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Fármacos na gestação e amamentação

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Fármacos na gestação e amamentação 
Teratogenia 
Princípios gerais 
Os bebês são suscetíveis em razão do 
desenvolvimento incompleto de 
determinados órgãos (p. ex., os rins) ou da 
falta de expressão de algumas proteínas 
metabolizadoras ou transportadoras de 
fármacos que desempenham papéis 
farmacocinéticos fundamentais. Em 
gestantes, a placenta proporciona uma 
barreira para a transferência de 
determinados fármacos da mãe para o feto, 
entretanto, muitos compostos podem cruzar 
livremente a barreira placentária e ter 
acesso à circulação fetal. 
Um agente teratogênico, ou teratógeno, 
pode ser definido como qualquer 
substância, organismo, agente físico ou 
estado de deficiência que, estando presente 
durante a vida embrionária ou fetal, produz 
uma alteração na estrutura ou na função da 
descendência. 
Os danos reprodutivos na espécie humana 
podem ser agrupados em classes principais: 
(a) perda do concepto (abortos, morte fetal 
tardia ou perinatal); (b) malformações; (c) 
retardo de crescimento intrauterino e (d) 
deficiências funcionais, incluindo-se aqui o 
retardo mental. 
Alguns exemplos de agentes teratogênicos: 
 Medicamentos como talidomida, 
misoprostol, ácido retinóico, inibidores 
da ECA (ex. Captopril); 
antineoplasicos; antitireioideanos; 
barbituratos; carbamazepina; fenitoina; 
iodetos e iodo radioativo; lítio; 
misoprostol; retinoides; talidomida; 
tetraciclina; valproato de sódio; 
vitamina A (>18.000 UI/dia) e 
warfarina. 
 Doenças Maternas: diabetes, epilepsia, 
hipotireoidismo... 
 Infecções Congênitas: sífilis, 
toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus 
 Radiações: (radioterapia 
 Substâncias Químicas: mercúrio, 
chumbo... 
 Outras Drogas como álcool, fumo, 
cocaína e outras. 
 
Farmacologia 
Por Ana Clara Melo 
´ ~ ~ 
 
A ação de um teratógeno sobre o embrião 
ou feto depende de: 
1. Estágio de desenvolvimento do 
concepto: 
1ª e 2ª semana: período do tudo ou nada. 
3ª a 8ª semana: período mais crítico com 
relação às malformações. 
2. Relação entre dose e efeito: quanto maior 
a dose do agente, as manifestações 
variam desde nenhum efeito, passando 
pelos danos funcionais e malformações, 
até a morte do concepto. A dose a que um 
feto é exposto durante a gravidez 
depende tanto de fatores maternos como 
fetais, incluindo a farmacocinética 
materna, taxa de passagem placentária, 
metabolismos placentário e fetal, a 
distribuição fetal da substância e a 
presença de receptores ativos no 
compartimento fetal. 
3. Genótipo materno-fetal: pode conferir 
maior suscetibilidade ou resistência à 
manifestação de um determinado agente. 
Fármacos na gestação 
Do ponto de vista clínico, não existe 
nenhum método direto para determinar a 
exposição do feto a um fármaco. A 
concentração do fármaco em relação ao 
tempo que permanece na circulação 
sistêmica da mãe constitui o principal 
determinante dessa exposição, mas outros 
fatores de contribuição incluem a 
quantidade, a solubilidade, a ionização e a 
ligação às proteínas do fármaco; seu 
transporte ativo para o interior e para fora 
da circulação placentária; e a taxa de 
depuração fetal, que compreende o 
metabolismo de primeira passagem pela 
placenta. 
Com base na escassez relativa de dados 
humanos sobre os efeitos teratogênicos de 
fármacos e da confiabilidade limitada, um 
princípio fundamental no tratamento de 
mulheres gestantes consiste em minimizar, 
sempre que possível, a exposição da mãe e 
do feto a fármacos; quando necessário, 
devem-se preferencialmente usar fármacos 
que possuem o melhor registro de segurança 
em gestantes sem efeitos adversos sobre o 
desenvolvimento do feto. Além disso, 
substâncias de uso abusivo (p. ex., cigarros, 
álcool, drogas ilícitas) devem ser evitadas e, 
sempre que possível, eliminadas antes da 
concepção. 
Toda gestante deve fazer uso de um 
multivitamínico contendo 400 μg de ácido 
fólico diariamente para reduzir a incidência 
de defeitos do tubo neural. 
Os fármacos mais comumente utilizados na 
gestação são antieméticos, antiácidos, anti-
histamínicos, analgésicos, antimicrobianos, 
tranquilizantes, hipnóticos, diuréticos e 
drogas recreacionais e ilícitas. 
Com a gestação, ocorre algumas alterações 
fisiológicas como o retardo de 
esvaziamento gástrico, diminuição de 
motilidade intestinal; aumentos em 
volemia, débito cardíaco e fluxo plasmático 
renal; diminuição relativa das proteínas 
plasmáticas, alterações de metabolismo 
hepático, aumento de diurese que 
modificam a disposição farmacocinética 
dos medicamentos. 
