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Texto - Unidade 2-3

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COVID-19: 
Manejo do paciente 
com distúrbios 
respiratórios
Vanessa R. Resqueti 
Guilherme A. F. Fregonezi
Saint-Clair Gomes Bernardes Neto
Joceline Cássia Ferezini de Sá
Aline Medeiros Cavalcanti da Fonseca
UNIDADE 2
Manejo do paciente 
com complicações 
respiratórias por 
COVID-19 
2
Um grande desafio na atualidade está sendo o manejo do 
paciente com complicações respiratórias decorrentes da infec-
ção pela COVID-19, tendo em vista ser uma doença emergente 
e ainda sem tratamento farmacológico específico. 
A falta de resposta à aplicação escalonada da oxigenoterapia 
suplementar requer intervenções respiratórias avançadas, 
incluindo: suporte ventilatório, posição prona e circulação 
extracorpórea.
Nesta unidade temos como objetivos apresentar as principais 
complicações respiratórias da COVID-19, as indicações de 
protocolos para o tratamento respiratório do paciente com 
COVID-19, incluindo a Síndrome do Desconforto Respiratório 
Agudo (SDRA), e também uma aula com foco prático no manejo 
do paciente com complicações respiratórias.
Bom estudo!
3
AULA 1 – Principais 
complicações e manejo 
respiratório da COVID-19
GERENCIAMENTO DE COVID-19 GRAVE: 
OXIGENOTERAPIA E MONITORAMENTO
Olá, cursista! Como já falamos, o grande desafio na atualidade está sen-
do o manejo do paciente com complicações respiratórias decorrentes 
da infecção pela COVID-19, tendo em vista ser uma doença emergente 
e ainda sem tratamento farmacológico específico. O gerenciamento de 
pacientes graves perpassa pelo uso da oxigenoterapia e monitoramen-
to rigoroso. Administre imediatamente oxigenoterapia suplementar a 
pacientes com Infecção Respiratória Aguda (SARI) e dificuldade respira-
tória, hipoxemia ou choque séptico com meta de SpO2> 94%.
Crianças com sinais de emergência (dificuldade respiratória 
grave, cianose central, parada respiratória, choque, coma ou 
convulsões) devem receber tratamento das vias aéreas e oxi-
genoterapia durante a ressuscitação para atingir SpO2 ≥ 94%; 
caso contrário, a SpO2 alvo é ≥ 90%. O uso da cânula nasal é 
preferido em crianças pequenas, pois pode ser melhor tolerado.
É imprescindível que em todas as áreas onde os pacientes com 
infecção respiratória aguda grave sejam atendidos, os equipamentos 
como oxímetros de pulso, sistemas de oxigênio funcionais e interfaces 
descartáveis de uso único que fornecem oxigênio (cânula nasal, máscara 
facial simples e máscara com bolsa reservatório) estejam disponíveis. 
Os pacientes com COVID-19 devem ser monitorados quanto a sinais de 
deterioração clínica, como insuficiência respiratória e sepse pro-
gressivas, com intervenções de cuidados de suporte imediatas.
4
Os pacientes hospitalizados com COVID-19 requerem moni-
toramento criterioso dos sinais vitais e, se possível, a utiliza-
ção de um escore de alerta precoce para o reconhecimento 
antecipado da deterioração clínica dos pacientes.
Caro cursista, é importante observar que os testes laboratoriais de 
hematologia e bioquímica e um Eletrocardiograma (ECG) devem ser 
realizados na admissão, além de quando clinicamente indicado para 
monitorar complicações, como lesão hepática aguda, lesão renal agu-
da, lesão cardíaca aguda ou choque. A aplicação de terapias de suporte 
oportunas, eficazes e seguras é o primordial da terapia para pacientes 
que desenvolvem manifestações graves de COVID-19.
ATENÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ!
