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Alimentação até 1 ano e Distúrbios Alimentares

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Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
1 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
AO COMPLETAR 6 MESES: 
o Leite materno por livre demanda; 
o Papa de fruta; 
o Papa salgada- Para garantir o aporte de nutrientes, a 
papa salgada deve conter um alimento de cada grupo 
desde a primeira oferta, principalmente carne, para 
prevenir a anemia. O profissional deve levar em 
consideração a diversidade cultural das famílias 
atendidas. Deve respeitar e promover a identidade 
alimentar e cultural das diferentes regiões brasileiras 
pelo resgate e pela valorização dos alimentos 
regionais, como frutas, verduras e legumes 
produzidos nas respectivas regiões; 
o A partir dos 8 meses de idade do bebê, alguns 
alimentos da família já podem ser oferecidos à criança 
(arroz, feijão, carne cozida, legumes) se estiverem 
amassados ou desfiados e desde que não tenham sido 
preparados com excesso de temperos (condimentos). 
 
AO COMPLETAR 12 MESES: 
o Leite materno por livre demanda; 
o Fruta; 
o Refeição básica da família; 
o Fruta ou pão simples ou tubérculo ou cereal. 
o A introdução deve ser lenta e gradual, respeitando-se 
a aceitação da criança. Para garantir o aporte de 
nutrientes, a papa salgada deve conter um alimento 
de cada grupo desde a primeira oferta, 
principalmente carne, para prevenir a anemia. O 
profissional deve levar em consideração a diversidade 
cultural das famílias atendidas. Deve respeitar e 
promover a identidade alimentar e cultural das 
diferentes regiões brasileiras pelo resgate e pela 
valorização dos alimentos regionais, como frutas, 
verduras e legumes produzidos nas respectivas 
regiões. 
o Cereais e tubérculos: arroz, 
mandioca/aipim/macaxeira, macarrão, batata, cará, 
inhame. 
o Hortaliças e frutas: folhas verdes, laranja, abóbora, 
banana, beterraba, abacate, quiabo, mamão, cenoura, 
melancia, tomate, manga. 
o Carnes e ovos: frango, codorna, peixes, pato, boi, 
vísceras, miúdos e ovos. 
o Grãos: feijões, lentilha, ervilha, soja e grão de bico. 
o ○ Dar somente leite materno até os seis meses, sem 
oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. 
o Rever se as orientações sobre aleitamento materno 
exclusivo são fornecidas desde o acompanhamento 
pré-natal até a época da alimentação complementar. 
o A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e 
gradual outros alimentos, mantendo o leite materno 
até os dois anos de idade ou mais. Antes de dar a 
orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao 
cuidador como ela (ele) imagina ser a alimentação 
correta da criança e, a seguir, convidem-na (o) a 
complementar seus conhecimentos, de forma 
elogiosa e incentivadora. 
o Após seis meses, dar alimentos complementares 
(cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, 
legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite 
materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada. 
o A alimentação complementar deve ser oferecida de 
acordo com os horários de refeição da família, em 
intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite 
da criança. 
o Uma visita domiciliar pode ser uma estratégia 
interessante para aumentar o vínculo e orientar toda 
a família sobre alimentação saudável. 
o A alimentação complementar deve ser espessa desde 
o início e oferecida de colher; começar com 
consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, 
aumentar a consistência até chegar à alimentação da 
família. 
o Organizar, em parceria com a comunidade, oficinas de 
preparação de alimentos seguros e/ou cozinhas 
comunitárias. Convidar famílias com crianças sob risco 
nutricional. 
o Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma 
alimentação variada é uma alimentação colorida. 
Alimentação até 1 ano e Distúrbios Alimentares 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
2 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
o Conversar sobre a estimulação dos sentidos, 
enfocando que a alimentação deve ser um momento 
de troca afetuosa entre a criança e sua família. 
o Estimular o consumo diário de frutas, verduras e 
legumes nas refeições. Pedir à mãe que faça uma lista 
das hortaliças mais utilizadas. Depois, aumentar essa 
lista acrescentando outras opções não lembradas, 
destacando alimentos regionais e típicos da estação. 
o Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, 
balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros 
anos de vida. Usar sal com moderação. Articular com 
a comunidade e outros setores uma campanha sobre 
alimentação saudável. 
o Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos 
alimentos: garantir o seu armazenamento e 
conservação adequados. 
o Estimular a criança doente e convalescente a se 
alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e 
seus alimentos preferidos, respeitando a sua 
aceitação. 
o Avaliar em equipe como está a acessibilidade da 
criança doente ao serviço de saúde. 