As modificações digestivas não alteram 
significativamente a absorção de fármacos. 
Já a distribuição pode aumentar, devido a 
acréscimos em volume plasmático, água 
corporal e débito cardíaco. Isso pode exigir 
maiores doses de ataque. A diminuição 
relativa das proteínas plasmáticas aumenta 
a fração livre dos fármacos, com 
consequente intensificação de efeito e 
possível diminuição de sua duração. A 
biotransformação de fármacos na grávida é 
pouco conhecida. A depuração renal é 
maior pelo aumento de fluxo plasmático 
renal e filtração glomerular, obrigando a 
ajustes nos intervalos entre administrações. 
Os medicamentos administrados à mãe 
chegam ao feto através da placenta e 
depende de características físico-químicas 
do fármaco (lipossolubilidade, coeficiente 
de partição e peso molecular) e de suas 
concentrações plasmáticas na gestante, bem 
como de condições placentárias (espessura, 
superfície, integridade e permeabilidade da 
membrana absortiva, fluxo sanguíneo 
uteroplacentário, idade gestacional), 
ocorrendo por difusão simples ou facilitada, 
transporte ativo, fagocitose e pinocitose, já 
ocorrendo a partir da terceira semana 
embrionária. A maioria dos fármacos com 
peso molecular < de 500 dáltons atravessa 
prontamente a placenta e entra na circulação 
fetal. Substâncias com alto peso molecular 
(p. ex., fármacos ligados às proteínas) 
geralmente não atravessam a placenta. Uma 
exceção é a imunoglobulina G, que pode ser 
usada para tratar doenças como 
trombocitopenia aloimune fetal. Em geral, o 
equilíbrio entre o sangue materno e os 
tecidos fetais leva pelo menos 30 a 60 
minutos; mas alguns fármacos não 
alcançam concentrações semelhantes na 
circulação materna e fetal. 
A placenta é órgão ativo, apta a metabolizar 
fármacos, sujeito a idade gestacional e 
irrigação sanguínea placentária. É portadora 
de sistemas enzimáticos capazes de realizar 
os processos clássicos de biotransformação: 
oxidação, redução, hidrólise e conjugação. 
O metabolismo placentário pode ser 
alterado por hipoxia e administração de 
estrogênios, corticosteroides, adrenalina e 
cocaína, dentre outros fármacos. Isso pode 
afetar a vitalidade fetal, já que é dependente 
da placenta. 
A farmacocinética fetal é peculiar em 
função da imaturidade dos sistemas de 
depuração e da distribuição diferenciada, 
influenciada por: 
 Maior permeabilidade de membranas 
especializadas, como a barreira 
hematoencefálica, tornando o cérebro 
mais exposto a fármacos na vida 
intrauterina. 
 Captação de fármacos por tecidos que 
têm por eles grande afinidade. 
 Diminuição da capacidade de fixação de 
fármacos a proteínas plasmáticas fetais. 
 Idade gestacional. 
 Distribuição da circulação fetal. 
Os medicamentos chegam ao feto pela veia 
umbilical, passando pelo fígado que 
biotransforma alguns em pequeno grau, 
pois possui poucos sistemas enzimáticos 
para tal. Outros fármacos não sofrem 
metabolismo de primeira passagem. A 
excreção se faz pelo rim, pelo líquido 
amniótico e, direta e retrogradamente, pela 
circulação fetomaterna. Através da artéria 
umbilical, os metabólitos atingem a 
placenta, sendo excretados por sistemas de 
eliminação maternos. Por serem deficientes 
as funções fetais de inativação e excreção, 
fármacos administrados no períodopróximo ao parto podem ser lentamente 
eliminados pelo recém-nascido. 
A placenta humana possui um sistema 
renina-angiotensina que regula substâncias 
endógenas e exerce importantes funções 
biológicas no sistema reprodutivo. Os 
componentes desse sistema, expressos em 
tecido placentário, são: renina, pró-renina, 
angiotensina I, angiotensina II, enzima 
conversora de angiotensina, receptores de 
angiotensina e angiotensinogênio. Atuam 
direta ou indiretamente, mediados por 
diferentes mensageiros. 
No feto, os medicamentos podem localizar-
se em: 
 Tecidos suscetíveis: processa a ação 
farmacológica 
 Indiferentes: armazenamento apenas 
 Ativos: capazes de metabolizá-los 
 Emunctórios: sítios de excreção 
Nos tecidos ativos, encontram-se receptores 
fetais com diferentes graus de afinidade por 
ligantes, o que também contribui para 
diferenças de efeitos. Os riscos potenciais 
das substâncias exógenas no concepto 
decorrem de: 
 Efeitos diretos do fármaco em órgãos ou 
tecidos nos quais se processe a interação 
fármaco-receptor. 
 Efeitos indiretos do fármaco, ao 
influenciar circulação placentária ou 
sistemas enzimáticos responsáveis por 
processos vitais. 
