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Centro Universitário Católica de Quixadá Bases Técnicas, Biossegurança e Ergonomia Biossegurança e o Meio Ambiente Larissa Saturnino Diego Nunes Nicoly Nobre Vitória Maria Teixeira Daniela de Souza Andreynna Freitas Dávynne Torres Jefferson Breno Colares Claudiana Pereira Quixadá-ce 2020 SUMÁRIO 1 BIOSEGURANÇA............................................................................................. 2 PROTOCOLO DE CARTENAGEM SOBRE BIOSSEGURANÇA..................... 3 BIOSEGURANÇA E O MEIO AMBIENTE......................................................... 4 DESCARTE....................................................................................................... 5 A CTNBio.......................................................................................................... 1 Biossegurança O conceito de Biossegurança, do termo em inglês biosafety, foi inicialmente aplicado pra indicar um conjunto de ações necessárias à contenção de riscos inerentes a exposição ou liberação de agentes infecciosos em laboratórios, tendo como preocupação central a construção de ambientes saudáveis. Surgiu no século XX e é regulada em vários países por um conjuntos de leis, procedimentos ou diretrizes especificas. A questão fundamental, portanto, é garantir que qualquer procedimento científico seja seguro. Avanços da ciência e da tecnologia trouxeram diferentes inquietudes, ampliando seu foco e campo de aplicação de modo a abranger a construção de sistemas de prevenção e controle para diferentes situações de riscos, que não afetam apenas o profissional que desempenha uma função, e sim todos aqueles que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Apesar dos benefícios, os avanços tecnológicos também influenciam negativamente no meio ambiente. Por conta disso, a prioridade da biossegurança é possibilitar que os avanços ocorram priorizando, sempre, a saúde humana, animal e também o meio ambiente. Ele precisa ser seguro para profissionais que o realizam, para os pacientes a quem são destinados (quando houver)e para o ambiente e, ao mesmo tempo, ser capaz de gerar resultados de qualidade. 2 Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança Em 29 de janeiro de 2000, a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) adotou seu primeiro acordo suplementar conhecido como Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. Este Protocolo visa assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados (OVMs) resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento transfronteiriço. O Protocolo entrou em vigor em 11 de setembro de 2003, noventa dias após a entrega do 50º instrumento de ratificação. Até junho de 2006, 132 instrumentos de ratificação já haviam sido depositados na Secretaria Geral das Nações Unidas. Existe também o DECRETO Nº 5.705, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2006. Que o objetivo do presente Protocolo é contribuir para assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência e da manipulação. http://www.biodiv.org/biosafety/protocol.asp http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.705-2006?OpenDocument 3 Biossegurança e o Meio Ambiente A biossegurança é a ciência que se dedica ao estudo e à tomada de medidas para a prevenção de possíveis efeitos nocivos provocados pela biotecnologia. Apesar dos benefícios, os avanços tecnológicos também influenciam negativamente no meio ambiente. Por conta disso, a prioridade da biossegurança é possibilitar que os avanços ocorram priorizando, sempre, a saúde humana, animal e também o meio ambiente. A correta higienização das mãos, a esterilização das ferramentas de trabalho e o uso de máscaras e luvas são alguns exemplos de procedimentos que ajudam a proteger e a evitar contaminações, mas a biossegurança vai muito além disso. Também é preciso garantir a preservação do meio ambiente. Para isso, órgãos como a Anvisa estão atentos aos cuidados tomados pelas empresas que lidam com a manipulação de materiais biológicos e de organismos geneticamente modificados. Para que estas substâncias não prejudiquem o meio ambiente, contaminando rios e matas, é extremamente necessário que o seu descarte seja bem planejado. Resíduos tóxicos e químicos devem ser descartados de maneira consciente e segura. Nesse contexto, a biossegurança e gestão ambiental se relacionam na medida em que os gestores é que atuam no controle e no planejamento da segurança do meio ambiente. O papel do gestor ambiental O gestor ambiental é um profissional apto a planejar e desenvolver a sustentabilidade, a melhorar a qualidade de vida e a manter a segurança da biosfera. Portanto, tem conhecimento para planejar a gestão de resíduos em indústrias, órgãos governamentais, empresas privadas e centros de pesquisas. Muitos destes locais atuam com a manipulação de produtos tóxicos, que podem contaminar o meio ambiente. A contribuição do gestor está em ações como o desenvolvimento de um plano de descarte consciente dos resíduos químicos. Os recursos naturais, já escassos, devem ser protegidos. Um exemplo são os rios e lagoas: infelizmente, não são poucos os casos de empresas que descartam suas substâncias prejudiciais nesses locais. O descarte consciente e planejado de resíduos – como plásticos, agrotóxicos, metais pesados e petróleo – é a melhor maneira de evitar danos irreversíveis e promover a biossegurança. 