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© O tecido adiposo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, sendo as suas principais células – adipócitos – oriundos da diferenciação das células mesenquimais. Este tipo de tecido possui pouca matriz extracelular (rica em fibras reticulares de colágeno do tipo III), é muito vascularizado e inervado, comumente situando-se abaixo da epiderme e da derme, no que chamamos de hipoderme. Divide-se em unilocular e multilocular, e dentre suas funções podemos destacar: Reserva de energia (TAGs); Isolante térmico; Absorção de impactos; Formação de coxins (palma das mãos e sola dos pés); Preenchimento; Modelação de superfícies do corpo; Produção de calor. O tecido adiposo unilocular, ou branco, é o principal reservatório de lipídios do organismo. Essa reserva é feita através de uma grande gotícula única no citoplasma, isto é, uma única inclusão de gordura, por isso o nome do tecido é unilocular. A gotícula de gordura é tão grande que desloca o núcleo, deixando- o estendido na periferia da célula. O surgimento deste tipo de tecido se inicia no 5° mês de vida e termina na infância. Entretanto, quando o indivíduo sofre quaisquer processos de emagrecimento, essas células não morrem, mas sim murcham até que sejam preenchidas de gordura novamente. Isso serve para que possamos armazenar a gordura a longo prazo, como era necessário para os nossos ancestrais, que não possuíam ciclos alimentícios regulares, como ocorre na maior parte da população atualmente. Além disso, os adipócitos secretam algumas moléculas como leptina, lipase e resistina (que irão atua no metabolismo), bem como citocinas importantes para a resposta inflamatória. Os adipócitos são células especializadas no armazenamento de lipídeos na forma de triacilglicerol (TAG) em seu citoplasma, sem que sua integridade seja prejudicada. Essas células possuem enzimas e proteínas reguladoras necessárias para síntese de ácidos graxos (lipogênese), no intuito de estocar TAG nos períodos em que a oferta de energia é abundante, e para mobilizá-los pela lipólise nos períodos de jejum. Para que possam ser utilizados no metabolismo energético, precisam ser hidrolisados por lipases, liberando um ácido graxo e uma molécula de glicerol. O tecido adiposo multilocular, ou tecido adiposo marrom, se opõe ao unilocular, pois apresenta várias inclusões de gordura pequenas, que não deslocam o © núcleo para periferias. Este tipo de tecido é abundante nos recém nascidos e nos animais que hibernam, pois é especializado na produção de calor. No caso dos recém nascidos, isso advém do fato de que há milhares de anos os bebês não possuíam tanta proteção e agasalhos como nos dias de hoje, logo, essa região se especializou no processo de liberação de calor. Nos adultos, está presente somente na cintura pélvica e escapular. Tal liberação se dá pela presença em grandes quantidades de mitocôndrias, que possuem muita termogenina e pouca ATP sintase. A termogenina (ou UCP-1), desacopla a cadeia respiratória e promove o retorno de prótons ao espaço intermembranoso, sem este estar acoplado à produção de ATP. Dessa maneira, a energia do retorno dos elétrons é dissipada como calor À esquerda um adipócito do tecido unilocular, à direita um adipócito do tecido multilocular.
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