 DEZ PASSOS: 
PASSO 1: 
o “Dar somente leite materno até os seis meses, sem 
oferecer água, chás ou qualquer outro alimento”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Rever se as 
orientações sobre aleitamento materno exclusivo são 
fornecidas desde o acompanhamento pré-natal até a 
época da alimentação complementar. 
PASSO 2: 
o “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e 
gradual outros alimentos, mantendo o leite materno 
até os dois anos de idade ou mais”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Antes de dar a 
orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao 
cuidador como ela (ele) imagina ser a alimentação 
correta da criança e, a seguir, convidem-na(o) a 
complementar seus conhecimentos, de forma 
elogiosa e incentivadora. 
PASSO 3: 
o “Após seis meses, dar alimentos complementares 
(cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, 
legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite 
materno, e cinco vezes ao dia, se estiver 
desmamada”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Sugerir receitas de 
papas, tentando dar a ideia de proporcionalidade, de 
forma prática e com linguagem simples. 
PASSO 4: 
o “A alimentação complementar deve ser oferecida de 
acordo com os horários de refeição da família, em 
intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite 
da criança”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Uma visita domiciliar 
pode ser uma estratégia interessante para aumentar o 
vínculo e orientar toda a família sobre alimentação 
saudável. 
PASSO 5: 
o “A alimentação complementar deve ser espessa desde 
o início e oferecida de colher; começar com 
consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, 
aumentar a consistência até chegar à alimentação da 
família”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Organizar, em parceria 
com a comunidade, oficinas de preparação de 
alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias. 
Convidar famílias com crianças sob risco nutricional. 
PASSO 6: 
o “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma 
alimentação variada é uma alimentação colorida”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Conversar sobre a 
estimulação dos sentidos, enfocando que a 
alimentação deve ser um momento de troca afetuosa 
entre a criança e sua família. 
PASSO 7: 
o “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e 
legumes nas refeições”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Pedir à mãe que faça 
uma lista das hortaliças mais utilizadas. Depois, 
aumentar essa lista acrescentando outras opções não 
lembradas, destacando alimentos regionais e típicos 
da estação. 
PASSO 8: 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
3 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
o “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, 
balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros 
anos de vida. Usar sal com moderação”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Articular com a 
comunidade e outros setores uma campanha sobre 
alimentação saudável. 
PASSO 9: 
o “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos 
alimentos: garantir o seu armazenamento e 
conservaçãoadequados”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Realizar grupo com 
pais, avós e/ou crianças sobre cuidados de higiene 
geral, alimentar e bucal. 
PASSO 10: 
o “Estimular a criança doente e convalescente a se 
alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e 
seus alimentos preferidos, respeitando a sua 
aceitação”. 
o Dica ao profissional e à equipe: Avaliar em equipe 
como está a acessibilidade da criança. 
INTERFERÊNCIA DOS DISTURBIOS 
ALIMENTARES NO CRESCIMENTO DA CRIANÇA: 
o A infância é um dos estágios de vida biologicamente 
mais vulneráveis, sendo a nutrição adequada 
fundamental para garantir crescimento e 
desenvolvimento normais e a manutenção de sua 
saúde; 
o ○ A inadequação de nutrientes interfere no processo 
de desenvolvimento e crescimento da criança e é 
fator determinante no aparecimento de carências 
nutricionais, que ainda acometem 40% da população 
humana; 
o O comportamento alimentar da criança é 
determinado principalmente pela interação da criança 
com os pais ou com a pessoa responsável pela sua 
alimentação, pois eles desenvolvem o papel dos 
primeiros educadores nutricionais. Além disso, o 
comportamento alimentar também é influenciado 
pela interação da criança com o alimento, pelo seu 
desenvolvimento anátomo-fisiológico e por fatores 
emocionais psicológicos, socioeconômicos e culturais; 
o Os fatores culturais e psicossociais influenciam as 
experiências alimentares da criança desde o momento 
do nascimento, por meio do processo de 
aprendizagem; 
o O contexto social exerce papel preponderante, 
sobretudo nas estratégias que os pais utilizam para 
alimentar a criança ou para estimulá-la a comer 
alimentos específicos; 
o Um ambiente positivo e favorável tem a função de 
facilitador do desenvolvimento normal da criança e 
tem como fator determinante a relação com a mãe 
durante os primeiros meses de vida, principalmente 
durante a amamentação, pois o leite materno, além 
de atender de forma completa todas as necessidades 
fisiológicas do metabolismo dos bebês, favorece o 
contato físico entre mãe e filho e a transferência de 
carinho e afeto; 
o A nutrição e as práticas alimentares são, além de atos 
biológicos, práticas sociais, não podendo ser 
abordadas por uma única perspectiva disciplinar. 