Após a ressuscitação e estabilização da paciente grávida, o 
bem-estar fetal deve ser monitorado. Entenda as condições de 
comorbidades do paciente para personalizar o gerenciamento 
de doenças críticas.
É importante que a equipe multidisciplinar se reúna para avaliação e 
planejamento de condutas, e determine quais terapias devem ser con-
tinuadas e quais devem ser interrompidas temporariamente. Também 
precisamos ter atenção especial no que diz respeito ao arsenal farma-
cológico a ser utilizado, e é imprescindível monitorar as interações 
medicamentosas e evitar danos ao paciente. Em sua unidade, vocês já 
estão discutindo acerca dessas medidas? Realizam reuniões frequen-
tes para discussão dos casos? 
A OMS recomenda o tratamento conservador de fluidos em 
pacientes com Infecção Respiratória Aguda (SARI) quando não 
houver evidência de choque.
5
Pacientes com SARI devem ser tratados com cautela com fluidos 
intravenosos, pois a ressuscitação agressiva pode piorar a oxigenação, 
principalmente em locais onde a disponibilidade de ventilação mecânica 
é limitada. Isso se aplica aos cuidados de crianças e adultos. Reforça-
mos que, em momentos de epidemia e pandemia, os recursos muitas 
vezes são limitados e escassos, como por exemplo a disponibilidade de 
ventiladores mecânicos em todas as unidades e em número suficiente 
para atender a demanda. Por isso, discutir e estabelecer protocolos de 
conduta com a equipe é essencial! 
6
AULA 2 – Como realizar 
o manejo do paciente com 
complicações respiratórias 
na prática?
REVENDO CONCEITOS BÁSICOS EM 
OXIGENOTERAPIA E SUA INDICAÇÃO NA 
COVID-19
Vamos colocar em prática tudo o que aprendemos? Diante de tudo o que 
vimos até o momento, entende-se como de extrema necessidade que 
o profissional desenvolva habilidades e atitudes correspondentes à gra-
vidade dessa doença emergente, e esteja preparado para o enfrenta-
mento da pandemia. Vamos agora rever alguns conceitos e a forma prá-
tica de sua aplicação no nosso dia a dia.
O déficit de oxigenação é um fator determinante na necessidade de 
suporte médico avançado e internação hospitalar em pacientes com 
COVID-19, inclusive com a gravidade do paciente estando diretamente 
ligada à oxigenação apresentada.
A oxigenoterapia é uma forma de suporte para os pacientes com este 
quadro e deve ser pautada em parâmetros como a saturação arterial de 
oxigênio (SaO2), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e pressão parcial 
de oxigênio no sangue arterial (PaO2).
Ela deve ser iniciada nos pacientes com COVID-19 que apresentem 
SpO2 < 94%, independentemente de outros sinais de desconforto res-
piratório. A forma inicial de oferta de oxigênio recomendada é o Cate-
ter Nasal (CN) do tipo óculos, com fluxo de até 6 l/min de O2, buscando 
a SpO2 alvo de pelo menos 94%.
7
Figura 3 – Cateter nasal do tipo óculos.
É recomendado que o paciente em uso deste dispositivo utilize também 
uma máscara cirúrgica cobrindo o nariz e a boca, e realizando a sua troca 
a cada 6 a 8 horas.
Caso a SpO2 se mantenha < 94% mesmo com a suplementação de oxigê-
nio por CN à 6 l/min, é recomendado que a oxigenoterapia seja ofertada 
por máscara com reservatório, utilizando um fluxo de oxigênio de até 10 
l/min ou outro valor suficiente para manter a bolsa do reservatório cheia.
A persistência de SpO2 < 94% mesmo com a máscara com reservatório é 
indicativo da necessidade de suporte ventilatório mecânico, podendo se 
considerar a Intubação Orotraqueal (IOT) eletiva e segura do paciente.
Durante o procedimento de IOT é plausível a utilização da própria más-
cara com reservatório para realizar a pré-oxigenação ao procedimento, 
evitando a utilização do dispositivo bolsa-valva-máscara (que aumenta a 
dispersão de aerossóis). 
