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violencia e infraestrutura urbana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
 
 
BEATRIZ MARIA BUTTER ZORGER 
CAROLINE ROSSONI SISQUINI 
RAQUEL RODRIGUES CANDEIA 
RÚBIA DALVI ATAIDE 
THAMIRES PINTO NASCIMENTO 
THIAGO ESCOSSIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO A INFRAESTRUTURA URBANA INFLUENCIA NA 
VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória 
2021 
Crimes violentos e infraestrutura urbana na RMGV- ES 
A criminalidade violenta no Brasil, sobretudo os homicídios no espaço urbano, 
tem crescido de modo acentuado desde a década de 1960 (CARDIA, ADORNO 
& POLETO, 2003), isso por conta do rápido processo de urbanização e 
industrialização nas ultimas décadas. A criminalidade no país atingiu níveis 
acima da média mundial e causa preocupação generalizada da sociedade. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os países 
que têm o maior número de homicídios no mundo tendo liderado o ranking 
mundial em 2003 (HUGUES, 2004). Diante desse cenário, o problema é posto 
em pausa como um dos maiores desafios a serem superados pelo poder público 
e pela sociedade. 
O Espírito Santo possui uma área de 46.184 Km² com 78 munícipios e população 
de 3.094.390 habitantes (IBGE, 2000). Vitória, sua capital, possui uma extensão 
territorial de 105 Km², com uma população de 292.304 habitantes, sendo 9,4% 
da população total do estado. O estado tardou nos processos de industrialização, 
sendo que até os anos sessenta a econômica ainda era baseada no setor 
primário. Foi com o declínio dessa atividade e com a implantação de grandes 
projetos voltados para exportação, principalmente pelos investimentos da 
Companhia Vale do Rio Doce, CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão, 
Aracruz Celulose e Samarco Mineração que o estado alavancou em seu 
processo industrial. Grande parte desses investimentos se iniciou na cidade de 
Vitória, sendo ali concentradas as principais atividades de produção, 
ocasionando em um processo acelerado de urbanização naquela microrregião. 
E junto com cidades vizinhas conhecidas como Cariacica, Fundão, Viana, 
Guarapari, Vila Velha, Serra formaram a Região Metropolitana da Grande Vitória 
(RMGV), instituída pela lei Complementar N°. 204, de 22 de junho de 2001, que 
ocupa uma área total de 2.286,54 km². A RMGV representa cerca de 46,45% da 
população total do estado – Censo 2000/IBGE, sendo o principal polo de 
desenvolvimento urbano e industrial do estado. O processo de investimento da 
RMGV, elevou o estado do Espírito Santo a uma posição de destaque, devido 
as suas estratégias econômicas nacional. Entretanto, mesmo com os avanços e 
reconhecimento nacional positivo, esses avanços econômicos surgiu de forma 
tão radical, que gerou efeitos negativos para a região e sua infraestrutura. 
 
Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV 
Os municípios que formam a RMGV apresentaram e apresentam maior 
representatividade na quantidade total de homicídios documentados desde a 
década de 90. Os homicídios no estado mostraram-se concentrados na RMGV. 
De 1999 a 2005, chegaram a concentrar cerca de 75,4 % dos homicídios totais 
do Espírito Santo. 
“Quando se multiplica o número de pessoas que vive em uma área, os conflitos 
e crimes aumentam na mesma proporção” – Sociólogo mexicano Rafael Ruiz 
Aharrel. Torna-se evidente que essa concentração de homicídios nesses locais, 
é efeito do processo de urbanização do Espírito Santo. Essa organização 
espacial observada é um reflexo de questões históricas dos processos a partir 
da década de 70. 
 
 
 
Gráfico 1 - Participação relativa dos homicídios, segundo região - Espírito Santo (1979- 2010) 
 
 
 
Gráfico 2 – Densidade demográfica do ES – IBGE (2010) 
 
Todo o processo acelerado de urbanização e industrialização gerou danos à 
população, devido a falta de planejamento urbano, promovendo alterações nas 
estruturas econômicas, sociais e demográficas, inchaço urbano, ocupações 
irregulares, degradação, desigualdades socioeconômicas, segregação 
socioespacial e a falta de politicas publicas para lidar e solucionar esse problema 
crescente das ultimas décadas pós urbanização. Problema este, que influencia 
diretamente no índice de criminalidade do RMGV. 
Isso é possível perceber se considerarmos as cidades mais populosas do 
Espírito Santo e seus índices de criminalidade. Em 2020, Cariacica e Serra foram 
as cidades que obtiveram maior caso de homicídios, com 121 casos de janeiro 
a agosto. Em Vila Velha, foram registrados 113 homicídios nesse mesmo período 
e Vitória 44 assassinatos. Essas cidades lideram as taxas de homicídios com 
taxas superiores à média do estado. No quadro abaixo é mostrado as cidades 
que lideram o ranking de cidades mais populosas do estado: 
 
 
Gráfico 3 - Estimativa – IBGE (2020) 
 
É possível observar que Serra, sendo o município com maior número de 
habitantes, população estimada de 527.240 (jul. 2020) é o mesmo que lidera 
também o ranking com a maior taxa de homicídio no estado. 
 