4. Descarte Lixo Hospitalar: Todo material utilizado em hospitais, clínicas, consultórios, postos de saúde, centros de pesquisa, laboratórios de farmacologia e necrotérios, dentre outros estabelecimentos, precisa receber atenção especial antes de ser descartado. O descarte irregular pode provocar sérios danos aos seres vivos e ao meio ambiente. O risco de contaminação é muito grande. Determinados materiais podem provocar e disseminar doenças, alterando o solo e a água. De acordo com especialistas a estimativa é de que de 1% a 3% das 150 mil toneladas de resíduos diários sejam compostos por materiais provenientes de unidades de saúde. No Brasil, estes estabelecimentos devem promover o descarte de lixo hospitalar de forma correta seguindo as determinações regulamentadas e inspecionadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Brasil, apenas cerca de 60% de todo o lixo infectante recebe tratamento adequado, sendo eliminado corretamente. Alguns exemplos de lixo hospitalar são materiais biológicos contaminados com sangue ou patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais plásticos; além de uma grande variedade de substâncias tóxicas, inflamáveis e até radioativas. Tipos de lixo hospitalar: Os resíduos hospitalares são classificados como: Grupo A (potencialmente infectantes) - que tenham presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção. Ex.: bolsas de sangue contaminado; Grupo B (químicos) - que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X; Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear; Grupo D (resíduoscomuns) - qualquer lixo hospitalar que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis; Grupo E (perfurocortantes) - objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro Como o lixo hospitalar deve ser descartado O descarte do lixo hospitalar de modo geral é feito em sacos plásticos brancos, resistentes a rupturas ou vazamentos. Esses objetos são identificados com o símbolo do grupo de resíduos ao qual corresponde, conforme a classificação da ANVISA. Posteriormente, uma empresa especializada coleta esses materiais e os encaminha para tratamento adequado, que pode ser por meio de incineração (queimados em altas temperaturas) ou esterilização em enclaves próprios. Em alguns, casos eles são aterrados ou sofrem radiação. Vale ressaltar que medicamentos impróprios para uso (grupo B) devem ser devolvidos aos fabricantes. Já os rejeitos radioativos (grupo C), devem ser descartados conforme regras da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Resíduo Doméstico: O lixo domestico é todo tipo de resíduo solido oriundo dos habitantes de uma determinada residência, e podem ser materiais orgânicos restos de alimentos, madeira, dejetos humanos ou inorgânicos as embalagens, os vidros, os papéis. A coleta do lixo domiciliar é realizada pelo serviço público de limpeza. Postos pelos moradores em sacolas de plástico, os garis recolhem o lixo, os quais são colocados num caminhão que macera todos os produtos para serem levados nos locais denominados de aterros sanitários. No entanto, os aterros sanitários possuem um tempo de vida útil. Ainda que seja realizada uma preparação do solo, os lixões e os aterros sanitários poluem diretamente o solo, o ar (pela emissão de gases produzidos) e ainda as águas, uma vez que podem atingir os lençóis freáticos (águas https://www.todamateria.com.br/aterro-sanitario/ subterrâneas).Por esse motivo, é extremamente importante que as pessoas separem os resíduos, visto que muitos materiais demoram anos, décadas ou séculos para se decomporem no solo, por exemplo, plásticos, vidros, alumínio, etc. Lixo Comercial: O lixo comercial são os resíduos provenientes do comércio e serviços, ou seja, pelo terceiro setor. São produzidos em diversos estabelecimentos os quais são geradores de grandes quantidades de lixo como os bancos, restaurantes, bares, supermercados, lojas, hotéis, escritórios, dentre outros.É composto de diversos tipos de resíduos desde embalagens de plásticos, papelões, papéis e restos de alimentos. De forma geral, os resíduos comerciais podem ser classificados em orgânicos e inorgânicos, e ambos se assemelham bastante ao lixo doméstico. Sobras de comidas de bares e restaurantes, alimentos estragados e até os pelos dos animais tosados em um pet shop são considerados resíduos orgânicos. Garrafas PET, latas de alumínio, papéis variados e entulho de obras, por outro lado, representam o lixo comercial inorgânico. Muitos empresas e comércios com atitudes sustentáveis apostam na separação e reciclagem do lixo, visto o aumento considerável de poluição no mundo. De tal modo, o lixo é separado e levado aos locais específicos, sejam os aterros sanitários ou os postos de coleta seletiva.Outros tipos de ações levam a diminuição da produção de lixo, por exemplo, utilização de canecas, evitando o uso excessivo de copos de plástico. Lixo Industrial: O resíduo industrial é aquele proveniente das indústrias, ou seja, do setor secundário. Dentre todos os tipos de lixo, os resíduos industriais tem sido um dos maiores problemas quando se trata de preservação do meio ambiente.