
pecificados no art. 52, 1º e 2º, respectivamente. Aqui reside uma curio-
sidade histórica e um tanto relevadora da predileção masculina do legis-
lador, mesmo que já em 1973. Essa é a redação atual do art. 52: 
Art. 52. São obrigados a fazer declaração de nascimento:
1º- o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no 
39
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§2º do art. 54;
2º- no caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1o, outro 
indicado, que terá o prazo para declaração prorrogado por 45 (quarenta e 
cinco) dias;
(BRASIL, 2015)
A redação original do artigo, antes da modificação operada 
pela Lei 13.112/2015 é a seguinte:
Art. 53. São obrigados a fazer declaração de nascimento:
1 - o pai;
2 - em falta ou impedimento do pai, a mãe, sendo neste caso o prazo para 
declaração prorrogado por quarenta e cinco (45) dias;
(BRASIL, 1973)
Nesse caso, o que pode ser observado é que não existe uma 
lógica específica no que tange à indicação do local de registro do re-
cém-nascido. Sendo assim, observa-se a residência do pai, em franca 
preferência patrilinear. Em seguida, apenas se o pai não se encontrar 
presente, poderia a criança ser registrada no Ofício do local de residên-
cia da mãe. Agora, com a mudança operada pela Lei 13.112/2015, Lou-
reiro (2017 p.80) observa que não há mais uma preferência pelo registro 
ser feito pelo pai, podendo ser feito pela mãe mesmo que na presença 
do genitor masculino.
Por isso, a regra do art. 50, §1º perdeu razão de ser, pois, 
quando os pais tiverem residência em local diferente, poderá a criança 
ser registrada em qualquer dos locais, independentemente de ordem 
explícita. 
Outra norma que se tornou evasiva foi a presente no art. 50, 
§3º, ocorre que, a LRP entrou em vigor ainda na altura da vigência do 
Código Civil de 1916. Sendo assim, até o ano de 2002, a capacidade 
civil plena somente seria atingida aos 21 anos; eram, segundo o revoga-
do art. 6º, inc. I, relativamente incapazes as pessoas com mais de 16 e 
menos de 21 anos. Por isso, a previsão do art. 50, §3º, estabelecia que 
os menores de 21 anos e maiores de 18 anos poderiam, pessoalmen-
te e livres de multa, requer o registro de seu nascimento. Tratava-se, 
portanto, de requisição de registro feita por relativamente incapaz. Já, 
porém, se limitava o mínimo há 18 anos, meio que predizendo a altera-
ção legislativa a ser operada décadas depois pelo CC/2002. (Loureiro 
2017 p. 80)
O art. 50, §3º, ainda vigora na LRP sem alteração no que se re-
fere à mudança da capacidade civil relativa. Por isso, aquele que contar 
com 18 anos, mas menos de 21 anos, não sofre sanção pela ausência 
40
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
de registro. Igualmente é facultativo aos nascidos antes da obrigatorie-
dade do registro civil solicitar a inscrição de seu nascimento, destaca-se 
ainda que, nesse caso, as partes poderão não ser punidas com pena 
de multa. 
Quanto aos indígenas, há norma específica e, nesse sentido, 
enquanto não estiverem integrados na sociedade, não precisarão rea-
lizar nenhum tipo de ato de inscrição do ato do nascimento. Sendo as-
sim, o indígena poderá ter o registro realizado em livro próprio da FUNAI 
(órgão federal que dá apoio ao índio).
Mas, como saber se ele é ou não integrado? A resposta está no 
art. 4º da Lei 6.001/1973, o Estatuto do Índio:
Art. 4º Os índios são considerados:
I - Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem 
poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos da 
comunhão nacional;
II - Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou permanente 
com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de 
sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência co-
muns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando 
cada vez mais para o próprio sustento;
III - Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos 
no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e 
tradições característicos da sua cultura.
(BRASIL, 1973)
Relativamente àqueles que nascem fora do território nacional, 
há regra específica também. Quanto aos brasileiros nascidos no exte-
rior, aplicam-se as mesmas regras, ressaltadas as determinações legais 
relativas aos consulados. Quanto aos nascidos a bordo de embarcação, 
há quatro possibilidades.
• Registro em navio brasileiro mercante ou de guerra.
• Registro pelo comandante da embarcação.
• Registro posterior pelos pais.
• Registro residual.
A LRP, ao tratar de militares, possui uma norma específica, no-
meadamente em seu artigo 67º quando especifica que a criança pode 
ser registrada da maneira ordinária e ainda, em livro criado pela ad-
ministração militar mediante declaração feita pelo interessado. Caso o 
militar esteja em campanha, pode o assento ser remetido pelo coman-
dante da unidade.
Observa-se ainda no artigo em estudo que em qualquer das 
duas situações, o assento será publicado em boletim da unidade e, logo 
41
SE
R
V
IÇ
O
S 
N
O
TA
R
IA
IS
 E
 R
E
G
IS
TR
A
IS
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
que possível, transladado por cópia autenticada de ofício ou a requeri-
mento do interessado para o cartório de registro civil a que competir ou 
para o do 1º Ofício do Distrito Federal quando não puder ser conhecida 
a residência do pai.(Loureiro, 2017 p.89)
De acordo com o estabelecido pelo artigo 67º, parágrafo único, 
essa mesma providência é extensível ao assento de nascimento de filho 
de civil quando, em consequência de operações de guerra, não funcio-
narem os cartórios locais. Ou seja, se em caso de guerra as serventias 
registrais estiverem fora de funcionamento, qualquer pessoa pode ser 
registrada no livro da administração militar ou pelo comandante da uni-
dade. Falamos no interessado no registro, que nos parece o próprio re-
cém-nascido. Porém, é óbvio que não será ele a fazer o próprio registro.
CASAMENTO
A lei de registro público também especifica determinadas ques-
tões no que tange ao tratamento de situações de grande relevância no 
plano pessoal, qual seja: o casamento. O casamento tem elementos 
contratuais bastante acentuados, em que pese haver divergência na 
doutrina quanto a sua natureza jurídica. (LOUREIRO, 2018 p.90)
O procedimento jurídico para que se formalize o casamento 
remonta ao sistema romano, em virtude da sua índole formal, ou seja, 
o rito peculiar do ato. Em regra, ao analisar o Direito de Família, essa 
questão não é tão evidente. No entanto, quando entramos nas minúcias 
da LRP, é possível compreender porque muitos o reputam soleníssimo. 
Inicialmente, a “contratação” do matrimônio não funciona como 
um contrato comum, que não exige qualquer tipo de solenidade espe-
cial, em regra (exceto quanto aos contratos administrativos, que devem 
passar, normalmente, pelas solenidades licitatórias). O casamento, ao 
contrário, exige uma “fase pré-contratual” bastante extensa e minucio-
sa; trata-se da habilitação.
Segundo o art. 68 da LRP: 
“na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os 
documentos exigidos pela lei, requerem ao oficial do registro do dis-
trito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão

Continue navegando