Este efeitos podem se expressarem no feto 
em defeitos letais (abortivos) e defeitos 
teratológicos, morfológicos e não 
morfológicos (bioquímicos, fisiológicos e 
comportamentais), precoces ou tardios. 
 
Categorias fixadas pelo FDA para 
uso na gestação 
A. Categoria A (sem risco): estudos 
controlados mostram não haver riscos. 
Estudos adequados e bem controlados em 
mulheres grávidas não demonstraram 
riscos para o feto. Medicamentos: 
vitaminas em geral, ácido fólico, minerais. 
B. Categoria B (em animais não houve 
risco): Não há evidências de riscos em 
humanos. Nesse caso, ou há estudos em 
animais mostrando riscos, mas estudos em 
humanos não os demonstraram, OU não há 
estudos em humanos e os estudos em 
animais não mostram riscos. 
Medicamentos: Paracetamol, Prednisona, 
Amoxicilina, Azitromicina e Loratidina 
(antialérgicos), Anfotericina B, Aciclovir, 
Hidroclorotiazida, Metformina, 
Glibenclamida, METILDOPA. 
C. Categoria C (efeitos adversos em 
animais, deve avaliar risco/benefício): 
Riscos não podem ser descartados. Não 
há estudos em seres humanos e os estudos 
em animais não existem ou os estudos em 
animais mostram risco fetal. Entretanto os 
benefícios potenciais superam os riscos. 
Medicamentos: Dipirona, Haldol 
(antipsicótico), Ciprofloxacino (atb), 
Albendazol (vermífugo), Calcitriol 
(Vitamina D), Omeprazol, Vitamina B12, 
Diazepam, Morfina. Vacinas: Hepatite A e 
B, pneumocócica, dT, haemophilus. 
D. Categoria D (evidência positiva de risco, 
considerar risco/benefício, apenas se 
fármacos mais seguros não podem ser 
usados ou não são mais eficazes, sem 
outras opções terapêuticas): Evidência 
positiva de risco. Dados experimentais em 
seres humanos ou estudos pós 
comercialização mostram riscos para o 
feto. Entretanto, os benefícios potenciais 
podem superar os riscos, uma vez que não 
existam alternativas seguras. 
Medicamentos: Ibuprofeno, 
Claritromicina (atb), Atenolol, AAS, 
Captopril, Ácido Valproico 
(anticonvulsivante). 
E. Categoria X (alto risco): Contraindicada 
na gestação. Estudos em animais ou seres 
humanos ou estudos pós comercialização 
mostram riscos fetais que claramente 
superam qualquer benefício potencial para 
o paciente. Não há justificativa para o uso 
dessas drogas na gestação. 
Medicamentos: Talidomida, Lovastatina 
(cvs), Tetraciclinas, Ergotamina, 
Varfarina, Vitamina A e Isotretinoina 
(derivado), Metotrexato, Misoprostol. 
Vacinas: varicela, rubéola, sarampo e 
caxumba. Todo o quimioterápico e 
contraindicado em maior ou menor escala. 
 
 
 Categoria A - remota a possibilidade 
de dano fetal 
 Categoria B - prescrição com Cautela 
 Categoria C - prescrição com Risco 
 Categoria D - prescrição com Alto 
Risco 
 Categoria X - prescrição com Perigo 
(contraindicada) 
Efeitos dos fármacos na 
gestação 
Fármacos que atravessam a placenta podem 
ter um efeito tóxico direto ou um efeito 
teratogênico. Fármacos que não atravessam 
a placenta ainda podem prejudicar o feto ao: 
 Constringir os vasos placentários e, 
assim, comprometer as trocas gasosas e 
de nutrientes 
 Produzir hipertonia uterina grave que 
resulta em lesão anóxica 
 Alterar a fisiologia materna (p. ex., 
causando hipotensão) 
A idade fetal afeta o tipo de efeito do 
fármaco: 
 Antes do 20º dia após a 
fecundação: fármacos dados nesse 
período normalmente têm um efeito 
tudo-ou-nada, matando o embrião ou não 
lhe causando nenhuma alteração. A 
teratogênese é improvável durante esse 
estágio. Estágios pré-gastrulação – 
susceptíveis somente à indução de 
letalidade do embrião, não 
malformações. É quando a divisão e a 
diferenciação celular e a morfogênese 
estão em seu ponto máximo. 
 Durante a organogênese (entre 20 e 56 
dias depois da fecundação): maior 
probabilidade de ocorrer teratogênese. 
Os fármacos que alcançam o embrião 
durante esse estágio podem causar 
abortamento espontâneo, defeito 
anatômico macroscópico subletal (efeito 
teratogênico verdadeiro), embriopatia 
oculta (defeito metabólico sutil ou 
funcional permanente que pode se 
manifestar mais tarde na vida) ou maior 
risco de câncer na infância (p. ex., 
quando a mãe recebe iodo radioativo para 
tratar câncer de tireoide); ou outros 
fármacos podem não ter um efeito 
mensurável. 