Ainda, segundo os mesmos autores, as práticas 
alimentares são oriundas de conhecimentos, vivências 
e experiências, construídas a partir das condições 
socioculturais e do saber científico de cada época; 
o Entre esses diversos fatores que influenciam nas 
práticas alimentares, destaca-se o vínculo e relação 
com a mãe, visto que esta constitui o elemento 
fundamental nos cuidados com a criança; 
o A primeira infância é o período compreendido desde a 
concepção até o sexto ano de vida, e nessa época as 
perturbações alimentares são situações clínicas muito 
frequentes que, em geral, provocam nos pais grande 
preocupação que repercute quase sempre na relação 
com a criança; 
o Vão desde flutuações do apetite, transitórias e 
relacionadas a acontecimentos tênues, como 
alterações no cotidiano ou no ambiente, entrada na 
creche, nascimento de irmãos, até situações de recusa 
alimentar graves que põem em risco a própria vida da 
criança. Estes comportamentos podem ser 
acompanhados ou não do aparecimento de 
comportamentos anômalos e bizarros; 
o A alimentação é um dos cuidados essenciais que se 
tem com o bebê, e as experiências alimentares iniciais 
serão organizadoras e estruturantes da personalidade 
deste sujeito em formação. Com isso, a alimentação 
torna-se uma questão de relação da mãe com o filho, 
em que se põe em prática a relação de amor entre 
dois seres humanos. Sendo assim, a alimentação pode 
ser considerada como a principal via de troca e 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
4 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
comunicação entre a criança e seus cuidadores, e as 
dificuldades existentes na relação mãe-bebê 
facilmente desenvolvem sintomas ligados à esfera 
alimentar. Ou seja: quando as operações materna e 
paterna funcionarem de maneira estruturante para o 
bebê, o esperado será que as trocas alimentares e 
todos os demais processos de troca se deem de uma 
forma que não gerem fixações patológicas; 
o A ansiedade e a frustração dos pais e, sobretudo da 
mãe, causada pela recusa alimentar da criança, e a 
associação que estabelecem entre a recusa alimentar 
dos filhos e os seus sentimentos de insuficiência 
maternal, provocam uma baixa da autoestima e levam 
a que tenham atitudes que agravam as dificuldades da 
criança; 
o É através da família que as transmissões das regras e 
hábitos culturais encontram espaço para coabitarem 
com vínculos afetivos construídos pela interação entre 
seus membros e suas histórias. A alimentação torna-
se a via pela qual essas regras e vínculos podem ser 
transmitidos pelas gerações; 
o Transtornos da alimentação, ou feeding disorder, 
geralmente é usado para dar destaque à natureza 
dual ou diádica dos problemas alimentares em bebês 
ou crianças pequenas. Neste caso, há uma 
perturbação no ato de dar de comer, enquanto os 
transtornos alimentares, ou eating disorders, se 
referem a perturbações no ato de comer; 
o Os transtornos alimentares e os transtornos da 
alimentação são caracterizados por uma perturbação 
persistente de comer, ou estão relacionados ao 
comportamento de comer, que resulta na alteração 
do consumo ou da absorção de alimentos, e que 
prejudica seriamente a saúde física ou o 
funcionamento psicossocial; 
o Os critérios diagnósticos para o transtorno de 
ruminação, transtorno de ingestão de alimentos 
esquiva / restritiva, anorexia nervosa, bulimia nervosa 
e transtorno como resultado da compulsão alimentar 
periódica estão organizados em um esquema de 
classificação que é mutuamente exclusiva, de modo 
que durante um único episódio, apenas um desses 
diagnósticos pode ser atribuído. Apesar de uma série 
de características psicológicas e comportamentais 
comuns, os distúrbios diferem substancialmente em 
necessidades, curso, evolução e tratamento clínico. O 
diagnóstico de pica, no entanto, poderá ser aplicado, 
na presença de qualquer outra alimentação e 
