Buscar

Amenorreia primaria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / CUS – 2020 
 
Termos importantes 
Hipomenorreia: redução dos dias de duração do fluxo 
Oligomenorreia: redução na frequência das 
menstruações (intervalos maiores do que 35 dias). 
Criptomenorreia: sangramento não se exterioriza por 
alterações do trajeto de saída (agenesia de colo, 
hímen imperfurado ou septo transverso). 
Amenorria: ausência da menarca ou da menstruação 
por no mínimo 3 ciclos consecutivos. 
Atraso menstrual: ausência de menstruação por 
período inferior a 3 ciclos. 
 
Amenorreias primárias 
Definição: ausência de menstruação em uma mulher 
que nunca menstruou, dividida em 2 grupos: 
• SEM desenvolvimento dos caracteres sexuais, 
investigamos a partir dos 14 anos 
• COM desenvolvimento dos caracteres sexuais, 
investigamos a partir dos 16 anos 
 
Mas por que essa diferenciação nas idades de 
investigação? 
Vamos lembrar que a ultima fase do 
desenvolvimento puberal é a menarca, primeiro ela 
tem a telarca, depois a pubarca, estirão de 
crescimento, mudança do padrão corporal e por 
último a menarca. Então se ela já tem mamas e 
desenvolvimento pubiano, ela tem produção de 
estrogênio e androgênio (estrogênio por conta das 
mamas e androgênio por conta dos pelos). 
A depender de onde encontra-se o problema, as 
amenorreias também podem ser classificadas de 
acordo com o compartimento. Por exemplo: 
1. Compartimento I = desordens do trato de 
saída do fluxo menstrual (uterovaginais) 
2. Compartimento II = desordens gonadicas 
(ovarianas) 
3. Compartimento III = dosordens hipofisárias 
4. Compartimento IV = desordens 
hipotalâmicas 
 
14 anos, sem desenvolvimento dos caracteres sexuais. 
Concluímos, só por essa característica que há falta de 
estrogênio, seja por problema no ovário ou por falta 
de estimulo. Como investigamos? 
Primeiramente devemos fazer uma anamnese 
sistematizada e um exame físico minucioso. Com isso 
já conseguimos identificar anormalidades no 
desenvolvimento da genitália externa, virilização, 
hematocolpo e estigmas de Turner. Se forem 
encontrados alguns sinais específicos dispensamos os 
exames complementares, do contrário começamos 
com: dosagem de TSH (pode ser um problema na 
tireoide), dosamos a prolactina (pode ser um tumor) 
e aí dosamos: 
• Dosagem de FSH e LH 
Se ↑↑, significa que o ovário ainda não está 
produzindo estrogênio. O eixo hipotálamo e hipófise 
esta normal, mas o ovário ainda não está 
respondendo: hipogonadismo hipergonadotrófico. 
Causa ovariana ➔ falência ovariana precoce (FOP) 
Pensamos em uma causa genética, portanto, 
pedimos um cariótipo sem pensar duas vezes. 
 
2 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / CUS – 2020 
Após a realização do cariótipo em sua maioria 
encontramos uma disgenesia gonadal, sendo a 
principal delas a síndrome de Turner (45X). 
Se ↓↓, significa que o ovário não está sendo 
estimulado, que temos um problema ou no 
hipotálamo ou na hipófise. Se esse for o panorama, 
devemos fazer o teste do GnRH. 
Se o teste do GnRH for positivo, ou seja, houver 
aumento dos níveis de FSH e LH, a causa é 
hipotalâmica. Mas, se o teste for negativo, ou seja, não 
houver mudança nas concentrações de FSH e LH, a 
causa é hipofisária. 
Normalmente se faz o diagnóstico dessas afecções 
na infância. 
Causas hipotalâmicas de amenorreia primaria 
• Constitucional ➔ própria da paciente 
• Exercício físico 
• Anorexia / bulimia 
• Hiperprolactinemia 
• Hipotireoidismo 
 
Causa hipotalâmica. Alteração rara em que temos 
ausência de neurônios hipotalâmicos que produzem 
GnRH. A paciente com essa síndrome tem ANOSMIA, 
não sente cheiro / odor das coisas. 
 Dica: anosmia + amenorreia primaria = síndrome 
de Kallmann. 
Causas hipofisárias de amenorreia primaria 
• Craniofaringeoma 
• Sela túrcica vazia 
O tratamento dessas afecções sempre será 
direcionado à causa. 
 
Meninas com 16 anos que tem desenvolvimento de 
caracteres sexuais. 
Nesse caso concluímos que ela tem estrogênio e 
androgênio. A primeira coisa que fazemos é examinar 
a paciente. 
Na maioria das vezes as pacientes ainda chegam a 
dizer que sentem cólica, sintomas de TPM, inchaço e 
outras características do ciclo menstrual. Quando 
examinamos, em sua maioria encontramos: 
• Hímen imperfurado ➔ criptomenorreia 
(sangramento menstrual escondido, retido na 
vagina). Faremos uma incisão cruciforme e todo 
o sangue retido sai. 
MAS, e se após o exame físico vermos que o hímen 
está perfurado?? 
Faremos o teste da progesterona. Se for positivo, o 
ciclo é anovulatório, ou seja, a paciente ainda não está 
ovulando. Porem se o teste for negativo, temos uma 
diferença com relação as amenorreias secundarias, 
em vez de pedirmos o teste do E + P, devemos pedir 
um ultrassom. 
Mas por que? Primeiro porque ela tem sinais de 
estrogenização, por ter mamas e pelos, então não é 
“falta” de estrogênio. Como ela nunca menstruou 
podemos pensar que essa paciente não tem útero, 
por isso pedimos um USG pélvico ou TV. 
Após a ultrassonografia, se verificarmos a ausência 
de útero, devemos pedir um cariótipo para 
determinar a causa desse problema. 
Cariótipo XY ➔ Síndrome de Morris, geneticamente 
não responde aos hormônios femininos pois está 
programada para ser um menino. 
Cariótipo XX ➔ Síndrome de Rokitansky (mais 
frequente), existe uma falha na diferenciação 
embrionária em que os ductos de miller não se 
diferenciam.

Outros materiais