 Após organogênese (no 2º e 3º 
trimestres): a teratogênese é 
improvável, mas os fármacos podem 
alterar o crescimento e a função dos 
órgãos e tecidos fetais formados 
normalmente. À medida que o 
metabolismo da placenta aumenta, as 
doses precisam ser mais altas para que a 
toxicidade fetal ocorra. 
Se uma droga deve ser dada, a mais baixa 
dose efetiva deve ser prescrita pelo mais 
curto tempo de duração possível. 
Vacinas na gestação 
São recomendadas as vacinas da influenza 
no 2º ou 3º trimestre durante a época de 
influenza e a dTpa para todas as gestantes 
durante o 3º trimestre. Em situações de risco 
com maior chance de exposição podem ser 
feitas as vacinas contra cólera, hepatite A e 
B, sarampo, caxumba, poliomielite, raiva, 
febre tifoide e febre amarela. Já as vacinas 
com vírus vivos não devem ser 
administradas pois podem causar infecção 
subclínica na placenta e no feto. 
Fármacos na amamentação 
Deve-se atentar para alguns fármacos e 
lactação, pois podem interferir na produção 
e/ou na secreção de leite (p. ex., 
contraceptivos orais contendo estrogênio) 
ou podem ser secretados pelo leite da mama 
e expor o lactente a níveis potencialmente 
tóxicos durante o período perinatal 
vulnerável. 
A quantidade de fármaco que é secretada no 
leite materno depende de características do 
fármaco como volume, ionização, ligação 
às proteínas e farmacocinética de 
depuração. 
A amamentação somente deverá ser 
interrompida ou desencorajada, se: 
 existirem evidências de que a droga 
usada pela nutriz é nociva para o 
lactente 
 quando não existirem informações a 
respeito 
 droga não puder ser substituída por 
outra que seja compatível com a 
amamentação. 
Drogas que podem aumentar a produção de 
leite e podem provocar galactorreia incluem 
antipsicóticos, cimetidina, metoclopramida 
e metildopa. 
Drogas contra-indicadas durante a 
amamentação inclui anfetaminas, 
bromocriptina, ergotamina, lítio, nicotina, 
várias drogas antineoplásicas e drogas de 
abuso. 
Ao contrário da placenta, o epitélio alveolar 
mamário funciona como uma barreira quase 
impermeável. 
A maioria das drogas passa para o leite 
materno, mas em pequenas quantidades; e 
mesmo quando presentes no leite, as drogas 
poderão ou não ser absorvidas no trato 
gastrointestinal do lactente. No entanto em 
mulheres com doenças que requer 
tratamentocom medicações incompatíveis 
com a amamentação, esta deve ser 
interrompida. 
Mecanismos 
Após atravessar o endotélio capilar, a droga 
passa para o interstício e atravessa a 
membrana basal das células alveolares do 
tecido mamário. Proteínas e lipídeos da 
membrana exercem influência na 
velocidade da passagem e na concentração 
da droga no leite. 
A passagem para o leite materno pode 
ocorrer por: 
 Difusão transcelular: moléculas 
pequenas não ionizadas e 
hidrossolúveis (etanol, uréia) 
atravessam os poros da membrana 
celular por difusão. 
 Difusão passiva: moléculas pequenas 
ionizadas e proteínas menores 
atravessam a membrana celular basal 
pelos canalículos de água; é o principal 
mecanismo para passagem de um 
fármaco para o leite materno. 
 Difusão intercelular: moléculas grandes 
podem aparecer no leite humano, por 
exemplo, imunoglobulinas, interferon, 
cuja passagem ocorre entre as células e 
não através delas. 
 Ligação com proteínas carreadoras: 
substâncias polares penetram nas 
membranas celulares ligadas a proteínas 
carreadoras. 
Tanto a excreção como a absorção dos 
fármacos dependem de alguns fatores 
relacionados com: 
1. Nutriz: as funções renais e hepáticas 
influenciam os níveis séricos das drogas 
e, consequentemente, as suas 
concentrações no leite. Desta forma, 
nutrizes com doenças hepáticas ou 
renais tendem a apresentar e manter por 
mais tempo níveis elevados dos 
fármacos na circulação sanguínea. As 
proteínas e lipídeos presentes no leite 
materno podem funcionar como 
transportadores de medicamentos 
ingeridos pela mãe. Drogas com grande 
afinidade por proteínas plasmáticas 
maternas aparecem em pouca 
quantidade no leite. A variação na 
composição lipídica do leite (leite 
anterior, leite posterior) influi na 
quantidade da droga nele contida. O 
epitélio alveolar mamário representa 
uma barreira lipídica, mais permeável 
na fase de colostro (primeira semana 
pós-parto). O pH do leite humano (6,6 a 
6,8) é um pouco menor do que o do 
plasma, ou seja, mais ácido, o que 
favorece a concentração de substâncias 
com características básicas, por 
mecanismo de ionização. O volume e a 
composição do leite, que são variáveis, 
podem afetar os níveis de drogas 
excretadas como o leite de mães de 
recém-nascidos pré-termo tem baixo 
teor de gordura e alto teor de proteína. 
