Buscar

HEPATITE C Roteiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Roteiro sobre Hepatite C 
Seminário desenvolvido para o módulo de Ambiente e Saúde do curso de Medicina da Universidade Federal de Rondonópolis. 
Ana Clara Venturi, Avelino Natis, Leander Lipke, Luísa Bombassaro, Matheus Alcântara, Thaís Castro. 
1. Etiologia: a Hepatite C é causada pelo 
Vírus da Hepatite C (VHC), que tem como 
característica RNA de fita simples com 
polaridade positiva. Esse vírus apresenta 
ampla variabilidade genética, resultante de 
uma alta taxa de mutação, que leva ao 
desenvolvimento de quase-espécies virais. 
2. Quase-espécies: derivam de mutações 
causadas pela incapacidade de correção 
de leitura da RNA-polimerase viral, devido 
à baixa fidelidade na replicação viral, a 
pressão imune e a interação com as 
proteínas do hospedeiro. As quase-
espécies de HVC coexistem no organismo 
do hospedeiro. 
3. Epidemiologia: segundo a OMS, cerca de 
3% da população mundial está infectada. 
É a forma que apresenta maior número de 
casos. 
Há grande variação na prevalência da 
infecção por VHC no mundo, resultado das 
diferenças econômicas e socias de cada 
país, assim como dos cuidados com 
higiene laboratorial e controle de sangue e 
hemoderivados. 
Foram detectados três tipos de padrões de 
transmissão: 1) indivíduos entre 30-49 
anos (uso de drogas injetáveis); 2) 
pessoas mais idosas (contaminação 
anterior) e 3) todas as idades (uso de 
materiais contaminados). 
No Brasil, a prevalência estimada é de 0,49 
a 0,69% e muito elevada em grupos de 
risco. 
Entre o período de 2010 a 2016, foi a maior 
causa de óbitos por Hepatite no Brasil 
(75,3%) 
4. Patogenia: em aproximadamente 85% dos 
indivíduos, o curso clínico da infecção 
aguda é assintomático. Menos de 20% dos 
indivíduos apresentam sintomas nessa 
fase. 
A lesão hepatocelular vem da detecção 
seguida de destruição da célula 
contaminada (lesão necroinflamatória 
hepática). 
O processo inflamatório contínuo e 
ineficiente pode resultar em fibrinogênese. 
O sintoma mais comum na fase crônica é 
fadiga; os sintomas menos comuns são 
mal-estar, perda de apetite e surtos 
ocasionais de icterícia leve. 
Devido a alta taxa de mutação e 
consequente surgimento de múltiplos 
genótipos e subtipos, o escape 
imunológico é elevado, diminuindo a 
imunidade humoral efetiva e fomentando a 
persistência viral. 
5. Genótipos: existe 7 genótipos de HCV, 
divididos em diversos subtipos e cerca de 100 
diferentes cepas. 
A variabilidade genômica é observada em 
praticamente todas as regiões do genoma. 
Os genótipos 1 (1a e 1b – 60%), 2 e 3 tem 
distribuição mundial. No brasil, são 
encontrados principalmente os genótipos 1a, 
1b, 2a, 2b e 3. 
A determinação do genótipo tem ampla 
aplicação clínica, sendo o principal fator 
preditivo da resposta à terapia antiviral. 
6. Sintomatologia: na hepatite aguda, menos 
de 20% dos indivíduos infectados apresentam 
sintomas. 
A hepatite crônica esta associada a um 
grande número de manifestações extra-
hepáticas, com predominância de problemas 
reumáticos e cutâneos. 
7. Transmissão: ocorre por contato com sangue 
infectado. 
As principais formas são a transfusão de 
hemoderivados, transplantes e exposição 
percutânea. 
A transmissão sexual pode ocorrer, porém 
não é frequente. 
Indivíduos que são portadores de uma IST, 
incluindo o HIV, tem a taxa de transmissão 
multiplicada. 
8. Diagnóstico: tem como indicadores: 
• Elevação dos níveis séricos das 
aminotransferases hepáticas (cerca 
de 2 semanas após infecção); 
• Detecção de anticorpos anti-HCV em 
títulos crescentes entra a 2º e 12º 
semana; 
• Detecção do genoma, HCV-RNA, ou 
de antígenos virais; 
• Carga viral e genotipagem. 
• Tem um período de incubação de 15 a 
150 dias. 
9. Tratamento: o tratamento é oferecido pelo 
SUS de forma gratuita. Objetiva a reposta 
virologia sustentada (ausência de HCV-RNA 
na 12ª ou 24ª semana após termino do 
tratamento). 
Com aderência e realização adequada do 
tratamento, a taxa de cura da infecção gira em 
torno de 90%, segundo o Ministério da Saúde. 
O tratamento depende da identificação do 
HCV-RNA para confirmar o diagnóstico de 
hepatite C crônica. Cada paciente é tratado de 
maneira individual respeitando inúmeras 
variáveis apresentadas.

Outros materiais