O DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE: SEGURANÇA NO TRÂNSITO, SOCIEDADE DE RISCOS E CONTROLE SOCIAL PENAL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina Legislação Penal Especial 
 
 
Brasilia-DF 
2020
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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O DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE: SEGURANÇA NO TRÂNSITO, 
SOCIEDADE DE RISCOS E CONTROLE SOCIAL PENAL 
 
Referência: 
Segurança no trânsito. A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização 
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) tem apoiado diversas ações para melhorar a 
segurança do trânsito no Brasil. Disponível em: 
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=51
47:acidentes-detransito-folha-informativa&Itemid=779. Acesso em: 07 de 
agosto de 2020. 
Salvar VIDAS – Pacote de medidas técnicas para a segurança no trânsito. 
Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2018. Licença: CC BY-NC-
SA 3.0 IGO. 
SEGUNDO, Jurineu Alves Caires. Democracia, direito penal e sua relação com 
o estado democrático de direito. Conteúdo Juridico, janeiro de 2018. 
Disponível em: http://www.conteudojuridico. com.br/consulta/Artigos/51277/ 
democracia-direito-penal-e-sua-relacao-com-o-estado-democratico-de-direito. 
Acesso em: 08 de agosto de 2020. 
MONTEIRO, Renan. A inconstitucionalidade dos crimes de perigo abstrato. 
Jus.com.br, 12/2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/70663/a-
inconstitucionalidade-dos-crimes-de-perigo-abstrato. Acesso em: 08 de agosto 
de 2020. 
 
Todos os anos aproximadamente 1,35 milhão de pessoas tem suas vidas 
interrompidas em virtude de um acidente de trânsito. De 20 e 50 milhões de pessoas 
sofrem lesões não fatais, inúmeras resultando em incapacidade. Atingindo diferentes 
tipos de pessoas e tendo diversos fatores de risco. Em resposta a estes números 
exorbitantes em 2017 a Organização Mundial da Saúde – OMS lançou um pacote 
técnico de segurança no trânsito. 
http://www.conteudojuridico/
 
 
 
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Ah alguns fatores predominantes na identificação do grupo de risco, sendo que mais 
de 90% das mortes no trânsito ocorrem em países de média e baixa renda. As taxas 
de mortalidade por lesões no trânsito são mais elevadas na região africana da OMS. 
Mesmo em países de alta renda, pessoas de menor nível socioeconômico são mais 
propensas a se envolver nesses eventos. As lesões ocorridas no trânsito são a 
principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 ano. Ainda, os homens 
são mais propensos a se envolver em acidentes de trânsito. Cerca de 73% das 
mortes no trânsito ocorrem entre jovens do sexo masculino, que têm quase três 
vezes mais chances de morrer em acidentes de trânsito. 
O enfoque de sistemas seguros reconhece a vulnerabilidade das pessoas às lesões 
graves no trânsito e entende que o sistema deve ser projetado para acomodar falhas 
humanas. A base deste enfoque são as vias e corredores seguros, a velocidade 
segura, os veículos seguros e os usuários das vias seguros – os quais devem ser 
abordados para eliminar lesões fatais e reduzir lesões graves no trânsito. Um 
importante fator de risco é o aumento na velocidade média, que está diretamente 
relacionado a probabilidade de ocorrência de um acidente e a gravidade das suas 
consequências. Outro importante fator é a influência de álcool ou qualquer 
substância ou droga psicoativa aumenta o risco de acidente com morte e lesões 
graves. Ainda existem fatores como distrações que podem levar a uma condução 
prejudicada, sendo que, a distração causada por celulares é uma preocupação 
crescente para a segurança no trânsito. 
Fatores que podem diminuir estes riscos são o uso correto de capacetes, que pode 
reduzir em 42% o risco de mortes e em 69% o risco de lesões graves. O uso de 
cinto de segurança e de sistemas de retenção para crianças pode reduzir em 60% o 
número de mortes. O desenho das vias pode ter um impacto importante em sua 
segurança. Idealmente, elas devem ser projetadas considerando a segurança de 
todos os usuários das vias. Veículos seguros, também desempenham um papel 
essencial na prevenção de acidentes e na redução da probabilidade de lesões 
graves. A agilidade na detecção e no atendimento aos envolvidos em um acidente 
de trânsito pode diminuir a gravidade dos ferimentos. 
 