2. Lactente: a idade influencia na 
qualidade do leite visto que a maioria 
dos efeitos adversos ocorre em recém-
nascidos e lactentes jovens. A relação 
entre idade do lactente e risco de efeito 
adverso sofre influência do tipo de 
aleitamento praticado, se exclusivo ou 
não, e do grau de maturidade dos 
principais sistemas de eliminação de 
fármacos. Além disso, a barreira 
hematoencefálica é imatura em recém-
nascidos e lactentes jovens, havendo 
aumento da passagem de fármacos 
lipossolúveis que atuam no sistema 
nervoso central. A hipóxia, acidose 
metabólica, sepses e outras doenças 
podem interferir no metabolismo e 
excreção das drogas pela criança, 
determinando maior risco para o 
lactente. O efeito destas substâncias no 
lactente é influenciado também pela 
taxa de absorção das drogas pelo seu 
trato digestório. Assim, drogas 
excretadas em grandes concentrações 
no leite materno provavelmente não 
produzirão efeitos sistêmicos no 
lactente caso não sejam absorvidas. 
3. Substância: a transferência de fármacos 
para o leite materno depende das 
seguintes características: (1) peso 
molecular; (2) lipossolubilidade; (3) 
capacidade de ligação às proteínas 
plasmáticas; (4) grau de ionização; (5) 
meia-vida de eliminação; (6) 
biodisponibilidade; e (7) concentração 
sanguínea materna. Desta forma, a 
excreção da droga do sangue para o leite 
é facilitada quando a droga em questão 
apresenta: (1) baixo peso molecular, (2) 
elevada lipossolubilidade, (3) baixa 
capacidade de ligação às proteínas 
plasmáticas, (4) forma não ionizada, (5) 
elevada meia-vida de eliminação, (6) 
alta biodisponibilidade e (7) elevado 
poder de concentração no plasma 
materno. Usualmente, o pico da 
substância na corrente sanguínea da 
mãe coincide com o pico no leite 
materno, sendo menor neste. Portanto, 
conhecer o pico sérico de um 
medicamento é útil para adequar os 
horários de administração da droga e de 
amamentação da criança. A presença 
e/ou a concentração da droga no leite 
dependerá, dentre outros fatores, da via 
de administração à mãe. As drogas 
podem ser administradas à mãe por 
diversas vias, tais como oral, injetável 
(venosa ou intramuscular), retal ou 
vaginal, aerossol e tópica (pomadas e 
cremes). Uma vez no sangue materno, 
os medicamentos podem ser excretados 
parcialmente para a glândula mamária e, 
daí, para o leite. O fator determinante da 
quantidade de droga que aparece no 
leite é sua concentração no sangue 
materno, exceto se for um medicamento 
de aplicação tópica diretamente na 
mama. 
É importante ressaltar a ocorrência de 
interação entre fármacos utilizados pela 
mãe, pois o risco de efeitos tóxicos de um 
fármaco pode ser potencializado pela ação 
de outro. 
Talidomida 
É um medicamento que foi desenvolvido 
como ansiolítico e sedativo. A talidomida 
causa algumas más-formações nos tecidos 
do mesoderma, como os ossos longos dos 
membros. É derivado do ácido glutâmico, 
relacionado quimicamente a glutetimida e 
clortalidona. 
O efeito teratogênico pode ser explicado por 
três hipóteses: 
 Alteração do desenvolvimento da 
crista neural 
 Inibição da angiogênese em células 
cardíacas dos embriões e/ou 
 Redução dos receptores de adesão de 
células-mãe que originam os 
membros superiores e inferiores e das 
células cardíacas de embriões. 
 Verificou-se depressão da 
quimiotaxia dos PMNL’s e, 
possivelmente, a sua fagocitose; 
 Diminui a capacidade fagocitária dos 
monócitos e a quimioluminescência; 
 Supressão da produção de radicais 
livres derivados do oxigênio e outros 
mediadores da resposta inflamatória 
LUES E Hanseníase; 
 Parece reduzir o TNF-alfa em 
pacientes com reação hansênica tipo 
II; 
 Menor afinidade de ligação aos 
linfócitos T helper do que aos 
linfócitos T supressor e citotóxico. 
Alguns mecanismos de dismorfogênese do 
esqueleto apendicular foram propostos: 
 Diminuição da expressão de vários 
receptores de superfície ligados à 
adesão celular, causando alterações na 
comunicação intercelular e destas com a 
matriz extracelular, inibindo a 
diferenciação cartilaginosa 
(condroblastos em condrócitos), pré-
requisito para a ossificação 
endocondral. 
 Indução direta de apoptose de células 
embrionárias, semelhante à ação 
imunomoduladora da inibição de 
reações autoimunes. 
 Aumento da concentração de derivados 
de glutaramida no tecido fetal, 
inibidores da síntese proteica. 
 Reação direta com o DNA embriônico, 
provocando danos oxidativos mediante 
liberação de radicais livres. 