distúrbios alimentares; 
o Considera como transtorno do comportamento 
alimentar a criança que tem dificuldade em 
estabelecer padrões regulares de alimentação, 
quando essa não consegue regular sua alimentação de 
acordo com sensações fisiológicas de fome ou de 
plenitude; 
o Há seis subcategorias de transtornos que são: 
1) Estado regulatório; 
2) Reciprocidade entre cuidador e bebê; 
3) Anorexia infantil; 
4) Aversão sensória a comida; 
5) Transtorno da alimentação associado com uma 
condição médica atual 
6) Transtorno da alimentação associada com trato 
gastrintestinal; 
o Chatoor (2002) desenvolveu uma classificação 
diagnóstica que é a seguinte: 
a) Transtorno da alimentação do estado regulatório 
(ocorre durante o período de recém-nascido); 
b) Transtorno da alimentação de reciprocidade 
(ocorre entre dois e seis meses de idade); 
c) Anorexia infantil (ocorre durante a transição de 
alimentação dada por outra pessoa à criança se 
alimentando sozinha); 
d) Aversão sensorial alimentar (ocorre durante a 
introdução da alimentação de bebê ou alimentação da 
família); 
e) Transtorno da alimentação associado com 
condições médicas atuais; 
f) Transtorno alimentar pós-trauma; 
o As duas últimas classificações podem ocorrer em 
qualquer idade; 
o As dificuldades alimentares e de sono são comuns em 
pediatria e essas podem fazer parte das fases do 
desenvolvimento normal da criança rumo à sua 
independência; 
o Condições médicas como doenças gastrointestinais, 
alergias e intolerâncias alimentares e neoplasias 
ocultas, comorbidades subjacentes podem interferir 
na alimentação e no comer; 
o Somente aos quatro anos é que a criança talvez esteja 
prontapara comer de tudo. Até chegar nessa etapa, a 
dieta e ingestão dos alimentos sofrerá variações; 
o O sistema digestório em crianças menores de 6 meses 
não é capaz de fazer a digestão de alimentos 
complexos, apenas de alimentos líquidos por isso a 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
5 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
introdução alimentar deve ser gradual. A partir de 6 
meses após a introdução alimentar o sistema 
digestório já está mais madura e preparado para 
receber os alimentos. 
o O Sistema imunológico do Recém-nascido (RN) 
desenvolve-se de forma extraordinária durante o 1º 
semestre de vida. Dependendo totalmente da 
imunidade materna durante a vida fetal o RN torna-se 
imuno competente através das interações do 
aleitamento materno e da instalação da microbiota 
com o Sistema imune associado ao tecido Linfóide 
(Gut Associated Limphoyd Tissue- GALT) o que 
permitirá o combate a microrganismos patológicos e a 
tolerância a antígenos alimentares modulando as 
reações de hipersensibilidade. 
o A janela crítica de desenvolvimento imunológico 
compreende o período entre o final de gestação e o 
desmame, na qual anticorpos naturais e passivos 
fornecem proteção para o recém-nascido e quando a 
microbiota intestinal impulsiona o desenvolvimento 
da imunidade adaptativa, incluindo a tolerância oral. 
A linha pontilhada indica o período em que os 
anticorpos naturais são considerados importantes. No 
momento da introdução da alimentação 
complementar (weaning) em torno dos 6 meses de 
vida os eventos durante este período condicionam um 
estado de homeostase imune intestinal adequado à 
proteção da criança no momento do desmame. 
o Portanto, podemos afirmar que durante o 1º 
semestre de vida há uma maturação do sistema 
imune intestinal desde diminuição da sua 
permeabilidade às bactérias e demais antígenos. A 
proteção imunológica está relacionada ao 
desenvolvimento e modulação do GALT que depende 
da alimentação (leite materno) e do estabelecimento 
de uma microbiota saudável. Estudos demonstram 
que no período de introdução da alimentação 
complementar (após o 6º mês de vida) infecções por 
E. sakazakii (Cronobacter spp.) são extremamente 
raras. 