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) E CATETER 
NASAL DE ALTO FLUXO DE OXIGÊNIO (CNAF) 
A VNI e o CNAF têm indicação muito limitada em casos de insuficiên-
cia respiratória hipoxêmica por COVID-19, devido aos resultados limita-
dos da terapêutica em pacientes hipoxêmicos e ao elevado risco de con-
taminação por aerossóis, principalmente dos profissionais de saúde.
Orientações de aplicação (VNI):
8
Em um grupo seleto de pacientes e em situações de baixa disponibili-
dade de VM invasiva, a aplicação de um teste rápido pode evitar a IOT, 
porém deve se considerar o elevado risco de deterioração rápida e 
necessidade de IOT.
Grupo indicado:
• SDRA leve (PaO2/FiO2): 200-300 mmHg;
• Resposta de melhora clínica em 30 minutos.
• 
• helmet);
• 
• 
válvula exalatória no ramo expiratório).
proceder imediatamente a IOT eletiva e segura.
INTUBAÇÃOOROTRAQUEAL (IOT)
A intubação orotraqueal deve ser realizada com muita cautela, pois é um 
procedimento gerador de aerossóis e aumenta o risco de contaminação 
Ela deve ser realizada por uma equipe composta de médico (com expe-
equipados com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e 
kits extras devem estar disponíveis para um segundo provável intubador 
A decisão da IOT deve ser, preferencialmente, eletiva e de maneira a não ser 
adiada, pois o adiamento aumenta o risco de mortalidade dos pacientes.
O procedimento da IOT deve ser realizado na seguinte sequência rápida:
1) 
ou com a bolsa cheia);
riência em intubação), enfermeiro e fisioterapeuta, todos devidamente
Proceder pré-oxigenação: com máscara com reservatório (fluxo de O2 a 10 l/min
9
2) Submeter o paciente à indução anestésica e, possivelmente, bloqueador 
neuromuscular;
3) Utilizar, se necessário, medicações pré-indução como a lidocaína, por exemplo, 
no sentido de abolir reflexos laríngeos;
4) Após a IOT e insuflação do cuff (pressão entre 25 e 30 cmH2O) deve se conectar 
o paciente diretamente ao ventilador mecânico, já acoplado a um filtro HME e 
um sistema de aspiração fechada;
5) Verificar a posição do tubo orotraqueal através de capnografia e pela ausculta 
traqueal, com o paciente conectado ao ventilador mecânico. É importante evitar 
o uso do dispositivo bolsa-válvula-máscara neste procedimento;
6) Após a IOT os pacientes devem ser submetidos à sedação e analgesia contínua.
• Evitar utilizar dispositivo de bolsa-válvula-máscara.
• Em casos de falha da IOT, é possível considerar um segundo intubador 
com experiência, ou realizar o procedimento de cricotireostomia.
• Para quaisquer procedimentos que necessitem a desconexão do cir-
cuito do ventilador mecânico, é recomendável utilizar o clampeamen-
to (obstrução) do tubo orotraqueal com uma pinça de Kocher ou uma 
pinça de Kelly, para manter a pressurização do sistema e minimizar a 
contaminação por aerossóis.
10
AULA 3 – Indicações de 
protocolos para o tratamento 
respiratório de paciente com 
COVID-19
GERENCIAMENTO CRÍTICO DO COVID-19: 
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO 
AGUDO (SDRA)
Caro cursista, é de vital importância que o profissional de saúde reconheça 
a insuficiência respiratória hipoxêmica grave quando um paciente com 
desconforto respiratório estiver com falha na oxigenação padrão e prepare-
-se para fornecer suporte avançado de oxigênio/suporte ventilatório.
