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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - ANÁLISE COMPARATIVA MORFOLÓGICA DOS OVÁRIOS DE CADELA E GATAS

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ANÁLISE COMPARATIVA MORFOLÓGICA DOS OVÁRIOS DE 
CADELA E GATAS 
 
NAARA CANESCHI ZEFERINO1, CELINA ALMEIDA FURLANETTO MANCANARES2 
 
1Discente do curso de Medicina Veterinária – UNIFEOB, São João da Boa Vista/SP. 
2Docente do curso de Medicina Veterinária – UNIFEOB, São João da Boa Vista/SP. 
 
RESUMO: A família Canidea, a qual pertence o cão (Canis familiaris), é classificada como 
monoéstrica, enquanto a família Felidae, a qual pertence o gato doméstico (Felis catus), é 
classificada como poliéstrica sazonal. A puberdade de ambas espécies acontece no primeiro 
proestro, porém irá depender de alguns fatores, entre eles, raça, idade e peso adequado. O 
sistema reprodutor desses animais consiste nas seguintes estruturas anatômicas: dois ovários 
com uma tuba uterina em ambos os lados, dois cornos uterinos, corpo uterino, cérvix, vagina e 
vulva. O ovário é um órgão parenquimatoso que possui vários folículos e corpos lúteos, onde os 
folículos passam por várias fases de desenvolvimento. Além disso, os ovários produzem tanto 
gametas femininos, quanto hormônios. As tubas uterinas capturam e transportam para o útero 
para a fertilização os ovócitos liberados pelos ovários. A vagina atua como canal de parto e 
excreção de urina. Resta claro que os ovários de animais domésticos necessitam de contínuo 
processo de estudo, levando em consideração a complexidade da fisiologia reprodutiva e a 
elevada importância dentro da medicina veterinária. 
 