 Capacidade de ligação dos metabólitos 
ativos da talidomida a sítios promotores 
G-C dos genes responsáveis pela 
angiogênese dos brotos dos membros, 
inibindo a transcrição desses genes, 
levando à interrupção do 
desenvolvimento dos membros por falta 
de aporte vascular. 
Praticamente todos os órgãos do corpo 
podem ser afetados. Malformações e/ou 
perda auditiva são muito comuns, sendo a 
microtia e anotia as mais frequentes. 
Anormalidades oculares, tais como 
coloboma, oftalmomegalia, microftalmia, 
anoftalmia, entre outras são comumente 
encontradas. Anormalidades neurológicas 
mais com uns são surdez e paralisia de 
nervos faciais. Hemangioma na linha média 
da face e fenda labial e/ ou palatina são 
frequentes. Entre as anormalidades de 
órgãos internos, são frequentes as 
anormalidades de laringe, traqueia e 
lobulação dos pulmões. Entre as anomalias 
cardíacas estão os defeitos do septo 
ventricular, coarctação da aorta etetralogia 
de Fallot. 
O período mais crítico para a ação 
teratogênica da talidomida é entre o 34º ao 
50º dia após a última menstruação, ou 20 a 
36 dias após a fertilização. 
A focomelia de membros inferiores foi 
associada à exposição durante 30-33 dias, 
aplasia vesicular nos dias 42-43, atresia do 
duodeno nos dias 40-47. Ainda é 
comercializada na função de 
imunomodulador em casos de LES – Lúpus 
Eritrematoso Sistêmico; tratamento do 
eritema nodoso da hanseníase, úlceras 
aftoide idiopática em pacientes com 
HIV/AIDS; e mieloma múltiplo. 
Anti-hipertensivos 
O uso de anti-hipertensivos pode reduzir o 
fluxo de sangue para a placenta ao 
reduzirem a pressão arterial com muita 
rapidez em gestantes. 
Vários tipos de anti-hipertensivos, como 
inibidores da enzima de conversão da 
angiotensina (ECA) e diuréticos à base de 
tiazida, geralmente não são administrados a 
gestantes. Esses medicamentos podem 
causar problemas graves no feto, como 
danos ao rim, restrição do crescimento e 
defeitos congênitos. A espironolactona 
também não é administrada a gestantes. 
Esse medicamento pode causar o 
desenvolvimento de características 
femininas em um feto masculino. 
Antidepressivos 
Os antidepressivos tricíclicos não causam 
aumento na incidência de defeitos 
congênitos, ou mesmo alterações no 
desenvolvimento neuropsicomotor 
(DNPM) e na inteligência dessas crianças, 
porém observou-se sintomas de abstinência 
como tremores, irritabilidade, taquipneia, 
cianose e cólica. 
Os inibidores seletivos da recaptação da 
serotonina não apresentaram efeitos 
negativos neurocomportamentais, mas 
observou-se a ocorrência de efeitos 
neonatais transitórios leves no final da 
gestação. Estes efeitos incluem sinais de 
alteração de sistema nervoso central 
(tremores, irritabilidade, hiper-reflexia, 
alteração de sono, choro excessivo), 
alterações motoras (aumento de tônus 
muscular), respiratórias e gastrintestinais. 
Não existe evidência de risco de defeitos 
congênitos associados ao uso de 
antidepressivos inibidores da recaptação da 
serotonina durante o primeiro trimestre de 
gravidez, exceto a paroxetina com um risco 
discretamente maior de defeitos congênitos 
cardíacos (defeitos septais). Pela maior 
comprovação de sua segurança, a fluoxetina 
é o ISRS de escolha na gestação. Durante a 
lactação, recomenda-se, para qualquer 
antidepressivo utilizado, que os horários de 
amamentação sejam adaptados para 
minimizar a exposição do bebê à droga. 
Inibidores da MAO 
 Informação escassa; 
 Sem relatos de teratogenicidade; 
 Amamentação: contraindicado. 
Anti-inflamatórios 
Os anti-inflamatórios não esteroides são um 
grupo heterogêneo de drogas caracterizadas 
por um mecanismo de ação comum, a 
inibição da enzima cicloxigenase e, 
consequentemente, da produção de 
prostaglandinas causando grande parte de 
seus efeitos analgésicos, antipiréticos e anti-
inflamatórios. Os efeitos adversos dos 
AINEs dependem da isoforma de 
cicloxigenase que é preferencialmente 
inibida. De modo geral, a diminuição da 
prostaglandina E2 (PGE2) pode produzir 
constrição do ducto arterioso, podendo 
levar a hipertensão pulmonar primária no 
recém-nascido e diminuição do fluxo 
sanguíneo renal, reduzindo a produção de 
líquido amniótico podendo induzir à 
formação de oligodrâmnio. A inibição das 
prostaglandinas, no final da gestação, tem 
efeito tocolítico e pode prolongar ou inibir 
o trabalho de parto; alguns AINEs, em 
particular a indometacina, podem ser 
usados para o manejo de trabalho de parto 
prematuro na prática obstétrica, 
preferencialmente antes das 32 semanas. 
