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SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA E OBSTÉTRICA DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ E DATAÇÃO DA GESTAÇÃO DATA: 18/03/2021 CONTEÚDO: Aula Assíncrona DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ DIAGNÓSTICO CLÍNICO: O diagnóstico clínico é baseado na história clínica, sinais e sintomas apresentados pela paciente. QUEIXAS PRINCIPAIS: - atraso menstrual - fadiga - masalgia - polaciúria - enjoos e vômitos matinais SINAIS DE PRESUNÇÃO: - atraso menstrual - manifestações clínicas: • náuseas e vômitos • salivação excessiva • mudança de apetite • tontura • polaciúria • sonolência - modificações anatômicas: • volume das mamas • da circulação venosa nas mamas: ramificação das veias no tecido subcutâneo • hipersensibilidade dos mamilos • tubérculos de Montgomery: pequenas protuberâncias (exacerbação de glândulas sudoríparas e sebáceas já existentes) nas aureolas saída de colostro pelo mamilo (a partir de 12 semanas) • coloração violácea da vulva devido a congestão pélvica • cianose vaginal e colo uterino (cianose cervical) • do volume abdominal SINAIS DE PROBABILIDADE: - amolecimento do colo uterino e aumento do volume (passa a ocupar todo o fundo de saco vaginal) - paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização - pulso da artéria vaginal em casos de exame de toque. SINAIS DE CERTEZA: - batimentos cardíacos fetais (estetoscópio de Pinard e Sonar Doppler). - percepção dos movimentos fetais: desde a 8ª semana existe movimentação fetal, mesmo que percebida comumente pelas gestantes por volta da 20ª. DIAGNÓSTICO BIOQUÍMICO: O diagnóstico bioquímico tem como base a gonadotrofina coriônica (hCG) – é uma glicoproteína produzida a partir de 3 dias após a fecundação e secretada pelo sinciciotrofoblasto após a nidação (ocorre entre 7-14 dias após a fecundação). - figura de um blastocisto, ou seja, o embrião no momento da fecundação - camada de células denominada sinciciotrofoblasto – responsável pela produção do hCG GONADOTROFINA CORIÔNICA: - composta pela subunidade e - para diagnóstico de gravidez, não há diferença entre subunidades - a subunidade não é exclusiva da gonadotrofina – ela é comum também ao LH, FSH e TSH - função: sustentar o corpo lúteo do 8º dia até 7 semanas • corpo lúteo: resíduo/cicatriz que permanece no ovário responsável pela liberação do óvulo fecundado. O corpo lúteo, chamado CORPO LÚTEO GRAVÍDICO, é o responsável pela produção de progesterona – hormônio que sustenta o embrião/zigoto a fim de evitar abortamentos precoces - no dia provável da menstruação, o valor da gonadotrofina sérica é de 100mUI/mL • valores acima de 25mUI/mL são considerados gestação DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO: O diagnóstico por imagem, quando feito no primeiro trimestre, é realizado através da USG transvaginal: - saco gestacional com 4-5 semanas • estrutura anular presente dentro do saco gestacional – vesícula vitelínica – função de transferir oxigênio e nutrientes para o embrião até a formação da placenta (14ª semana) - batimento cardíaco fetal com 6-7 semanas - movimentos fetais com 8 semanas - comprimento cabeça-nádega (CCN) >5mm: obrigatoriamente o embrião deve ter o batimento cardíaco fetal (BCF) presente. Caso o BCF não esteja presente em embriões com CCN >5mm, há um abortamento de uma gravidez inviável - o tipo de exame de USG pode ser indicado através dos níveis de gonadotrofina, ou seja: • hCG ≥1800mUI/mL – transpélvico • hCG ≥800mUI/mL até 1800mUI/mL – transvaginal OBSERVAÇÃO: a USG não é o primeiro método utilizado para diagnóstico de gestação, uma vez que o nível mínimo utilizado são 800mUI/mL hCG; enquanto o diagnóstico bioquímico é confirmado a partir de 25mUI/mL COMPRIMENTO CABÉCA-NÁDEGA: - um importante marcador para viabilidade da idade gestacional, ou mesmo da sobrevida e prognóstico da gestação - se houver um CCN >5mm, obrigatoriamente, deve ter a presença de BCF detectado na USG - a medida do CCN é feita através do traçamento de uma linha que parte do vértice do couro cabeludo até a circunferência caudal do embrião - é o principal diâmetro que se observa (mais confiável) quanto se deseja fazer a datação da gravidez pela ultrassonografia DATAÇÃO DE GRAVIDEZ REGRA DE NAEGELE: - soma-se 7 dias - subtraí-se 3 meses ou acrescenta-se 9 meses EXEMPLO: DUM 02/08/2020 + 7 dias - 3 meses: DPP: 09/05/2021 A DATA PROVÁVEL DO PARTO SERÁ SEMPRE O DIA EM QUE A PACIENTE COMPLETARÁ 40 SEMANAS DE GRAVIDEZ, OU SEJA, 9 MESES DATAÇÃO PELA USG: - quanto mais precoce for feita a ultrassonografia mais confiável ela será para datação da gestação COMO FAZER ESSA CONTA? - utilize a data referida pela USG - utilize a idade gestacional dada pela USG - a partir da IG apontada, calcule quantas dias restam/semanas para que se chegue a 40 semanas OBSERVAÇÃO: o melhor diâmetro para se calcular a IG pelo ultrassom é o CCN (erro de 3 dias) EXEMPLO: DATA DA USG: 17/09/2020 IG: 6 semanas e 4 dias Ou seja, para completar 40 semanas, restam: 33s3d = 234d - para completar setembro: 13d - outubro: 31d - novembro: 30d - dezembro: 31d - janeiro: 31d - fevereiro: 28d - março: 31d - abril: 30d - maio: 8d para completar 234d DPP: 08/05/2021 CASOS CLÍNICOS 1. Paciente procura no ambulatório e refere a DUM no dia 17/07/2020. Diz ter certeza desta data. Qual seria a idade gestacional da mesma no dia de hoje (17/09/2020)? - julho: 14 dias - agosto: 31 dias - setembro: 17 dias Somatório: 62 dias ÷7 = 8 semanas 6 dias 2. Paciente relata DUM no dia 14/03/2020. Qual seria a IG no mesmo dia de hoje? (17/09/2020) - março: 17 dias - abril: 30 dias - maio: 31 dias - junho: 30 dias - julho: 31 dias - agosto: 31 dias - setembro: 17 dias Somatório: 187 dias ÷7 = 26 semanas 5 dias 3. Paciente desconhece a DUM e trouxe consigo uma USG realizada no dia 18/06/20, cujo laudo revelava uma gestação de 6 semanas 6 dias. Qual seria a IG da mesma no dia de hoje? (17/09/2020) - junho: 12 dias - julho: 31 dias - agosto: 31 dias - setembro: 17 dias Somatório: 91 dias ÷7 = 13 semanas + 6 semanas 6 dias = 19 semanas e 6 dias
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