PALAVRAS-CHAVE: ciclicidade, fêmea, ovário, puberdade, reprodutor. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O sistema reprodutor do felino consiste nos órgãos utilizados para a criação de uma nova 
vida. Ele é semelhante ao dos seres humanos. Os gatos podem produzir uma ou duas ninhadas 
anualmente, variando de um a dez filhotes. O período gestacional típico do gato é entre 50 e 60 
dias. O aparelho sexual da gata é composto de ligamento suspensor do ovário, tuba uterina, 
ovários, corno uterino, corpo do útero, cérvix, vagina e vulva. Como a atividade reprodutora dos 
animais não abranda à medida que eles envelhecem, se consegue a fecundação e partos de 
gatas numa idade avançada (NORONHA, 2013). 
A cadela apresenta o sistema reprodutor composto pela vulva, vagina, cérvix, útero, 
tubas uterinas e ovários (SAPIN, et al., 2017). Anatomicamente, a vulva é caracterizada como o 
órgão reprodutor feminino externo, formado pela presença de dois lábios que se encontram em 
uma comissura dorsal e outra ventral; a vagina corresponde a parte cranial do sistema reprodutor 
da fêmea, prolongando-se do óstio uterino externo até o óstio externo da uretra, sendo um órgão 
relativamente longo, com paredes finas formando uma cavidade virtual; a cérvix é um órgão de 
proteção, que atua como um esfíncter entre o meio externo e interno; o útero é um órgão oco, 
composto por uma camada mucosa (endométrio), uma camada muscular (miométrio) e uma 
camada serosa (perimétrio), e possui a função de permitir a implantação do embrião, manter a 
gestação e expulsar o feto no momento do parto; as tubas uterinas captam o ovócito proveniente 
dos ovários pelas fímbrias (porção final), sua porção medial é a ampola, onde ocorre a 
fertilização, e por mecanismo de contra corrente, transporta os espermatozoides vindos do útero 
pelo infundíbulo; os ovários são responsáveis pela produção dos ovócitos, que é o gameta 
feminino, e regulação do ciclo estral nas fêmeas (KÖNIG; LIEBICH, 2011). 
O presente trabalho tem como objetivo relatar a comparação dos ovários de animais 
domésticos, desde suas características anatômicas, a sua puberdade e ciclicidade, com anseio 
de buscar melhor compreensão da evolução dos ovários com o decorrer do tempo. Além de 
revisar a literatura sobre o tema e discutir as diferentes comparações morfológicas encontradas 
em ambos, bem como sua importância na medicina veterinária. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
Os órgãos genitais femininos da gata incluem os ovários, as tubas uterinas, cornos 
uterinos, corpo do útero, mesométrio, cérvix, vagina e vulva. Os ovários produzem tanto gametas 
femininos quanto hormônios, as tubas uterinas pares capturam ovócitos liberados pelos ovários 
e os transportam para o útero onde o óvulo é fertilizado e mantido, a vagina atua como órgão 
copulador, como canal de parto e passagem ovócitos para excreção urinaria. (TÓLIO; MAIATO; 
SCHOENAU, 2018). 
Os ovários são órgãos pares situando-se na gata na região dorsal abdominal 
caudalmente aos rins, tendo forma de amêndoa nessa espécie. O ovário é um órgão 
parenquimatoso que contém vários folículos e corpos lúteos, os folículos possuem a capacidade 
de passar por séries progressivas de mudanças que resultam em quatro estágios de 
desenvolvimento (DYCE; SACK; WENSING, 2004). 
A fêmea felina atinge a puberdade com 4 a 12 meses de idade (JOHNSTON; KUSTRITZ; 
OLSON, 2001), existindo condições que determinam a precocidade ou o atraso da puberdade, 
como a raça, o fotoperíodo e o mês de nascimento. Assim, animais que se encontrem em 
localizações que os permitam expressar sazonalidade reprodutiva tendem a ser mais precoces 
se nasceram no inverno e no outono do que aqueles que nascem no verão ou primavera 
(JEMMETT; EVANS, 1977). A puberdade pode também ser relacionada com o peso do animal, 
ocorrendo quando atingem de 2,3 Kg a 2,5 Kg (JOHNSTON; KUSTRITZ; OLSON, 2001). 
A sua ciclicidade é profundamente influenciada pela quantidade de luz que é exposta 
(JOHNSTON; KUSTRITZ; OLSON, 2001). A percepção da alteração de luz no dia é mediada 
pela glândula pineal que, através da síntese de melatonina, a principal hormona moduladora do 
eixo hipotálamo-hipófise-ovário na gata (GRAHAM et. al., 2004), influencia a libertação de GnRH 
(hormônio liberador de gonadotrofinas) no hipotálamo que por sua vez, estimula a libertação de 
FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante) pela hipófise anterior. A 
secreção de GnRHs e, portanto, de FSH e LH, é influenciada por estímulos visuais, olfativos, 
auditivos e tácteis do ambiente e também por sistemas de feedback homeostático do animal 
(HYTTEL; SINOWATZ; VEJLSTED, 2010). 
Na gata adulta, os folículos ovarianos se desenvolvem no interior da zona 
parenquimatosa. Cada folículo contém um único óvulo, no que o folículo amadurece, o ovócito 
interior (que são células germinativas femininas) sofrem divisão meiótica e maturação, a segunda 
divisão de maturação ocorre na tuba uterina e requer a fertilização do óvulo pela penetração de 
um espermatozoide (TÓLIO; MAIATO; SCHOENAU, 2018). 
O sistema reprodutor feminino das cadelas consiste em um útero bicórneo, ao qual se 
tem acesso pela vulva e a vagina, e dois ovários. Deles vêm os óvulos que, se fertilizados, são 
implantados nos cornos uterinos, que é o lugar onde os filhotes irão se desenvolver. O ciclo 
reprodutivo da cadela se inicia aproximadamente aos seis meses de idade, com o primeiro cio 
da cadela, mas assim como no caso dos machos, essa data pode variar. Para entender como é 
a reprodução do cachorro é essencial saber que a cadela só é fértil durante um curto intervalo 
de seu ciclo. Só neste período será capaz de cruzar, atrair os machos e ser fértil (BESTEIROS, 
2019) 
A fêmea canina é classificada como monoéstrica, ou seja, possui apenas um estro por 
ciclo reprodutivo, com intervalos interestrais de, em média, 6 a 7 meses (JOHNSTON; 
KUSTRITZ; OLSON, 2001). É uma espécie que exibe ovulação espontânea e fase lútea 
espontânea, semelhantes em comprimento da fase lútea gestante, seguida de um anestro 
obrigatório que antecede o proestro seguinte (CONCANNON, 2011). É uma espécie tipicamente 
não sazonal, contudo, algumas raças demonstram sazonalidade reprodutiva (JOHNSTON; 
KUSTRITZ; OLSON, 2001). 
A puberdade tem início com o desenvolvimento do primeiro proestro, estando está 
definida como o período em que a capacidade de reprodução é alcançada e ocorre entre os 6 e 
10 meses de idade, variando consoante a raça e peso do animal (CONCANNON, 2012; 
JOHNSTON; KUSTRITZ; OLSON, 2001). 
O cicloreprodutivo da cadela, assim como a fêmea felina, é regulado pelo eixo 
hipotálamo-hipófise-gonadal (CONCANNON, 2011) é caracterizado segundo alterações 
fisiológicas, endócrinas e comportamentais observadas no animal. Este pode ser dividido em 
quatro fases: o proestro, o estro, o diestro ou metaestro e o anestro (CONCANNON, 2012). 
 