Os pacientes podem continuar com aumento do trabalho respiratório 
ou hipoxemia, mesmo quando o oxigênio é liberado através de uma 
máscara facial com bolsa reservatório (taxas de fluxo de 10 a 15 L/min, 
que normalmente é o fluxo mínimo necessário para manter a bolsa infla-
da; FiO2 0,60 - 0,95). 
É importante lembrar que a insuficiência respiratória hipo-
xêmica na SDRA geralmente resulta de incompatibilidade ou 
derivação da ventilação-perfusão intrapulmonar e geralmente 
requer ventilação mecânica. 
A intubação orotraqueal deve ser realizada por um profissional treinado 
e experiente, utilizando precauções com o ar transportado. Precisamos 
ter atenção especial com pacientes que apresentam SDRA, especialmen-
te crianças pequenas ou obesas, e ainda as pacientes grávidas, que 
podem dessaturar rapidamente durante a intubação. A sequência rápida 
de intubação é apropriada após uma avaliação das vias aéreas que não 
identifica sinais de intubação difícil.
11
RECOMENDAÇÕES A SEGUIR EM CASO DE 
PACIENTES ADULTOS E PEDIÁTRICOS SOB 
VENTILAÇÃO MECÂNICA COM SDRA
Em diversas regiões, a nível mundial, a capacidade de oferecer VM aos 
pacientes com COVID-19 é limitada, apesar de a necessidade do suporte 
ventilatório ser a principal causa de internação desses pacientes. Obser -
va-se que 2/3 aproximadamente dos pacientes afetados preenchem cri-
térios para SDRA.
Esses pacientes podem evoluir para pneumonia intersticial bilate-
ral e , compatível com 
a SDRA. Assim, o manejo desses pacientes críticos com COVID-19, 
do ponto de vista do suporte ventilatório invasivo, baseia-se fortemente 
nos guidelines para SDRA.
O principal foco da VM é minimizar o risco de lesão pulmonar induzida pela 
VM, e manutenção de mínima oxigenação, da forma mais adequada possí -
vel. A principal medida é a adoção da estratégia protetora da VM. Vamos a 
seguir comentar sobre a estratégia ventilatória que deve ser adotada.
ESTRATÉGIA PROTETORA DE VENTILAÇÃO 
PULMONAR
Caro cursista, a estratégia protetora de ventilação pulmonar, em associa -
ção com outras medidas de cuidados intensivos, apresenta um resulta-
mortalidade dos pacientes em torno de 30% a 40%. Vamos ver a seguir 
as medidas a serem adotadas: 
• 
• Volume corrente: iniciar com 6 ml/kg (peso predito)
• Pode ser reduzido até 4 ml/kg (peso predito) 
do satisfatório, segundo as últimas evidências científicas, na redução da
Ventilação com Controle de Volume – VCV ou
Ventilação com Controle de Pressão (PCV)
12
Dica de Intensivista:
Como calcular o peso predito?
• Masculino: Peso = 50 + 0,91 x (Altura em cm – 152,4)
• Feminino: Peso = 45,5 + 0,91 x (Altura em cm – 152,4)
• Frequência respiratória: conforme necessidades do paciente
• Até 35 irpm
• FiO2: buscar manter a SpO2 entre 88-90% e PaO2 > 60 mmHg
• PEEP: níveis moderados e altos
• 2O
• 2O
13
Dica de Intensivista:
• Comportamento da Pressão Alveolar
Figura 7 – Figura 4 – Comportamento da Pressão Alveolar.
• Manobras de recrutamento alveolar devem ser evitadas
• Apresentam poucos resultados favoráveis
• Bloqueador neuromuscular
• 
da pressão de platô elevada e hipoxemia refratária
• Hipercapnia permissiva
Na �gura acima vemos o comportamento da pressão alveolar 
durante uma manobra de pausa inspiratória para medida da 
mecânica ventilatória. A pressão de pico é a pressão máxima 
durante a entrada do ar nos alvéolos. A pressão de platô é a pressão 
de equilíbrio ao �nal da pausa inspiratória (distribuição do ar nas 
unidades alveolares). A driving pressure é a pressão de distensão 
alveolar. A PEEP é a pressão positiva ao �nal da expiração, que é 
mantida dentro dos alvéolos após a expiração.
