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Tecido Cartilaginoso

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Lis Abreu Barcelos 
FMC 2026.2
Histologia Aula 4_1
Tecido Cartilaginoso 
Do grego khóndros, -ou, cartilagem. Há alguns tecidos conjuntivos que se diferenciam tanto, que é forçar a barra colocar dentro da definição de conjuntivos, assim acontece com o cartilaginoso. 
Origem embrionária 
Desenvolve-se a partir do mesoderma (3ª semana de desenvolvimento) e se diferencia em mesênquima. 
Função 
Sustentação e proteção mecânica de superfície. A cartilagem está para meu organismo assim como o plástico está para a empresa, boa resistência e flexibilidade. 
Características 
Primeiramente, o tecido cartilaginoso apresenta uma particularidade: é AVASCULAR. 
· 95% de sua composição é MEC
· Se regenera, mas como é avascular a velocidade de regeneração é extremamente lenta. Porque a alimentação que chegas às células não é tão eficaz, já que a matriz de gel é menos rígida e seu interior é extremamente rígido, o nível de oxigênio e nutrição que chega às células da camada mais interna é insuficiente, tornando seu metabolismo MUITO desacelerado. Se eu morrer 8:37, 8:38 meu coração e cérebro já sabem que eu morri, mas a cartilagem só sabe amanhã. Isso acontecem porque eles estão acostumados a receber pouca oxigenação. 
Células 
No lugar onde será formado o tecido cartilaginoso, as células mesenquimais se unem e formam o condroblasto. 
· Mesenquimais indiferenciadas
· Condroblasto: é uma espécie de célula cartilaginosa jovem, tem a função de produzir MEC, com característica de conjuntivo para proporcionar o meio ambiente necessário para o desenvolvimento do tecido cartilaginoso. Apresenta porção fibrosa e amorfa. 
MEC Fibroblasto x MEC Condroblasto
A principal diferença está na quantidade dos glicosaminoglicanos. A MEC do fibroblasto apresenta ácido hialurônico em quantidades superiores. Sobretudo, a MEC do condroblasto conta com a condroitina-4-sulfato e condroitina-6-sulfato em quantidades alarmantes, esses são mais densos e formam um gel mais rígido. Proporciona rigidez ao tecido, mas não permite que vasos sanguíneos cresçam, se tornando um tecido avascular. 
· Condrócito: são células cartilaginosas adultas. Conforme o MEC vai sendo produzido, as células vão se distanciando e se isolando em lacunas, diminuindo seu metabolismo e se concentrando em apenas manter o MEC necessário para sua sobrevivência, sem o produzir de forma exacerbada, essas células são chamadas de condrócitos. 
 
· Pericôndrio: dupla camada de tecido conjuntivo PMD. Se prende a cartilagem externamente, a mais externa camada é fibrosa: tecido conjuntivo denso não modelado e a camada mais interna: composta por tecido conjuntivo frouxo, contêm fibras nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos e células mesenquimais 
OBS.: Nem toda cartilagem terá o pericôndrio, as que forem submetidas a uma pressão maior, como acontece entre os ossos, não terão pericôndrio. Logo, contamos com a capsula sinovial/articulação sinovial, que nutrirá a cartilagem a partir do líquido sinovial. O líquido sinovial também ajuda no deslizamento ósseo. 
· A porção fibrosa contém as fibras colágenas, elásticas e reticulares em equilíbrio.
Histogênese 
A célula cartilaginosa demora um tempo relativamente longo para se dividir, através da mitose, já que sua produção de é matriz lenta porque seu metabolismo é lento. 
Assim, quando há várias células na mesma lacuna, ou seja, que não conseguiram se distanciar ainda, chamamos de grupos ISOGÊNICOS. 
· Crescimento Intersticial: acontece a partir da mitose dos condrócitos preexistentes no interior da matriz. Pode ser classificado em linear/axial: cartilagem cresce no sentido do comprimento e coronário: cartilagem cresce em todas as direções. 
· Crescimento aposicional: a partir do pericôndrio, sua porção periférica é frouxa, e tem célular mesenquimais indiferenciadas (podendo se diferecnair em peritônio também), se diferenciando então em condroblastos -> cartilagem. 
Em Verde: crescimento aposicional 
Em Vermelho: grupo isógeno, crescimento intersticial coronário
Em Amarelo: grupo isógeno, crescimento intersticial linear 
Tipos de Cartilagem 
Dependendo do lugar, a cartilagem se diferenciará de determinado tipo.
· Hialina: tem equilíbrio em todos os diversos elementos que a compõe, apenas forma um esqueleto. Encontramos no nariz, orelha, traqueia e brônquios (com a finalidade de manter a estrutura aberta)Corte longitudinal de cartilagem hialina mostando dentro de lacunas os núcleos dos condrócitos no interstício, dos condroblastos na periferia e externamento o pericôndrio, indicado na seta.
 Fotomicrografia de corte longitudinal de cartilagem hialina e nas setas o pericôndrio, revestindo tanto a parte interna quanto externa da traqueia.
· Fibrosa: com a finalidade de manter a flexibilidade, mas proporcionar mais resistência. Está presente entre alguns ossos que sustentam muito pelo, discos vertebrais (hérnias de disco: o peso é tão grande que a cartilagem incha para fora, comprimindo nervos e causando dor)
Fotomicrografia de corte de cartilagem fibrosa mostrando dentro de lacunas os núcleos dos condrócitos (C) no interstício, a matriz (M) 
· Elástica: com a finalidade de proporcionar resistência, mas sobretudo, elasticidade. Encontramos na epiglote (porque ela abre e fecha várias vezes ao dia) bexiga, lóbulo da orelha. Fotomicrografia de corte de cartilagem elástica mostrando dentro de lacunas os núcleos dos condrócitos (C) e na matriz (M)
Degeneração
Alteração degenerativa da cartilagem é ser substituída por osso. Cartilagem NÃO vira osso, a cartilagem morre e os vasos sanguíneos levam células mesenquimais indiferenciadas para o local, as mesmas começam a se diferenciar em ósseo. Ósseo porque se o cartilaginoso que não precisava de muita nutrição morreu, será preciso algo mais rígido. 
Assim acontece a artrite: quando a cartilagem se desgasta e ossos são formados no lugar. Quando o tecido conjuntivo PMD ao redor se irrita causa dor, rubos, tumor e calor. 
Ossificação Endocondral 
Formação de ossos a partir dos moldes de cartilagens. 
Nem todas as vezes que vira osso é sinonimo de algo ruim. No período da 4ª semana que o embrião vira um cilindro até a 8ª semana, o embrião passa por inúmeras transformações e precisa de muita flexibilidade, e como ainda não tem muito vaso sanguíneo, um esqueleto formado de cartilagem é imprescindível. Já no período fetal o bebê cresce e a partir da 9ª semana forma os ossos, e alguns a partir dessas cartilagens, onde chamamos de ossificação endocondral.

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