O proestro, definido como o início do período de atividade sexual, tem uma duração 
média de 9 dias 5-20 dias (CONCANNON, 2009). Clinicamente, observa-se o aparecimento de 
corrimento vulvar sanguinolento, edema e turgidez vulvar (CONCANNON; HANSEL; VISEK, 
1975), sem recetividade da fêmea ao macho (JOHNSTON; KUSTRITZ; OLSON, 2001). 
Endocrinologicamente, previamente ao início do proestro, há um aumento nos impulsos 
da GnRH do hipotálamo que, por sua vez, estimula a libertação da FSH e da LH da hipófise 
anterior. O aumento dos níveis de hormonas hipofisárias inicia o crescimento folicular e estimula 
a esteroidogénese gonadal (E2 e P4) as concentrações séricas de E2 aumentam para níveis que 
resultam nos sinais clínicos observados (CONCANNON, 2011; ENGLAND; RUSSO; FREEMAN, 
2009). No final do proestro, o aumento contínuo de E2 estimula a libertação de LH que ativa o 
rápido crescimento folicular e a luteinização pré-ovulatória que leva à ovulação 40 a 50 horas 
após o pico de LH (CONCANNON, 2011; SONGSASEN; WILDT, 2007; CONCANNON; 
HANSEL; VISEK, 1975). 
 
No ovário cada ovócito associado a um folículo possui o potencial de gerar um novo 
indivíduo e, assim, perpetuar a espécie. Para que tal potencial seja realizado, uma sequência de 
eventos complexos e altamente controlados devem ocorrer de forma dinâmica e ordenada. Tais 
eventos incluem a formação do conjunto de folículos que estará presente nos ovários ainda 
durante a fase fetal, a ativação de folículos que estará presente nos ovários ainda durante a fase 
fetal, a ativação de folículos para iniciarem o crescimento e o correto funcionamento de forma a 
maximizar a chance de ovócito ser fertilizado, desenvolver uma gestação de sucesso e gerar um 
novo individuo apto a reprodução (BINELLI; PORTELA; MURPHY, 2009). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os ovários dos animais domésticos, tanto na família Canidea, à qual pertence o cão 
(Canis familiaris), e Felidae, à qual pertence o gato doméstico (Felis catus), requerem processo 
contínuo de estudo, pois a puberdade começa quando o animal atinge idade e peso adequado, 
ocorrendo variações entre as raças e posteriormente terão a capacidade de reprodução. Já a 
ciclicidade é regulada pelo eixo hipotálamo hipófise gonadal em ambas as espécies, além disso, 
as estruturas anatômicas são semelhantes, possuem dois ovários com uma tuba uterina de cada 
lado, dois cornos uterinos, corpo uterino, cérvix, vagina e vulva. Contudo, a informação 
disponível sobre os detalhes da fisiologia reprodutiva nas duas espécies estudadas nesta revisão 
se mostra ainda bastante reduzida. 
 
REFERÊNCIAS 
BESTEIROS, M. Reprodução canina: anatomia, etapas férteis e castração. Disponível em 
<https://www.peritoanimal.com.br/reproducao-canina-anatomia-etapas-ferteis-e-castracao-
23034.html?fbclid=IwAR0DH3VR2KwEOpnmPX27hG6TuDniMySdc5pWVMwrTKVTMwCFmS3
MzwMxc>. 2019. Acesso em 23/05/2020. 
BINELLI, M.; PORTELA V.M.; MURPHY B.D. Dinâmica ovariana e eficiência reprodutiva: estado 
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HYTTEL, P.; SINOWATZ, F.; VEJLSTED, M. Essentials of Domestic Animal Embryology. Climate 
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KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H.-G. Órgão genitais femininos. Anatomia dos Animais Domésticos. 
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NORONHA, C. Sistema Reprodutor Feminino e Masculino dos Felinos e Gametogênese. 
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SAPIN, C. F.; SILVA-MARIANO, L. C.; FIALHO-XAVIER, A. G.; TIMM, J. P. T.; PIOVESAN, A. 
D. et al. Patologias do sistema genital feminino de cães e gatos. Science and animal health. 
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SONGSASEN, N.; WILDT, D. E. Oocyte biology and challenges in developing in vitro maturation 
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TÓLIO, N. F.; MAIATO, R. P.; SCHOENAU, W. Fisiologia da Reprodução na Gata. 
Disponível em <https://www.passeidireto.com/arquivo/38237951/trabalho-de-fisiologia-
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