o O sistema imunológico intestinal conhecido por sua 
sigla em inglês GALT (Gut Associated Linphoyd Tissue-
tecido linfoide associado ao intestino) tem 
importantes funções imunomoduladoras. A 
imunologia da mucosa gastrointestinal do sistema 
imunológico humano inclui a imunidade inata, que 
tem uma resposta padronizada para todos os agentes 
nocivos, e a imunidade adaptativa, que reconhecem 
especificamente cada microrganismo e ter uma 
resposta específica e memória. Com relação a recém-
nascidos, temos também de mencionar a imunidade 
passivamente adquirida pelo transporte 
transplacentário da imunoglobulina G no útero e do 
anticorpo de IgA secretora leite humano após o 
nascimento. Desde a mucosa intestinal 
constantemente exposta à estimulação antigênica, a 
função protetora do intestino requer diferentes 
fatores para estimular a resposta imune inata e 
adaptativa ou, em uma rede complexa e bem 
regulada, dos mecanismos de indução de tolerância 
que residem no GALT o mais extenso sistema linfóide 
do corpo humano. 
o Durante e após o nascimento o recém-nascido (RN), 
coloniza-se com bactérias aeróbias e anaeróbias 
provenientes do canal de parto, da pele da mãe e do 
meio ambiente. O leite materno (LM) não é estéril e 
contém diversos tipos de bactérias como 
Staphylococcus sp, Streptococcus sp, Enterococcus sp 
e diversas espécies de lactobacilos e bifidobactérias. 
o Nas primeiras semanas de vida, a microbiota 
modifica-se conforme a alimentação (fórmula ou LM) 
e quando ocorre a introdução da alimentação 
complementar. Crianças amamentadas ao seio têm 
quantidades maiores de lactobacilos e bifidobactérias 
nas fezes. 
o Assim, com o passar do tempo e o equilíbrio da 
microbiota, o lactente vai adquirindo melhor 
performance imunológica gastrintestinal. 
o Os maiores de 6 meses são mais maduros e 
desenvolvidos com maiores defesas também. Os 
menores de seis meses recebem alimentação 
exclusivamente láctea, e os alimentos sólidos 
somente serão introduzidos após o sexto mês devido 
a imaturidade existentes no TGI de menores de 6 
meses. 
o Os processos digestório e absortivo são de 
fundamental importância para o crescimento, 
desenvolvimento e manutenção da saúde. O trato 
gastrintestinal (TGI) começa a ser formado em torno 
da 10ª semana de gestação e sua maturação ocorre 
pela infância. Durante o período crítico de 
desenvolvimento, o TGI sofre influências ambientais 
capazes de modificar sua trajetória normal de 
crescimento e maturação, com reflexos em curto e 
longo prazo. Dessa maneira, variações na dieta 
materna ou na alimentação complementar podem 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
6 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
influenciar a ontogenia do intestino. Até a metade do 
período gestacional, o feto recebe nutrientes da mãe 
através da placenta e, após esse período, recebe os 
nutrientes por ingestão de líquido amniótico. 
o A partir da sexta semana de gestação, o estômago 
primitivo já pode ser identificado, mas as pregas 
epiteliais são identificadas somente a partir da 14ª 
semana, quando ocorre o início da maturação da 
estrutura glandular. Os primeiros sinais de secreção 
ácida aparecem com 16 semanas de gestação, 
entretanto as células parietais surgem apenas 11 
semanas após o nascimento. Portanto, neonatos não 
apresentam capacidade de produzir ácido gástrico e 
fator intrínseco de maneira eficiente. 
o A atividade luminal da enteroquinase, enzima que 
promove a ativação do tripsonogênio em tripsina para 
a ativação de diversas proteases, é detectável por 
volta de 24 semanas de gestação. Entretanto, o nível 
de atividade da enteroquinase é baixo, atingindo 25% 
ao nascimento. Essa baixa atividade de enteroquinase 
pode ser uma etapa limitante do processo de digestão 
de proteínas, e talvez torne o feto/neonato, mais 
suscetível a infecções intestinais. Isso ocorre porque 
essa imaturidade enzimática do intestino delgado 
neonatal faz com que exista uma fração de proteínas 
que serão utilizadas como substrato para a microbiota 
colônica. Esse processo aumenta a concentração fecal 
de metabólitos bacterianos provenientes da 
putrefação, os quais parecem ter efeitos deletérios 
para o epitélio intestinal. 