Logo podem ser usados com segurança nos 
dois primeiros trimestres, pois não parecem 
possuir potencial teratogênico e está 
contraindicado no terceiro trimestre, com 
algumas exceções (paracetamol). 
O principal risco do uso de paracetamol 
durante a gravidez parece ser o 
acometimento hepático em doses tóxicas, 
que pode ocorrer tanto na gestante como no 
feto embora a intoxicação materna 
geralmente ocorra sem acometimento fetal). 
O ibuprofeno demonstrou em estudos 
experimentais: distúrbios de implantação, 
constrição do ducto arterioso e 
prolongamento do trabalho de parto. 
Gastrosquise foi a única malformação 
congênita relacionada. A aspirina pode 
exercer efeitos danosos como anemia, a 
hemorragia e o prolongamento do trabalho 
de parto; e benéficos como redução de 
abortamentos em gestantes com lúpus 
eritematoso sistêmico e síndrome 
antifosfolipídios, prevenção da pré-
eclâmpsia e de restrição do crescimento 
intrauterino, quando utilizada antes da 17a 
semana de gestação em baixas doses. A 
indometacina é muito utilizada como agente 
tocolítico para a prevenção de trabalho de 
parto prematuro devido à sua ação sobre a 
prostaglandina E2 (PGE2). Se utilizados no 
último trimestre de gestação (a partir da 29ª 
semana), sem controle ultrassonográfico, 
tem comprovado efeito sobre o canal 
arterial, estando documentada a constrição 
do canal arterial associada à insuficiência 
cardíaca grave e aumento de morbidade. 
Este estado de constrição é revertido com a 
interrupção do uso, mas ainda assim pode 
haver problemas para o feto, como 
hipertensão pulmonar resultante do 
aumento de fluxo para os pulmões em razão 
da constrição ductal. Outras complicações 
descritas nos neonatos foram: cesárea de 
emergência, intubação, acidose metabólica, 
cianose intensa e até mesmo óbito. 
Atenção: Diclofenacos 
Amamentação: compatível 
Derivados pirazolônicos (C) 
 Dipirona - 77 anos no mercado 
demonstra eficácia e segurança 
 Persiste a discussão sobre seu uso 
 Amamentação: há passagem para o 
leite materno 
Escopolamina (C) 
 Não há evidências de malformações 
ou outros efeitos adversos quando 
utilizada durante a gravidez 
 Amamentação: compatível com 
aleitamento 
Opióides (B/D) 
 Em período próximo ao parto, podem 
causar pressão respiratória e 
síndrome de privação do recém-
nascido 
 Não são descritos efeitos 
teratogênicos 
 Amamentação: evitar Meperidina; 
Metadona pode ser compatível; 
Morfina tem pouca passagem para o 
leite (cautela RN) 
Salicilatos (C) 
 Já foi descrito aumento da taxa de 
abortamento 
 Amamentação: a aspirina e outros 
salicilatos são transferidos em baixas 
concentrações para o leite materno - 
risco relacionado a doses altas (uso 
cauteloso) 
Acetominofen (Paracetamol) (B) 
 Possui efeito analgésico importante 
sem os mesmos colaterais do ácido 
acetilsalicílico; 
 É o grupo de anti-inflamatório e 
analgésico mais utilizado na gestação 
(uso seguro em doses 
terapêuticas/curto prazo); 
 Amamentação: é excretado em 
baixas doses no leite materno, 
considerado compatível com a 
amamentação. 
Anti-inflamatórios hormonais 
 Hidrocortisona – pouco risco ao 
concepto, achados não confirmados 
em humanos 
 Predinisolona e predinisona (C) 
durante a gravidez apresenta pequeno 
risco de fendas faciais ao concepto 
 Amamentação: drogas compatíveis 
Antibióticos 
Penicilinas (B) 
 Atravessam rapidamente a barreira 
placentária e são encontrados no 
sangue fetal e líquido amniótico em 
doses terapêuticas; 
 Gravidez - Maior fluxo sanguíneo 
renal – menores níveis séricos – 
maior excreção (podendo haver 
ajustes na dose em grávidas); 
 Muito usados na gestação; 
 Efeitos adversos amamentação: 
modificação da flora intestinal, 
alergias no lactente e interferência 
em resultados de cultura. 
Tetraciclina (D) 
 Atravessam facilmente barreira 
placentária; 
 Quelação ao cálcio nos ossos e 
dentes; 
 Contraindicadas no segundo e 
terceiro trimestre; 
 Hepatotoxicidade em gestantes 
tratadas em grandes doses; 
 Primeiro trimestre: relatos de 
hipospadia, hérnia inguinal, 
hipoplasia de membros; 
 Amamentação: compatíveis. 
Cloranfenicol (D) 
 No RN – pouca excreção - Síndrome 
cinzenta; Não prejudicial ao feto quando 
administrada em gestantes; 
 Amamentação: evitar (tóxico). 
Eritromicina (B) 
 Estearato de eritromicina indicado na 
gestação como alternativa a 
penicilina e derivados, pois 
atravessam pouco a barreira 
placentária; 
 Estolato de eritromicina – 
Teratogênico; 
 Amamentação: é compatível. 
