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SERPENTES PEÇONHENTas DO BRASIL Bruna Cavalcante 1 Serpentes peçonhetas do brasil. A fauna de serpentes do Brasil é considerada uma das mais ricas do Planeta. Com aproximadamente 386 espécies descritas. 15% (60 espécies) pertencentes às famílias Elapidae e Viperidae são peçonhentas. Como identificar uma serpente peçonhenta. Peçonhenta Não Peçonhenta Cabeça chata, triangular, bem destacada. Cabeça estreita, alongada, mal destacada. Olhos pequenos, com pupila em fenda vertical e fosseta loreal entre os olhos e as narinas (quadradinho preto). Olhos grandes, com pupila circular, fosseta lacrimal ausente. Escamas do corpo alongadas, pontudas, imbricadas, com carena mediana, dando ao tato uma impressão de aspereza. Escamas achatadas, sem carena, dando ao tato uma impressão de liso, escorregadio. Cabeça com escamas pequenas semelhantes às do corpo. Cabeça com placas em vez de escamas. 4 Peçonhentas Não Peçonhentas Cauda curta, afinada bruscamente. Cauda longa, afinada gradualmente. Quando perseguida, toma atitude de ataque, enrodilhando-se. Quando perseguida, foge. 5 Tipos de dentição; Todas as serpentes peçonhentas possuem uma glândula produtora de veneno que se localiza no maxilar superior. Apesar de algumas serpentes não possuírem dentes inoculadores de veneno, a maioria consegue injetar sua peçonha através de uma dentição especializada, que pode ser classificada como; áglifas. Opistóglifas, Proteróglifas, solenóglifas. Tipos de dentição. Áglifas- também chamadas de aglifodontes, possuem todos os dentes iguais e maciços, sem nenhum canal ou sulco para a passagem da peçonha. Essas serpentes costumam prender suas presas, enrolando-se nelas e matando-as por asfixia e constrição, sendo que sua mordida pode provocar sérios ferimentos. Exemplos: jiboia e sucuri. As serpentes áglifas matam suas presas através da constrição Opistóglifas- também chamadas de opistoglifodontes, são dotadas de um ou mais pares de presas na região posterior dos maxilares superiores, com canais por onde passa a peçonha. A localização de suas presas dificulta a inoculação do veneno; e, por esse motivo, suas picadas, na maioria das vezes, não causam acidentes sérios. Exemplos: muçurana, cobra-cipó e falsa-coral. As serpentes opistóglifas não representam perigo para o homem Proteróglifas- também chamadas de proteroglifodontes, possuem presas, localizadas na parte anterior do maxilar superior, dotadas de canais para a passagem da peçonha. São serpentes que possuem a boca pequena, o que dificulta a inoculação do veneno, entretanto sua mordida pode ser letal. Representam grande perigo para o homem. Exemplos: coral-verdadeira e naja. A cobra-coral e a naja, embora tenham a boca pequena, possuem veneno letal. 10 Solenóglifas- também chamadas de solenoglifodontes, são dotadas de grandes dentes inoculadores (de venenos ocos), que se localizam na região anterior do maxilar superior e que se projetam quando a serpente abre a boca. Em virtude da localização das presas, a inoculação de veneno dessas serpentes é extremamente eficiente. Representam grande perigo para o homem. Exemplos: cascavel, jararaca e surucucu. As serpentes solenóglifas são perigosas para o homem. São quatro tipos de envenenamentos de acordo com os gêneros de serpentes: Envenenamento Botrópico -28 espécies - Família Viperidae. Envenenamento Crotálico- 1 espécie - Família Viperidae. Envenenamento Laquético- 1 espécie - Família Viperidae. Envenenamento Elapídico- 30 espécies da família Elapidae. Envenenamento botrópico O sangramento pelos orifícios de inoculação do veneno é geralmente relatado, em pequena quantidade. A dor e o edema aparecem precocemente e progridem nas primeiras horas. Equimose local ou próxima à área de drenagem linfática regional pode ser observada. Bolhas podem surgir, de conteúdo variável (seroso, hemorrágico, necrótico, purulento). 13 Envenenamento Crotálico Turvação visual, Ptose palpebral, Discorria, Oftalmoplegia, Paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição e diminuição do reflexo do vômito, Alteração da gustação e do olfato. Insuficiência respiratória aguda. Devido à atividade miotóxica, ocorre mialgia generalizada e escurecimento da urina, pela mioglobinúria. Envenenamento laquético Ocorre dor, edema e equimose no local da picada que podem progredir para todo o membro. Sangramentos. Cólicas abdominais, Náuseas, Vômitos, Diarréia. Envenenamento elapídico No local da picada o paciente pode referir parestesia. Sinais inflamatórios não têm sido descritos. Turvação visual, Ptose palpebral bilateral, Diplopia são as primeiras manifestações