o A captação de macromoléculas, incluindo 
imunoglobulinas, fatores de crescimento (IGF e EGF), 
hormônios (insulina, cortisol, tiroxina) e antígenos, 
ocorre através da membrana de borda em escova, 
que permanece até o nascimento, e então diminui 
dias após o nascimento. Essa alta permeabilidade que 
ocorre nos primeiros dias de vida é extremamente 
importante para garantir a absorção de anticorpos 
através do colostro, auxiliando na imunidade do 
neonato. No período do nascimento, o trato 
gastrintestinal deve ser capaz de lidar com a mudança 
da nutrição parenteral (via placenta), para a nutrição 
enteral (proveniente do colostro e do leite). Na 
preparação para esse evento, o trato gastrintestinal 
cresce e amadurece rapidamente em apenas semanas 
antes do nascimento. O epitélio intestinal é renovado 
por meio de uma série de transições programadas de 
desenvolvimento no formato e na função. 
o O leite materno contém nutrientes funcionais e 
protetores que auxiliam a criar o ambiente para o 
desenvolvimento e maturação do intestino. Fatores 
ambientais são capazes de modificar a composição de 
componentes do leite materno, como o estado 
nutricional e dieta materna. A exposição precoce a 
uma dieta desequilibrada, proveniente da 
alimentação materna, pode refletir em alterações na 
absorção dos nutrientes. A dieta materna, portanto, é 
fundamental para a ontogenia do intestino, pois a 
maior parte das alteraçõesno transporte e absorção 
de nutrientes é irreversível. Além disso, a 
responsividade aos desafios dietéticos do intestino 
depende de experiências prévias nos estágios iniciais 
da vida, enfatizando, mais uma vez, a importância da 
exposição nutricional precoce no desenvolvimento e 
adaptabilidade tardia do transporte intestinal de 
nutrientes. 
o Dessa maneira conclui-se que a maior diferença está 
em crianças menores de seis meses, com poucos dias 
de vida (neonatos), pois nesse período ocorrem as 
principais adaptações do sistema digestório. Após 
esse período, as diferenças no sistema digestório de 
crianças maiores de 6 meses e menores que seis 
meses não são significativas. 
o Os sistemas digestório e imunológico dos lactentes 
maiores de 6 meses é mais resistente a infecções por 
E.sakazakii, pois: 
o O sistema imunológico do recém nascido (RN) 
desenvolve-se de forma extraordinária durante o 1º 
semestre de vida. Dependendo totalmente da 
imunidade materna durante a vida fetal o RN torna-se 
imuno competente através das interações do 
aleitamento materno e da instalação da microbiota 
com o sistema imune associado ao tecido linfóide (Gut 
Associeted Limphoyd Tissue - GALT) o que permitirá o 
combate a microrganismos patológicos e a tolerância 
a antígenos alimentares modulando as reações de 
hipersensibilidade. 
o A janela crítica de desenvolvimento imunológico 
compreende o período entre o final de gestação e o 
desmame, na qual anticorpos naturais e passivos 
fornecem proteção para o recém nascido e quando a 
microbiota intestinal impulsiona o desenvolvimento 
da imunidade adaptativa, incluindo a tolerância oral. 
No momento da introdução da alimentação 
complementar (weaning) em torno dos 6 meses de 
vida os eventos durante este período condicionam um 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
7 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
estado de homeostase imune intestinal adequado à 
proteção da criança no momento do desmame; 
o Portanto, podemos afirmar que durante o 1º 
semestre de vida há uma maturação do sistema 
imune intestinal desde diminuição da sua 
permeabilidade às bactérias e demais antígenos. A 
proteção imunológica está relacionada ao 
desenvolvimento e modulação do GALT que depende 
da alimentação (leite materno) e do estabelecimento 
de uma microbiota saudável. Estudos demonstram 
que no período de introdução da alimentação 
complementar (após o 6º mês de vida) infecções por 
E.sakazakii são extremamentes raras.

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