Gentamicina (C) 
 Aminoglicosídeo; 
 Sem comprovação de efeitos 
adversos nos rins e aparelho auditivo; 
 Uso: benefícios maiores que o risco 
(valvopatias /infecções renais). 
Cefalosporinas (B) 
 Sem efeitos teratogênicos relatados 
 Bem tolerados pelo RN 
 Amamentação: compatível 
Sulfonamidas (B) 
 
 Evitar uso em mulheres com 
deficiência de glicose-6-fosfato 
desidrogenase; 
 Indicação: tratamento da hanseníase 
 Não causam lesões conhecidas do 
feto no útero; 
 Prejudiciais: sangue do RN após 
nascimento; 
 Aumentam risco de 
hiperbilirrubinemia; 
 Amamentação: compatível. 
Metronidazol (B) 
 Evitar uso no 1º trimestre 
 Casos de tricomoníase – uso 
aceitável 
 Indicada em casos que não haja outra 
alternativa terapêutica 
 Amamentação: uso com precaução 
Floroquinolonas (C) 
 Ciprofloxacina e norfloxacina: 
utilização criteriosa no 1º trimestre; 
 Contraindicada por existir 
alternativas terapêuticas; 
 Amamentação: poucos dados – 
indícios de compatibilidade. 
Nitrofumatoína (B) 
 Usada na gravidez em casos de 
infecções no trato urinário; 
 Anemia hemolítica em RN expostos 
intraútero; 
 Amamentação: poucos dados – 
indícios de compatibilidade. 
Vancomicina (B) 
 Indicação: infecções por 
Staphylococus aureus resistentes a 
outras drogas, infecções valvares e 
intestinais com distensão tóxica pelo 
Clostridium difficile; 
 Administrado intravenosa; 
 Sem descrições de malformações 
fetais; 
 Amamentação: poucos dados – 
indícios de ser compatível. 
Clindamicina (B) 
 Indicação: infecções uterinas pós-
parto; 
 Sem descrições de malformações 
fetais; 
 Amamentação: compatível. 
Antieméticos 
Metoclopramida (B) 
 Segura e eficaz; 
 Atravessa a barreira placentária no 
termo; 
 Síndrome extrapiramidal; 
 Amamentação: não apresenta risco se 
≤ 45mg/dia; 
Dimenidrato (B) 
 Mais utilizado na clínica obstétrica; 
 Sem evidências de teratogenicidade; 
 Amamentação: há indícios de que 
seja compatível; 
 Drogas com ação cardiovascular. 
Hipotensores (B/C) 
 Alfametildopa (C) – não apresenta 
efeitos deletérios sobre o feto; 
 Betabloqueadores (B/C/D) – exigem 
precaução; 
 Bradicardia nos lactentes. 
Inibidores da ECA 
 Atravessam a placenta; 
 Nocivos para o feto; 
 Retardo de crescimento e óbito 
intraútero. 
Antipsicóticos 
 Não recomendado na gravidez e na 
lactação (observar risco-benefício); 
 Maior incidência de baixo peso ao 
nascimento (10% x 2%) e de 
abortamento (14,5% x 8,6%); 
 Não se sabe se existe risco de 
teratogenicidade; 
 Amamentação: potencial sedação. 
Benzodiazepínicos 
 Há controvérsias sobre o uso na 
gestação sobre sua teratogenicidade; 
 Efeitos neonatais: sedação, 
hipotonia, recusa à sucção, apneia, 
cianose e distúrbios metabólicos; 
 Redução da dose na gravidez; 
 Amamentação: depressão do sistema 
nervoso central, mas é seguro em 
curto prazo (1-2 semanas). 
Antiepiléticos 
 Defeitos no fechamento do tubo 
neural, cardíacos e faciais; 
 Alterações da função neurológica e 
intelectual; 
 Amamentação: meta-
hemoglobinemia, hepatite, supressão 
medular, colestase. 
Lítio 
 Usado para transtornos bipolares; 
 Anomalia de Ebstein; 
 Efeitos neonatais: hipóxia, letargia, 
hipotonia, distúrbios respiratórios, 
cianose e sintomas de intoxicação; 
 Amamentação: deve ser evitado o 
uso concomitante de lítio. 
Medicamentos mais 
contraindicados 
Medicamentos utilizados durante 
o parto 
Os analgésicos usados durante a gestação 
(como anestésicos locais e opioides) 
geralmente atravessam a placenta e podem 
afetar o recém-nascido levando ao 
enfraquecimento o reflexo de respiração do 
bebê. Por isso, se forem realmente 
necessários, eles são administrados nas 
menores doses eficazes possíveis. 
 
 
 
Fármaco Efeito 
Amiodarona Hipotireoidismo 
Antineoplásicos e 
Imunossupressores 
Supressão da 
medula óssea 
Bromocriptina Supressão da 
lactação 
Isotretinoína Alteração da 
função hepática, 
anorexia, 
náuseas, 
vômitos, fadiga 
e cefaleia

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