14
Dica de Intensivista:
• Como monitorar parâmetros da mecânica ventilatória na VM?
• Modo: Volume-Controlado (VCV)
• Pausa inspiratória: aprox. 0,5 segundo
• Onda de fluxo: quadrada
• Circuito do ventilador: Ausência de esforço ventilatório pelo 
paciente e/ou vazamentos.
• Pressão: monitorar a Pressão de Pico e a Pressão de Platô ao 
final da pausa
Algumas outras medidas devem ser tomadas no manejo do paciente crí-
tico com COVID-19 em uso de VM:
• Evitar desconexões do circuito:
• Utilizar sistema de aspiração fechado
• Utilizar trocador de calor e umidade passivo - HME (troca a cada 5-7 
dias ou quando houver sujidade ou perda da função)
Figura 5 – Filtro trocador de calor e umidade (HME).
15
• Realizar clampeamento do TOT em caso de desconexão necessária 
com pinça Rocher ou Kelly
• Evitar nebulização a jato, utilizando puff e aerocâmara
• Utilizar filtro de barreira – HEPA ou filtro HME (na extremidade distal do 
ramo expiratório – antes da válvula exalatória)
Figura 6 – Filtro de barreira (HEPA).
• Fazer busca ativa diária da capacidade de respiratória espontânea nos 
pacientes que apresentem melhora das trocas gasosas com manutenção da 
PaO2/FiO2 > 150 mmHg por pelo menos 24 horas
• Manutenção da cabeceira do leito em 30-45º
• Manter a pressão do cuff entre 25-30 cmH2O
• Realizar higiene brônquica somente quando estritamente necessária.
Vamos relembrar o fluxo de atendimento ao paciente com COVID-19 com 
complicações respiratórias? O vídeo que você vai assistir lhe elucidará 
sobre os principais pontos das complicações respiratórias apresentadas 
por esses pacientes e lhe direcionará no atendimento até em situações 
mais graves, onde o paciente deve ser ventilado mecanicamente.
Vídeo 3: Complicações respiratórias na 
COVID-19 e Fluxo de atendimento
16
POSIÇÃO PRONA
A posição prona é uma estratégia altamente recomendada paraos 
pacientes que, mesmo com a estratégia protetora, mantenham PaO2/
FiO2 < 150 mmHg. Porém ela deve ser realizada quando a equipe multi-
profissional é extremamente treinada e habilitada para tal.
A pronação deve ser iniciada preferencialmente nas primeiras 72 horas 
de VM e deve ser mantida por ao menos 16 horas seguidas. Tem respos-
ta satisfatória quando apresenta:
• Aumento de 10 mmHg na PaO2 ou
• Aumento de 20 mmHg na relação PaO2/FiO2.
Após as 16 horas o paciente é retornado para posição supina e caso 
apresente em 6 horas PaO2/FiO2 < 150 mmHg novamente, deve ser reco-
locado na posição prona segundo o mesmo procedimento.
Ela deve ser interrompida imediatamente caso aconteçam complica-
ções graves (extubação não planejada, PCR) e caso o paciente apresente 
queda de 20% da PaO2/FiO2 já na segunda tentativa. Vamos a seguir ver 
algumas complicações comum durante a posição prona e sugestões 
para evitá-las.
Figura 7 – Paciente crítico submetido à posição prona em UTI e submetido à VM.
Fonte: OLIVEIRA, V. M. et al. Checklist da prona segura: construção e implementação de 
uma ferramenta para realização da manobra de prona. Rev. bras. ter. intensiva [online]. 
2017, vol.29, n.2, p.131-141. 
17
Para saber mais acerca de protocolos sobre ventilação prona, 
incluindo vídeos explicativos, acesse o link aqui. 