É, portanto, uma grande ameaça para o equilíbrio ambiental e para a sobrevivência de todos os seres do planeta. Segundo o “Departamento de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente”, o Brasil recicla somente 13% dos resíduos industriais. Dependendo do tipo de atividade desenvolvida pela indústria química, petroquímica, alimentícia, têxtil, metalúrgica, automotiva, papelaria, etc. os resíduos industriais podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, por exemplo: https://www.todamateria.com.br/reciclagem/ https://www.todamateria.com.br/aterro-sanitario/ Produtos químicos, Metais, Borracha, Tecidos, Gases, Óleos, Cinzas, Vidros, Plásticos, Papéis, Madeira. Classificação e Destino do Lixo Industrial O descarte do lixo industrial em locais inapropriados tem gerado sérios impactos no meio ambiente, como a poluição do solo e dos cursos de água (rios, mares, lagos, oceanos, lençóis freáticos.Os tipos de resíduos possuem um destino específico e nem todos estão de acordo com as leis ambientais. De tal modo, o lixo Industrial é classificado de três maneiras: Classe 1- Perigosos (contaminantes e tóxicos); Classe 2 - Não-inertes (possivelmente contaminantes); Classe 3 - Inertes (não contaminantes). Resíduos Sólidos: esses tipos de resíduos industriais são amontoados e enterrados em locais específicos (aterros industriais), o que pode causar sérios danos de contaminação no solo e no lençol freático (águas subterrâneas); Resíduos Líquidos: sem nenhum tipo de tratamento, a maioria das indústrias lança esse tipo de resíduos nos rios e mares, comprometendo os cursos de água; Resíduos Gasosos: proveniente das fumaças lançadas pelas chaminés das indústrias,esses resíduos são lançados na atmosfera sem passar por tratamento prévio.Visto que muitos resíduos industriais são tóxicos, corrosivo, inflamável e com alto teor poluente, como principais consequências tem a contaminação dos ecossistemas, diminuição da biodiversidade e ainda, a proliferação de diversos tipos de doenças. Reciclagem do Lixo Industrial Uma vez que se trata de resíduos de diversas naturezas, alguns deles podem ser reciclados, por exemplo, os plásticos, vidros, papéis. Além deles, na indústria de alimentos alguns podem passar pelo processo de reciclagem derivando, por exemplo, em rações para animais. No entanto, muitos dos resíduos industriais não são recicláveis como os produtos tóxicos derivados de materiais químicos. Esses são os mais perigosos para o planeta e muitas indústrias ainda são negligentes com o assunto mesmo que sejam elas as responsáveis pelo gerenciamento, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos.Assim, além da reciclagem de produtos, os resíduos industriais podem ser incinerados (queimado a altas temperaturas), ou mesmo levados aos aterros industriais que apresentam um processo de impermeabilização do solo, sendo o processo mais comum e menos dispendioso. Entretanto, essas técnicas ainda levantam questões sobre sua eficácia e seus reais efeitos no meio ambiente. 5. A CTNBio A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é uma instância colegiada multidisciplinar, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia com a finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa aos OGMs, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados. Das atribuições competentes a CNTNBio, podemos destacar: Propor a Política Nacional de Biossegurança; Acompanhar o desenvolvimento e o programa técnico e científico na Biossegurança e em áreas afins, objetivando a segurança dos consumidores e da população em geral, com permanente cuidado à proteção do meio ambiente; Relacionar-se cominstituições voltadas para a engenharia genética e a biossegurança a nível nacional e internacional; Propor o Código de Ética de Manipulações Genéticas; Estabelecer normas e regulamentos relativos às atividades e projetos que contemplam construção, cultivo, manipulação, uso, transporte, armazenamento, comercialização, consumo, liberação e descarte relacionados à OGM; Classificar os OGMs segundo o grau de risco, definindo os níveis de biossegurança a eles aplicados e às atividades consideradas insalubres e perigosas; Estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança/ CIBios, no âmbito de cada instituição que se dedique a ensino, pesquisa, desenvolvimento e utilização das técnicas de engenharia genética; http://ctnbio.mcti.gov.br/inicio Emitir Parecer Técnico sobre os projetos relacionados a OGM pertencentes ao Grupo II, conforme definido no Anexo 1 da Lei no. 8.974, de 1995, encaminhando-o aos órgãos competentes; Apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de investigação de acidentes e de enfermidades verificadas no curso dos projetos e das atividades na área de engenharia genética, bem como na fiscalização e monitoramento desses projetos e atividades; Emitir parecer técnico prévio conclusivo sobre qualquer liberação de OGM no meio ambiente, encaminhando-o ao órgão competente; Divulgar no Diário Oficial da União, previamente ao processo de análise, extrato dos pleitos que forem submetidos a sua aprovação, referentes a liberação de OGM no meio ambiente, excluindo-se as informações sigilosas de interesse comercial, objeto de direito de propriedade intelectual, apontadas pelo proponente e assim por ele consideradas; Emitir parecer técnico prévio conclusivo sobre registro, uso, transporte, armazenamento, comercialização, consumo, liberação e descarte de produto contendo OGM ou derivados encaminhando-o ao órgão de fiscalização competente; Divulgar no Diário Oficial da União o resultado dos processos que lhe forem submetidos a julgamento, bem como a conclusão do parecer técnico.
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