Exclusão territorial e violência (segregação): 
“A violência está diretamente ligada ao problema de moradia” afirma a arquiteta 
Raquel Rolnik, professora da PUC – Campinas e diretora-técnica do Instituto 
Polis. A questão é que houve uma proporção na relação entre carências na 
infraestrutura e desigualdades socioeconômicas e nos serviços urbanos nos 
municípios com altas taxas de homicídios. A falta de acesso às questões sociais 
e econômicas gera a desigualdade, que implica também na falta de 
oportunidades culturais, politicas, de lazer e bem estar. 
“você se apropria da cidade através dos instrumentos que ela oferece, como 
educação, saúde e transporte, mas quando a pessoa não se sente capaz de 
acessar esses bens, ela a faz por meio da violência, que pode ser uma forma de 
a comunidade se apropriar do espaço público”. – Letícia Delgado, advogada 
criminalista e mestre em ciências sociais. 
 
 
Características do local está diretamente ligado a violência: 
Um exemplo disso, é o caso conhecido de Ricardo Francisco de Almeida, 
assassinado aos seus 16 anos na favela Prudente. Seu irmão mais velho e seu 
pai também tiveram o mesmo destino. Ricardo e sua família moravam em um 
barraco na favela onde morreram baleados. Isso nos mostra como que a moradia 
e o local onde se vive, sem infraestrutura, em situações precárias e insalubres 
pode estar diretamente ligado a violência e ser determinante para causas de 
mortes por homicídios. Quanto mais vulnerável em questões territoriais e sociais, 
mais abertura para violência e conflito. Habitações precárias e as características 
do local estão diretamente ligadas a ocorrência da criminalidade, e a culpa é da 
falta de políticas públicas. 
“A vida na favela é insalubre, as famílias vivem sem privacidade, o esgoto de um 
invade o barraco do outro. Tudo isso gera violência. As pessoas vivem às 
próprias custas, sem auxilio do poder público, tudo é decidido no livre-arbítrio”. 
– Reportagem de Otávio Cabral, Folha de São Paulo. 
 Nós precisamos de investimento público em reurbanização e infraestrutura de 
favelas e cortiços. E para atender a toda população, é necessário repensar o 
urbanismo e o planejamento urbano a longo prazo. Analisar questões voltadas 
às politicas públicas como educação, segregação, migração e ocupação 
irregular do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS: 
 
CABRAL, Otávio. Morar sem infraestrutura. São Paulo, Quarta-feira, 03 de novembro 
de 1999. Disponível em: 
<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0311199923.htm> 
LIRA, Pablo. Análise espacial dos crimes violentos e da tipologia socioespacial da 
Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV. Vitória/ES, agosto, 2014. 
RODRIGUES, Márcia B. F. e CRUZ, Deivison S. Políticas públicas e gestão urbana: o 
caso da região metropolitana da Grande Vitória no estado do Espírito Santo. 
CASELLA, Ássima; DELGADO, Letícia. Violência lincada a falta de infraestrutura,2017. 
Disponível em: <https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/26-03-2017/pesquisa-
relaciona-criminalidade-com-falta-de-infraestrutura.html> 
PAMPLONA, Fernanda; MARMITT, Yonissa. Espaço urbano e criminalidade violenta: 
análise da distribuição espacial dos homicídios no município de Cascavel/PR. Rev. 
Sociol. Polit. vol.18 no.35 Curitiba Feb. 2010 
Globonews. Brasil tem o maior número absoluto de homicídios do mundo, OMS. 
Dezembro, 2014. Disponível em: 
<https://www.google.com/search?q=globonews&oq=globon&aqs=chrome.1.69i57j0i13
1i433j0i433l2j0i3j46i433j46j0l3.3255j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8> 
 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0311199923.htm
https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/26-03-2017/pesquisa-relaciona-criminalidade-com-falta-de-infraestrutura.html
https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/26-03-2017/pesquisa-relaciona-criminalidade-com-falta-de-infraestrutura.html

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