No quadro a seguir, apresentamos algumas complicações comuns 
durante a posição prona e sugestões para evitá-las. Essas intervenções 
devem ser do conhecimento de todos da equipe que prestam cuidados 
ao paciente. Ações de capacitação devem ser realizadas de forma contí-
nua para que o manejo seja adequado e não promova danos desneces-
sários ao paciente.
LESÃO POR PRESSÃO
Mudar a posição da cabeça e dos braços a cada 
4-6 horas.
Verificar se o tubo orotraqueal (TOT) não está pres-
sionando a boca/lábios.
Verificar se a sonda nasogástrica (SNG) não está 
pressionando a narina.
Utilizar espumas nas regiões de maior pressão.
EDEMA FACIAL / PERIORBITAL Manter a cama em anti-Trendelemburg a 30o.
DANO NA CÓRNEA
E/OU CONJUNTIVA
Prover limpeza e fechamento das pálpebras.
Manter proteção ocular com pomada oftálmica.
LESÃO DE PLEXO BRAQUIAL
Posicionamento adequado.
Mudar a posição dos membros superiores (MMSS) 
a cada 4-6 horas.
MAU POSICIONAMENTO DO 
PAVILHÃO AURICULAR
Verificar se a orelha não está dobrada.
ESTABILIDADE DO ACESSO 
VENOSO PROFUNDO
Verificar se o acesso está bem fixado.
Verificar se o acesso não está pressionando a pele.
LESÃO DOS PROFISSIONAIS 
ENVOLVIDOS
Orientar adequadamente os executores.
Trabalhar com equipe em número adequado.
Utilizar dispositivos adequados.
Quadro 2 - Ações de prevenção quando da utilização de posição prona
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1214103
18
Caro cursista, evite desconectar o paciente do ventilador, o que 
resulta em perda de PEEP e atelectasia, além de maior aerossolização.
Use sistemas de aspiração fechados e faça o clampeamento 
do tubo endotraqueal quando for necessário desconectar (por 
exemplo, transferir para um ventilador de transporte).
Figura 8 – Utilização de pinça Kocher no clampeamento do tubo 
orotraqueal previamente a desconexão necessária.
Fonte: McCormick, T. Plam to prevent collapse. Anaesthesia. 2010, 
65, p. 857–866. © 2010 The Association of Anaesthet ists of Great 
B ritain and Ireland.
19
RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DE 
PACIENTES ADULTOS E PEDIÁTRICOS COM SDRA 
QUE FALHAM NA ESTRATÉGIA DE VENTILAÇÃO 
DE PROTEÇÃO PULMONAR
Em ambientes com acesso a especialistas em oxigenação por membrana 
extracorpórea (ECMO), considere o encaminhamento de pacientes com 
hipoxemia refratária, apesar da ventilação protetora dos pulmões.
Com relação a pacientes adultos e pediátricos, um estudo da ECMO 
para pacientes adultos com SDRA foi interrompido precocemente e não 
encontrou diferença estatisticamente significante no desfecho primário 
da mortalidade em 60 dias entre a ECMO e o tratamento médico padrão 
(incluindo posição prona e bloqueio neuromuscular). No entanto, 
a ECMO foi associada a um risco reduzido de resultado composto de 
mortalidade e cruzamento para ECMO. Em pacientes com infecção por 
MERS-CoV, ECMO versus tratamento convencional foi associado à redu-
ção da mortalidade em um estudo de coorte. 
A ECMO deve ser oferecida apenas em centros especializados, com um 
volume suficiente de casos para manter a experiência e que possam 
aplicar as medidas de PIC necessárias para pacientes adultos e pediátri-
cos com COVID-19.