observadas. Vômitos. Oftalmoplegia, Anisocoria, Paralisia da musculatura velopalatina, da mastigação, da deglutição e sialorréia. Mialgia localizada ou generalizada, Comprometimento da musculatura intercostal e diafragmática, levando à insuficiência respiratória aguda. Tabela 1. Serpentes responsáveis pelo envenenamento Botrópico ESPÉCIE (Nome atual!) Bothrocophias hyoprora (Amaral, 1935) Bothrocophias microphthalmus (Cope, 1876) Bothrops alcatraz (Marques, Martins & Sazima, 2002) Bothrops alternatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Bothrops atrox (Lináceos, 1758) Bothrops bilineatus (Wied, 1825) Bothrops brazili Hoge, 1954 Bothrops cotiara (Gomes, 1913) Bothrops diporus (Cope, 1862) Bothrops erythromelas (Amaral, 1923) Bothrops fonsecai (Hoge & Belluomini, 1959) Bothrops insularis (Amaral, 1921) Bothrops itapetiningae (Boulenger, 1907) NOME POPULAR Jararaca-nariguda, jararaca-bicuda Jararaquinha Jararaca-de-Alcatraz Urutu-cruzeiro, cruzeira Jararaca, surucucu, combóia Bico-de-papagaio, papagaia, jararaca-verde Jararaca Cotiara Jararaca-pintada Jararaca-da-seca Jararaca Jararaca-ilhôa Jararaca Bothrops jararaca (Wied, 1824) Bothrops jararacussu Lacerda, 1884 Bothrops leucurus Wagler, 1824 Bothrops lutzi (Miranda-Ribeiro, 1915) Bothrops marajoensis Hoge, 1966 Bothrops marmoratus (Silva & Rodrigues, 2008) Bothrops mattogrossensis (Amaral, 1925) Bothrops moojeni Hoge, 1966 Bothrops muriciensis Ferrarezzi & Freire, 2001 Bothrops neuwiedi (Wagler, 1824) Bothrops pauloensis (Amaral, 1925) Bothrops pubescens (Cope, 1870) Bothrops pirajai Amaral, 1923 Bothrops taeniatus (Wagler, 1824) Jararaca Jararacuçu Jararaca Jararaca-pintada Jararaca Jararaca-pintada Jararaca-pintada, boca-de-sapo Jararaca. caissaca Jararaca Jararaca-pintada Jararaca-pintada Jararaca-pintada Jararaca Jararaca-estrela, jararaca-cinza Caissaca (Bothrops moojeni) 19 Jararaca-verde (Bothrops bilineata) Cruzeira (Bothrops alternatus) Boca-de-sapo (Bothrops mattogrossensis) Jararaca-nariguda (Bothrocophias hyoprora) Tabela 2. Serpente responsável pelo envenenamento Crotálico ESPÉCIE Crotalus durissus (Lináceos, 1758) NOME POPULAR Cascavel, boicininga, maracambóia Cascavel (Crotalus durissus) Tabela 3. Serpente responsável pelo envenenamento Laquético ESPÉCIE Laxeis mutã (Lináceos, 1766) NOME POPULAR Pico-de-jaca, bico-de-jaca, surucucu-pico-de-jaca, surucucu, surucutinga Surucucu-pico-de-jaca (Laxeis mutã) Tabela 4. Serpentes responsáveis pelo envenenamento Elapídico ESPÉCIE Leptomicrurus collaris (Schlegel, 1837) Leptomicrurus narduccii (Jan, 1863) Leptomicrurus scutiventris (Cope, 1870) Micrurus albicinctus Amaral, 1926 Micrurus altirostris (Cope, 1859) Micrurus annelatus (Peters, 1871) Micrurus averyi Schmidt, 1939 Micrurus brasiliensis Roze, 1967 Micrurus corallinus (Merrem, 1820) Macruros decoratus (Jan, 1858) Micrurus filiformis (Günther, 1859) Micrurus frontalis (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Micrurus hemprichii (Jan, 1858) Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) NOME POPULAR Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral 28 Micrurus isozonus (Cope, 1860) Micrurus langsdorffii Wagler, 1824 Micrurus lemniscatus (Lináceos, 1758) Micrurus nattereri Schmidt, 1952 Micrurus nattereri Schmidt, 1952 Micrurus mipartitus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Micrurus pacaraimae Carvalho, 2002 Micrurus paraensis Cunha & Nascimento, 1973 Micrurus psyches (Daudin, 1803) Micrurus putumayensis Lancini, 1962 Micrurus pyrrhocryptus (Cope, 1862) Micrurus remotus Roze, 1987 Micrurus silviae Di-Bernardo, Borges-Martins & Silva, 2007 Micrurus spixii Wagler, 1824 Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) Micrurus tricolor Hoge, 1956 Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira, coral ou cobra-coral Coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) Coral-verdadeira (Micrurus hemprichii) Vocês sabem a diferença entre Peçonha e Veneno? Peçonha: é uma substância (uma toxina ou mistura de várias toxinas) de origem estritamente animal, produzida por uma glândula, capaz de alterar o metabolismo de outro animal quando inoculada através de um aparato natural do animal (espinhos, dentes e outros). A toxina é injetada no corpo da vítima através da pele intacta. Veneno: é uma substância (toxina) de origem animal, vegetal ou mineral, porém não é produzida por nenhuma glândula, nem pode ser inoculada naturalmente. A toxina entra no corpo através dos tratos digestivo, respiratório ou por absorção através de um tecido intacto, como a pele. Tenha um lindo dia!!!!
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