 
 
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A efetiva aplicação das Leis de trânsito, podem resultar na redução esperada nas 
mortes e lesões no trânsito. Tal aplicação inclui o estabelecimento, atualização 
regular e cumprimento de leis em níveis nacional, estadual e municipal que abordam 
os fatores de risco mencionados acima. Inclui também a definição das penalidades 
apropriadas. 
Medidas eficazes elaboradas pelo Estado para abordar a segurança no trânsito de 
maneira integral, envolvendo setores, como transporte, segurança pública, saúde, 
educação e ações que tratam da segurança viária, veículos e seus usuários, podem 
reduzir os níveis de acidentes no trânsito. 
Algumas intervenções podem ser eficazes como: uma infraestrutura mais segura 
com a incorporação de elementos de segurança viária na planificação do uso de 
solo e de transportes; melhorar os dispositivos de segurança dos veículos e a 
atenção às vítimas de acidentes de trânsito; estabelecer e aplicar normas 
relacionadas aos principais riscos; e aumentar a conscientizar a população. 
A OMS é a agência que lidera – em colaboração com as comissões regionais da 
ONU – as ações para segurança no trânsito dentro do sistema das Nações Unidas. 
Preside a Colaboração das Nações Unidas para a Segurança no Trânsito e serve 
como base para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020. 
A Organização de forma multissetorial e em parceria com partes nacionais e 
internacionais, trabalha em todo o espectro nos países, com a finalidade de poiar os 
Estados Membros no planejamento, implementação e avaliação de políticas de 
segurança no trânsito. Em 2017, lançou um pacote técnico de segurança no trânsito, 
que sintetiza medidas baseadas em evidências capazes de reduzir 
significativamente as mortes e lesões no trânsito. O documento tem foco na gestão 
de velocidade, liderança, desenho e melhoria de infraestrutura, normas de 
segurança dos veículos, aplicação das leis de trânsito e sobrevivência pós-acidente. 
O pacote prioriza seis estratégias e 22 intervenções que abordam os fatores de risco 
destacados anteriormente e fornece orientação aos Estados Membros sobre sua 
implementação para salvar vidas e atingir a meta de reduzir pela metade o número 
de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo até 2020. 
 
 
 
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Proclamada por meio de uma resolução da Assembleia Geral da ONU em 2010, a 
década foi lançada em maio de 2011 em mais de 110 países, com o objetivo de 
salvar milhões de vidas implementando um plano global. 
A OMS também desempenha um papel fundamental na orientação dos esforços 
globais, continuando a defender a segurança no trânsito nos mais altos níveis 
políticos: compilando e disseminando boas práticas em prevenção, coleta de dados 
e atendimento aos traumas; compartilhando informações com o público sobre riscos 
e como reduzi-los; e chamando a atenção para a necessidade de aumentar o 
financiamento nessa área. 
A segurança no trânsito foi incluído como um dos objetivos de desenvolvimento do 
milênio, com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável-ODS, as 169 metas 
tem como objetivo equilibrar as dimensões econômicas sociais e ambientais do 
desenvolvimento sustentável. As metas relacionadas com a segurança no trânsito 
criam uma oportunidade para a política de segurança da seguinte maneira: são 
muito mais rigorosas, renovam a atenção para a política de segurança no trânsito, 
reconhecem a importância dessa questão para a saúde desenvolvimento mundial. 
Além de, reconhecerem que existe um forte embasamento científico para o que 
funciona na prática. 
Foram desenvolvidos 4 pilares dentro do plano global para a década deação pela 
segurança do trânsito sendo eles: gestão da segurança no trânsito, vias e 
mobilidades mais seguras, veículos mais seguros, usuários da via mais seguros, 
resposta pós acidente. 
O direito penal exercesse o papel de tutela e proteção dos direitos individuais da 
sociedade, sendo a maior força de tutela jurídica do ordenamento pátrio. Já o estado 
democrático de direito é também instrumento de controle social legitimado e limitado 
pelo consenso entre a população, que deverá ser utilizado à serviço da sociedade. O 
direito penal é a ciência de garantia para efetivar os princípios constitucionais, que 
se manifestará caso um bem jurídico de relevante valor social seja ofendido. 
Assim, o Direito Penal é tido como a ultima ratio, motivo pelo qual boa parte da 
doutrina considera que os crimes de perigo abstrato são inconstitucionais na medida 
em que não causam efetiva ofensa ao bem jurídico tutelado, bem como, a solução 
 
 
 
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para estes conflitos poderia ser buscada em outras esferas do direito, preservando o 
princípio da intervenção mínima. 
Assim, observamos que conforme apresentado pela organização Pan-Americana da 
Saúde/ Organização Mundial da Saúde os dados de acidentes de trânsito são 
alarmantes, motivo pelo qual foi necessária a inclusão da segurança de trânsito 
como um dos objetivos do milênio. Ocorre que, por vezes a utilização das normas 
penais como esfera para controlar a insegurança do trânsito acaba por lesar o 
princípio da intervenção mínima, sendo que, o direito penal deverá se ocupar da 
matéria que cause efetiva ofensa ao bem jurídico e ainda de temas irresolúveis por 
outras matérias. Importante salientar ainda que, conforme elencados nos objetivos 
da OMS a questão da segurança no trânsito é um problema que engloba um 
trabalho muito mais abrangente do que apenas criminalizar condutas, sendo que a 
falta de segurança pública advém de situações desde a infraestrutura das vias 
públicas até a questão da publicidade das medidas de segurança.