GERENCIAMENTO DE DOENÇAS CRÍTICAS E 
COVID-19: PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES
É importante reforçar a estratégia de ventilação mecânica adequada para 
os pacientes críticos com COVID-19, com foco nos parâmetros ventilató-
rios ideais e na maneira adequada de controlá-los. Além disso, é impor-
tante conhecer as estratégias disponíveis caso a hipoxemia permaneça. 
Vamos reforçar os conhecimentos sobre os parâmetros ventilatórios e 
sobre a posição prona?
Vídeo 4: Estratégia ventilatória na 
COVID-19 e Posição prona
Para evitar complicações associadas a doenças críticas, deve-se imple-
mentar as seguintes intervenções do quadro a seguir. Essas intervenções 
20
são baseadas na Surviving Sepsis e outras diretrizes com recomendações 
viáveis com base em evidências de alta qualidade.
Resultados esperados Intervenção 
Reduzir os dias de Ventilação 
Não Invasiva (VNI)
Usar protocolos de desmame que incluam avaliação 
diária da capacidade/prontidão de o paciente respirar 
espontaneamente
Minimize a sedação contínua ou intermitente, visando 
objetivos específicos (sedação leve é a menos contrain-
dicada) ou interrupção diária de infusões sedativas 
contínuas
Reduzir a incidência de pneu-
monia associada à ventilação 
mecânica 
A intubação oral é preferível à intubação nasal em ado-
lescentes e adultos
Mantenha o paciente em posição semirreclinada (eleva-
ção da cabeceira da cama entre 30 a 45º)
Use sistema de aspiração fechado, drene e descarte 
periodicamente as secreções na tubulação
Use um novo circuito do ventilador para cada paciente. 
Quando o paciente estiver sendo ventilado tro-
que o circuito se estiver sujo ou danificado, mas não 
rotineiramente
Troque o umidificador quando houver mau funciona-
mento, quando estiver sujo ou a cada 5 a 7 dias
Reduzir a incidência de trom-
boembolismo venoso
Usar profilaxia farmacológica (heparina de baixo peso 
molecular – preferível, se disponível) ou heparina de 
5000 unidades por via subcutânea duas vezes ao dia 
em adolescentes e adultos sem contraindicações. Para 
aqueles com contraindicações, use profilaxia mecânica 
(dispositivos de compressão pneumática intermitentes)
Reduzir a incidência de infec-
ção da corrente sanguínea 
relacionada ao cateter
Usar um checklist com verificação completa em tempo 
real como lembrete de cada passo necessário para 
inserção estéril e como lembrete diário para remover o 
cateter se não for mais necessário 
Redução de úlcera de pressão Virar o paciente a cada duas horas
21
Resultados esperados Intervenção 
Reduzir a incidência de úlcera 
por estresse e sangramento 
gastrointestinal 
Administre nutrição enteral precoce (dentro de 24 a 48 
horas após a admissão) 
Administre bloqueadores dos receptores de histamina-2 
ou inibidores da bomba de prótons em pacientes com 
fatores de risco para sangramento gastrintestinal. Os 
fatores de risco para sangramento gastrointestinal 
incluem ventilação mecânica por tempo ≥ 48 horas, coa-
gulopatia, terapia de substituição renal (hemodiálise), 
doença hepática, múltiplas comorbidades e alto score 
de insuficiência orgânica 
Reduzir a fraqueza relacionada 
à UTI 
Mobilize ativamente o paciente no início da doença, 
quando for seguro 
Quadro 3 - Prevenção de complicações
22
RESUMINDO...
Estamos chegando ao fim da segunda unidade. Vimos que a durante 
o tratamento do paciente com complicações respiratórias, segundo 
a OMS, vários critérios devem ser consideradospara a adoção do manejo 
terapêutico adequado. Revisamos aspectos basais em relação à oxige-
nação do paciente e ao uso da Ventilação Mecânica, utilizando a estraté-
gia protetora. Aprendemos que o principal foco com o uso da ventilação 
mecânica é trazer o mínimo de dano ao pulmão, e garantir a manuten-
ção de mínima oxigenação. 
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